domingo, 25 de outubro de 2009

A favor do MST e contra a violência do latifundio

Manifesto em defesa do MST Contra a violência do agronegócio e a criminalização das lutas sociais .
As grandes redes de televisão repetiram à exaustão, há algumas semanas, imagens da ocupação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras que seriam de propriedade do Sucocítrico Cutrale, no interior de São Paulo.
A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo. Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça. Trata-se de uma grande área chamada Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares. Desses 30 mil hectares, 10 mil são terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas e 15 mil são terras improdutivas. Ao mesmo tempo, não há nenhuma prova de que a suposta destruição de máquinas e equipamentos tenha sido obra dos sem-terra.
Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos. Bloquear a reforma agrária Há um objetivo preciso nisso tudo: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola – cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 – e viabilizar uma CPI sobre o MST. Com tal postura, o foco do debate agrário desloca-se dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo.
A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim, disponível para a reforma agrária. Para mascarar tal fato, está em curso um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro, o MST. Deste modo, prepara-se o terreno para mais uma ofensiva contra os direitos sociais da maioria da população brasileira.
O pesado operativo midiático-empresarial visa isolar e criminalizar o movimento social e enfraquecer suas bases de apoio. Sem resistências, as corporações agrícolas tentam bloquear, ainda mais severamente, a reforma agrária e impor um modelo agroexportador predatório em termos sociais e ambientais como única alternativa para a agropecuária brasileira. Concentração fundiária A concentração fundiária no Brasil aumentou nos últimos dez anos, conforme o Censo Agrário do IBGE. A área ocupada pelos estabelecimentos rurais maiores do que mil hectares concentra mais de 43% do espaço total, enquanto as propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 2,7%. As pequenas propriedades estão definhando enquanto crescem as fronteiras agrícolas do agronegócio.
Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT, 2009) os conflitos agrários do primeiro semestre deste ano seguem marcando uma situação de extrema violência contra os trabalhadores rurais. Entre janeiro e julho de 2009 foram registrados 366 conflitos, que afetaram diretamente 193.174 pessoas, ocorrendo um assassinato a cada 30 conflitos no primeiro semestre de 2009. Ao todo, foram 12 assassinatos, 44 tentativas de homicídio, 22 ameaças de morte e 6 pessoas torturadas no primeiro semestre deste ano.
Não violência
A estratégia de luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, ainda que em um ambiente de extrema agressividade por parte dos agentes do Estado e das milícias e jagunços a serviço das corporações e do latifúndio. As ocupações objetivam pressionar os governos a realizar a reforma agrária. É preciso uma agricultura socialmente justa, ecológica, capaz de assegurar a soberania alimentar e baseada na livre cooperação de pequenos agricultores. Isso só será conquistado com movimentos sociais fortes, apoiados pela maioria da população brasileira. Contra a criminalização das lutas sociais Convocamos todos os movimentos e setores comprometidos com as lutas a se engajarem em um amplo movimento contra a criminalização das lutas sociais, realizando atos e manifestações políticas que demarquem o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil.
Ana Clara Ribeiro
Ana Esther Ceceña
Boaventura de Sousa Santos
Carlos Nelson Coutinho
Carlos Walter Porto-Gonçalves
Claudia Santiago
Claudia Korol
Ciro Correia
Chico Alencar
Chico de Oliveira
Daniel Bensaïd
Demian Bezerra de Melo
Fernando Vieira Velloso
Eduardo Galeano
Eleuterio Prado
Emir Sader
Gaudêncio Frigotto
Gilberto Maringoni
Gilcilene Barão
Heloisa Fernandes
Isabel Monal
István Mészáros
Ivana Jinkings
José Paulo Netto
Lucia Maria Wanderley Neves
Luis Acosta
Marcelo Badaró Mattos
Marcelo Freixo
Maria Orlanda Pinassi
Marilda Iamamoto
Maurício Vieira Martins
Mauro Luis Iasi
Michael Lowy
Otilia Fiori Arantes
Paulo Arantes
Paulo Nakatani
Plínio de Arruda Sampaio
Reinaldo A. Carcanholo
Ricardo Antunes
Ricardo Gilberto
Lyrio Teixeira
Roberto Leher
Sara Granemann
Sergio Romagnolo
Virgínia Fontes Vito Giannotti
e atpe o momento mais de 4000 mil cidadãos comprometido com as lutas sociais
Link para assinar o manifesto:
http://www.petitiononline.com/boit1995/petition.html

