sábado, 24 de julho de 2010

Porque apoio Plinio Arruda Smapaio 50 para Presidente

Uma alternativa socialista: nossas tarefas e diretrizes

Para isso, o PSOL apresenta as seguintes diretrizes gerais e tarefas, que serão assumidas por todas as nossas candidaturas majoritárias e proporcionais:



Auditoria da dívida pública, com suspensão do pagamento dos juros e amortizações, controle do fluxo de capitais e do câmbio, com subordinação do Banco Central (BC) ao Estado e taxação progressiva das grandes fortunas (acima de R$ 2 milhões).

Defesa da reestatização da Vale; contra as privatizações, em especial a dos Correios (não à transformação da EBCT em Correios do Brasil S/A).

Defesa da soberania nacional, fim da privatização das florestas, revogação da MP 458, que legaliza a grilagem no campo; desmatamento zero.

Apoio aos povos indígenas, ribeirinhos e das populações tradicionais, contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte.

Pela revitalização e contra a transposição das águas do Rio São Francisco; contra obras que inviabilizam a permanência das comunidades tradicionais da região; defesa da revitalização e implantação de projetos para combater os efeitos da seca.

Defesa da Petrobrás 100% estatal; com monopólio estatal da produção e exploração de petróleo; controle estatal e social sobre o pré-sal; transição para fontes de energia renováveis.

Reforma agrária, defesa dos movimentos sociais sem-terra e das suas ocupações; limitação do tamanho da propriedade rural ao tamanho máximo de mil hectares, com expropriação de todas as terras que utilizem trabalho escravo e infantil.

Pela segurança alimentar da população, contra os alimentos transgênicos.

Reforma urbana: defesa dos movimentos sociais de sem-tetos e das ocupações urbanas; pelo direito à moradia digna, contras as remoções forçadas e por um plano de utilização de imóveis vazios que hoje servem à especulação imobiliária como ponto de apoio fundamental em uma política de habitação popular.

Fim da criminalização dos movimentos sociais e da pobreza; anistia a todos os militantes e dirigentes dos movimentos perseguidos com mandatos de prisão, condenações e processo judiciais.

Manutenção do direito de greve e fim dos interditos proibitórios. Defesa do direito de greve dos servidores públicos; contra o arrocho salarial e o congelamento de salários do funcionalismo; contras as medidas e projetos que visam precarizar, privatizar e destruir os direitos dos servidores e os serviços públicos.

Fim do fator previdenciário e defesa da previdência pública.

Apoio à demarcação, homologação, titulação e garantia de inviolabilidade dos territórios indígenas, quilombolas e os territórios de matriz africana; combate ao racismo ambiental.

Redução da jornada de trabalho de 40 horas, sem redução de salários; fim da flexibilização da jornada e dos direitos trabalhistas, fim dos bancos de horas.

Defesa do Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira e destinação de 10% do PIB para garantir educação pública em todos os níveis.

Fim do modelo de gestão por Organizações Sociais na Saúde e extinção das Fundações privadas na gestão pública; defesa da saúde pública universal, integral e com controle social.

Auditoria da dívida ecológica decorrente dos passivos ambientais provocados pelas grandes indústrias e o agronegócio; utilização do dinheiro do resgate dessa dívida para pesquisa e transição para matrizes energéticas limpas e renováveis.

Reforma política com participação popular, baseada no financiamento público exclusivo de campanha.

Em defesa da legalização do aborto, pelo fim da criminalização das mulheres.

Contra o racismo, a homofobia e o machismo.

Pela democratização dos meios de comunicação; auditoria de todas as concessões das emissoras de rádio e TV; fim da criminalização das rádios comunitárias; anistia aos comunicadores populares; proibição da propriedade cruzada dos meios de comunicação; banda larga universal operada em regime público; criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância deliberativa de definição das políticas de comunicação com participação popular; políticas públicas de incentivo à implementação de softwares públicos e livres, ampliando o acesso e a democratização.

Apoiar as experiências e investir em novas iniciativas de economia solidária, cooperativas e associativas.

Retirada das tropas militares do Haiti e sua substituição por contingentes de médicos, técnicos e professores.

Política externa referenciada na soberania brasileira, no combate ao imperialismo e no apoio às lutas e à autodeterminação dos povos.

Combate sem tréguas à corrupção institucionalizada no Brasil - defendendo a punição de todos os envolvidos em denúncias de desvios de verbas, cassação de mandatos de parlamentares corruptos, financiamento público exclusivo de campanha.

