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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cadê a porra do Rock

Dá série de textos que nem eu mesmo entendo de tão confuso...reminiscências....

 
Há algum tempo venho me perguntando e perguntando a alguns cadê o rock’n roll. Tudo bem no Brasil este tal de rock’n roll sempre foi coisa mesmo de um espaço marginal, afinal o BROCK maravilhoso é MPB e das boas. Digo rock, rock mesmo, se é que este rock, rock existe, já que le é tão adjetivado... Mas de uns tempos para cá, a coisa ta feia. É tudo pasteurizado, é tudo muito bobo, é tudo muito um romanticozinho sei lá o quê. E antes que me acusem o maior disco de rock da decada passada é puro romance, aliás ando cada vez mais viciado. Portanto não se trata de ser romantico e sim romanticozinho, bestinha....romantico mesmo é Los Hermanos que não sai do meu tocador...Tem momentos que penso que o sertanejo dominou tudo e ai ele se transveste ás vezes de rock, pop e etc...é uma chatice pesudo romântica....
Na nova cena falta de tudo, música, ritmo, pegada, melodia e incrível, no caso brasileiro, falta até a poesia... O processo de declínio iniciou-se nos anos 90, teve uma breve pausa em 1994, voltaremos a isso logo a frente e degringolou de vez depois disso.
O ano de 1994, não bastasse a Copa do mundo e o Real, dois fatos para tornar o ano de 1994 inesquecível. 1994 marcou um sopro de vitalidade no combalido rock brasileiro, se já estávamos meio sujo e vestindo calças largas e camisas xadrez influenciados por Nirvana, e outros moleques de Seatle como Pearl Jam, Soudgarden no Brasil estourava o Planet Hemp, Raimundos e o Movimento Mangue Beat. Eta aninho bom mas depois veio o refluxo. Veja aqui não se trata de pensar em Pop este até produziu coisas boas como Skank, Jota Quest, Paralamas (do pós Vamo bate Lata) mas mesmo estes, talvez com exceção do primeiro andam cada vez mais pasteurizado. Falo do velhos e bons rock, e ai veja que no rigor o Mangue Beat não é rock, mas foi ele que permitiu a revitalização de algo que é totalmente rock e totalmente nosso, a mistura de ritmos, a mistura de rock, reggae, forró, punk, afro, samba, maracatu, a Afrociberdelia do Nação e Chico Science.  Musicalmente ao lado do citado Los Hermanos o Planet Hemp (neste caso com a funçõ mais clara ainda que o primeiro, ainda que o primeiro sambe como poucos) a melhor banda brasileira desde os 90, musicalmente e de letra para não falar na formação que teve em sua fase áurea BNegão D2, Skunk, Bacalhau, com participações de Black ALien, etc. Alias são de sua lavra 03 discos essenciais, os três lançados pela banda, dos quais adoro os dois primeiros: Usuário (1995), Os Cães Ladram mas a Caravana não Pára (1997) e A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000). Para além disso tivemos o Rappa com sua formação clássica....bom enfim me perdi, mas o texto era para perguntar cade a porra do rock’nroll e me dou conta que rock, apesar de a frase ser piegas, é um estado de espirito e provavelmente o rock ‘nroll vai muito bem, mas senão me agrada mais é exatamente porque não tenho o mesmo pique de outrora, no fundo o rock é uma música adolescente e assim fica intrasponivel para um velhinho de 28 entender, aturar, ouvir e gostar de restart e coisa do genero aliás nunca suportei nem o CPM22 e Nxzero nomes imbecis para banda de rock....viu instrasponivel....

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pulo Moura se foi

Estou em viagem e por isso a dificuldade de acesso a net. No entanto, uma pausa, se faz necessária faleceu Paulo Moura. O grande Paulo Moura, certa vez acredito que disse aqui mesmo que esta ficando muito dificil com tantas perdas e nenhuma substituição. O campo das artes e do pensamento brasileiro definitivamente foi no século passado uma das grandes dádivas do Brasil ao mundo. Agora mais um se foi. é preocupante e assustador estamos ficando a merce do barulho. Portanto, em homenagem a música (este Dom Supremo) silêncio por favor em homenagem ao grande Paulo Moura e depois uma salva de palmas.

Agora do Blog do Nassif:

Madrugada em Ouro Preto - com Paulo Moura


Enviado por luisnassif, ter, 13/07/2010 - 20:34



Por Marcelo Procopio

Paulo Moura - Madrugada: um som sobe a ladeira em Ouro Preto

- uma história que contém Paulo Moura

Marcelo Procopio
Hoje é dia do Rock. Mas quem morreu foi Paulo Moura: “morreu para você filho ingrato” da música. Música é para sempre. Nos anos 1970, quando o Festival de Inverno da UFMG, ainda em Ouro Preto, estava revelando grandes nomes da música, teatro, artes plásticas e tudo o mais, aconteceu um momento mágico. Madrugada, quase dia, e uma som começa a chegar à Praça Tiradentes. Eu e amigos íamos sempre lá nos fins de semana. Quase sem dinheiro – às vezes dormíamos em repúblicas, outras em hotéis de quinta. Mas nem sempre.
Ficávamos a vagar pelas ruas, noites, bares. Conhecendo pessoas, ouvindo música, vendo artistas em esquetes, em todo canto da cidade. Bebendo, ficando loucos. Todo mundo quase louco, todo mundo todo lúcido em busca de novos mundos. Outras culturas. Rejeitando o “novo”, como diziam os tropicalistas que criavam tudo de novo, a partir, claro, de bases existentes. Revoluções são assim.
Servem para mudar radicalmente uma realidade. Como dizia O Onça, personagem de O Cometa, como se você tirasse uma cadeira, a destruísse, e colocasse uma mesa no lugar. Tudo novo. Um novo olhar. Outra história se dando conta que ainda é preciso mudar tudo outra vez. Depois.

Os camburões do Dops ficavam estacionados na Praça Tiradentes. Os policiais se misturavam no meio dos artistas, estudantes, professores, turistas, malucos, drogados, bêbados. Em 1971 prenderam centenas, inclusive o pessoal do grupo Living Theatre – na época, dirigido por Julian Beck e Judite Malina, que ficaram presos semanas, mais de mês no Dops de BH. O Estado de Minas publicou o Diário de Malina na prisão, uma série de vários dias, que tinha guardado e perdi.

A imprensa deu manchetes pelo país. Chamaram de O Festival da Bolinha (tempo de drogas químicas, comprimidas em comprimidos). Até hoje fico pensando no que deu no EM para publicar o Diário, num momento AI-5 da ditadura militar. O Living Theatre era convidado do Festival da UFMG para cursos e apresentações.
Me lembro de um outro episódio inusitado: a gente estava num bar da praça Tiradentes. Um daqueles. Barzão com alta profundidade. No comprimento e nas conversas. Cultura e política. Resistência e insistência. Nem era tarde assim. Antes da meia-noite. Um cara alto, vestido no capote preto, entra no bar, faz um gesto qualquer que chamou a atenção de todos. Todos olham em sua direção. Ele diz em alto e bom tom:

- Cada um na sua idiossincrasia. (Vira-se e vai embora).
E de um outro. Ouro Preto tinha aquele clima de festival. Era uma madrugada de sexta para sábado. E aconteceu:
Era 1971. Poderia ser 1972 - se a memória falha, não é o tempo exato que importa. Era Festival de Inverno da UFMG. Era Ouro Preto.
Era madrugada: 5 horas, quase querendo amanhecer. Ainda havia algum movimento na cidade. Bares, dois, três talvez, abertos na praça Tiradentes. Devia haver policiais do Dops nos cantos, observando.

A gente esperava, no frio, um pedaço de sol. E o fim da loucura, do porre homérico passar. Quase silêncio. Poucas vozes.
Então, como se do nada, um som começou a chegar na praça. Era música. Vinha de longe. Da rua São José. Lá de baixo. Do começo, do fim da ladeira.
A música cada vez mais perto. A gente procurando quem. Avistamos, enfim, um grupo: algumas pessoas seguindo a música. Subindo a rua trazendo a música.

Esperamos, olhando o som. Era um sopro. Um sax. Era homem e um pequeno grupo subindo a ladeira.

Cada vez mais próximo da praça. Cada vez mais gente: aqueles poucos que ainda esperavam um pedaço de sol na noite fria de julho e aquele grupo, ainda menor, que vinha junto com a música.
O músico e sua música chegaram na praça. Agora estávamos todos juntos: a música, o músico, as pessoas e o fim da noite em Ouro Preto.
Todos agora em volta da música. O músico ao lado de Tiradentes, a estátua na praça. A música enchendo a cidade. A gente levado pela música criava um êxtase coletivo. Felicidade. Os olhos. Se fosse possível ver os olhos agora...
Era Paulo Moura no sax. Era madrugada em Ouro Preto. Era um silêncio absoluto. Só havia no ar o som suave do sopro da música de Paulo Moura.
Era para nunca mais esquecer. Era para sempre. Madrugada, Ouro Preto, Paulo Moura e a música.