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Minsitério público pode e deve investigar

Vitória da Sociedade. Ótima notícia não muito repercutida ainda para além das searas do Direito na qual milito como intruso já que sou professor em um curso de Direito.
Descrição do fato: o Min. Jobim em sua triste (e ainda bem que breve passagem pelo STF) sustentou que o Ministério Público não tinha poder de investigação. Rápida passagem: Jobim além de ter sido ministro da Justiça no governo FHC antes de ir para o Supremo gosta de arrotar que ele como relator da Constituição teria inserido na Constituição de 1988 artigos não apreciados pelos seus pares. Ou seja uma fraude, uma vergonha, um absurdo... e não algo louvável como faz crer o atual ministro da Defesa. Que no fundo faz mesmo é defesa da elite mesquinha de sempre. Voltando a tese de que o Ministério Público não tem poder de investigação. Trata-se de uma grande bobagem que até mesmo um leigo como eu sabe. Ora no Brasil cabe ao Ministério Público a titularidade das ações criminais. Isso aliás é fato mesmo das constituições anteriores. Ou seja, a polícia judiciaria (no caso a Civil e a Federal) são órgãos técnicos auxiliares, visto que a propositura de ação é de exclusividade do Ministério Público.
Pois bem em seu afã de defender o colarinho branco o Ministro Jobim saiu com essa tese e como de praxe tal baboseira foi sendo comprada em várias esfera$$.
A boa notícia é que a a 2ª. Turma julgadora do Supremo Tribunal Federal desmontou a tese do ministro Jobim, a 2ª. Turma do STF, concluiu-se que “o Ministério Público tem competência para realizar — por sua iniciativa e sob sua presidência — investigação criminal para formar sua convicção sobre determinado crime, desde que respeitadas as garantias constitucionais asseguradas a qualquer investigado. A polícia não tem o monopólio da investigação criminal. E o inquérito policial pode ser dispensado pelo Ministério Público no oferecimento de sua denúncia à Justiça”. Tal decisão ainda será julgada pelo pleno do STF mas o caminho já foi indicado. Sentimos todos nós mais tranquilos sabendo que milhares de processos contra os colarinhos brancos continuam sendo validos.

Brasil, meu Brasil ...Injusto

A correria anda louca. Por isso o sumiço. A um tempo atrás escrevi alguns posts sobre o Brasil em números. Retorno agora com dados do IBGE. Tais dados são alarmantes. São necessário sua divulgação pois têm-se no Brasil atual um falso discurso de que estamos nos melhores dos mundos. Veja a questão da renda per capita. Lembrando ainda que para piorar a situação, a renda per capita é uma média, e que portanto, pode em tese ter o seguinte resultado: João ganha mil reais 1.000,00e Paulo ganha 100,00 reais a média per capita neste caso é de quinhentos e cinquenta reais 550,00. Pois bem segundo o IBGE metade das famílias brasileiras vive com uma renda per capita inferior a R$ 415,00. METADE !!!! É o que diz o IBGE.
415 reais = OU APROXIMADAMENTE 154 euros
Tal índice ainda tem mais um agravante é nacional, assim as regiões sul e sudeste ainda sobre representam esta taxa. No Nordeste, por exemplo, essa renda per capita é inferior a 250 reais. Essa é nossa distribuição de renda. ISSO É QUE VALE E NÃO O PIB. O QUE VALE NO MUNDO REAL NÃO É PRODUÇÃO DE RIQUEZA E SIM SEU MODO DE DISTRIBUIÇÃO. E NO BRASIL ELE É CRIMINOSO. E o pior é que a elite econômica e pensante (já que com essa má distribuição em geral estas coincidem) não conseguem entender que fazer distribuição e renda não tem nada de esquerda ou de socialismo. Tem tudo haver com CAPITALISMO. Como pode um país deixar de fora do mercado metade de seus potenciais consumidores. Agora imagina essa realidade aplicada ao esporte e a cultura, como é que essa população pode consumir e usufruir tais equipamentos. Eta mundinho injusto. Tenho podido acompanhar isso mais de perto dando aula em uma Faculdade particular do interior: é impressionante a disparidade de renda no interior lá é ainda mais vil e agressiva. Impressiona meus alunos com sues carrões...ou então outros colegas idem...
e olha que ainda não estou com estômago para falar do genocídio continuo dos pobres e pretos do Rio. Quem sabe nos próximos dias.