Por um Brasil Socialista e Democrático

Oficialmente as eleições já começaram. As candidaturas estão colocadas e registradas. Mas há algo de estranho, de muito estranho, nestas eleições. A ausência de propostas e a ausência forçada dos eleitores. Ora, quais são as propostas dos candidatos oficiais. Sim pois se depender do combinado entre as eleites dominantes, esta será, ou melhor é uma eleição plebiscitária. Entre o candidato da situação e o da oposição, que inclusive no fundo não diferem tanto assim. Talvez por isso tanta baixaria, tanta valentia visto que no que concerne a uma visão de país pouco ou nada diferem. Ou será que não? Como saber se uma das novidades desta eleição é a ausência de planos, programas e quetais. Ora o que pensam DILMA E SERRA sobre Educação, Saúde, Reforma Agrária, Sistema Financeiro, Meio Ambiente, etc. O que pensam a longo prazo não frases vazias e imbecis que eles andam distribuindo aqui e acolá...aliás na ausência de um programa fala-se o que a platéia quer ouvir.... e dá-lhe um festival de incoerência é um tal de defender movimento aqui e acusá-lo ali, tudo ao gosto da platéia. Mas pior do que esse fenômeno é a consolidação nestas eleições da ausência do eleitor. Você e Eu, todos Nós somos meros joguetes. Não existe espaço para o eleitor, este é a massa amorfa que deverá ficar inanimado até o dia das eleições. Neste dia como boi deverá se dirigir a sua seção e escolher entre a situação e a oposição. Como se estivéssemos fadados a somente este caminho. Urge que saiamos do marasmo e que retomemos o processo democrático. Urge que debatamos que país queremos. Que sociedade queremos. Que desenvolvimento queremos.

Urge para os de esquerda, da esquerda socialista e democrática, não da esquerda da Natura (eis que um novo paradoxo, um dos brasileiros citados na lista dos homens mais ricos do mundo o Sr. Leal da Natura é de esquerda) que recuperemos o discurso que construamos uma alternativa, uma frente anticapitalista. Estive na Amazônia e a Utopia se encontra nos movimentos chamados Tradicionais e seus novos direitos. Para aqueles que acreditam que a história chegou ao fim: a Amazônia e seus movimentos sociais de base darão a resposta. Cabe a nós da cidade  caminharmos junto a estes movimentos para o fortalecimento de uma nova época. A época não mais do capital e sim a era dos direitos autóctones, da diversidade, da pluralidade, da defesa da diferença. De uma diferença que é ela mesma fruto do combate a desigualdade. Eis uma era que não confunde equidade com igualdade.

Enfim necessitamos de unir nossas bandeiras em prol da sustentabilidade ambiental, a liberdade de expressão, a participação popular e o respeito aos direitos humanos sem concessões, a defesa da Reforma Agrária.





De volta

Depois de uma semana em Manaus estou de volta. Queria escrever muito aqui sobre Manaus, mas sinto, que alguns lugares são intraduziveis. Fica então o convite para que todos possam conhecer Manaus e Amazonia. Afinal lá é possível ter um sentimento de isso é Brasil porem. Aliás é algo que realmente marca essa idéia de Brasil uno, efetivamente mesmo em Manaus estamos no Brasil.....

Bom mas fico por aqui se consegui organizar  melhor as idéias faço um post sobre Manaus. Mas de todo modo vá lá. Abaixo fotos, ruinzinhas pois de celeular. Mas o que importa é o sentimento. ABAIXO COM O LENDÁRIO MANOEL DA CONCEIÇÃO!!!!!! VIVA A RESISTÊNCIA CAMPONESA BRASILEIRA!!!!


TEATRO AMAZONAS

TEATRO AMAZONAS

Bar com nome super interessante African House

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O PT e as bases católicas

Um grande texto que ajuda a entender porque não voto no PT, não votei no Lula e não votarei em Dilma.Com a declinada a direita de Marina e como não sou um cidadão do muro. Vou e com muit gosto em Plinio Arruda Sampaio.

O PT e as bases católicas

Enviado por luisnassif, ter, 13/07/2010 - 10:40

Do Valor
Era Lula mitiga adesão de bases católicas ao PT
Maria Inês Nassif, de São Paulo

13/07/2010
O PT foi fundado, em 1980, de uma costela dos movimentos populares ligados à Igreja da Teologia da Libertação. A ligação entre ambos, todavia, não é mais a mesma. Houve uma "despetização" desses movimentos. O setor progressista católico botou o pé para fora do partido que hoje está no governo da União e se move com mais desembaraço nos movimentos sociais do que fora do circuito de poder, e nos movimentos políticos suprapartidários, como o que resultou na aprovação do projeto Ficha Limpa, no dia 19 de maio.

