sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A versão pelo fato

Retomando e retornando depois de meses a este espaço o textinho abaixo. Espero a partir do ano que vem retomar inclusive de maneira mais organizada e direcionada este espaço.

A imprensa brasileira é muito estranha. Será mesmo?

Bom a imprensa brasileira somente reproduz algo que acontece na imprensa universal. Talvez a daqui por uma série de vicissitudes aja de maneira mais irresponsável. Seja como for, não deixa de ser interessante ver as estripulias da mesma.

Como sou opositor deste governo. Como discordo deste governo que ai está. Sempre a esquerda minha oposição e discordância mas sempre uma discordância muito clara e firme penso que nesta posso dar um pitaco, pois ao contrário de 90% da blogosfera não estou no Fla-Flu não sou nem governo e nem oposição desconstrutiva de direita ao mesmo.

Exatamente desta posição que vejo com um certo ar de graça e com um certo lamentar o comportamento da imprensa, que de fato, não encara os verdadeiros problemas do atual governo, afinal este governo acima de tudo, atende aos interesses dos financiadores desta mesma mídia, mas por uma questão muito mais de rancor e de inveja necessita a todo custo tentar desestabilizar o governo. Bom por detrás deste rancor e da inveja temos algo mais sugestivo a retomada do poder pelo grupo do qual esta mídia faz parte. Dito isto temos duas notícias alvissareiras esta semana:

1- Um lote de vazamentos do Wikileaks aponta para uma série de conversas entre jornalistas brasileiros e embaixadores ou funcionários da Embaixada norte-americana. Os mais apressados aqueles que comem cru saíram desabotadamente e esbaforido a gritar contra os jornalistas os tratando como delatores. Grande bobagem. Embaixador tem como uma de suas funções recolher o máximo possível de dados e neste caso é uma questão óbvia consultar jornalistas. O problema é de duas ordens outras. A primeira é tratar estes jornalistas como formadores de opinião. Bom aqui deveríamos debater se a função de jornalista é ser formador de opinião e dois debatermos se de fato formam opinião. Tirante disto o resto é besteira como aliás boa parte das análises feitas pelos jornalistas formadores de opiniões todos eles em geral muito alienados para usar uma palavra de antigamente. Mais grave me parece são os menos alienados e ai descobrimos, por exemplo, que o jornalista Fernando Rodrigues disse corretamente ao embaixador norte-americano que o TCU é aparelhado pela oposição demo-tucana e não é isento. Ora esta ai uma análise correta a pergunta aqui então não é o encontro entre Rodrigues e o embaixador e sim porque tal informção nunca apareceu em sua coluna na F. de S.Paulo. Eis ai o drama da imprensa brasileira.

2- O segundo fato é a demissão de Orlando Silva, que o Ministério dos Esportes é um foco de corrupção todos sabem. E disto até o reconduzido procurador Geral do MPF um bobalhão que em sua doçura com o atual governo e com o anterior lembra os piores momentos do engavetador Geral da época FHC teve que reconhece e apresentar uma denuncia ao STF. Que para além da corrupção o Ministerio é extremamente mal administrado os muitos exemplos comprovaram. Que a soma disto tudo é motivo justo de demissão idem. Mas é muito grave que no fundo a razão real tenha sido a denuncia de que o Ministro seja Le próprio e para fins pessoais corrupto. Ora esta é denuncia muito séria e sem prova é calunia. Pois bem a imprensa irresponsavelmente alimentou e manteve esta história. E qual seja como se diz no interior, logo após o pedido de demissão do ministro, eu vi. Ninguém me contou eu vi na Globo News um repórter dizendo que as posturas do ministro demissionária desagradavam a CBF e a Fifa e outros lobbys. Ora bolas segundo este jornalista a saída do ministro era comemorado por estes. Ora, ora, ora esta era informação imprescindível de ser dita. Mas o descalabro da mídia chegou a tal ponto que na comemoração de seu feito a saída do ministro se ousa contar inclusive a estratégia. E neste mesmo canal mais tarde a notável Dora Kramer aquela para quem os males brasileiros se iniciaram em 2003 e notável opositora pelas razoes erradas do atual e do governo anterior com cara deslavada disse na mesma Globo News tudo indica que o ministro que saiu seja pessoalmente honesto, dificilmente apareceram provas de seu envolvimento pessoal e coisas do tipo. Ora então porque isto não foi dito as claras pelo órgão que ela trabalha. Seria difícil dizer apesar de pessoalmente limpo, o atual ministro é incompetente e leniente com possíveis corrupções o que o torna passível de demissão. Mas não no fla-flu que virou a mídia é normal se esconder o fato e se dar a versão.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ecos de uma outra época