domingo, 11 de outubro de 2009

Abdias, analfabestismo negro e russia multuracial

Reuno neste post três notícias recebidas nos últimos dias que considero interessante.
Primeiro, o lançamento de uma bibliografia sobre o NOSSO BAOBÁ, ABDIAS NASCIMENTO. Tudo que se diga sobre Abdias ainda é pouco e insuficiente. Os leitores do blog já estão um pouco mais familiarizado com essa figura humana impar. Que necessita de urgente redescoberta pelos meios acadêmicos e pensantes. Pelo menos dei minha contribuição - pequeninissima e singela- em minha dissertação que trabalhava a questão Quilombola.

Aos 95 anos, o líder negro Abdias Nascimento tem trajetória contada em biografia Isabela Vieira Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - “Eu sempre fui um negro desaforado”, admite o intelectual, artista e ativista, Abdias Nascimento, de 95 anos, pontuando sua indignação diante dos critérios que desde o período colonial definem papéis diferentes para negros, brancos e índios, no Brasil e no mundo. O depoimento consta de uma biografia lançada nesta semana. Dividida em dez capítulos, apresenta a trajetória de Abdias desde a infância, no interior de São Paulo, aos discursos e ideias combativas apresentadas, inclusive, no Congresso Nacional.
Há relatos sobre a participação dele em movimentos políticos da década de 1930, os desafios da vida em uma São Paulo racista, os primeiros congressos de negros no país e as experiências no Rio, onde a militância é marcada pela criação do Teatro Experimental do Negro (TEN) – uma forma revolucionária de denunciar o racismo, merecedor de um capítulo à parte. Abdias fez mais do que levar negros aos palcos (neste caso, o Teatro Municipal), a iniciativa transbordou para experiências político-culturais, que garantiam escolaridade e conscientização aos negros, dentre os quais empregadas domésticas e estivadores.
Tendo deixado o Brasil na ditadura militar, a biografia trata da convivência do ativista com o movimento pelos direitos civis, nos Estados Unidos, e com brasileiros como Darcy Ribeiro e Leonel Brizola, além de uma produção artística e literária, questionadora do padrão eurocêntrico. De volta ao país, 15 anos depois, lembra a
atuação de Abdias como deputado e senador, na defesa dos direitos fundiários das comunidades quilombolas, do ensino da cultura afro-brasileira e africana e medidas para diminuir as desigualdades raciais no mercado de trabalho e nos bancos escolares.
São passagens repletas de relatos do próprio Abdias, coletadas em entrevistas e em outros livros, pela jornalista Sandra Almada. E, como não poderia deixar de ser, inevitavelmente revelam mais sobre o ativismo dos negros no Brasil, desde o período colonial aos dias atuais, além de tratar dos esforços de combate ao racismo no âmbito mundial, o pan-africanismo. “Ainda há tudo por fazer. O negro ainda está no marco zero de uma caminhada para a verdadeira liberdade. Ainda sou indignado com isso”, disse Abdias, com total lucidez, no lançamento de sua biografia.
Não fica de fora da obra a influência do líder sobre uma nova geração. Perguntado sobre o despertar de sua consciência sobre a exclusão social dos afro-brasileiros, o rapper MV Bill responde à autora da biografia: “Li, na adolescência, o livro O Negro Revoltado, de Abdias Nascimento”. Segundo Sandra Almada, o depoimento é colocado propositalmente no livro, para aproximar a juventude de Nascimento. “É possível que ideias de alguém que nasceu em 1914 façam alavancar a luta de nova gerações”, afirmou durante o evento.
O escritor Nei Lopes também pontua a importância do intelectual para a organização de reivindicações históricas e das transformações das últimas décadas. “Abdias é o elo maior do nosso movimento negro, levando em conta que ele é do início do século passado, quando a discriminação era ainda mais clara. Mesmo hoje, um pouco debilitado [pelas condições de saúde], quando ele abre a boca, sabemos que é o nosso baobá [árvore sagrada no candomblé], guarda toda a vida e história de nossa africanidade.”
Ao apresentar o grandioso legado desse intelectual, a biografia de Abdias Nascimento é, sobretudo, uma compilação de ideias para enfrentar o racismo e as desigualdade raciais, além de um convite para permanente mobilização social, independente de raças.“Enquanto houver um descendente de africano nessa situação de pobreza, miséria e de opressão, eu me sinto atingido, pois o racismo não é um coisa pessoal”, afirma o líder negro, em um dos seus depoimentos.
Edição: Talita Cavalcante
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Abaixo notícia que apesar de animadora demonstra mais uma vez a crueldade de nosso racismo e preconceito. Apesar de diminuir substancialmente nos últimos 10 anos o analfabetismo entre negros ainda é substancialmente maior do que entre os brancos e, ainda maior entre os negros em 2009 do que entre os brancos em 1999. O que denota a persistência desta mazela, ou seja, apesar do incremento de escolaridade entre negros esta ainda é inferior ao dos brancos.
Analfabetismo funcional cai entre negros e pardos, diz IBGE09 de outubro de 2009
Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira, mostra que emrelação à taxa de analfabetismo funcional, houve redução maisexpressiva para pretos e pardos que para brancos, entre 1997/2007. Noentanto, a desigualdade em favor dos brancos se mantém.Em 2007, a taxa de analfabetismo funcional para essa população (16,1%)era mais de dez pontos percentuais menor que a de pretos e pardos(27,5%) - sendo que essa taxa dos pretos e pardos ainda está mais altado que as dos brancos de dez anos atrás, diz o estudo.Segundo informações do IBGE, outra maneira de pensar sobre a questão aquestão é observar a distribuição por cor ou raça da população quefreqüenta escola com idades entre 15 e 24 anos. Na faixa de 15 a 17anos de idade, cerca de 85,2% dos brancos estavam estudando, sendo que58,7% destes freqüentavam o nível médio, adequado a esse grupo etário.Já entre os pretos e pardos, 79,8% frequentavam a escola, mas apenas39,4% estavam no nível médio. Por outro lado, enquanto o percentual debrancos entre os estudantes de 18 a 24 anos no nível superior era de57,9%, o de pretos e pardos era de cerca de 25%.Segundo o estudo, a média de anos de estudo da população de 15 anos oumais também apresentar uma vantagem de em torno de dois anos parabrancos (8,1 anos de estudos) em relação a pretos e pardos (6,3),diferença que vem se mantendo constante.
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Rússia pode ter primeiro prefeito negro
Imigrante africano é conhecido como "Obama de Volvogrado"
Da EFE