Comentário do Luis Nassif

Quem diria... Eu estava lá, cobrindo o festival para a revista Veja, no meu primeiro ano de trabalho.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tempo de homengens

Ontem completou-se 20 anos de morte, do poeta Cazuza. Cazuza foi magistral em sua arte. Artista que soube elevar seu métier, Cazuza de fina formação, uniu o rock, então entendido no Brasil mais como barulho de maconheiros playboys a MPB. Fundindo assim uma das caracterísitcas mais marcantes do chamado BRock, o apreço pelo beletrismo, beletrismo este que também combinava junto ao lirismo, uma boa dose de contestação social, política e cultural. Cazuza Vive em suas poesias e em sua performance.

Já no dia 12 de julho será a vez do aniversário também de 20 anos de morte de João Saldanha, o João Sem Medo. João foi figura impar no mundo do futebol. Brilhante, para além de grande cronista do esporte, foi na verdade um sociologo do futebol brasileiro. Jamais escondeu suas opiniões, sua ideologia, sua ligação com o velho Partidão, o PCB, sua luta contra as injustiças sociais. Foi acima de um tudo um corajoso, que em plena ditadura ousou a desafiar um presidente-general, perdeu o cargo de treinador mas reafirmou uma vez mais que dignidade não tem valor.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Música é Dom por isso quero trocar essa dádiva com vocês

Já disse por ai e já escrevi aqui e alhures. Que sou um cara simples: três coisas me satisfazem música, amizades e livros. Tal qual a música tão belamente interpretada por Bethania e Elis. Música e Amizade por toda parte. Este seria meu slogan se candidatasse a algo. Cada vez mais penso que meus caminhos de artista frustrado deveriam passar por pesquisar a música. Mas enquanto este dia não chega se é que chegará fico aqui com meus devaneios, principalmente em uma tarde como a de hoje em que as burocracias se sobressaem e não resta tempo para o principal que seria estudar para uma prova no domingo. Faço o quê ? me refugio no que me salva: a música. Fiquei  a matutar como os anos entre meados dos  60 e meados dos 70 foram genialmente profícuos e maravilhosos para a música brasileira. Foram anos incríveis...inacreditáveis, mágicos...indescritíveis em palavras. Assim sendo resolvi recorrer a minha pequena discoteca (eis a ironia, para quem necessita tanto de música como é pobre minha discoteca – já que blog é espaço pessoal confesso aqui, de vez enquanto, me dá uma vontade de fazer umas loucuras e tipo comprar tudo que tenho vontade, ai sim teria certeza de ter gasto bem meu suor) e elencar discos essenciais deste período, lógico que tal exercício é incompleto seja pelo meu desconhecimento de tanta coisa boa, seja por falhas da memória, seja por falta de visão, seja pelo prisma escolhido. Mas como música e DOM e dádivas devem ser trocadas, deixo aqui aos amigos a sugestão-suplica, ouçam estas obras primas:



Dom Salvador- Dom Salvador 1969

Dom Slavador e Abolição - Som, Sangue e Raça 1971 – Falar o quê. Um dos maiores momentos da nossa música.

Elza Soares- Elza Pede Passagem 1972

Elza Soares - Elza Soares e Wilson das Neves 1968, de Elza escrevi aqui mesmo um dia deste mais um post (curiosos dêem uma olhada ai abaixo)

Caetano Veloso – Transa 1972, Câe como gostamos que Câe fosse.

Gilberto Gil- Refavela 1977, na carreira profícua de Gil é difícil fazer afirmações peremptórias, mas acho este o seu maior disco.

Jorge Ben- Negro é Lindo 1971, e quem discorda!!!

Jorge Ben- O Bidu (Silêncio no Broklin) 1967

Jorge Ben e Gilberto Gil- Ogum Xangô

Jorge Ben – Africa Brasil 1976, tudo bem que aqui Bem já queria virar Benjor mas foi uma despedida em altíssimo nível.

Luiz Melodia – Perola Negra 1973, um dos maiores discos do nosso cancioneiro

Moacir Santos – Coisas 1965, outro que as palavras não são suficientes

Noriel Vilela – Eis o ôme 1968

Baden Powell e Vinicius de Morais 1966 – Os Afro-sambas, mais um indescritível

Wilson Simonal – Ninguém proíbe o amor 1975

Wilson Simonal – A VIDA É SO PARA CANTAR 1977

Toni Tornado- Toni Tornado 1972

Casiano- Cuban Soul 18 kilates 1976

sábado, 29 de maio de 2010

Músicas, músicas, músicas

Corte quando eu mandar capinar. Samba do Mirere, samba do Mirere, samba do Mirere cajuê...
Esta Elza Soares é metonimica. Qual é, qual é. Tem excelentes profissionais, mas tem aquele metonimicos, por isso não humanos!!! Pelé não jogou futebol Pelé é o Futebol. Elza não interpreta ela é a própria Música. Ponto. Assim, assim, assim. Elza é metonimica pois não é humana é música, tudo em Elza é suingado. Privilegiados nós que podemos ouvir Elza!!!! Desnecessário já que insignificante diante da arte de Elza a BBC ter considerado-a a voz do século.
*****

Ja que suinguei pela enésima vez, aqui neste blog, MPB - Música Preta Brasileira, sempre que ouço novamente me emociono mais uma vez. Disco essencial, se tivesse só produzido este disco Sandra de Sá já mereceria figurar entre as maiores. Mas ela produziu mais outros pertados. Viva o disco MPB. Suingue, balanço, suor, lagrimas, sangue, raça e amor.

Sou criolo preto brasileiro...bora lá para quadra, bora lá pro baile.

Hoje eu peguei pensando em Você. Te amo e não te amo (...) Te amo e nem sei como amo. Doi no coração (...) Te amo e não quero te amar.

Seus olhos /Ao invés de verdes / Deveriam ser vermelhos, incandescentes, Na mão, ao invés de uma rosa
Você deveria ter um tridente /Sua voz é tão suave/ Quando deveria ser mais arrogante /Vadiando na minha cabeça /Não me deixa um só instante /Mas eu vou lhe guardar / Com a força de uma camisa /Me despir do pavor (...)

Um grande disco de amor, de todos os tipos. Por que a sua voz fala tanto para mim, com você tudo fica melhor, se Você perceber (...) vai ser a minha vez de ser feliz. Em uma voz, em um balanço, com um suingue e acima de tudo uma verdade (como p.ex. quando Sandra chega ao choro em uma das interpretações) que torna algo que em outras circunstâncias seria vulgar em algo sublime.
*****

Menos suingue mas a mesma genialidade dos citados acima: Tom Zé -No JARDIM DA POLÍTICA -AO VIVO . Tom Zé é genialmente o maior cronista musical do Brasil. Título reforçado com a saída de Chico Buarque deste ramo. Neste disco, já de um tempo atrás mas sempore atual,  Tom Zé nos brinda com uma aula de filosofia, ciência política e sociologia aplicada ao caso brasileiro. Assim com Tom percorremos o universo do boia-fria, da hiper valorização da alienação da mercadoria em seu significante universal o dolar, passamos pelo marcha partido, pela classe operária e entendemos um pouco de um tal discurso a favor da liberdade. Bravo Tom que No Jardim da Política nos ajuda a entender um pouco da miséria da política nacional.

sábado, 6 de março de 2010

Musicais

Publicou meu amigo Daniel do Peramblogando a seguinte notícia:
"Foi com tristeza que recebi a notícia de que o Cordel do Fogo Encantado deixou de existir. Sem dúvida uma dos mais criativos grupos surgidos em nossa música nos últimos anos.(...) Conheci o Cordel em 2001, na primeira vez que fui à Pernambuco. Me lembro que vários colegas voltaram pra BH com cds do Cordel na bagagem. Me lembro também que no ônibus, durante o trajeto de volta alguém colocou o cd pra tocar. Ouvir "Chover" na estrada, com paisagens do sertão e um céu fechado realmente impressiona.
Uma pena. Sem dúvida uma grande perda. Ainda bem que os discos ficam pra contar a história. Que seus integrantes sejam felizes em outros projetos!"

Comentário meu postado lá no Peramblogando: Puxa que notícia triste e chata. Eu estava nesta mesma mitica viagem e realmente ouvir certas músicas com certas paisagens é algo inesqucivel e forte.
De todo modo dentro dos meus discos de sempre e dentro da lista elaborada com a ajuda do DANIEL dos melhores discos da decada passada o Cordel esta lá.