Hoje depois de mais um longo e cansativo dia, mas como tem acontecido por aqui, com uma noite belíssima com os colegas, boa comida, bom vinho e alguma cerveja. Fui ler algumas matérias e eis que me deparo com certo retorno a uma época com certeza mais nobre do que a atual. Vamos aos fatos:

O menos importante o Vasco fopi campeão novamente e a torcida cantou Ah é Dinamite, nunca simpatizei com o Vasco mas fiquei feliz de ver o Vascão de volta a sua história e livre da praga chamada Eurico Miranda.

A outras notícia diz respeito a libertação de Cesare Batisti que como lembra o Ministro Marco Aurélio do STF já vem tarde. Não há o que se discutir a decisão é clara e límpida, o STF concedeu discricionariedade ao presidente da República e ele no uso desta discricionariedade decidiu pela não extradição. Uma decisão de governo e política, legitima já que decidida por um governo legitimamente válido. Mais importante me parece é a mensagem ao contrário do que tentam afirmar os acovardados e fãs de respostas simplórias, a libertação de Batisti reafirma que vale sim a pena a passionalidade e a luta por aquilo que consideramos ser o melhor caminho. Me lembrou a lindíssima letra Mal Necessário. Acho que tem faltado ideologia e a vontade de lutar por aquilo que achamos justo a doa a quem doer.

Por fim a demissão de Palocci, muito já foi dito a este respeito, mas pouco se diz do que para mim é o mais importante: Quais os caminhos que levam um ex-militante socialista a tornar-se consultor de empresas enquanto exerce mandato de representação popular?

ISTO SIM É CHOCANTE O RESTO ME PARECE TRANSVERGIR. A GRANDE PERGUNTA, A PERGUNTA FUNDAMENTAL, A PERGUNTA QUE IMPORTA PARA AQUELES QUE AINDA MILITAM A ESQUERDA E POR OUTRO MUNDO POSSÍVEL É SE PERGUNTAR COMO PODE UM EX-SOCIALISTA CONSIDERAR NORMAL FATURAR 20 MILHÕES COMO CONSULTOR DO CAPITAL PRIVADO.

domingo, 8 de maio de 2011

Direito de Vida e de Morte

Reflexões domingueiras e sem compromisso sobre o poder de morte e de vida



A vida é sagrada ouvimos aqui e alhures. Se assim o é o que justificaria a sua retirada. O que justificaria a comemoração de sua extinção. Veremos a própria sacralidade da vida. Mas partamos de um outro lugar e afirmamos, a vida não é sagrada. A vida política sim é sagrada. A vida é eminentemente política seja na Grécia Helênica, seja no Império de Roma, seja nos dias atuais do Império dos Estados Unidos da América. De trivial tão afirmação não tem nada. Ademais constatar este truísmo político em nada diminui o fato de que a vida e sua sacralidade (ou ausência política desta) varia de acordo com tempos, contextos, localidades e etc. A vida não é soberana e sim do soberano isto desde a Roma Antiga. No entanto este controle sobre a vida varia. Em Foucault e em sua História da Sexualidade é demonstrado como o direito sobre a vida e por conseqüência sobre a morte não é um privilégio absoluto, pois que submetido ao soberano. Mas difere muito o direito romano de confisco inclusive sobre a vida e o acordo moderno da sociedade através de pactos que segundo Hobbes transferiu o direito de deixar viver e decidir pela morte ao soberano. O que subsiste em ambos, de certo modo, é que somente o corpo do rei é sagrado, os demais são profanáveis.