As bases católicas progressistas ainda votam de forma majoritária no PT, mas não se misturam com o partido e são proporcionalmente menores que nos anos 80 e 90. Primeiro, porque a própria instituição perdeu a sua centralidade, com a redemocratização. "Nos anos 70 e 80, a Igreja era o guarda-chuva para a sociedade civil na defesa de direitos, um abrigo para os movimentos sociais e um centro de atividade política. Quando abriu o regime, não precisou mais exercer esse papel, porque floresceram outras institucionalidades", analisa o padre José Oscar Beozzo, da Teologia da Libertação - o veio de reflexão da Igreja de esquerda latino-americana que foi condenado à proscrição nos papados de João Paulo II e Bento XVI, acusado de tendências materialistas, mas que resiste nas bases sociais católicas de forma mais tímida e "de cabelos mais brancos", segundo Beozzo, e com mais dificuldades de reposição de quadros, na opinião de Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, um de seus teóricos.
Na democracia, a atividade partidária não precisa estar mais abrigada na Igreja, nem a Igreja tem a obrigação de ser o grande protagonista de movimentos políticos civis: "No movimento do Ficha Limpa, houve um trabalho conjunto com setores laicos. É melhor trabalhar assim", afirma Beozzo. "Sem a capilaridade da Igreja, dificilmente o movimento conseguiria reunir 1,6 milhão de assinaturas para a proposta de iniciativa popular", relativiza o juiz Márlon Reis, um dos organizadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.
e outro lado, também foi gradativamente se reduzindo o espaço de atuação da Igreja progressista nas bases sociais. Isto se deve à evasão dos setores mais pobres das igrejas católicas, que rumam celeremente para templos evangélicos, e à política sistemática de esvaziamento dos setores católicos progressistas por Roma. A igreja da Teologia da Libertação ocupa um espaço, junto às classes menos favorecidas, a que os tradicionalistas não conseguem acesso. Quando esse setor tem seu acesso reduzido a estas bases, a adesão ao catolicismo também diminui. Segundo o Censo Demográfico do IBGE, 89,2% declaravam filiação ao catolicismo em 1980; em 2000, eram 73,8%. Em 1990, esse índice era de 83% - um ritmo de queda muito aproximado a 1% ao ano nos dez anos seguintes. As religiões evangélicas eram a opção de 6,7% da população em 1980; já trafegavam numa faixa de 15,4% dos brasileiros em 2000. Segundo dados do Censo, subiu de 1,6% para 7,3% os brasileiros que se declaram sem religião.

O IBGE parece confirmar a teoria de Frei Betto em relação à origem dos que saem do catolicismo em direção às igrejas evangélicas: enquanto, na população total, 73,8% se declaravam católicos no Censo de 2000, esse número subia para 80% nas regiões mais ricas e entre pessoas de maior escolaridade.

Segundo Beozzo, a Igreja Católica encolheu nas comunidades onde viscejava o trabalho pastoral da igreja progressista. "Hoje a igreja é minoritária nas comunidades. Para cada três igrejas católicas, existem 40 pentecostais." Além da perda de fiéis para as igrejas católicas nas periferias urbanas, a Igreja católica tem perdido também para os que se declararam sem religião. É a "desafeição no campo religioso" a que se refere Beozzo.

Para Frei Betto, todavia, as perdas respondem diretamente à ofensiva da hierarquia católica contra a Teologia da Libertação. Essa é uma posição que foi expressa também pelo bispo emérito de Porto Velho, dom Moacyr Greghi, na 12ªInterclesial, no ano passado, quando as comunidades eclesiais de base surpreenderam ao reunir cerca de 3 mil delegados num encontro cujo tema era "CEBs: Ecologia e Missão - Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia". "Onde existirem as CEBs, os evangélicos não entram e os católicos não saem de nossa igreja", discursou dom Moacyr.
Segundo teólogos, padres e especialistas ouvidos pelo Valor, processos simultâneos mudaram as feições da ação política da igreja. A alta hierarquia católica fechou o cerco contra a Teologia da Libertação, quase que simultaneamente à redemocratização do país e à emergência de instâncias livres de participação democrática - partidos, sindicatos, organizações não-governamentais e movimentos organizados.