Vida que se segue
**************

Pena que não possamos dizer o mesmo sobre a passagem do grande Jhony Alf.
Jhony Alf nascido no Rio de Janeiro em 1929 recebeu de sua mãe doméstica e de seu pai cabo do exército falecido quando o pequeno Jhony tinha apenas 03 anos recebeu o nome de Alfredo José da Silva. Jhony começou nas artes do piano, NA QUAL FOI UM GIGANTE UM DOS MAIORES DE TODOS OS TEMPOS - aos 09 anos sobre a direção de uma amiga da patroa de sua mãe. Jhony negro, pobre brasileiro, genial como tantos outros dominou como pouco o velho e bom jazz norte-americano sua primeira paixão na juventude. Ainda praticamente adolescente participou de um grupo que tocava os grandes entre eles Poter e Gershwin. Nesta mesma época por influência da música se aproxima de uma classe média norte-americanizada do Rio, sendo aliás um aluno dedicado do Instituto Brasil -Estados Unidos, estuda também no excelente Dom PEDRO II. É este home culto e refinado que a partir dos anos 50 junto com outras feras como Tom, João Gilberto, Nora Ney, Maysa, e outro grande pianista Dick Farney  vão reinventar uma bossa nova para o samba. Para sermos mais justos, Rapaz de Bem de 1953 é uma verdadeira percussora do qu viria alguns anos depois ser denominado de Bossa Nova.
Ao longo dos anos 60,70 e início dos 80 compos verdadeiras obras primas do nosso cancioneiro. Além disso tocou com todo os grandes como Luís Bonfá, Sérgio Mendes, Luiz Carlos Vinhas entre muitos outros.
Genial, negro, educado,tímido, muito discreto e modesto não participava do coro dos contentes muito ao contrário. Um vanguardista segundo Menescal um homem a frente de seu tempo. Jhony realmente era assim  fez bossa antes da bossa, samba jazz antes do samba jazz, música homosexual nos anos 50, mudou-se para Sampa quando a patota bossanovista morava no Rio. Menos sol mais garoa. Pagou por toda a sua diferença. Disse certa vez "Posso dizer que fiz alguma coisa um pouco antes do resto do pessoal", outra vez afirmou "Sempre estive afastado da patota, porque sou muito desconfiado das pessoas. Os problemas que tive na vida me criaram dificuldade de relacionamento. Em meio de grupinho, nunca estava seguro." Para o
jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova". Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".
Descanse em Paz.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Disco para Sempre III



O Ano é 1972, o nome do disco é Transa, seu autor é um baiano tropicalista. Viva Caê. Na minha opinião o melhor disco de Caetano de todos os tempos. Como era comum na época, devido ao formato dos acetatos cada álbum não cabia mais do que 10 canções. No caso deste são 07 canções. Um pouco de história deste Lp fantastico.
Exilado em Londres desde 1969, Caetano Veloso obteve permissão para ficar um mês no Brasil em janeiro de 1971 para assistir à missa comemorativa dos 40 anos de casamento de seus pais. No Rio de Janeiro, o cantor foi interrogado por militares que pediram para que fizesse uma canção elogiando a rodovia Transamazônica - na época em construção. Caetano não aceitou a "proposta", mas de volta a Londres, gravou no final do ano o LP com o nome de "Transa", lançado em território brasileiro em janeiro de 1972, quando o cantor voltou definitivamente ao país.
Este disco, portanto, é um misto deste momento. Segundo vários amigos o exilio foi bastante doloroso para Caetano que as vezes entrava em verdadeiras crises existênciais. Este Lp é um pouco retrato desta época das 07 canções apenas duas em português: Triste Bahia, uma declaração de amor e saudades a Bahia. Trata-se na verdade de uma canção com cerca de 10 minutos que misturam trechos de vários sambas de roda, composições do próprio Caetano e mesmo de alguns trechos de literatura baiana. É lasciva, cortante, alegre e triste, emocionante, como cabe ao bom samba, com destaque para a parte final da música, a repetição massante como que representando a loucura do artista de um ponto cantado nos Terreiros Baianos "Bandeira Branca enfiado em pau forte. Trago no peito a estrela do Norte". A outra música em português é Mora na Filosofia do grande Monsueto: "Eu vou lhe dar a decisão. Botei na balança Voce não pesou. Botei na peneira e voce não passou. Mora na fiolosoia. Para que rimar amor e dor. Mora na filosofia. Para que rimar amor e dor. Se seu corpo ficasse marcado por lábios ou mãos carinhosas eu saberia a quantos voce pertencia. Nao vou me preocupar em vê seu caso não é de ver para crer. Tá na cara. Eu vou lhe dar a decisão."
MAS DEFINITIVAMENTE O QUE TORNA ESTE DISCO MAGISTRAL É A INTERPRETAÇÃO DE CAETANO, SOBERBA, MARAVILHOSA, MAIS CAETANEADA DO QUE NUCA. SOMA-SE A ISSO UMA COZINHA DE RESPEITO.
O disco nas palavras do mesmo, veja que Eu e Caetano concordamos (já que li esta entrevista depois de ter escrito as linhas acima):
Caetano declarou em uma entrevista ao Jornal do Brasil: "Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo"
"Foi Transa que que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartney. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Bob Marley e The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem o Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo".

"You Don't Know Me" (Caetano Veloso) – 3:49
"Nine Out of Ten" (Caetano Veloso) – 4:57
"Triste Bahia" (Gregório de Matos Guerra, Caetano Veloso) – 9:47
"It's a Long Way" (Caetano Veloso) – 6:07
"Mora na Filosofia" (Monsueto Menezes, Arnaldo Passos) – 6:16

"Neolithic Man" (Caetano Veloso) – 4:55
"Nostalgia (That's What Rock'n Roll Is All About)" (Caetano Veloso) – 1:22

domingo, 10 de janeiro de 2010

Disco para Sempre II


Para iniciar a série retornamos ao ano de 1973, ano em que surgiu uma maravilha da nossa música: trata-se de Pérola Negra de um jovem chamado Luiz Melodia, por sua vez filho de um grande sambista chamado Osvaldo Melodia. Pérola Negra marca a estreia em disco do genial Negro Gato Luiz Melodia. Trata-se de um grande álbum (ainda que pequeno na minutagem, como era comum naquela época, apenas 28 minutos) e 10 maravilhosas músicas. Poucas vezes um nome foi tão fiel ao conteúdo. Todas grandes Pérolas.


Para se ter ideia da qualidade deste disco das 10 músicas, 05 se tornaram rapidamente referência no repertório do cantor e compositor. São elas: "Estácio, Eu e Você", "Vale Quanto Pesa", "Estácio, Holy Estácio", "Pérola Negra" e "Magrelinha". O disco é tão especial que além das citadas acima temos ainda as maravilhosas Pra aquietar (que fica entre um samba-rock, meio regga, difícil de classificar mas adorável de se ouvir: "os novos velhos tempos de férias (...) machismo elegância paterna(...) a noite é a brincadeira do dia, o dia é a brincadeira do mar, e o mar é a brincadeira da vida " seguida sempre do refrão Praquietar) e Forró de Janeiro (que como indica o nome trata-se de um gostoso e safado xaxado de salão). Ou então Farrapo Humano (que balanço é esse!!!). Enfim um disco com 10 excelentes músicas.


Viva Pérola Negra, este disco é um luxo só nas letras e nas melodias, detalhe tal música já tinha sido sucesso no ano de 1972, na voz da Maravilhosa Gal que como sempre lançava os novos e bons compositores. Melodia voltaria ao disco em 1976 com outra obra prima Maracutaias Comtempôraneas. Mas isso é pra outro post.

Disco para Sempre

Aproveitando este período de férias, quando podemos saborear mais e mais a boa música para iniciar mais uma série especial. Desta vez não irei analisar ou mesmo resenhar um estlo musical, um período ou um artista. Optei por fazer diferente. Trata-se de uma Seção chamada Disco para Sempre. A idéia aqui é postar sempre disco que considero essenciais. Daquele tipo: "se for para ir a uma Ilha isolada estes iriam na bagagem". A idéia (sempre que possível) será apenas fazer uma pequena apresentação dos discos e nãp uma análise dos mesmos. A intenção é compartilhar afinal o que é bom deve ser dividido.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre Dalva e Herivelto Martins


Algumas palavras sobre à micro-série Dalva e Herivelto produzida e veiculada pela Rede Globo. Como é sabido no Brasil a memória social não é muito privilegiada e, neste caso a TV ocupa um espaço de formação dos mais importantes, ainda que não raras vezes este espaço seja muito mal utilizado. Tudo isso para dizer que como não poderia deixar de ser estamos diante do debate entre liberdade artística e verdade fatual. Debate inevitável, quando se trata de uma obra com base em biografia, ou como gostam de dizer os cineastas norte-americanos, baseados em fatos reais. Deste modo, como gosta de dizer lá no Peramblogando meu amigo Daniel, vamos esclarecer algumas liberdades poéticas de Maria Adelaide Amaral e sua equipe. Para tanto nos basearemos no respeitado e importante Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira (que é uma obra de reconhecimento acadêmico).

