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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Israel de novo

Israel de novo. Há cerca de um ano e meio diante do brutal, horrorizante e inaceitável massacre de Israel ao povo Palestino, este blog, tornou-se mais um espaço da Intifada. Durante aquele período postamos, por aqui uma série de textos nossos, ou de terceiros, incluindo uma série de judeus notáveis a condenar o Estado de Israel. De novo Israel a violar os direitos humanos, os direitos básicos e direitos internacionais.
Para nãos ermos acusados de sermos anti-semitas, vamos a um trecho do editorial do jornal Haaretz de 31 de maio: “Um bando de imprudentes, irresponsáveis e pessoas sedentas pelo poder decidiu por uma ação que estava fadada a resultar em pessoas mortas e feridas. O que aconteceu foi um crime contra Israel. Nenhuma pessoa sensata em Israel ou no exterior vai comprar a coleção de mentiras e pretextos com os quais os responsáveis estão tentando justificar-se”.

Segundo o embaixador israelense no Brasil, portanto, a posição oficial do Estado de Sião: “a flotilha exercia “legítimas atividades humanitárias” mas que o grupo organizador “tem orientação antiocidental e radical e apoia redes islâmicas radicais como o Hamas e elementos da jihad global, como a Al Qaeda”. Desnecessário relembrar o trecho do editorial acima. Mais uma mentira. Uma certa direita radical israelense quer nos fazer tomar lebres por gatos. Ao contrario do que eles afirmam o Estado de Israel não se confunde com o judaísmo. É possível ser judeu e não compactuar com os desmandos de Israel. É possível e é necessário como faz os judeus conscientes criticar Israel e não ser anti-semita. Bem como outra mentira desta direita e querer confundir judaísmo com sionismo. Sionismo é na verdade o dogma desta corrente radical.
Pro fim não nos enganemos Israel só age da maneira que age pois tem, no dito popular, as costas quentes. A verdade que Israel só age desta maneira e encara radicalmente e com empáfia o resto do mundo pois tem garantias da Cãs Branca. Como bem lembrou um judeu norte-americano influente se os EUA são amigos verdadeiros de Israel ao invés de proteger essas insensatezes deveriam exigir de seu parceiro uma atitude verdadeira na busca pela Paz e pela existência de dois Estados. Veja que ironia, os Palestinos e mesmo os árabes e outros islâmicos (e aqui não falo de grupos terroristas) reconhecem e aceitam a existência de Israel, no entanto, Israel tão ocidental e culto se nega a aceitar a existência da Palestina.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

SOMOS TODOS GAZA III

Mais uma manifestação sensata pró PAZ e convivência pacífica entre Israel e Palestina:
Boca no Trombone - Contra a ilusão militarista
A operação de guerra de Israel contra a Faixa de Gazarealimenta a espiral de violência no Oriente Médio. São centenas demortos e feridos palestinos, muitos não-combatentes, atingidos porarmamento de última geração. A resposta do Hamas, com mísseisartesanais, matou e feriu israelenses, causando pequenos danosmateriais.
Desde a retirada de Israel da Faixa de Gaza, em 2005, aárea vem sendo submetida a uma asfixia quase permanente. Israelcontrola as fronteiras terrestre, marítima e aérea. Os palestinosdependem integralmente do fornecimento de água, eletricidade ecombustíveis israelenses (que determinam, também, os preços destesinsumos). A movimentação de pessoas e mercadorias é severamenterestringida, afetando duramente a economia local. O resultado é ocrescimento da pobreza, do desemprego, da desesperança, daradicalização. Gaza é um dos lugares com maior densidade populacionaldo planeta, tornando impossível um bombardeio “cirúrgico”, ou seja,que atinja apenas alvos militares.
Até recentemente, vigorou um cessar-fogo entre Israel e ogrupo Hamas (prova de que existe uma interlocução possível, desde quehaja vontade política). Seu fim trouxe de volta os mísseis Qassamsobre o sul de Israel. Todos os países têm o direito e a obrigação dedefender seus cidadãos. A pergunta que se faz é: a destruição maciçade vidas e bens palestinos protegerá os cidadãos de Israel ? AHistória mostra que não.
O apoio ao Hamas só tem aumentado com as ações militaresisraelenses. Cada vez que um prédio, uma rua, um carro, é bombardeadoem Gaza, a popularidade dos setores mais intransigentes do grupo sereforça. É uma ilusão perigosa imaginar que, quanto mais se espancaremos palestinos, mais dóceis eles ficarão. Conforme destacou ohistoriador Tom Segev, jamais uma operação militar terminou emprogresso na direção da paz com os palestinos. Por trás de tudo, umaequação sinistra: mais descrédito para o diálogo é igual a maisoxigênio para as bombas.
Na presente situação, defendemos as mesmas posiçõestornadas públicas inúmeras vezes:
* Não há solução militar para os conflitos entre israelenses e palestinos.
* O terrorismo de grupos ou estados é igualmente execrável. As leisinternacionais condenam com clareza ataques contra alvos civis.
* A criação de um Estado palestino laico e democrático, com fronteirasinternacionalmente reconhecidas e com todos os direitos e deveres dosEstados modernos, que viva em paz ao lado de Israel, é o caminhopossível para dissolver as tensões no Oriente Médio.
O momento exige um imediato cessar-fogo em Gaza, o fim dolançamento de mísseis contra Israel, o reinício emergencial da ajudahumanitária para os palestinos e a construção de mecanismosmultilaterais de negociação. Sem isso, a iniciativa continuará com osque apostam tudo na força das armas.
Diretoria da ASA - Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