O PT, principal beneficiário dos movimentos de base da Igreja, se autonomizou e absorveu quadros originários das CEBs, das pastorais e das ações católicas especializadas (JEC e JUC, por exemplo). Ao tornar-se poder, pelo voto, incorporou lideranças católicas, mas também decepcionou movimentos que estavam à esquerda do que o partido conseguia ir administrando o país e mediando interesses de outras classes sociais. "As bases estão insatisfeitas, mas têm medo de fazer o jogo da oposição, que está à direita do governo", analisa Frei Betto. "Tem uma parte dessa militância que tem pavor da volta do governo tucano", relata o candidato do P-SOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio.
O espaço do PT nas bases católicas ficou menor depois da ascensão do partido ao poder e da crise do chamado Escândalo do Mensalão, em 2005 - quando foi denunciado um esquema de formação de caixa 2 de campanha dentro do partido. Hoje, a relação dos católicos progressistas com a legenda não é mais obrigatória e os militantes de movimentos católicos de base são menos mobilizados e em menor número. Os partidos de esquerda acabaram incorporando um contingente da base católica que continua partidarizada, embora o PT ainda seja majoritário.

"O PT continua sendo o partido que tem mais preferência dos militantes das Comunidades Eclesiais de Base, mas existem partidários do P-SOL e tem gente que saiu do PT para militar com a Marina Silva, do Partido Verde", conta o padre Benedito Ferraço, um ativo militante . Em alguns Estados, como o Maranhão, onde existia uma militância histórica do antigo MDB autêntico, da época da ditadura, ainda se encontram bases católicas progressistas pemedebistas, segundo padre Ferraço. O candidato do P-SOL, Plínio de Arruda Sampaio, que milita junto a setores da Igreja na defesa da reforma agrária - e assessora a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o tema - tem a adesão de líderes de movimentos da Igreja ligados à questão agrária. Contabiliza o apoio do ex-presidente da Comissão Pastoral da Terra, o bispo emérito Dom Tomás Balduíno. Marina - que, embora tenha abraçado a religião evangélica, tem na sua origem política a militância nas CEBs - recebeu a adesão do guru da Teologia da Libertação, Leonardo Boff.

Na avaliação do ex-vereador Francisco Whitaker, membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, as bases da igreja progressista têm saído da militância petista, mas engrossam mais as fileiras dos "sem-partido" do que propriamente as legendas mais à esquerda ou opções mais radicais pela ecologia, embora isso aconteça. "Hoje, a militância partidária é apenas uma das possibilidades", afirma Whitaker, que foi um dos líderes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral que esteve à frente da campanha pelo projeto dos Ficha Limpa.
Whitaker e Frei Betto - este, junto com Boff, é um dos expoentes da Teologia da Libertação - apontam também um outro fator para a "despetização" das bases da Igreja: a absorção de quadros originários das CEBs e das pastorais sociais pelo próprio governo. "O movimento de base foi muito desarticulado, ou porque os seus líderes foram cooptados pelo governo do PT, ou porque foram incorporados à máquina partidária", diz Frei Betto. Isso quer dizer que o militante católico absorvido pelas máquinas partidárias e do governo deixou de ser militante e passou a ser preferencialmente um quadro petista.

A incorporação à máquina não é apenas a cargos de confiança em Brasília. "As representações estaduais do Incra e da Funasa, por exemplo, absorveram muita gente que veio dos movimentos de base da Igreja Católica", conta Frei Betto. Também a máquina burocrática do partido atraiu os militantes que antes atuavam nas bases comunitárias de influência católica.

A "laicaização" do PT foi mais profunda, todavia, após 2005. "O mensalão bateu forte nas bases católicas", avalia Whitaker. Sob o impacto do escândalo, centenas de militantes petistas aproveitaram o Fórum Social Mundial, que naquela ano acontecia em Porto Alegre, para anunciar a primeira debandada organizada de descontentes, que saíram denunciando a assimilação, pelo PT, das "práticas e a maneira de fazer política usuais no Brasil", conforme carta aberta divulgada por Whitaker. "Eu tomei a decisão de integrar o partido dos sem-partido", conta o ex-vereador. A aposta, naquele momento, era que esses dissidentes criassem um forte partido ligado à esquerda católica. O P-SOL nasceu, mas pequeno e fraco - uma reedição, em tamanho reduzido, da aliança entre esquerda católica e grupos marxistas que, 15 anos antes, havia criado o PT.
Os "sem-partido", no cálculo de quem saiu, são em maior número. Whitaker chama essa "despetização" de "saída para a sociedade": o contingente se incorporou ao movimento dos Ficha Limpa, agora reforça a briga pela aprovação da Emenda Constitucional de combate ao trabalho escravo e tem atuação na luta pela reforma agrária. Tem forte atuação também - e quase definitiva - na organização dos Fóruns Sociais Mundiais (FSM) que ocorrem todo ano, de forma quase simultânea ao Fórum Econômico Mundial de Davos, como uma opção de debate econômico dos excluídos das generosidades do capitalismo mundial. Exercem uma militância de certa forma invisível na política institucional, mas muito atuante nas bases, de questionamento da legitimidade das dívidas interna e externa.

O secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Daniel Seidel, afirma que esse setor católico vive hoje em estado de ebulição, depois de um período de recuo, imposto especialmente pela ofensiva de Roma contra os setores mais progressistas da Igreja da América Latina. No caso brasileiro, esse novo período de eferverscência é atribuído a Dom Dimas Lara, secretário-geral da CNBB, de um lado; e de outro lado, ao papel desempenhado pelas Assembleias Populares, um formato de organização das bases mobilizadas da Igreja. As Assembleias têm definido uma ação política fora dos partidos e engrossado as mobilizações dos movimentos populares. São um espaço para onde tem convergido a atuação da Igreja cidadã: é onde se definem questões de atuação conjunta com outras igrejas, leigos, movimentos sociais e partidos políticos, embora jamais vinculados a eles.

Embora a "saída para a sociedade" tenha se dado num quadro de frustração com o governo, existe cautela em relação a ações contra o governo Lula. "Tem uma parte das bases católicas que acha que, ruim com ele (Lula), pior sem ele. Essa parte tem pavor da volta de um governo tucano", analisa Arruda Sampaio. "Embora as bases estejam insatisfeitas, têm medo de denunciar o governo e fazer o jogo da oposição", diz Frei Betto. Isso ocorre também com os movimentos sociais que já estão descolados da Igreja, como o MST, que foram criminalizados nos governos de FHC, não concordam com os rumos tomados pelos governos de Lula, mas ainda assim preferem a administração petista, numa situação eleitoral de polarização entre o PT e o PSDB.

Ex-militantes egressos da Igreja migraram para Marina e Plínio
De São Paulo
13/07/2010

A Igreja progressista já não produz quadros para a política na quantidade que o fazia antigamente, mas a política brasileira pós-redemocratização está repleta de suas crias.

No início do governo, no comando do programa Fome Zero, Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, contabilizou-s em artigo no "Correio Braziliense": Marina Silva, ex-militante das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja; Benedita da Silva, líder comunitária cujo primeiro marido, o Bola, militou no movimento Fé e Política; o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que foi da Juventude Estudantil Católica (JEC) de Anápolis (GO); Dilma Rousseff, companheira de cárcere de Frei Betto e de outros religiosos, no presídio Tiradentes; José Graziano, formado politicamente na JEC; Olívio Dutra e Gilberto Carvalho, que vieram da Pastoral Operária; José Dirceu, que no período de clandestinidade foi abrigado no convento São Domingos; e o jornalista Ricardo Kotscho, com quem Frei Betto criou grupos de oração, base do trabalho evangelizador da Teologia da Libertação .

Muita água rolou por baixo da ponte, mas nessas eleições presidenciais pelo menos dois candidatos beberam dela. A evangélica Marina Silva, candidata a presidente pelo PV, é uma. "Nós crescemos na batina do dom Moacyr (Grechi)", afirma a candidata. Militante desde cedo das comunidades eclesiais de base do Acre, atribuiu à Igreja católica, em especial de dom Moacyr, o fato de o Estado ter encontrado caminhos políticos diferentes ao do narcotráfico. Foi o pessoal do dom Moacyr que ganhou eleições para governos e Senado e forneceu quadros para secretarias e estrutura burocrática,
O candidato do P-SOL, Plínio de Arruda Sampaio, foi um incansável militante, dentro e fora da Igreja, pela reforma agrária. Era um quadro do PT até o racha de 2005. Acha que, em algum momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve liderança incontestável nas bases da Igreja, mas hoje não lidera mais "gregos e troianos".