Desnecessário dizer que como toda grande obra da Venus Platinada no que se refere aos quesitos técnicos como maquiagem, figurino, reconstrução de época a série foi show. No que se refere à atuação em si dos atores, penso que qualquer coisa que diga, não ajudará muito, pois esta não é a minha praia. Particularmente não gosto de Adriana Esteves e ela acabou por me surpreender. Apesar de em geral, ter achado que mais uma vez ela confunde atuação com caras, bocas e trejeitos e não estar a altura de tamanha persona que era Dalva, em vários momentos ela conseguiu dar a dignidade necessária a personagem e seu grande drama de Sr uma mulher que “amou demais’ como diz a própria personagem no leito de morte. Mas para mim o grande destaque acabou sendo o chamado elenco de apoio, este sim brilhou sendo que por incrível que se pareça em uma série focada em dois personagens principais os melhores momentos foram protagonizados pelo elenco de apoio, com destaque para Fafi Siqueira (tai alguém que realmente poderia representar Derci Gonçalves) ou pelos atores (não sei os nomes que viveram Nilo Chagas (este contido como caberia ao seu personagem) e Grande Otelo sendo este praticamente uma consciência crítica da época. Ou então a personagem Margo vivida pela ótima atriz Leona Cavalli, entre outros. Quanto a Fábio Assunção fez o dever de casa. Passemos então análise do roteiro em si. Comecemos pela própria Dalva de Oliveira, segundo Cravo Albin e sua equipe:

“Filha mais velha de Mário de Oliveira e Alice do Espírito Santo. Além dela, os pais tiveram mais três meninas, Nair, Margarida e Lila e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança. Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas, tocava clarinete e costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas. Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.”

Assim sendo, Dalva de Oliveira como a série deixou entrever várias vezes teve uma origem bem pobre e simples. Ocorre também que Dalva era filha de uma migrante portuguesa pobre e de um pardo também pobre. Dalva é fruto desta mistura dizem os textos da época se tratar de uma bela mulher que combinava uma cor morena com olhos verdes. Penso que a série acabou por embranquecer demais a realidade. Algo que se tornou mais gritante na escolha do elenco para sua família. Isso porque Peri Ribeiro (cantor e dos bons) filho da cantora e de Herivelto não se trata de alguém fenotipicamente branco.

Sobre seu casamento vamos pouco falar visto se tratar do centro da trama e neste ponto buscou-se ser mais fiel. No entanto é necessário novamente chamar a atenção para algumas liberdades poéticas, ao que se sabe Dalva nunca teve relacionamento com um mexicano ou caribenho e sim um relacionamento que acabou sendo seu segundo casamento com o empresário argentino Tito Clement com que ela viveria por volta de 13 anos, entre 1950 e 1963. Depois de separar de Tito já mais próxima ao fim da vida como retratado na série teve um caso com um rapaz bastante jovem. Mas aqui ressalto e acho mérito de Maria Adelaide Amaral (diga se de passagem romancista das melhores além de uma excelente roteirista) mostrar como naquela época a mulher ainda apresentava uma fragilidade, que, diga-se de passagem (fazendo sociologia rasa e vulgar), era sociológica, no sentido de que a mulher era aquela que devia subserviência total ao marido. E no caso de Dalva tão relação torna-se emblemática pois ao mesmo tempo que busca recusar tal relação, Dalva necessitava quase que ontologicamente, digamos assim de um homem que lhe mostrasse o seu devido lugar de mulher (lugar este pré-determinado socialmente).

Do ponto de vista de sua carreira aqui temos um paradoxo, pois apesar da série apresentar vários números musicais, de novo, diga-se de passagem, de enorme bom gosto e acuidade técnica (isso serve para mostrar que podemos realizar por aqui grandes musicais), considero que esta parte a série ficou devendo ao enorme talento (reconhecer o talento de alguém não significa necessariamente ser um grande fã do estilo) de Dalva. Penso que a série ao focar a relação matrimonial-profissional acabou por denegar a carreira de Dalva no pós casamento. Assim para quem assistiu a série, - e toda essa crítica se refere ao incomodo que senti com tal atitude, - ficou parecendo que após o fim do seu casamento a carreira de Dalva fora uma grande decadência. Algo bastante doloroso, com a antiga Estrela Dalva, cantando em churrascarias e circos. Ora aqui temos dois problemas: o primeiro diz respeito a própria dinâmica das brigas entre Dalva e seu ex-esposo, o grande compositor Herivelto Martins. Herivelto nunca escondeu (como bem demonstrou a série) que sem ele Dalva definharia. E da forma que a série caminhou poder-se-ia concordar com ele pois ambos teriam definhado após a separação. Portanto a ausência da carreira da cantora após o casamento, como que confirma esta teoria do marido ressentido. E o segundo é um problema de ordem fatual.

Ao que consta a carreira de Dalva após a separação foi bastante prodigiosa. Lembremos que ela se separa de Herivelto entre 1947 e 1949 vindo a falecer somente em 1972. Voltemos a Cravo Albin para percebemos o quão vitoriosa foi a carreira da estrela após o fim de seu casamento (portanto reproduzirei somente o texto referente a esta época, deixando de lado seus sucessos da época que vivia com Herivelto) que entre outras coisas chegou ser eleita em um ano a Rainha do Rádio, além de grandes sucessos e ter se tornado uma cantora internacional. Pois somente de relance a micro série falou do fato de Dalva ter cantado nos festejos de coroação da Rainha Elizabeth II, mas foi mais do que isso Dalva gravou um disco na Inglaterra que é considerado por muitos como um prenuncio da invasão da MPB pelo mundo, o que ocorreria na geração seguinte a bossanovista. Dalva além disso também teve uma bela carreira na região platina. Tendo morado inclusive durante cerca de 6 anos na Argentina, na verdade morava meio ano lá e meio ano aqui, o que lhe tornou uma referência quando se fala de boleros e tangos.
Segundo Cravo Albin (reproduzo abaixo) ao contrário do que fez crer a série Dalva continuou gravando e muito, tendo gravado aliás grandes sucessos, por exemplo, Lencinho Branco ou o disco Praça Onze sucesso do ano de 1965. Efetivamente a artista não era mais a mesma, mas poderá o estilo de música, de cantar e mesmod e se viver de sua época a velha Bossa tinha se ido, mas longe de ser um fracasso Dalva continuava a gravar a seu modo e ser referenciada pela Nova Bossa, aliás, Tom Jobim iniciou sua carreira de musico tocando e arranjando para Dalva que também o gravou como gravou o jovem Chico Buarque. Por fim praticamente um ano antes de morrer voltou às multidões ao gravar de defender a belíssima Bandeira Branca.