Na época moderna é sobre o acordo Societal e é sobre a forma política que a vida deve ser encarada. Precisamente esta é a invenção da época clássica, como demonstra Foucault leva ao soberano acima de tudo o direito de vida. Novamente não é banal a inversão. Como já demonstrava Foucault em sua obra prima de mais de 40 anos, a vida pode ser extinguida em nome da própria vida. Foucault é preciso ao escancarar o problema de nossa época: "as guerras já não se travam em torno do soberano a ser defendido; travam-se em nome da existência de todos; populações inteiras são levadas a destruição mútua em nome da necessidade de viver" mais a frente Foucault completa "o poder de expor uma população à morte geral é o inverso do poder de garantir a outra sua permanência em vida." Aqui posto o drama (para alguns é claro) de nossa época. A modernidade mistificou e sagrou a vida para neste processo expor sua nulidade. Agora mais do que nuca sagrado é o corpo do rei e, por conseqüência a de seus súditos, os demais são descartáveis em nome da sacralidade mesma da vida.

O direito moderno se baseia na defesa da vida e não em sua extinção, sua defesa não se deve a humanismos ou direitos humanos deve se a própria razão do poder. Ora aqui talvez esteja uma pista (a própria razão do poder) para o que alguns consideram como escândalo, aberração e paradoxo, o reino do direito a vida é o que mais propaga o direito de matar. Não é paradoxal, não é aberração e não é escandaloso é a própria lógica do sistema, a defesa intransigente da vida deve ser obtida sobre eliminação da monstruosidade que coloca em risco a própria vida. Assim são legitimamente mortos aqueles que colocam em risco a vida. Nada de novo, na verdade tudo novo. O poder agora é eminentemente sobre a vida e não sobre a morte. Eis aqui uma novidade radical de nossa época, o império controla nossas vidas, o domínio agora é maior do que antes, novamente Foucault sobre o império das leis: "não devem iludir-nos: são formas que tornam aceitável um poder essencialmente normalizador." Sobre o fausto da sacralidade da vida esconde-se a sua usurpação. A vida não é mais absoluta é somente uma vida política. Se quiser chamar de paradoxo que chame: é sobre a defesa intransigente da vida e do viver (bio-poder) que se celebra a morte. A morte daquele que não soube viver sobre os desígnios da vida social. Eliminou-se neste processo, portanto a noção de vida em si mesma para fundar uma vida social. O homem moderno é um animal que coloca na política sua vida de ser vivo. Eis ai a razão de se comemorar a morte de alguém. Seja aqui seja alhures. Seja no Paquistão, seja na pacificação dos Morros. A modernidade berra através do bio-poder: a vida só é sagrada àqueles que a merecem. Diante disto pode-se até lembrar a sabedoria popular aos amigos do rei, tudo aos inimigos os rigores da Lei. Ao rei a sacralidade da vida ao inimigo a imolação da mesma. Imola-se a parte para se salvar o todo.

Mire e veja


O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou

altera no sentido de lhes dar outro aspecto. [...] Há, nos

mais graves acontecimentos, muitos pormenores que se

perdem, outros que a imaginação inventa para suprimir

os perdidos, e nem por isso a história morre.

Machado de Assis, Esaú e Jacó.


Não devia de estar relembrando isto, contando assim o

sombrio das coisas. Lenga-lenga! Não devia de. O

senhor é de fora, meu amigo mas meu estranho. Mas

talvez por isso mesmo. Falar com o estranho assim, que

bem ouve e logo longe vai embora, é um segundo

proveito: faz do que jeito que eu falasse mais mesmo

comigo. Mire veja: o que é ruim, dentro da gente, a

gente perverte sempre por arredar mais de si.

Guimarães Rosa, Grande Sertão: veredas.