A deputada e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB), embora não seja candidata à Presidência, é um exemplo de política que se criou nas bases da Igreja. Em Pernambuco, onde dava os seus primeiros passos na luta política, a Igreja progressista ajudava a organizar sindicatos rurais numa região em que as ligas camponesas - movimentos sociais muito atuantes antes do golpe de 64 - foram destroçadas pela ditadura. "Havia uma grande repressão às ligas e aos camponeses, mas a Igreja tinha uma relativa liberdade de transitar por esses espaços e aproveitava disso para organizar sindicatos", conta a deputada. Erundina veio para cá ameaçada pela repressão militar. Elegeu-se prefeita em 1989 - e foi a sua relação com a Igreja progressista que a protegeu nos momentos mais difíceis. (M.I.N)

Pulo Moura se foi

Estou em viagem e por isso a dificuldade de acesso a net. No entanto, uma pausa, se faz necessária faleceu Paulo Moura. O grande Paulo Moura, certa vez acredito que disse aqui mesmo que esta ficando muito dificil com tantas perdas e nenhuma substituição. O campo das artes e do pensamento brasileiro definitivamente foi no século passado uma das grandes dádivas do Brasil ao mundo. Agora mais um se foi. é preocupante e assustador estamos ficando a merce do barulho. Portanto, em homenagem a música (este Dom Supremo) silêncio por favor em homenagem ao grande Paulo Moura e depois uma salva de palmas.

Agora do Blog do Nassif:

Madrugada em Ouro Preto - com Paulo Moura


Enviado por luisnassif, ter, 13/07/2010 - 20:34



Por Marcelo Procopio

Paulo Moura - Madrugada: um som sobe a ladeira em Ouro Preto

- uma história que contém Paulo Moura

Marcelo Procopio
Hoje é dia do Rock. Mas quem morreu foi Paulo Moura: “morreu para você filho ingrato” da música. Música é para sempre. Nos anos 1970, quando o Festival de Inverno da UFMG, ainda em Ouro Preto, estava revelando grandes nomes da música, teatro, artes plásticas e tudo o mais, aconteceu um momento mágico. Madrugada, quase dia, e uma som começa a chegar à Praça Tiradentes. Eu e amigos íamos sempre lá nos fins de semana. Quase sem dinheiro – às vezes dormíamos em repúblicas, outras em hotéis de quinta. Mas nem sempre.
Ficávamos a vagar pelas ruas, noites, bares. Conhecendo pessoas, ouvindo música, vendo artistas em esquetes, em todo canto da cidade. Bebendo, ficando loucos. Todo mundo quase louco, todo mundo todo lúcido em busca de novos mundos. Outras culturas. Rejeitando o “novo”, como diziam os tropicalistas que criavam tudo de novo, a partir, claro, de bases existentes. Revoluções são assim.
Servem para mudar radicalmente uma realidade. Como dizia O Onça, personagem de O Cometa, como se você tirasse uma cadeira, a destruísse, e colocasse uma mesa no lugar. Tudo novo. Um novo olhar. Outra história se dando conta que ainda é preciso mudar tudo outra vez. Depois.

Os camburões do Dops ficavam estacionados na Praça Tiradentes. Os policiais se misturavam no meio dos artistas, estudantes, professores, turistas, malucos, drogados, bêbados. Em 1971 prenderam centenas, inclusive o pessoal do grupo Living Theatre – na época, dirigido por Julian Beck e Judite Malina, que ficaram presos semanas, mais de mês no Dops de BH. O Estado de Minas publicou o Diário de Malina na prisão, uma série de vários dias, que tinha guardado e perdi.

A imprensa deu manchetes pelo país. Chamaram de O Festival da Bolinha (tempo de drogas químicas, comprimidas em comprimidos). Até hoje fico pensando no que deu no EM para publicar o Diário, num momento AI-5 da ditadura militar. O Living Theatre era convidado do Festival da UFMG para cursos e apresentações.
Me lembro de um outro episódio inusitado: a gente estava num bar da praça Tiradentes. Um daqueles. Barzão com alta profundidade. No comprimento e nas conversas. Cultura e política. Resistência e insistência. Nem era tarde assim. Antes da meia-noite. Um cara alto, vestido no capote preto, entra no bar, faz um gesto qualquer que chamou a atenção de todos. Todos olham em sua direção. Ele diz em alto e bom tom:

- Cada um na sua idiossincrasia. (Vira-se e vai embora).
E de um outro. Ouro Preto tinha aquele clima de festival. Era uma madrugada de sexta para sábado. E aconteceu:
Era 1971. Poderia ser 1972 - se a memória falha, não é o tempo exato que importa. Era Festival de Inverno da UFMG. Era Ouro Preto.
Era madrugada: 5 horas, quase querendo amanhecer. Ainda havia algum movimento na cidade. Bares, dois, três talvez, abertos na praça Tiradentes. Devia haver policiais do Dops nos cantos, observando.