SOMOS TODOS GAZA II

Mais um bravo Israelense que ousa ir contra o establishment político, econômico e cultural das elites israelitas. Veja abaixo a Carta Aberta de Uri Avnery(héroi de guerra israelense, ex-parlamentar e jornalista israelense- um dos hérois do momento de fundação do Estado de Israel). VIVA mais esse apelo por PAZ de um israelense(os grifos são meus). Depois desta carta é praticamwente impossível justificar Israel (daqui a pouco vou passear no também ótimo blof do Pedro Dória e ver se ele reagiu a esse texto e qual sua justificativa pró-sionista).
A dica foi do ótimo blog O Biscoito Fino, do professor Idelbar Avelar que só tem comodefeito ser cocoto em termos futebolísticos: http://www.idelberavelar.com/
Carta aberta de Uri Avnery a Barack Obama
As humildes sugestões que se seguem são baseadas nos meus 70 anos de experiência como combatente de trincheiras, soldado das forças especiais na guerra de 1948, editor-em-chefe de uma revista de notícias, membro do parlamento israelense e um dos fundadores do movimento pela paz:
1)No que se refere à paz israelense-árabe, o Sr. deve agir a partir do primeiro dia.
2)As eleições em Israel acontecerão em fevereiro de 2009. O Sr. pode ter um impacto indireto, mas importante e construtivo já no começo, anunciando sua determinação inequívoca de conseguir paz israelo-palestina, israelo-síria e israelo-pan-árabe em 2009.
3)Infelizmente, todos os seus predecessores desde 1967 jogaram duplamente. Apesar de que falaram sobre paz da boca para fora, e às vezes realizaram gestos de algum esforço pela paz, na prática eles apoiavam nosso governo em seu movimento contrário a esse esforço.
Particularmente, deram aprovação tácita à construção e ao crescimento dos assentamentos colonizadores de Israel nos territórios ocupados da Palestina e da Síria, cada um dos quais é uma mina subterrânea na estrada da paz.
4)Todos os assentamentos colonizadores são ilegais segundo a lei internacional. A distinção, às vezes feita, entre postos “ilegais” e os outros assentamentos colonizadores é pura propaganda feita para mascarar essa simples verdade.
5)Todos os assentamentos colonizadores desde 1967 foram construídos com o objetivo expresso de tornar um estado palestino – e portanto a paz – impossível, ao picotar em faixas o possível projetado Estado Palestino. Praticamente todos os departamentos de governo e o exército têm ajudado, aberta ou secretamente, a construir, consolidar e aumentar os assentamentos, como confirma o relatório preparado para o governo pela advogada Talia Sasson.
6)A estas alturas, o número de colonos na Cisjordânia já chegou a uns 250.000 (além dos 200.000 colonos da Grande Jerusalém, cujo estatuto é um pouco diferente). Eles estão politicamente isolados e são às vezes detestados pela maioria do público israelense, mas desfrutam de apoio significativo nos ministérios de governo e no exército.
7)Nenhum governo israelense ousaria confrontar a força material e política concentrada dos colonos. Esse confronto exigiria uma liderança muito forte e o apoio generoso do Presidente dos Estados Unidos para que tivesse qualquer chance de sucesso.
8)Na ausência de tudo isso, todas as “negociações de paz” são uma farsa. O governo israelense e seus apoiadores nos Estados Unidos já fizeram tudo o que é possível para impedir que as negociações com os palestinos ou com os sírios cheguem a qualquer conclusão, por causa do medo de enfrentar os colonos e seus apoiadores. As atuais negociações de “Annapolis” são tão vazias como as precedentes, com cada lado mantendo o fingimento por interesses politicos próprios.
9)A administração Clinton, e ainda mais a administração Bush, permitiram que o governo israelense mantivesse o fingimento. É, portanto, imperativo que se impeça que os membros dessas administrações desviem a política que terá o Sr. para o Oriente Médio na direção dos velhos canais.
10)É importante que o Sr. comece de novo e diga-o publicamente. Idéias desacreditadas e iniciativas falidas – como a “visão” de Bush, o “mapa do caminho”, Anápolis e coisas do tipo – devem ser lançadas à lata de lixo da história.
11)Para começar de novo, o alvo da política americana deve ser dito clara e sucintamente: atingir uma paz baseada numa solução biestatal dentro de um prazo de tempo (digamos, o fim de 2009).
12)Deve-se assinalar que este objetivo se baseia numa reavaliação do interesse nacional americano, de remover o veneno das relações muçulmano-americanas e árabe-americanas, fortalecer os regimes dedicados à paz, derrotar o terrorismo da Al-Qaeda, terminar as guerras do Iraque e do Afeganistão e atingir uma acomodação viável com o Irã.