Hoje domingo, Campinas-SP. Hoje dia das mães. Hoje dia de partida da final do campeonato mineiro, Cruzeiro versus Atlético. Hoje domingo lendo Foucault A História da Sexualidade. Hoje domingo ouvindo o excelente Meus Momentos de Lô Borges. Tudo isto faz com que a gente fique a "Mire e veja" cutucando o "rato roedor" da memória. E nisto Campinas tão longe das Minas, mais ainda das Gerais. E dá-lhe Lô, tão Minas em sua poesia. Que saudade do Trem Azul, das Paisagens da Janela, de passear pelas manhãs de domingo de maio "vento de Maios Rainha dos Raios de Sol". E podemos na viagem de Lô Pensar em Tudo que Voce podia ser, lembrar quão bonita sãoa s chuvas nas motanhas, os apsseios no Manuel Audaz. as paisagens equatoriais e a beleza insuperável das meninas mineira, com o sem girassol da cor de seu cabelo. Enfim um domingo qualquer em Campinas. Você sonhando, (...) você queria ser heroi, (...) Você tem medo (...) Tudo que Você devia ser sem medo (...)."
 
"Vai Carlos ser Gauche na vida" !!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

43 anos do assassinato de King Jr

Faz 43 anos do assassinato de Martin Luther King Jr.
Fica aqui a singela mas necessária lembrança.
Aqui mesmo no Blog tem outros posts incluindo seu notável e celebre discurso, bem como, a canção homenagem a Martin Luther King Jr de Wilson Simonal.

domingo, 27 de março de 2011

Comblin se foi e Movimento Negro em BH

Volto a este blog natimorto, pçois que desde a mudança de cidade, de projeto não tenho tido tempo de atualizar para deixar uma notícia entristecedora, a morte de Comblim o grande missionario Belga e um dos nomes mais destacados da Teologia da Libertação. Aqui neste Blog já disse da importãncia desta Teologia para quem sou hoje, fica aqui minha tristeza e a certeza de que cada vez mais mergulharemos na escuridão das teologias do aprisionamento, no aprisionamento das mesquinharias, ouxa-saquismos, e dogmaticas vázias e comprometidas com o status quo.

MOVIMENTO NEGRO EM BH
Incrível este blog tem leitores, e uma leitora me perguntou um dia desse sobre o Mov. Negro em BH e em Minas, demorei a responder por vergonha. POIS MINHA RESPOSTA SERIA NÃO EXISTE MOVIMENTO NEGRO EM BELO HORIZONTE. Os que existiam em sua maioria ligados ao Partido do outrora Trabalhadores se perdeu em cargos, boquinhas e no caso daqueles dignos que não aceitaram cargos e boquinhas, sua atuação ficaou praticamente impedida. Mas na verdade, trata-se de uma visao parcial e minha é lógico que existem alguns movimentos negros em BH, realmente não saberia mais dar dicas, endereços e etc, mas que existem existem. Minha sugestão seria por uma série de movimentos que tyratam da questão da negritude, mas vão além dos movimentos tradicionais, como por exemplo, os movimentos de jovens, hip-hop, jovens mulheres, movimentos de ocupação, etc.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Direita Volver


 
Passaram-se cinqüenta dias de Governo Dilma e alguns sinais começam a transparecer. Sinais ruins para aqueles que pensam em um governo a esquerda. O Governo da Presidenta Dilma caminha a passos largos para uma solução ultra liberal de mercado. Digo ultra liberal, pois com o antigo presidente Lula já era liberal. Mas agora as coisas andam de mal a pior. Deve ser por isto que a dita inteligensia de esquerda, da qual duvido a intelegesia e mais ainda a esquerda anda tão calada, tão quieta, como aliás tornou-se tradição deste que a companheirada assumiu o poder. E deve ser por isto que a impressa golpista e de mercado anda tão feliz com a presidente.