A gente esperava, no frio, um pedaço de sol. E o fim da loucura, do porre homérico passar. Quase silêncio. Poucas vozes.
Então, como se do nada, um som começou a chegar na praça. Era música. Vinha de longe. Da rua São José. Lá de baixo. Do começo, do fim da ladeira.
A música cada vez mais perto. A gente procurando quem. Avistamos, enfim, um grupo: algumas pessoas seguindo a música. Subindo a rua trazendo a música.

Esperamos, olhando o som. Era um sopro. Um sax. Era homem e um pequeno grupo subindo a ladeira.

Cada vez mais próximo da praça. Cada vez mais gente: aqueles poucos que ainda esperavam um pedaço de sol na noite fria de julho e aquele grupo, ainda menor, que vinha junto com a música.
O músico e sua música chegaram na praça. Agora estávamos todos juntos: a música, o músico, as pessoas e o fim da noite em Ouro Preto.
Todos agora em volta da música. O músico ao lado de Tiradentes, a estátua na praça. A música enchendo a cidade. A gente levado pela música criava um êxtase coletivo. Felicidade. Os olhos. Se fosse possível ver os olhos agora...
Era Paulo Moura no sax. Era madrugada em Ouro Preto. Era um silêncio absoluto. Só havia no ar o som suave do sopro da música de Paulo Moura.
Era para nunca mais esquecer. Era para sempre. Madrugada, Ouro Preto, Paulo Moura e a música.

Comentário do Luis Nassif

Quem diria... Eu estava lá, cobrindo o festival para a revista Veja, no meu primeiro ano de trabalho.



quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tempo de homengens

Ontem completou-se 20 anos de morte, do poeta Cazuza. Cazuza foi magistral em sua arte. Artista que soube elevar seu métier, Cazuza de fina formação, uniu o rock, então entendido no Brasil mais como barulho de maconheiros playboys a MPB. Fundindo assim uma das caracterísitcas mais marcantes do chamado BRock, o apreço pelo beletrismo, beletrismo este que também combinava junto ao lirismo, uma boa dose de contestação social, política e cultural. Cazuza Vive em suas poesias e em sua performance.

Já no dia 12 de julho será a vez do aniversário também de 20 anos de morte de João Saldanha, o João Sem Medo. João foi figura impar no mundo do futebol. Brilhante, para além de grande cronista do esporte, foi na verdade um sociologo do futebol brasileiro. Jamais escondeu suas opiniões, sua ideologia, sua ligação com o velho Partidão, o PCB, sua luta contra as injustiças sociais. Foi acima de um tudo um corajoso, que em plena ditadura ousou a desafiar um presidente-general, perdeu o cargo de treinador mas reafirmou uma vez mais que dignidade não tem valor.

domingo, 4 de julho de 2010

Sobre a Copa

Sobre a Copa em poucas palavras. Isso se eu conseguir:

Sobre as semifinais: muito equilibradas, tudo pode acontecer. Se pensarmos em tradição a menos cotada seria a Espanha. No entanto, se pensarmos em termos de elenco (individualmente dizendo) inverte-se e a Espanha seria a mais cotada pelo menos na minha visão. Mas se pensarmos em eficiência, ou seja, um futebol pragmático de 1X0 ou 2X1 seria a Holanda. No entanto, no conjunto, na tática, na técnica e mesmo em valores individuais seria a Alemanha, que tomou em minha opinião e em minhas análises o lugar da Espanha que era a seleção que jogava mais bonito, mais eficiente e com os melhores valores individuais. De todo modo pessoalmente simpatizarei pela Holanda e na outra semifinal vou somente fruir (espero eu) o grande futebol da final antecipada.

Sobre o Brasil: tudo previsível, aliás, quem tem feito as melhores análises do Brasil são os europeus. E sejamos francos para além de uns poucos loucos e fanáticos e dos hipócritas (do marketing) como disse o Tostão a seleção brasileira nem mesmo nos emociona a ponto de sentirmos a eliminação. Justa eliminação, vida que segue pelo menos sem tanta folga desnecessária.

Sobre o Paraguay: foi um azarado do sorteio se tivesse caído na trajetória do Uruguay, sei não acho que o Paraguay teria eliminado tal qual o Uruguay: Coréia, Gana e acho que o Paraguay poderia parar a Holanda. Pena que o caminho foi o mais difícil.
Sobre o Uruguay: sem querer desmerecer, mas para mim o Uruguay só esta onde esta porque teve um caminho fácil e de times sem experiências e que amarelam na hora H.
Sobre o México: outro da turma azarada caiu no grupo do anfitrião o que já era difícil e cruzou com Argentina. Tivesse cruzado com umas outras 10 ou 11 seleções teria passado o México.