Se os eleitores de Volgogrado derem crédito, e voto, a Joaquim Crima nas eleições municipais russas deste domingo (11), farão história num país onde quase todos são loiros e têm olhos claros. O candidato nascido em Guiné-Bissau pode ser o primeiro negro a assumir um cargo público na Rússia.
- Sou negro por fora e russo por dentro.
Assim se define o candidato a chefe de distrito em Volvogrado, equivalente a prefeito. "A Rússia é a minha pátria. Falo, atuo e penso como um russo", diz o africano de 37 anos, que chegou ao país para estudar, em 1989, às vésperas da queda do Muro de Berlim, e acabou ficando na Rússia para sempre.
Admirador do primeiro astronauta da história a viajar ao espaço, o soviético Yuri Gagarin, Crima chegou à Universidade de Volgogrado com a mala cheia de esperanças, mas o racismo e a discriminação, então emergentes na sociedade russa, o despertaram do sonho.
A Rússia não era o que pode ser chamado de paraíso na Terra, como alegavam os militares soviéticos que ajudaram Guiné-Bissau a conquistar sua independência de Portugal, em 1974. Atualmente, Crima é cidadão russo de pleno direito, casado com uma armena, tem um filho de dez anos e vive na região de Volgogrado como vendedor de melancias e melões.
Obama de Volvogrado
Crima se candidatou às eleições locais "para mudar as coisas", segundo ele, e, por isso, ficou conhecido tanto na Rússia quanto no exterior como o "Obama de Volgogrado", em alusão ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que utilizou o lema da mudança em sua campanha eleitoral. Ele se diz admirador do americano:
- Sou um idealista igual a Obama.
Nunca na história um africano ocupou um cargo na administração pública no país, mas isso não o amedronta. Falando russo sem sotaque, ele diz:
- Chegou a hora de reagir. Quero mudar a mentalidade de meus compatriotas e mostrar ao mundo que nem todos os russos são racistas. Na Rússia há lugar para todos.
Se for eleito, assegurou que enviará os jovens do distrito para estudar no exterior, para que conheçam outros países e depois retornem para contribuir, com a "mente aberta", com o progresso da região. Para ganhar votos, Crima demonstra que é um pragmático. O lema de sua campanha é "trabalhar como um negro", segundo ele, rindo.
Em sua opinião, esta é a única forma de combater o racismo é "colocar aqueles que sofrem com ele em evidência". Crima é membro do partido Rússia Unida (RU) e admirador confesso do ex-presidente e atual primeiro-ministro, Vladimir Putin.
- Ele fez muito por este país. Nos anos 90 havia longas filas para comprar um pouco de pão ou carne. Isso acabou. (...) A princípio, confessa que muitos de seus concidadãos não o levaram a sério e que, inclusive, tentaram suborná-lo para que mudasse de opinião, mas "agora, as coisas mudaram". Contudo, não será fácil, já que, apesar de Crima ser membro do RU, o partido do Kremlin apoia abertamente outro candidato.
Às vésperas do pleito, Crima denunciou pressões por parte de representantes regionais da RU para que abandonasse a corrida eleitoral. "Pediram-me que retirasse minha candidatura. Se eu renunciasse, o povo não entenderia, me acusariam de traição. Por isso, irei até o final", disse Crima, que tem 6% das intenções de voto, segundo as pesquisas.
Entre os sete candidatos a chefe de distrito há mais um de origem africana: Filipp Kondratyev, de pai ganês e mãe russa, que trabalha para uma construtora local. Embora isso possa roubar votos, Crima acredita que "é melhor assim". "Isso demonstra que me levam a sério. Gosto de desafios, quanto mais difícil, melhor", assegura.