Dilma governa a direita e com a direita principalmente nos temas econômicos. Vejamos no auge da ultima crise econômica os liberais defendiam lá fora e aqui dentro eram seguidos pelos tucanos e os colunistas e economistas a serviço do tucanato a teoria do “apertar os cintos”. Lula e Mantega não apertaram os cintos. Ao contrário levaram o Brasil a um crescimento significativo e evitaram o desastre. Agora vem o governo da Presidenta Dilma e segue caminho diametralmente oposto corte de despesas estatais, alta de juros, aumento moderado do salário mínimo. Ou seja, novamente paga-se o preço os trabalhadores, as classes mais baixas e lucra-se como nunca os bancos, os agiotas dos juros e os defensores do Estado Mínimo e das desigualdades máximas. Lembremos que na época de FHC era assim corte de verbas e gastos somados de corte de verbas e gastos, só não se cortava obviamente a taxa exorbitante de juros que faziam tão felizes a companheirada tucana. Foi desta maneira que sucateamos nossa indústria nacional e agora estamos sobre este risco novamente, juros altos significa lucro para o setor não produtivo, punição ao setor produtivo, aumento da entrada de capital especulativo e, portanto, valorização do real o que prejudica as exportações e facilita importações, enfim problemas a vista. É PREOCUPANTE, principalmente quando lembramos da centralidade de Palocci neste governo. Mas não é só na economia, em outros setores começa a ASSUSTAR o conservadorismo deste governo como, por exemplo, nas relações exteriores, ora É INACEITÁVEL QUE ESTE GOVERNO CAIA NA ESPARRELA DA GRANDE IMPRENSA, de que a política externa do Governo Lula era ideológica, TODOS, REPITO TODOS OS ÓRGÃOS SÉRIOS, INCLUINDO OS NORTE-AMERICANOS RECONHECERAM (ALGUNS LEGITIMAMENTE QUEREM COMBATER – O QUE SÓ LEGITIMA O SUCESSO DA POLÍTICA) A IMPORTÂNCIA ASSUMIDA PELO BRASIL NAS RELAÇÕES EXTERIORES, E A IMPORTÂNCIA DESTA LIDERANÇA, POIS BEM SOBRE O GOVERNO DILMA VOLTAMOS A ÉPOCA DE AUXILIARES, de novo rejubilam-se a velha mídia e os tucanos, o Brasil voltou a seu papel de vira lata. ASSUSTA também a saída de um Secretário Nacional Anti-Drogas exatamente por ter externado opiniões que coadunam com que existe de mais moderno no mundo em relação ao combate ao uso de drogas. Ora não é criminalizando as drogas e seus usuários que resolveremos este problema, pois do contrário ele já estaria resolvido e segue em outros setores, como por exemplo, em uma possível diminuição do papel do INCRA quase que para sepultar de resto a combalida política de reforma agrária.

Por ora nos resta a velha e boa ladainha dos últimos 08 anos que este é um governo em disputa, me pergunto será entre a direita e a extrema direita entre liberais e neo-liberais, pois de esquerda sobra-se muito pouco. Lembra-me a frase dita pelo fantástico Florestan Fernandes “não se iluda eles não são de esquerda, são sindicalistas querendo melhorar de vida. Mas isto é um grande avanço” Perfeito como quase sempre o grande sociólogo, efetivamente eles não são de esquerda, e efetivamente, melhorar de vida já é um grande avanço e em alguns casos neste país já é revolucionário, mas chegou a hora de exigirmos mais, este é o terceiro governo, portanto, não devíamos mais estar em disputa e sim implementando um programa coerente de transformação do país. Quem sabe retorno em breve com base na entrevista de Rudá Ricci sociólogo da PUCMinas sobre o Lulismo, esclarecedor e aliás Rudá torna-se quase que voz única no coro dos descontentes, mas isto é assunto para outro post.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ainda o velho debate somos racistas?

Pensando um pouco sobre racismo e pré-conceito racial. Para inicio de conversa são fenômenos diferentes, mas vamos ao que importa a questão do lugar do outro. Principalmente o outro que é marcado no corpo. Cada vez mais acho que o corpo, ou melhor a corporeidade e a performance são os campos mais interessantes e fecundo para se discutir esta questão. E com isto quero dizer que toda uma discussão e teoria feminista, queer ou mesmo de outros movimentos de liberação sexual seriam bem vindas.

Aliás cada vez mais o corpo fala e fala por um caminho da diversidade e da pluralidade. E cada vez mais este corpo desagrada. Talvez por isto cada vez mais temos ataques a este corpo indômito. Indômito em duplo sentido no positivo porque não se deixa dominar e, no negativo, pois para aqueles que não o suportam seria o corpo mesmo do indomesticado e do selvagem.