13)Os termos da paz israelo-palestina são claros. Já foram cristalizados em milhares de horas de negociações, colóquios, encontros e conversas. São eles:
a) estabelecer-se-á um Estado da Palestina soberano e viável lado a lado com o Estado de Israel. b) A fronteira entre os dois estados se baseará na linha de armistício de 1967 (a “Linha verde”). Alterações não substanciais poderão ser feitas por concordância mútua numa troca de territórios em base 1: 1. c) Jerusalém Oriental, incluindo-se o Haram-al-Sharif (o “Monte do Templo”) e todos os bairros árabes servirão como Capital da Palestina. Jerusalém Ocidental, incluindo-se o Muro Ocidental e todos os bairros judeus, servirão como Capital de Israel. Uma autoridade municipal conjunta, baseada na igualdade, poderia se estabelecer por aceitação mútua, para administrar a cidade como uma unidade territorial. d) Todos os assentamentos colonizadores de Israel – exceto aqueles que possam ser anexados no marco de uma troca consensual – serão esvaziados (veja-se o 15 abaixo) e) Israel reconhecerá o princípio do direito de retorno dos refugiados. Uma Comissão Conjunta de Verdade e Reconciliação, composta por palestinos, israelesnses e historiadores internacionais estudará os fatos de 1948 e 1967 e determinará quem foi responsável por cada coisa. O refugiado, individualmente, terá a escolha de 1) repatriação para o Estado da Palestina; 2) permanência onde estiver agora, com compensação generosa; 3) retorno e reassentamento em Israel; 4) migração a outro país, com compensação generosa. O número de refugiados que retornarão ao território de Israel será fixado por acordo mútuo, entendendo-se que não se fará nada para materialmente alterar a composição demográfica da população de Israel. As polpuldas verbas necessárias para a implementação desta solução devem ser fornecidas pela comunidade internacional, no interesse da paz planetária. Isto economizaria muito do dinheiro gasto hoje militarmente e a partir de presentes dos EUA. f) A Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza constituirão uma unidade nacional. Um vínculo extra-territorial (estrada, trilho, túnel ou ponte) ligará a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. g) Israel e Síria assinarão um acordo de paz. Israel recuará até a linha de 1967 e todos os assentamentos colonizadores das Colinas de Golã serão desmantelados. A Síria interromperá todas as atividades anti-Israel, conduzidas direta ou vicariamente. Os dois lados estabelecerão relações normais. h) De acordo com a Iniciativa Saudita de Paz, todos os membros da Liga Árabe reconhecerão Israel, e terão com Israel relações normais. Poder-se-á considerar conversações sobre uma futura União do Oriente Médio, no modelo da União Européia, possivelmente incluindo a Turquia e o Irã.
14)A unidade palestina é essencial. A paz feita só com um naco da população de nada vale. Os Estados Unidos facilitarão a reconciliação palestina e a unificação das estruturas palestinas. Para isso, os EUA terminarão com o seu boicote ao Hamas (que ganhou as últimas eleições), começarão um diálogo político com o movimento e sugerirão que Israel faça o mesmo. Os EUA respeitarão quaisquer resultados de eleições palestinas.
15)O governo dos EUA ajudará o governo de Israel a enfrentar-se com o problema dos assentamentos colonizadores. A partir de agora, os colonos terão um ano para deixar os territórios ocupados e voluntariamente voltar em troca de compensação que lhes permitirá construir seus lares dentro de Israel. Depois disso, todos os assentamentos serão esvaziados, exceto aqueles em quaisquer áreas anexadas a Israel sob o acordo de paz.
16)Eu sugiro ao Sr., como Presidente dos Estados Unidos, que venha a Israel e se dirija ao povo israelense pessoalmente, não só no pódio do parlamento, mas também num comício de massas na Praça Rabin em Tel-Aviv. O Presidente Anwar Sadat, do Egito, veio a Israel em 1977 e, ao se dirigir ao povo de Israel diretamente, mudou em tudo a atitude deles em relação à paz com o Egito. No momento, a maioria dos israelenses se sente insegura, incerta e temerosa de qualquer iniciativa ousada de paz, em parte graças a uma desconfiança de qualquer coisa que venha do lado árabe. A intervenção do Sr., neste momento crítico, poderia, literalmente, fazer milagres, ao criar a base psicológica para a paz.
(esta é uma carta aberta escrita por Uri Avnery, 85 anos, ex-deputado do Knesset, soldado que ajudou a fundar Israel em 1948 e que há décadas milita pela paz. A tradução ao português é de Idelber Avelar.)