sábado, 3 de outubro de 2009

Rio 2016

O Rio-2016 e a liberdade de opinião
" Para tristeza dos xiitas, dos que imaginam que os outros sejam tão sabujos como eles são, a discussão em torno da candidatura do Rio para ser sede da Olímpiada de 2016 está sendo exemplar.
Digo e provo.
Eu, por exemplo, sou contra e torço para que daqui a pouco o mundo saiba que a Olímpiada será em Madri, embora deva ser em Chicago.
Terei uma grande surpresa se der Rio, a cidade incomparavelmente mais bonita entre as quatro candidatas, mas num país que nem sequer tem uma Política Esportiva, razão pela qual não merece sediar os Jogos Olímpicos.
Para não falar em superfaturamentos e coisas do gênero.
Mas esta não é posição do Sistema Globo de Rádio ou das Organizações Globo, que apoiam o Rio-2016.
Assim como a "Folha de S. Paulo", ontem, fez editorial apoiando o Rio, mas publicou, em sua primeira página, uma chamada para minha coluna, cujo título era "Nem Rio, nem Brasil".
Se o Rio vencer, não vou ficar triste, e vou me preparar para fiscalizar e cobrar todas as promessas.
Se o Rio perder, não vou ficar feliz, e vou continuar a cobrar uma Política Esportiva que permita, um dia, que o Rio seja sede da Olímpiada.
Comentário para o Jornal da CBN desta sexta-feira, 2 de outubro de 2009."
A passagem acima, é um daqueles raros momentos em que Você para e pensa queria ter escrito algo assim sem por nem tirar. O Juca Kfouri disse tudo. Mas preciso ir além. Uma vez que este blog se posicionou contra a candidatura do Rio e inclusive dedicamos alguns posts a respeito. Aliás faço um reparo, ao contrário do Juca, inesperadamente fiquei muito chocado e chateado- é verdade- não escondo fiquei pessoalmente chateado com a vitória do Rio. Explico, na quinta-feira (um dia antes da escolha) recebi uma carta (através de e-mail) da pró-reitora de pesquisa da UEMG que em um texto lacônico comunicava aos professores bolsistas desta instituição que devido a grave crise financeira o Governo de Minas Gerais determinara o corte das bolsas de pesquisa e extensão. Rápida passagem - os mineiros não se cansam de ver, ler e ouvir o governo de Minas canta em prosa e verso sua competência administrativo-financeira através do seu maldito choque de gestão. Como assim agora falta dinheiro (no caso bolsas de 500,00 reais para professores mestres). Só não falta dinheiro para publicidade mentirosa e para a obra faraônica tão bem denominada neveslandia de 1 bilhão, disse 1 bilhão de reais (Vc já leu a respeito aqui no Blog).Entendem a ironia - não vou aqui nem entrar nas questões sócio-políticas pois já encaminhei minha ira aos que devem recebe-la - no mesmo dia o Sr. Governador do Estado de Minas Gerais o privatista neo-liberal e mauricinho Aécio Neves assinara um Decreto liberando 22 milhões de reais para obras no Estádio Arena do Jacaré em Sete Lagoas (já escrevi sobre isto aqui no blog), estádio este que funcionará durante as reformas do Mineirão. PERCEBEM O MOTIVO DA MINHA TRISTEZA, DE VERDADE DÁ VONTADE DE CHORAR, NÓS PROFESSORES SOMOS TRATADOS COMO MOLEQUES E OS EMPREITEIROS...É ISSO A FARRA VAI LONGE COM O NOSSO DINHEIRO RIO 2016, COPA DO MUNDO ....
