domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Direita Volver


 
Passaram-se cinqüenta dias de Governo Dilma e alguns sinais começam a transparecer. Sinais ruins para aqueles que pensam em um governo a esquerda. O Governo da Presidenta Dilma caminha a passos largos para uma solução ultra liberal de mercado. Digo ultra liberal, pois com o antigo presidente Lula já era liberal. Mas agora as coisas andam de mal a pior. Deve ser por isto que a dita inteligensia de esquerda, da qual duvido a intelegesia e mais ainda a esquerda anda tão calada, tão quieta, como aliás tornou-se tradição deste que a companheirada assumiu o poder. E deve ser por isto que a impressa golpista e de mercado anda tão feliz com a presidente.

Dilma governa a direita e com a direita principalmente nos temas econômicos. Vejamos no auge da ultima crise econômica os liberais defendiam lá fora e aqui dentro eram seguidos pelos tucanos e os colunistas e economistas a serviço do tucanato a teoria do “apertar os cintos”. Lula e Mantega não apertaram os cintos. Ao contrário levaram o Brasil a um crescimento significativo e evitaram o desastre. Agora vem o governo da Presidenta Dilma e segue caminho diametralmente oposto corte de despesas estatais, alta de juros, aumento moderado do salário mínimo. Ou seja, novamente paga-se o preço os trabalhadores, as classes mais baixas e lucra-se como nunca os bancos, os agiotas dos juros e os defensores do Estado Mínimo e das desigualdades máximas. Lembremos que na época de FHC era assim corte de verbas e gastos somados de corte de verbas e gastos, só não se cortava obviamente a taxa exorbitante de juros que faziam tão felizes a companheirada tucana. Foi desta maneira que sucateamos nossa indústria nacional e agora estamos sobre este risco novamente, juros altos significa lucro para o setor não produtivo, punição ao setor produtivo, aumento da entrada de capital especulativo e, portanto, valorização do real o que prejudica as exportações e facilita importações, enfim problemas a vista. É PREOCUPANTE, principalmente quando lembramos da centralidade de Palocci neste governo. Mas não é só na economia, em outros setores começa a ASSUSTAR o conservadorismo deste governo como, por exemplo, nas relações exteriores, ora É INACEITÁVEL QUE ESTE GOVERNO CAIA NA ESPARRELA DA GRANDE IMPRENSA, de que a política externa do Governo Lula era ideológica, TODOS, REPITO TODOS OS ÓRGÃOS SÉRIOS, INCLUINDO OS NORTE-AMERICANOS RECONHECERAM (ALGUNS LEGITIMAMENTE QUEREM COMBATER – O QUE SÓ LEGITIMA O SUCESSO DA POLÍTICA) A IMPORTÂNCIA ASSUMIDA PELO BRASIL NAS RELAÇÕES EXTERIORES, E A IMPORTÂNCIA DESTA LIDERANÇA, POIS BEM SOBRE O GOVERNO DILMA VOLTAMOS A ÉPOCA DE AUXILIARES, de novo rejubilam-se a velha mídia e os tucanos, o Brasil voltou a seu papel de vira lata. ASSUSTA também a saída de um Secretário Nacional Anti-Drogas exatamente por ter externado opiniões que coadunam com que existe de mais moderno no mundo em relação ao combate ao uso de drogas. Ora não é criminalizando as drogas e seus usuários que resolveremos este problema, pois do contrário ele já estaria resolvido e segue em outros setores, como por exemplo, em uma possível diminuição do papel do INCRA quase que para sepultar de resto a combalida política de reforma agrária.

Por ora nos resta a velha e boa ladainha dos últimos 08 anos que este é um governo em disputa, me pergunto será entre a direita e a extrema direita entre liberais e neo-liberais, pois de esquerda sobra-se muito pouco. Lembra-me a frase dita pelo fantástico Florestan Fernandes “não se iluda eles não são de esquerda, são sindicalistas querendo melhorar de vida. Mas isto é um grande avanço” Perfeito como quase sempre o grande sociólogo, efetivamente eles não são de esquerda, e efetivamente, melhorar de vida já é um grande avanço e em alguns casos neste país já é revolucionário, mas chegou a hora de exigirmos mais, este é o terceiro governo, portanto, não devíamos mais estar em disputa e sim implementando um programa coerente de transformação do país. Quem sabe retorno em breve com base na entrevista de Rudá Ricci sociólogo da PUCMinas sobre o Lulismo, esclarecedor e aliás Rudá torna-se quase que voz única no coro dos descontentes, mas isto é assunto para outro post.