"Uma das grandes estrelas dos anos 1940, 1950 e 1960, sendo considerada uma das mais importantes cantoras do Brasil. Dona de uma poderosa voz, cuja extensão ia do contralto ao soprano, marcou época como intérprete. (...)o samba "Tudo acabado", de J. Piedade e Osvaldo Martins não estourasse, ele se demitiria. O samba, de fato, foi um grande sucesso na voz dela, inaugurando uma duradoura batalha musical com Herivelto Martins, com os dois usando a música para se acusarem mutuamente pelo fracasso do casamento. Nessa polêmica musical destacaram-se, ainda o bolero "Que será", de Marino Pinto e Mário Rossi e o samba "Errei sim", de Ataulfo Alves, ambas gravadas em 1950 e que se constituiram em grandes sucessos. Ainda nesse ano, fez sucesso com o samba-canção "Ave Maria", de Vicente Paiva e Jaime Redondo, com acompanhamento de Osvaldo Borba e sua orquestra. Ainda na década de 1950 atuou nos filmes "Maria da praia", de Paulo Wanderley; "Milagre de amor" e "Tudo azul", ambos de Moacir Fenelon.
Em 1951, novamente com acompanhamento da orquestra de Osvaldo Borba, gravou os sambas "Rio de Janeiro", de Ary Barroso e "Calúnia", de Marino Pinto e Paulo Soledade. Nesse ano, fez sucesso com a marcha "Zum-zum", de Paulo Soledade e Fernando Lobo e com o samba "Palhaço", de Osvaldo Martins, Washington e Nelson Cavaquinho, que aparece no selo do disco apenas como Nelson. Nessa época, fez várias excursões ao exterior, apresentando-se no Uruguai, Argentina, Chile e na Inglaterra. Em Londres, cantou na festa de coroação da Rainha Elizabeth II, no Hotel Savoy, acompanhada pelo maestro Robert Inglis. No ano seguinte, esse repertório foi gravado em Londres, nos estúdios da Parlophone, com o maestro Inglis e sua orquestra. O nome de Inglis foi aportuguesado para Inglês, a fim de facilitar sua comercialização no Brasil. No elepê, eles recriaram clássicos brasileiros como: "Tico-tico no fubá", "Aquarela do Brasil", "Bem-te-vi atrevido" e "Na Baixa do Sapateiro", além de vários outros sucessos.Em 1952, fez sucesso com a marcha "Estrela do mar", de Marino Pinto e Paulo Soledade e gravou também o samba "Vai na paz de Deus", de Ataulfo Alves e Antônio Domingues e a marcha-rancho "Mulher", e Marino Pinto e Paulo Soledade. Ainda nesse ano, lançou novos sucessos, "Kalu", um baião de Humberto Teixeira e "Fim de comédia", samba de Ataulfo Alves e foi eleita Rainha do Rádio, além de excursionar pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires. Foi nessa ocasião que conheceu o empresário Tito Clemente, seu futuro marido. Em 1955, gravou sem muito sucesso os sambas-canção "Eterna saudade", de Genival Melo e Luiz Dantas e "Não pode ser", de Marino Pinto e Mário Rossi; o tango "Fumando espero", de Villadomat e Garson, com versão de Eugênio Paes; a valsa "Quinze primaveras", de Solovera e Ghiaroni; a marcha "Carnaval, carnaval", de Kléscius Caldas e Armando Cavalcânti e o samba "Foi bom", de Marino Pinto e Haroldo Lobo.
No ano seguinte, lançou os sambas-canção "Teu castigo", dos ainda iniciantes Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça e "Neste mesmo lugar", da já então consagrada dupla Kléscius Caldas e Armando Cavalcanti. Nesse mesmo ano, gravou os tangos "Lencinho querido", de Filiberto, Peña Losa e Maugéri Neto e "Confesion", de Discepolo e Amadori, com versão de Lourival Faissal, reforçando sua imagem de cantora de músicas românticas, especialmente o tango, gênero em que se saiu excepcionalmente bem. Em 1957, gravou com acompanhamento de Léo Perachi e sua orquestra o bolero "Nada", de Marino Pinto e David Raw e o samba-canção "Prece de amor", de René Bittencourt. Nesse ano, fez sucesso com o samba-canção "Há um deus", de Lupicínio Rodrigues com orquestração e piano de Antônio Carlos Jobim e acompanhamento de sua orquestra. Gravou na mesma época o samba "Eu errei, confesso", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti que de certa forma retomava as querelas de sua separação de Herivelto Martins. Do então marido Tito Clement gravou o samba-canção "Intriga", parceria com o sambista Sinval Silva e a toada "Sonho de pobre".
Em 1958, gravou do filho Pery Ribeiro o samba-canção "Não devo insistir", parceria com Dora Lopes. Nesse ano, lançou o LP "Dalva de Oliveira", no qual interpretou músicas de dos mais diferenciados compositores, incluindo "Copacabana beach", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti; "Não tem mais fim", de Hervê Cordovil e Renné Cordovil; "Folha caída", de Humberto Teixeira; "Intriga", de Sinval Silva e Tito Clement e "Testamento", de Dias da Cruz e Cyro Monteiro. No ano seguinte, gravou dois discos destinados às festividades do Dia das mães, as valsas "Minha mãe, minha estrela", de Rubem Gomes e Luiz Dantas e em dueto com Anísio Silva, "Amor de mãe", de Raul Sampaio e "Minha mãe", de Lindolfo Gaya sobre poema de Casemiro de Abreu. Gravou no mesmo ano a canção "Velhos tempos", do iniciante compositor Carlinhos Lyra, parceria com Marino Pinto. Lançou também o LP "Dalva de Oliveira canta boleros", com canções como "Lembra", de Tito Clement; "Sábias palavras", de Mário Rossi e Marino Pinto; "Vida da minha vida", de Antônio Almeida e "Finalmente", de Marino Pinto e Jota Pereira.
Em seguida, gravou as músicas "Quando ele passa", Oswaldo Teixeira, "Enquanto eu souber", de Esdras Silva e Ribamar; "Dorme", de Ricardo Galeno e Pernambuco e "Meu Rio", de Tito Clement, entre outras, incluídas no LP "Em tudo você", lançado pela Odeon em 1960. No ano seguinte, lançou outro LP apenas com tangos, entre os quais, "El dia em que me quieras", de Ghiaroni, Le Pera e Carlos Gardel e "Fumando espero", de Eugênio Paes, Garzô e Villadomat. Lançou também outro LP, com apenas seu nome como título, e que incluiu seus grandes sucessos "Ave Maria no morro", de Herivelto Martins, "Segredo", de Marino Pinto e Herivelto Martins, "Estrela do mar", de Marino Pinto e Paulo Soledade e "Que será", de Mário Rossi e Marino Pinto.
Em 1962, gravou os boleros "Nem Deus, nem ninguém", de Roberto Faissal e "Sabor a mim", de Alvaro Carrillo e versão de Nazareno de Brito. Também nesse ano, gravou no pequeno selo Orion os sambas-canção "Arco-íris", de Marino Pinto e Paulo Soledade e "Amor próprio", de Marino Pinto e Carlos Washington. Gravou também o LP "O encantamento do bolero" do qual fazem parte "Minha oração", uma versão de Cauby de Brito; "Nem Deus nem ninguém", de Roberto Faissal; "Tu me acstumaste", de F. Domingues e "E a vida continua", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Em meados dos anos 1950, fixou residência em Buenos Aires, só retornando em 1963, mas onde gravaria, com sucesso, alguns tangos, logo editados no Brasil, entre os quais "Lencinho Branco", que foi muitíssimo executado, sendo um campeão de venda de discos. A cantora vinha sempre ao Rio de Janeiro, para temporadas artísticas em rádios e teatros. No ano de seu regresso ao Brasil, lançou o LP "Tangos volume II", e que trazia tangos como "Estou enamorada", de José Marquez e Oscar Zito, com versão de Romeu Nunes e "Vida minha", com versão de Cauby Peixoto.

Em 1965, lançou o LP "Rancho da Praça Onze", cuja música título, de Chico Anysio e João Roberto Kelly foi um dos destaques do ano. No mesmo disco estavam "Hino ao amor", versão da música de Edith Piaf; "Junto de mim", de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu, "Fracasso", de Fernando César e Nazareno de Brito e "Ser carioca", de Fernando César. Dois nos depois lançou o LP "A cantora do Brasil"que marcou seu retorno ao disco após o afastamento provocado pelo acidente. Nesse disco, gravou a marcha "Máscara negra", de Pereira Matos e Zé Kéti, um dos maiores sucessos de sua carreira e que foi uma das mais executadas no carnaval daquele ano, tendo conquistado o 1º lugar no concurso de músicas para o carnaval criado naquele ano pelo MIS do Rio. (...)Lançou em 1970 aquele que acabaria sendo seu último LP e cuja música título, de autoria de Laércio Alves e Max Nunes, constituiu-se em enorme sucesso, "Bandeira branca", um marco em sua carreira.”

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A década se foi II

Alguns posts abaixo, elaborei com base na memória uma lista de fatos marcantes na última década. Lembro que afirmei sobre meus problemas de memória que acabariam me traindo. De todo modo, o Daniel do ótimo Peramblogando em seu comentário deixou a lista de discos dele da década. Sem dúvida ótimas pedidas, visto que o cara, alémd e umgrande ouvinte de música também é um especialista no assunto.


Portanto procederei da seguinte forma. Abaixo reproduzo a lista dele com os comentários sucintos a respeito dos discos. Depois reproduzo novamente a minha lista, para no fim acrescer algumas das sugestões do Daniel que haviam me fugido da memória e um outro disco muito bom que esqueci não sei como de colocar na lista.


"This Is It" - Strokes - Disco de rock competente.

"Back to Black" - Amy Winehouse - Grande intérprete, grandes músicas, grande disco.

"Cordel do Fogo Encantado" - Cordel do Fogo Encantado - Instigante e Inovador.

"Sujeito Homem 2" - Rappin Hood - Puta disco de rap.

"White Blood Cells" - The White Stripes - Mostrou o que uma guitarra e uma bateria podem fazer".

Audioslave" - Audioslave - Somam-se o talento de Cornell e os ex-Rage Against.

"Plastic Fang" - Jons Spencer Blues Explosion - Quando o blues realmente explode!

"Songs for the Deaf" - Queens of the Stone Age - Disco de rock competente e diferenciado.

"Get Born" - Jet - Disco de rock competente e simples.

"On and On" - Jack Johnson - Pra ouvir na praia, na chuva, na fazenda...

"Catching Tales" - Jamie Cullum - O jazz de tênis e calça jeans

"Futura" - Nação Zumbi - O derradeiro regresso do mangue beat

"Móveis Coloniais de Acaju" - Móveis Coloniais de Acaju - Inovador e divertido

"Live at the Apollo" - Ben Harper - O cara canta muito. Esse disco no Apollo é antológico.

"Franz Ferdinand" - Franz Ferdinand - O rock pode ser divertido.

"A Rush Of Blood To The Head" - Coldplay - Disco de rock sério e competente.

"Homem-Espuma" - Mombojó - Inovador

"Monkey Business" - Black Eyed Peas - Músicas pra tocar no rádio e nisso Will.I.Am e cia são perfeitos

"Encanteria" - Maria Bethânia - Lindo.

"Essa Boneca tem Manual" - Vanessa da Mata - Extremamente divertido.

"Iê Iê Iê" - Arnaldo Antunes - Disco de rock competente e ousado ao revisitar o iê Iê iê

"Tribalistas" - Tribalistas - Bela junção de Marisa, Carlinhos e Arnaldo. Pena que tocou demais... cansou. Mas é um ótimo disco.