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No entanto, como sei separar as coisas entendo o choro do Lula. Entendo essa sua vitória pessoal. Entendo o genuíno sonho dele de nos transformar em um país respeitado internacionalmente, entendo e louvo a sua atitude no sentido do verdadeiro Jesus, o de Nazaré e não o Cristo das Igrejas de ao tomar um tapa na cara, dos mais feios e medíocres que já vi ao ser vaiado - injustamente diga-se de passagem - já que salvara o Rio 2007 do fiasco tenha dado o outro lado da face e mostrado sua grandeza ao lutar pelo Rio. Feito o elogio para que não se esqueçam continuo um anti-lulista de esquerda.
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Estou com o professor Zimerman da Unicamp que disse "Eu entendo a opção do governo brasileiro como meio de propaganda, de projetar uma imagem mais favorável do próprio Rio, das repercussões econômicas para o turismo. Mas o custo é muito elevado (...) O Brasil tem outras prioridades e carências sociais para serem resolvidas, como educação, saúde, esporte para todos, habitação. (...) O professor da Unicamp cita ainda a poluição da Baía de Guanabara, onde serão realizadas provas de iatismo. “Por que não despoluir para o cidadão comum? Vamos despoluir temporariamente para provas de vela?”
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Já que somos olimpicos, que tal esse e-mail:
From: Tati Neiva
Date: 2009/10/1Subject: Brasileriro Senior de Judo:
Caras (os) amigas (os),
Como todos sabem, venci a seletiva para representar Goiás no Campeonato Brasileiro Sênior que acontecerá em Vitória-ES entre os dias 16 e 18 de outubro de 2009. Sei que Sozinha não vou conseguir reunir todos os recursos necessários para custear todas as despesas dessa viagem. Assim sendo, estou buscando ajuda com vocês. Acredito que se cada um colaborar com o que puder, sei que posso ir à essa importante competição. Quem puder ajudar vou ficar imensamente grata.
Os meus dados bancários são:
Caixa Econômica Federal
Agência: 2079 op. 013
Conta Poupança: 650575-7
Não esta sendo nada fácil fazer está campanha, porém a única forma que achei de participar deste campeonato. Como todos sabem, a busca por patrocínios é muito difícil e desleal, muitas das vezes que corri atrás só recebi não como forma de ajuda. Então AMIGAS (OS), porém foi à única maneira que achei para seguir em frente com meus objetivos.
Desde já, obrigado a todas (os),
Tatiana Pereira Neiva
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É isso ai nós vamos gastar rios de dinheiro (e esse não é o problema e sim seus desvios, superfaturamentos, trambiques e malandragens de todas as ordens) para os outros fazerem a festa. Poderá um país que não subvenciona uma judoca de nível internacional!!!!Pior no Brasil existe uma bolsa atleta no valor de 750,00 reais. Isso mesmo esse vultuoso valor. Ficou assustado. Fica não bobinho o pior é que para receber tal quantia por um ano Você precisa ser um atleta de elite, ou seja, em alguns casos ser campeão brasileiro. Qualquer explicação só atrapalharia a informação.
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Agora nos resta o trabalho hercúleo e quase impossível de fiscalizarmos os gastos de ambas as farras. Algo em geral difícil mas neste caso praticamente impossível com o declarado conflito de interesse entre mídia e empresas promotoras, que na verdade são as mesmas, pasmem!!!! Tudo tende a piorar. Com excessão da ESPN que pratica jornalismo e, somente jornalismo, todos os demais órgãos de imprensa confundiram jornalismo, com promoção e torcida. Como é parte da farra dificilmente irá denunciar os seus excessos.