quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Por que ainda estamos sobre o clima Natalino

Os poucos leitores deste Blog sabem da adoração que tenho por essa época do ano.... pois bem como é sabido por todos da minha simpatia por essa fanfarronice capitalista. Já não aguento mais esse ufanismo consumista, aliás ontem assistindo a vários telejornais percebi como se faz jornalismo comprometido, com a causa consumista. Mas deixa isso para lá, ou melhor para lá não. Deixa isso com meu amigo Daniel, que tem uma excelente verve para textos de comédias. Não sei quanto a Vocês, mas Eu adorei e ri muito com os textos abaixo.

Quanto ao autor não me consta que tenha Blog próprio o que é uma pena, mas me consta que o mesmo é um grande poeta (ainda que somente uma pessoa tenha o privilégio de ler suas poesias- não sou Eu- que dizer de vez em quando vaza algumas e eu dou uma lida) um grande especialista em sociologia da cultura e da música popular brasileira, além de ser namorado de uma grande amiga nossa.
Os textos:


FELIZ NATAL


Natal, ah, Natal!
Época de paz na Terra aos homens, de boa vontade, de má vontade, de vontade de enforcar o maldito que inventou aquelas luzinhas que piscam e tocam musiquinha. Natal é época de amor, de tranqüilidade, muitas vezes eterna, quando vem a fatura do cartão de crédito em janeiro.
Ah o Natal, com seus papais noéis gorduchos e barbudos, de faces rosadas e jeito bonachão, como um típico cidadão latino-americano. E aquelas barbas brancas tão lindas, feitas de nylon que agarram na roupa das crianças que vão abraçá-los. As crianças, aliás, continuam acreditando em Papai Noel, mas a imagem que têm na cabeça é a de um fornecedor de brinquedos importados que os pais delas compram. Provavelmente pensam que a Lapônia fica no Paraguai ou na China.
Ah o Natal, com suas musiquinhas alegres e divertidas que tocam uma, duas, três bilhões de vezes, seja nas árvores musicais, seja nos anúncios de TV, seja nos carros de som ou naquelas maravilhosas bandinhas desafinadas compostas de músicos aposentados que são contratados pelas lojas, perto do Natal e longe da melodia. O melhor é que as músicas são tipicamente sul-americanas, como "We Wish You A Merry Christmas", "O Tannebaum" e "Santa Claus Is Coming To Town". Ninguém canta mais "Dingobel, acabou papel", só "Jingle bell, jingle all the way". Sinal da globalização!
Ah o Natal, com as maravilhosas brincadeiras de amigo oculto - que já deixou de ser oculto há muito tempo -, em que as listas de presentes podem ter qualquer coisa, desde que seja do shopping Oi.
Ah o Natal, com os enfeites das portas das casas, daqueles que são tão grandes que quando a gente passa por eles, inevitavelmente esbarra e derruba algumas folhas de plástico no chão. A gente e todas as visitas, o porteiro, o carteiro e o entregador de jornal, formando um verdadeiro gramado no tapete.
Ah o Natal, com as lojas cheias! Cheias de gente! Vazias de presentes decentes, obrigando a gente a comprar qualquer porcaria. Mas cheias de gente! Gente mal-educada, que berra, empurra, fala no celular, pergunta o preço da pasta de dente, e continua falando alto, briga com a criança, briga com o caixa, briga com a gente, derruba mercadoria no chão, fica parada pensando no presente que vai comprar para a cunhada do vizinho da prima, parada bem na nossa frente. "Dá licença?" é expressão desconhecida.
Ah o Natal, com as bolinhas de árvore de natal que quebram à toa! E com as pecinhas de presépio que quebram à toa! E com os bibelôs que aqueles parentes que voltaram de viagem dão para a gente, a pretexto do Natal. E quebram à toa! Tanto os parentes quanto os bibelôs.
Ah o Natal, com as mensagens SPAM de árvores feitas de "Feliz Natal" em 87 línguas, com os cartões de 1,5Mb que enviam por attachment, com os e-mails de empresas que nunca vimos na vida desejando boas festas, igrejas evangélicas, serviços de entrega de flores, provedores. Todos com "preços promocionais de Natal" que, curiosamente, duram até abril, maio, junho....
Ah o Natal, com as nozes, castanhas, avelãs e pistaches que nos incentivam a comer, que de tão gordurosos são próprios para países frios em épocas frias, não para o hemisfério sul em pleno verão. E na noite de Natal, quente como o que, vem aquele peru suculento, jorrando gordura por todos os lados, igualmente quente, o que é muito adequado ao nosso clima.
Ah o Natal, com os envelopinhos dos entregadores de revistas e jornais, e de porteiros e faxineiros, e de boys e contínuos, os mesmos que nos trataram tão mal o ano inteiro, chegaram atrasados, arranharam nosso carro, amassaram nossa revista tentando enfiá-la por baixo da porta, fizeram tudo de má vontade e ainda têm a cara de pau de pedir gratificação de fim de ano.
Ah o Natal, com músicas bregas e chatas, com filas e filas nas lojas, com doces melados e gosto artificial, com aquele presente lindo de sua tia que só te vê uma vez por ano, embalado num papel de embrulho infantil, num pacote grande, que aparenta ser um bom livro ou qualquer coisa útil e de bom gosto, mas que dentro tem outro pacote, e outro, e outro, e dentro dele uma linda meia cor-de-abóbora com listras vermelha, que ainda por cima não cabe em você.
Feliz Natal para todos vocês!