"Them Crooked Vultures" - Them Crooked Vultures - Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters) + Josh Homme (Queens of the Stone Age) + John Paul Jones (Led Zeppelin) = Rock de primeira linha.

"Contraband" - Velvet Revolver - Mesma linha do Audioslave. Scott Weiland (Stone Temple Pilots) + Ex-Guns"

Acústico MTV" - Paulinho da Viola - O samba em estado de arte

"Acústico MTV" - Zeca Pagodinho - O pagode em estado puro

"Radiola" - Skank - Disco de pop-rock competente e atual

"MTV ao Vivo" - Planet Hemp - Foda. Sem mais...

"A Procura da Batida Perfeita" - Marcelo D2 - Se não encontrou a batida perfeita, chegou perto

"Samba Esporte Fino" - Seu Jorge - Junto com o Nogueira, um dos grandes responsáveis pelo resgate do samba.

"Monobloco" - Monobloco - Toda a aura dos carnavais de blocos

"Vagabundo" - Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede - Os opostos realmente se atraem


Alguns podem nunca figurar entre listas de melhores, mas sem dúvida, cada qual ao seu modo, trouxeram oxigênio pra música de maneira geral.


Minha lista:

Discos
- Vou começar com dois discos da década anterior, mas como foram lançados em 1999, boa parte destes discos foram sucessos em 2000 e 2001.
Californication do Red Hot Chilli Pepers e
There's Nothing Left to Lose do Foo Fighters
- Qualque um da Cássia Eller lançado nesta década e, olha que estão abaixo, dos discos dela da década de 90. Destaque para Acustico MTV de 2001 e 10 de Dezembro de 2002, ainda não ouvi o disco que é resultado da grvação ao vivo do show no Rock in Rio, de 2006 mas como vi aquela apresentação, o disco deve ser ótimo.
- Maria Bethania. PAUSA. Da minha paixão por Bethania é publica e sabida aqui no Blog. Mas como disse Nelson Motta, será ela uma ENTIDADE, Maria Bethania não tem altos e baixos em cerca de 45 anos de carreira só teve altos. Cada disco é um acontecimento. Portanto Ave Maria Bethania que nessa década nos brindou com 03 obras fantásticas. Brasileirinho de 2005, disco que inaugurou o selo da autora. Sobre este disco só posso dizer. Obrigado. Santeria de 2009, belissímo. Maricotinha lindíssimo e olha que deixei de fora Mar de Sophia, Ao Vivo com Omara Portuondo entre outras obras impares.
- Sandra de Sá e seu wonderful MPB, Música Preta Brasileira. Eta disco maravilhoso, ao mesmo tempo dançante e emocionante. Como a boa tradição Soul, este disco apesar de ser para dançamos, a dança aqui é libertadora, por isso também é um disco para se emocionar, como alías se emociona sempre Sandra em algumas canções (chega as lagrimas).
- Joss Stone, todos. Se bem que gosto demais do primeiro disco, The Soul Sessions de 2003 da maior cantora negra-branca, ou seria, da maior cantora branca-negra do mundo. Os criticos adoram seu terceiro disco, Introducing Joss Stone 2007, que também é o favorito da própria cantora. Acho belo como os demais da cantora mas fico com o primeiro. Uma grande obra.
- Gilberto Gil Viva São João (2001), simplesmesnte lindo e emocionante. Principalmente para quem tem algumas raízes no sertão.
-Marienne de Castro e seu maravilhoso disco de estréia Abre Caminho. Taí uma grande sambista e grande cantora. Para saber mais veja aqui no próprio Blog uma pesudo-critica (já que não sou especialista) bastante grande da cantora e deste disco.
Elza Soares
Do Cóccix Até O Pescoço (2002) falar o que desta mulher, que foi considerada pelo BBC de Londres como uma das vozes do século passado. Neste disco entre outras coisas ela faz uma versão definitiva de Haiti entre outros eptardos em sua voz unica.
- Dona Jandira e seus disco de 2007 com mesmo nome. Falar o que sobre essa voz espetacular. Fico com o sambista Dudu Nicácio é a nossa Janis Joplin. D. Jandira uma mulher negra de 71 anos e que gravou pela primeira vez com 69 anos, consegue canbtar samba com verve de blues e blues com o balanceio do samba. Desde Elza Soares não via tamanha voz.
Aline Calixto, essa mineira premiada e super respeitada no meio do samba, seu primeiro disco, Aline Calixto de 2009 é um belo exemplo de que o samba (tal como prova Marienne de Castro) continua a ser o grande ritmo brasileiro.
- Los Hermanos e Seu Bloco do Eu Sozinho (senão me engano de 20010 foi a prova de que o pop-rock comercial teve alguns poucos momentos de lucidez e bom gosto. Este é um discasso. Que em certos momentos me lembrou os melhores momentos de Cazuza e Renato Russo.
- N.U.C e sua Resistência (2004), com esse disco os Negros da Unidade Consciente do Alto Vera Cruz mostrou que o Hip-Hop combina perfeitamente com bom gosto. Neste disco temos o melhor que o hip-hop brasileiro produziu, ou seja, uma música de protesto, de denuncia social, de análise político-social mas ao mesmo tempo com pitadas da cultura negra genuinamente brasileira. Assim neste disco o hip-hop é também cantiga de Roda com a participação das Maravilhosas Meninas de Sinhá (um grupo de senhoras moradoras do Alto vera Cruz/Taquaril). "No Alto Vera Cruz tem um Furacão que estremece o chão, que estremece o chão!!!!"
- Renegado e seu grande disco Do Oiapoque a Nova York, este disco do antigo vocalista do N.U.C Flávio Renegado é uma bela biografia do músico, de sua vida e de sua arte, no entanto, mais do que um relato pessoal, sua história mimetiza a história de milhares de outros jovens, pobres, pretos, da periferia, filho de mães solteiras e etc. é isso ai, para n´so que conhecemos a galera do Alto Vera Cruz/Taquaril o Flávio chegou lá da rua Oiapoque até fazer show em Nova York, com direito a escalas em Cuba, mas acima de tudo e, por isso mesmo, um grande artista acima de tudo o filho da D. Regina do Morro do Taquaril.
- Menção Honrosas para Diogo Nogueira Tô Fazendo a Minha Parte (2009), Adriana Calcanhoto Adriana PartiPam (2004) como é bom ser criança inteligente, não fica devendo nada aos maravilhosos discos infantis de Toquinho, Vinicius, Chico Buarque e Raul Seixas. Beth Carvalho e seus Beth Carvalho - 40 ANos de Carreira - Ao Vivo no Theatro Municipal Vol 1 e 2. (2006) e Beth Carvalho canta o Samba da Bahia (2008).


Volto eu acrescendo a lista acima algumas das sugestões do Daniel e um grande disco que havia esquecido:

"Back to Black" - Amy Winehouse - Grande intérprete, grandes músicas, grande disco. Concordo em grau, genero e número. Eta lapso da memória...

"Cordel do Fogo Encantado" - Cordel do Fogo Encantado - Instigante e Inovador. Idem. Cordel sempre é muito bom, ainda que este disco em si não me lembro de ter ouvido. Vou correr atrás.

"Plastic Fang" - Jons Spencer Blues Explosion - Quando o blues realmente explode! Opa excelente pedido.

"Live at the Apollo" - Ben Harper - O cara canta muito. Esse disco no Apollo é antológico. Taí outro esquecimento imperdoavel.

"Encanteria" - Maria Bethânia - Lindo. Este estava na minha lista. Só para reforçar é Ela!!!!

"Acústico MTV" - Paulinho da Viola - O samba em estado de arte"

Acústico MTV" - Zeca Pagodinho - O pagode em estado puro. Pensei em colocar ambos na minha lista inicial. Na verdade declinei um pouco por ser um projeto que acho que se perdeu e talvez sei lá pq...mas já que esta na lista do Daniel vem para cá também.

"MTV ao Vivo" - Planet Hemp - Foda. Sem mais... Não conheço. Mas é Planet. Sou muito, muito fã do Planet. Imagino que seja as grandes músicas no palco. Não conheço vou correr atrás mas esta aqui pois a reunição de Black ALien, D2, B'Negão...se for esta a turma é antólogica.