Mas voltando ao tema corpo e racismo, retorno ao tema candente de fins do ano passado, a questão do racismo na obra de Monteiro Lobato. Impressionou naquela ocasião o nível do debate, principalmente daqueles brasileiros não racistas, a acusar as pretensas vitimas do racismo de serem elas as verdadeiras racistas. Não posso dizer que tenha sido surpresa destes debates e destes argumentos estou há muito acostumado diria que enfrentei cada um deles nos muitos debates que participei como militante, mas isto na época que enfrentava tais debates, hoje em dia sobra pouca energia e vontade para estes debates. Mas fatos como os ataques ao parecer a respeito da obra de Monteiro Lobato nos mostra como a vigilância deve ser constante e atuante. Ainda mais quando se tem como opositores boa parte da mídia e seus ideólogos.

Para finalizar este texto extemporâneo sobre o fenômeno Monteiro Lobato, mas não sobre as causas do fenômeno, lembro que aos poucos com quem tive paciência de discutir tal temática, e aqui inclui alguns alunos do curso de Antropologia-UFMG, em que ministrava aula tentei mostrar que o pior do que o racismo da obra de Monteiro Lobato, que tal qual afirma o próprio parecer não deve ser escondido e sim analisado a luz de sua época e a luz de nossa época exatamente para que se possa evitar repetir tais fenômenos, foi a atitude dos não racistas que como sempre foi o da denegação (a este respeito a psicologia tem grandes tratados) em resumo, não posso aceitar que tal livro seja racista pois por conseqüência seria eu também um racista. Algo deste tipo ocorre a respeito do fenômeno da territorialização das populações quilombolas, uma parte da critica a esta política parte do mesmo pressuposto, não posso aceitar atualmente os remanescentes de quilombo, pois deste modo estarei eu a aceitar que fomos e somos racistas. O que se perde nesta discussão é a profundidade do fenômeno, o racismo não é fenômeno ele é da ordem da história, da sociologia, da antropologia, dos indicadores econômicos, do direito e da justiça ou das injustiças passadas, mas principalmente as contemporâneas. Encarar tal fenômeno portanto é uma obrigação moral, ética, cultural, social econômica, política, jurídica, dentre outras.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Os resto a pagar de Aecim Neves

Depois de um não tão longo verão, quente e chuvoso, apareço por aqui de novo, mas pelo jeito os dois leitores que este Blog possuia se foram com tão longa ausência. Mas são os afazeres e agora as novidades da mudança, de cidade e estado, que se aproxima. Mas o que me traz aqui foi a leitura de um comentário no Blog do Luis Nassif e na sequência um outro comentário sobre este comentário, feito pela Mana, que foi professora de Sociologia da Cultura na época da minha graduação em C.Sociais na UFMG, resolvi também da um pitaco na conversa e por fim resolvi publicar tudo aqui. Inaugurando assim o Blog no ano de 2011.primeiro o texto do Bruno Fernandes e depois os comentários da Mana e meu.


Por Bruno Fernandes

Não tem preconceito. O problema não são os intrumentos de gestão. Pelo menos na minha opinião os problemas são políticos.É a forma como o governo se relaciona com a sociedade. O governo Aécio Neves e agora Anastasia alieana o povo da politica estadual.
Este processo de alienação acontece por vários meios. O primeiro é o controle da mídia jornalística. Ora, só a dificuldade de encontrarmos informações fidedignas sobre o que acontece no estado já indica isto. Sem falar nos profissionais que são pressionados e demitidos por conta de qualquer "imparcialidade".

O segundo se dá na forma que o executivo se relaciona com o legislativo. Governar por meio de lei delegada é um absurdo! Um absurdo! Isto é desvio ético! Aliás, lei delegada é um absurdo tão grande que nem deveria exisitir, e como alguém lembrou aqui em outros posts, apenas seis estados possuem esta opção em suas constituições.