A VERDEIRA HISTÓRIA DO PAPAI NOEL

Conhecido no Brasil como Papai Noel, em Portugal como Pai Natal, nos Estados Unidos como Santa Claus e na Venezuela como Papai Fidel, Papai Noel - Generus Santas Clausus - "o bom velhinho" é tido por todos como um senhor de idade, barbudo, gordo e legal. No entanto poucos conhecem a sua verdadeira história.

É comum ouvirmos que Papai Noel é oriundo da Lapônia. Entretanto, a verdade é que Papai Noel nasceu em Maranguape, no Ceará. Ainda novo Papai Noel migrou para o sul do país em busca de melhores condições de vida.

Chegando em São Paulo, Noel iniciou uma promissora carreira de músico. Se tornou sanfoneiro requsitado em inúmeras festas de forró e bailões. Nesse momento assume o nome artístico de Papai Pascoal, depois Pascoal Noel até chegar em Hermeto Pascoal.



Como sujeito empreendedor que é, Noel logo percebeu que o pessoal que frequentava as festas nas quais tocava era o público em potencial de outro tipo de estabelecimento. Reunindo alguns trocados, Noel abriu seu primeiro empreendimento, conhecido como "Zona do Natal". Depois evoluiu para "Puteiro Noel". Seu mais novo estabelecimento é o "Santa Claus Night Club".


Em pouco tempo Noel conquistou fama e fortuna, se notabilizando como o maior empresário do ramo da terceirização dos serviços matrimoniais.

Com muito dinheiro, Noel se entregou aos prazeres da vida. Casou-se 5 vezes. Comprou vários carros, mansões e trenós. É figurinha fácil nos cassinos de Las Vegas, nas corridas de Fórmula 1 em Mônaco e nas festas do VIP de Nova York, Londres e Paris.

Seu hobby é colecionar carros, mulheres e jet skis

Flagrado com a atual Mamãe Noel, durante caminhada na sua praia particular, em Porto de Galinhas.

Atual Mamãe Noel


Apesar dessa vida boa, Noel ainda se sentia incompleto. Resolveu realizar seu grande sonho e se tornou ator. Papai Noel participou de importantes filmes e peças teatrais. Entre eles destacam-se: Hoje é dia de Natal, Vou viver um bom Natal, Um divertido Natal, Pré-Natal, Sozinho com as crianças e "Casa da mãe Joana"

Mas algo estava crescendo e o incomodando. Era seu dinheiro, ganho através da exploração da luxúria alheia. Após muito tempo de terapia, Noel se regenerou e então decidiu remover seu peso na consciencia dando presentes a todas as crianças do mundo, iniciando a lenda que hoje conhecemos.

A mesma diz que se você se comportou bem durante o ano, Papai Noel vai tirar alguma coisa de seu saco pra você, mas se você se comportou mal ele vai te obrigar a comer panetone e assistir o show do Roberto Carlos.

Embora sua verdadeira idade nunca tenha sido confirmada, os testes de carbono 14 indicam algo bastante velho, que há tempos deveria estar capenga, careca, reumático, sarnento e mau-humorado. Mesmo se chamando "Papai" Noel, sabe-se que ele não possui filhos, já que o seu saco é apenas de brinquedo.

Para as crianças, o Papai Noel e um velhinho que nunca morre, e que está em milhões de shoppings ao mesmo tempo, e que rouba brinquedos para dar para as criancinhas.

De acordo com a INTERPOL o papai noel responde atualmente a 2.645.287.124 processos por invasão a domicílio.
Hoje o bom velinho mora no Acre (por isso ninguem nunca viu a casa dele). Todo natal se você olhar em direção ao Acre verá um grande trenó vermelho escrito Coca-Cola voando e jogando cachaça e rapadura para todos.

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