Hypnotic Brass Esemble com dois grandes discos. O meu preferido Ao Vivo Higthline Ballroom NYC 10/29/2007. Hipnótico e maravilhoso. A onde o Jazz se encontra com Hip-hop. Disco maravilhoso na linha do melhor Jazz, Blues e R&B. E um outro disco de 2005 o Hypnotc Green. Disco de estúdio. Aliás as capas valem muito.
TV
Deixei também de falr no quesito televisão sobre uma oujtra série noete-americana estupenda, Californication. Maravilha. Porrada, Sexo, Sexo, Rock, Dorgas, drogas, sexo,sex,sexo e um texto maravilhoso, aliás o personagem principal é um escritor.
Onde mais Você pode ouvir a frase: " O Sr. comeu minha mãe." "Eu gosto de choraar depois de gozar". "Meu Pau sem teto precisa buscar um abrigo, não importa qual abrigo feminino" e tudo isso sem ser grosseiro e vulgar muito ao contrário.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cassia Eller

Hoje faz 08 anos sem Cassia Eller. Pois é 08 anos sem a maravilhosa voz grave e o ecletismo musical de Cassia Eller. De Cassia como muitos dizem, também guardo a memória de um Show inesquecivel no Mineirão, coisa tipo de festival, mas que ela transformou como sempre em um recital (o piro deste show é que foi senão me engano o último em BH cidade de seu grande amor, foi em um mês de outubro, portanto, ceca de dois meses antes de se tornar estrela definitiva) e olha que a danada me sobe ao palco com a Camisa do Galo. Mas ela podia afinal nada como paixões verdadeiras. Corta a cena, 29 de dezembro, me lembro como se fosse hoje, um sábado de tarde e aquela notícia inacreditável Cassia aos 39 anos havia falecido. Para falar a verdade durante alguns anos não acreditei muito nesta informação. Sinceramente taí que eu me lembre a única pessoa que não conhecia intimamente que me fez ficar mal. Nem Renato Russo tinha conseguido me abalar. Mas a morte de Cassia foi um duro golpe. Lembro inclusive da reação da minha mãe tentando me consolar. Enfim, este post aqui é somente porque uma artista como Cassia deve ser lembrada sempre. Pois ela ao lado de Bethania, Elza, Clara, Elis, estão entre as maiores.
Desnecessário dizer que certa vez Renato Russo, muito cioso de suas canções disse algo do tipo, não gosto de corvers ou versões das minhas canções, a única excessão é Cassia que as executam melhor do que eu. É isso Cassia tal qual Bethania minha outra grande paixão, foi acima de tudo uma interprete fabulosa. E como interpretava, em francês imolou a própria Edith Piaf, em inglês fez para mim a melhor versão que já vi do Nirvana, melhor do que os próprios - SE VOCÊS ACHAM QUE SOU LOUCO, APÓS ESCREVER ISSO RESOLVI PESQUISAR SOBRE O TEMA E EIS QUE: DAVE GROHL, ELE MESMO O GENIAL EX-NIRVANA E FOO FIGTHERS DECLAROU Á IMPRENSA NA ÉPOCA DO ROCK IN RIO III QUE CÁSSIA ELLER E SUA BANDA FIZERAM A MELHOR INTERPRETAÇÃO QUE ELE CONHECERA ATÉ ENTÃO DA MÚSICA SMELLS LIKE TEEN SPIRIT DE SUA AUTORIA COM KURT COBAIN E KRIST NOVOSELIC - ou versões definitivas de Beatles e Rolling Stones (neste caso ousou em uma versão semi-dançante e semi- operistica), mas Cassia era mais e deste modo cantou samba como poucos, neste genêro aliás resgatou o grande sambista baiano Riachão. Mas também resignificou Chico sua grande paixão, Caetano, Gil, Wally Salomão, o baião, alguns clássicos da MPB. Cassia acima de tudo uma artista. Pois que de timida se transformava em uma entidade no palco. Cassia Forever.
Segundo a Wiki: Cassia iniciou a carreira em 1981 quando apresentava-se no teatro, também como cantora de um grupo de forró, fez parte (durante dois anos) do primeiro trio-elétrico de Brasília, denominado Massa Real, trabalhou na Capital Nacional cantando e tocando em vários bares - um deles era o Bom Demais.
Sua versatilidade artística era ainda mais abrangente: cantou ópera, tocou surdo em um grupo de samba. Contudo, apenas em 1989 sua carreira decolou. Cássia, ajudada por um tio seu, gravou uma fita demo com a música "Por enquanto" da autoria de Renato Russo. Este mesmo tio levou a fita à PolyGram, resultando na contratação de Cássia pela gravadora e sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado "Baobab".
Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomendada, singulares, personalizadas.
Outra característica importante é o fato de ela ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três canções das que gravou: "Lullaby" (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco chamado
Cássia Eller (1990 - LP / vendagem: 60.000 cópias, devida ao sucesso da faixa "Por Enquanto" de Renato Russo), "Eles" (dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e "O Marginal" (autoria dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos) no segundo disco intitulado O Marginal (1992).

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Paz e Amor

Paz, Amor, Sexo, Drogas e Rock'n roll. O sonho continua ?
Em 14 de agosto de 1968, estradas lotadas, uma verdadeira multidão de jovens (cerca de 500.000) marcham para a Fazenda Bethel no interior do estado de New York. Woodstock se pretendeu uma celebração do modo de vida hippie da contracultura em um dos momentos mais conturbados e criativos do século passado os miticos fins dos anos sessenta. Faça Amor e não Guerra era o slogan para alguns dessa época, para outros seria faça a guerra para semear o amor (caso de vários heroicos jovens qie ousaram lutas contra ferozes ditaduras militares ao redor do mundo).
O fato é que amanhã se inicia os festejos de 40 anos de Woodstock e estas rápidas linhas buscam celebrar o sonho e afirmar que ele continua. Afinal, por exemplo, se a ecologia é hoje a agenda do século XXI foram os hippie os primeiros a chamarem a atenção para esse feito.
The Who
Tommy's Holiday Camp

Good morning, Campers!
I'm your Brother Ernie,
And I welcome you to Tommy's Holiday Camp!
The camp with a difference,
never mind the weather,
When you come to Tommy's, the holiday's forever!
Welcome!Get your Tommy T-shirts, and your stickers,
And your Tommy mirrors to smash!
Don't rush, keep steady,
Have your money ready!
Buy your way to heaven,
That comes to one pound seven.
Bless your heart! (ka-ching!)Eyeshades and earplugs,
Keep in line,
I've got a huge supply!
Get your Tommy records,
You can really hear him talk!
Tommy pics and matches,half a knicker for the cork.
You lucky people!
The camp with a difference, never mind the weather,
When you come to Tommy's, the holiday's forever!
Um pouco de história e a programação de Woodstock
Segundo a Wiki:
Woodstock surgiu dos esforços de Michael Lang, John P. Roberts, Joel Rosenman e Artie Kornfeld. Roberts e Rosenman, que entrariam com as finanças, colocaram um anúncio sob o nome de Challenge International, Ltd., no New York Times e no Wall Street Journal ("Jovens com capital ilimitado buscam oportunidades de investimento legítimas e interessantes e propostas de negócios").Lang e Kornfeld responderam o anúncio, e os quatro reuniram-se inicialmente para discutir a criação de um estúdio de gravação em Woodstock, mas a idéia evoluiu para um festival de música e artes ao ar livre.[1]
Mesmo considerado um investimento arriscado, o projeto foi montado tendo em vista retorno financeiro. Os ingressos passaram a ser vendidos em lojas de disco e na área metropolitana de Nova York, ou via correio através de uma caixa postal. Custavam 18 dólares (aproximadamente 75 dólares em valores atuais), ou 24 dólares se adquiridos no dia.Aproximadamente 186,000 ingressos foram vendidos antecipadamente, e os organizadores estimaram um público de aproximadamente 200,000 pessoas. Não foi isso que aconteceu, no entanto. Mais de 500,000 pessoas compareceram, derrubando cercas e tornando o festival um evento gratuito.
Este influxo repentino provocou
congestionamentos imensos, bloqueando a Via Expressa do Estado de Nova York e eventualmente transformando Bethel em "área de calamidade pública". As instalações do festival não foram equipadas para providenciar saneamento ou primeiros-socorros para tal multidão, e centenas de pessoas se viram tendo que lutar contra mau tempo, racionamento de comida e condições mínimas de higiene.
Embora o festival tenha sido reconhecidamente pacífico, dado o número de pessoas e as condições envolvidas, houve duas fatalidades registradas: a primeira resultado de uma provável overdose de
heroína, e a outra após um atropelamento de trator. Houve também dois partos registrados (um dentro de um carro preso no congestionamento e outro em um helicóptero), e quatro abortos.
Ainda assim, em sintonia com as esperanças idealísticas dos anos 60, Woodstock satisfez a maioria das pessoas que compareceram. Mesmo contando com uma qualidade musical excepcional, o destaque do festival foi mesmo o retrato comportamental exibido pela harmonia social e a atitude de seu imenso público.
Sexta-feira, 15 de agosto
O 1º dia de festival
O festival abriu oficialmente às 17 horas com Richie Havens. Este dia apresentou sets mais leves, trazendo a maior parte dos artistas folks que participaram.
Richie Havens
High Flyin' Bird
I Can't Make It Any More
With a Little Help from My Friends
Strawberry Fields Forever
Hey Jude
I Had A Woman
Handsome Johnny
Freedom/Sometimes I Feel Like a Motherless Child

Swami Satchidananda (deu a invocação para o festival)