Sobre a Argentina: outra do mais do mesmo. Mais que previsível meio-campo e ataque fantástico (olha o banco deles) e defesa sofrível. Ruim, ruim, muito ruim, quase inacreditável ter uma defesa tão ruim. E da serie eu disse(isto antes do mundial) a defesa da Argentina é tão medonha como a do Cruzeiro, mesmo quando joga muito, muito bem toma uns 2 gols e no nosso caso o goleiro salva, no deles nem isso. A única coisa que lamento é a ironia dessa defesa tão ruim. Com isso os idiotas de plantão já começaram a detonar o sistema ofensivo do Maradona. Pena, desde os anãos 60 não víamos uma seleção no maravilhoso esquema 4-2-4 com variação para 4-1-5. Talvez o grande erro do Maradona foi não ter convocado o Cambiasso, estava jogando muito na Inter e poderia ser improvisado na zaga ou mesmo sero tal 1 volante mais fixo.

Sobre Gana: pena que sentiu quando não podia. E não acho (antropologizando) que seja apenas algo simples. Me parece sim que os africanos nestes momentos sentem a carga de comentários negativos. Mas enfim apresentou alguns jogadores interssantissimos: como o Ayew (joga demais, fora do último jogo- suspenso) e mesmo o Gyan que perdeu o penalty.

Sobre o resto: em geral continuo achando uma Copa fraca. Com poucos valores que chamam a atenção mesmo entre os mais fracos. Nesta Copa não teve aquele cara que realmente encanta independente de sua seleção tipo um Hagi, Stoicovich, etc. Meus destaques ficam nestes casos mesmo para o Hamisik da Eslováquia mas já é mesmo o craque do Napoli. Para o Vittek do mesmo time mostrou sem matador. Não sei escrever o nome do camisa 10 da Eslováquia mas me pareceu o único 10, 10 clássico da Copa. E não vi muito alem disso.

Destaques dos times que foram melhor: Villa (se a Espanha for campeã) vai ser o craque da Copa 5 dos 6 gols espanhóis.
Sneider idem pela Holanda, mas sem má vontade não vejo esse futebol todo nele. Mas obvio é o grande armador.
Forlan que já jogava muito chamou a maestria do Uruguay, por um lado é bom ver o Uruguay com maestro (me lembra vagamente devidoa idade –já que o vi jogar fenomenalmente no finzinho da carreira o Príncipe Enzo Fracescolli- mas o príncipe ainda jogava muito mais). E Luis Suarez, outro que no Brasil o pessoal não conhece mas já era a 02 anos o principal jogador do Ajax da Holanda, ou seja, tem qualidade e agora virou o herói da Copa merecidamente.
Alemanha: nossa aqui a coisa complica.
Falar o que do Klose (que não entendo porque desde 2002 a imprensa brasileira tem birra) o cara tem 14 gols em 3 copas, descontando os jogos que ele não fez: tipo nessa Copa suspenso. O cara tem o fantástico score de 14 gols em 17 jogos. Com ele a Alemanha sempre fez os 7 jogos da Copa, vice, 3° e agora de novo entre as quatro primeiras.
Ozil todo cuidado é pouco pois é muito jovem, 21 anos, mas me parece estar nascendo o primeiro grande craque da década. Poderá fazer história. Jogador formidável grande líder da Alemanha campeãs juniores da Europa.
Miller: outro talento fantástico companheiro de Ozil de base. E só um detalhe para quem acompanha os jogos da Globo, quando um daqueles babacas falrem que o Miller nem joga ainda no Bayern desconsiderem os caras da Globo não vêem futebol europeu. O Miller joga tanto que ele é titularissimo do Bauyern (olha ironia para a Globo) foi o que mais jogou na temporada, foi o artilherio do time e olhem só barrou no time titular do Bayern ele mesmo Klose e Mario Gomez (ambos na seleção).
Schwesitager: ta escrito errado não faço a mínima idéia de como escreve mas sei que esse cara joga demais. Demais, já foi para mim o grande nome da Alemanha a 04 anos atrás com apenas 20 ou21 anos, aprimorou nos últimos anos. Foi para o Bayern como não teria posição no meio o Zé Roberto estava jogando demais se deslocou para ser volante. Craque completo.
Ainda destaque menor para Podolski, Khedira todos estes citados aqui com exceção de Klose pasmem com menos de 25 anos, ou seja, podem ainda umas duas copas.