Um terceiro problema é uma extensão do segundo. Não há consultas populares. As políticas são definidas de cima para baixo num ótimo exemplo da diferença entre PT e PSDB. Enquanto o primeiro, historicamente, se fez a partir de suas bases o segundo não tem base, e com uma postura arrogante formula as políticas para um povo que não conhece.

A verdade é que está na hora, ou passando da hora, da democracia nos moldes do Estado Democrático de Direito, ser debatido em MG para valer. Em MG vive um autoritarismo silencioso, no qual o executivo governa absoluto, enquanto o legislativo bóia - a oposição é massacrada em MG - e o povo é ludibriado por uma cobertura jornalística tendenciosa e manipuladora.

Comentário de Mana Coelho
Moro em BH e posso afirmar que isto é a pura verdade. Aécio e Anastasia, como todos os tucanos, acreditam que o povo e seus representantes não devem dar palpites. Não respeitam os movimentos sociais. São politicamente conservadores e se sentem no direito de fazer o que lhes vem na telha. Já pensaram o que significa, em pleno século XXI, construir uma cidade administrativa toda de concreto e vidro? Os gastos com energia são enormes! Não há nada de ecológico nesse projeto que precisa de luzes acesas dia e noite (não sei a razão de tantas luzes acesas fora da hora de expediente), de ar condicionado ligado. A inspiração vem da primeira metade do século XX: JK fez encomendou a Niemeyer a igrejinha, a casa do Baile, o Cassino e o Iate Clube da Pampulha. Depois virou governador e presidente. Aécio encomendou ao mesmo Niemeyer a cidade administrativa. Tomara que nunca seja eleito presidente. O Brasil não merece. Se depender de mim, nunca será.




Meu comentário: Carlos Eduardo MARQUES
Concordo com o autor do post e com a minha ex- Profa. Mana Coelho (que sabe do que fala - doutora em sociologia com trabalho na área da cultura). O menor dos problemas, mas não desimportante, é o tal choque de gestão. Ele é em si perverso, mas sua perversidade como apontado no post e no comentário da Profa. Mana advém de algo maior que é uma visao totalitária (e não há exagero neste ajetivo) deste núcleo do PSDB mineiro. Ademais na grande mídia vejo somente um blogueiro, o ex-editor de Época e autor do Blog Diario do Centro do Mundo, falar claramente o Aécim é o novo que já nasce velho. Todas as suas idéias são ultrapassadas a começar pela febre por grandes e desnecessárias obras: como o tal Centro Administrativo, que pessoalmente acho feio e como a profa. Mana queria entender o porque da necessidade de ficar aceso de madrugada, deve ser para impressionar os chegantes do Aeroporto de Confins !!!!Na tola visão do governador.Mas não é somente o Centro Administrativos tivemos a carissima e pouco eficiente duplicação da Cristiano Machado e A, Carlos, aliás desta segunda "meu caminho de roça" dizia desde o começo, o problema é o gargalo na chegada ao Centro e, este é lógio permaneceu ou melhor piorou visto que agora se trafega com um pouco mais de rapidez por toda a avenida e se enrosca tudo no viaduto da rodoviária, isto para não falar que tal qual o Cento Administrativo a faixa de cimento (autosbus ou algo do genêro) se encontra fechada neste janeiro; elementar o cimento cedeu, má qualidade e pressa para inaugurar a obra antes das eleições, segundo um funcionário (heroi) que deve ter sido demitido de uma empreiteira, a um órgão de imprensa (porque sim agora sem o Aecim, ainda que travada e com a boca torta do cachimbo se começa denunciar as obras do período passado) . Bom devido ao espaço nem adentrarei em outros aspectos até mais crueis do governo Aecim. Por ossos do ofício viajo bastante pelo interior de Minas e é pavoroso que em algumas regiões quase todos os equipamentos construídos nos últimos anos se chamam Tancredo Neves (sim é verdade, com aquelas fotografias imensas do velho pintada na parede ou nas quadras) ou Risoleta NEVES. Enfim como gosta de dizer seus puxa-sacos vai ver que o Aecim é mesmo moderno, o problema é que a modernidade abaraçado por ele acabou-se lá pelos anos de 1968.