Country Joe McDonald (tocou separado da sua banda, The Fish)
I Find Myself Missing You
Rockin All Around The World
Flyin' High All Over the World
Seen A Rocket Flyin'
The "Fish" Cheer / I-Feel-Like-I'm-Fixin'-To-Die Rag

John Sebastian
How Have You Been
Rainbows Over Your Blues
I Had A Dream
Darlin' Be Home Soon
Younger Generation

Sweetwater
What's Wrong
Motherless Child
Look Out
For Pete's Sake
Day Song
Crystal Spider
Two Worlds
Why Oh Why

The Incredible String Band
Invocation
The Letter
This Moment
When You Find Out Who You Are

Bert Sommer
Jennifer
The Road To Travel
I Wondered Where You Be
She's Gone
Things Are Going my Way
And When It's Over
Jeanette
America
A Note That Read
Smile

Tim Hardin (com um repertório de uma hora)
If I Were A Carpenter
Misty Roses

Ravi Shankar (com um repertório de 5 músicas tocadas durante uma chuva)
Raga Puriya-Dhanashri/Gat In Sawarital
Tabla Solo In Jhaptal
Raga Manj Kmahaj
Iap Jor
Dhun In Kaharwa Tal

Melanie
Tuning My Guitar
Johnny Boy
Beautiful People

Arlo Guthrie (a ordem do repertório é incerta)
Coming Into Los Angeles
Walking Down the Line
Story about Moses and the Brownies
Amazing Grace (encerrou a apresentação)

Joan Baez (grávida de seis meses na época)
Story about how the Federal Marshals came to take David Harris into custody.
Joe Hill
Sweet Sir Galahad
Drugstore Truck Driving Man
Sweet Sunny South
Warm and Tender Love
Swing Low, Sweet Chariot
We Shall Overcome

Sábado, 16 de agosto
O dia abriu às 12:15 da tarde, e trouxe os principais artistas psicodélicos e de rock do festival.
Quill (repertório de quatro músicas, totalizando quarenta minutos)
They Live the Life
BBY
Waitin' For You
Jam

Keef Hartley Band
Spanish Fly
Believe In You
Rock Me Baby
Medley
Leavin' Trunk
Sinnin' For You

Santana
Waiting
You Just Don't Care
Savor
Jingo
Persuasion
Soul Sacrifice
Fried Neckbones

Country Joe McDonald (sem a banda The Fish)
The Fish Cheer

Canned Heat
A Change Is Gonna Come/Leaving This Town
Going Up The Country
Let's Work Together
Woodstock Boogie

Mountain (repertório de uma hora, incluindo a "Theme For An Imaginary Western", de Jack Bruce)
Blood of the Sun
Stormy Monday
Long Red
Who Am I But You And The Sun
Beside The Sea
For Yasgur's Farm (até então sem nome)
You and Me
Theme For An Imaginary Western
Waiting To Take You Away
Dreams of Milk and Honey
Blind Man
Blue Suede Shoes
Southbound Train

Janis Joplin (dois bis: Piece of "My Heart" e "Ball & Chain")
Raise Your Hand
As Good As You've Been To This World
To Love Somebody
Summertime
Try (Just A Little Bit Harder)
Kosmic Blues
Can't Turn you Loose
Work Me Lord
Piece of My Heart
Ball & Chain

Grateful Dead
St. Stephen
Mama Tried
Dark Star/High Time
Turn On Your Love Light
A apresentação do Grateful Dead foi atrapalhada por problemas técnicos, incluindo um pedaço do chão defeituoso e também dois dos integrantes da banda,
Jerry Garcia e Bob Weir, afirmaram levar choque toda hora que encostavam em suas guitarras. A performance do Grateful Dead não foi incluída no filme, mas, em um breve momento do filme, Jerry Garcia aparece segurando uma maconha, dizendo: "Maconha. Exibição A"

Creedence Clearwater Revival
Born on the Bayou
Green River
Ninety-Nine and a Half (Won't Do)
Commotion
Bootleg
Bad Moon Rising
Proud Mary
I Put A Spell On You
Night Time is the Right Time
Keep On Chooglin'
Suzy Q

Sly & the Family Stone
M’Lady
Sing A Simple Song
You Can Make It If You Try
Everyday People
Dance To The Music
I Want To Take You Higher
Love City
Stand!

The Who (começou às 4 da manhã, com um repertório que incluia a ópera rock Tommy)
Heaven and Hell
I Can't Explain
It's a Boy
1921
Amazing Journey
Sparks
Eyesight to the Blind
Christmas
Tommy Can You Hear Me?
Acid Queen
Pinball Wizard
Incidente com Abbie Hoffman
Do You Think It's Alright?
Fiddle About
There's a Doctor
Go to the Mirror
Smash the Mirror
I'm Free
Tommy's Holiday Camp
We're Not Gonna Take It
See Me, Feel Me
Summertime Blues
Shakin' All Over
My Generation
Naked Eye

Jefferson Airplane (começou às 6 horas da manhã, com um repertório de apenas 8 músicas. A vocalista Grace Slick saudou a platéia dizendo: "Ok, amigos, vocês já viram os grupos pesados; agora vocês verão música maníaca da manhã, acredite em mim, yeah. Isso é uma nova manhã... [...] Bom dia, pessoal!")
Volunteers
Somebody To Love
The Other Side of This Life
Plastic Fantastic Lover
Won't You Try/Saturday Afternoon
Eskimo Blue Day
Uncle Sam's Blues
White Rabbit

Domingo, 17 de agosto

Joe Cocker e Grease Band
O dia abriu às 14 horas com Joe Cocker. Os eventos deste dia acabariam atrasando a agenda do festival em nove horas, e no nascer do sol do dia seguinte o concerto ainda continuava, apesar da maioria do público já ter ido embora.
Joe Cocker
Dear Landlord
Something Comin' On
Do I Still Figure In Your Life
Feelin' Alright
Just Like A Woman
Let's Go Get Stoned
I Don't Need A Doctor
I Shall Be Released
With a Little Help from My Friends
Após o repertório de Joe Cocker, um temporal deu-se inicio interrompendo o festival por longas horas.

Country Joe and the Fish (continuou a apresentação às 18:00 horas)
Rock and Soul Music
Thing Called Love
Love Machine
The "Fish" Cheer/I-Feel-Like-I'm-Fixin'-To-Die Rag

Ten Years After
Good Morning Little Schoolgirl
I Can't Keep From Crying Sometimes
I May Be Wrong, But I Won't Be Wrong Always
Hear Me Calling
I'm Going Home

The Band
Chest Fever
Tears of Rage
We Can Talk
Don't You Tell Henry
Don't Do It
Ain't No More Cane
Long Black Veil
This Wheel's On Fire
I Shall Be Released
The Weight
Loving You Is Sweeter Than Ever

Blood, Sweat & Tears (abriu à meia-noite, com cinco músicas)
More and More
I Love You More Than You'll Ever Know
Spinning Wheel
I Stand Accused
Something Comin' On

Johnny Winter (trazendo Edgar Winter, seu irmão, em duas músicas)
Mama, Talk to Your Daughter
To Tell the Truth
Johnny B. Goode
Six Feet In the Ground
Leland Mississippi Blues/Rock Me Baby
Mean Mistreater
I Can't Stand It (com Edgar Winter)
Tobacco Road (com Edgar Winter)
Mean Town Blues

Crosby, Stills, Nash & Young (começou por volta das três da manhã com um set acústico e outro elétrico separado)
Set acústico
Suite: Judy Blue Eyes
Blackbird
Helplessly Hoping
Guinnevere
Marrakesh Express
4 + 20
Mr. Soul
Wonderin'
You Don't Have To Cry
Set elétrico
Pre-Road Downs
Long Time Gone
Bluebird
Sea of Madness
Wooden Ships
Find the Cost of Freedom
49 Bye-Byes

Paul Butterfield Blues Band
Everything's Gonna Be Alright
Driftin'
Born Under A Bad Sign
Morning Sunrise
Love March

Sha-Na-Na
Na Na Theme
Yakety Yak
Teen Angel
Jailhouse Rock
Wipe Out
Book of Love
Duke of Earl
At the Hop
Na Na Theme

Jimi Hendrix (após ser apresentado à platéia como "Jimi Hendrix Experience", Jimi, já em palco, corrigiu o nome do grupo para "Gypsy Sun and Rainbows")
O repertório de Hendrix consistia em 16 músicas
Message to Love
Hear My Train A Comin'
Spanish Castle Magic
Red House (Durante essa música, uma corda da guitarra de Hendrix estourou, mas ele continuou tocando com cinco cordas)
Mastermind (escrita e cantada por Larry Lee)
Lover Man

Foxy Lady
Jam Back At The House
Izabella
Fire
Gypsy Woman/Aware Of Love (Essas duas músicas escritas por
Curtis Mayfield foram cantadas por Larry Lee como um medley)
Voodoo Child (Slight Return)/Stepping Stone
The Star-Spangled Banner
Purple Haze
Woodstock Improvisation/Villanova Junction
Hey Joe