sábado, 28 de fevereiro de 2009

Nos campos e nas cidades a luta continua, apesar de Você Gilmar Dantas

Cumprindo com nosso sentimento quilombista que rege esse blog reproduzimos abaixo as notas do Fórum Nacional de Reforma Agrária, da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a respeito da fala do Supremo Gilmar Dantas, digo Mendes. Alguns post abaixo já tínhamos chamado a atenção para o fato de que o Supremo Gilmar Dantas ousara afrontar desta vez um movimento organizado, sério e que não aceitaria reprimenda públicas de um Ministro do Supremo, primeiro por que trata-se de ato descabido e segundo por que vindo de alguém que não merece o respeito da sociedade brasileira. Da parte desse blog continuamos firme na luta pela reforma agrária e urbana:
Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo - FNRA Repudia declarações do Ministro Gilmar Mendes
O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo - FNRA, vem contestar as declarações carregadas de preconceito e rancor de classe do presidente do Supremo Tribunal Federal - STF, Gilmar Mendes, e apoiadas pelos Presidentes do Senado Federal, e da Câmara dos Deputados, contra os movimentos sociais e sindicais do campo. Ao longo da historia da luta pela terra no Brasil, a atuação dos movimentos tem sido inspirada pela garantia dos direitos humanos, em especial o direito à vida, à dignidade dos homens e mulheres do campo e o direito e a necessidade de realização de uma reforma agrária massiva, que contemple uma ampla e justa distribuição de terras.Lastimamos que o Presidente do STF, que é o guardião da Constituição Federal, não tenha incorporado à história de luta das classes populares nacionais. Em declaração recente a imprensa, o Ministro, em uma atitude revoltosa, coloca no mesmo patamar diferentes situações como as ocupações de terras, convênios e contratos assinados entre organizações e governo, questiona as autoridades responsáveis pelo repasse de verbas e pede a punição por crime de responsabilidade. Nunca a sociedade brasileira ouviu do Ministro uma condenação aos grupos de latifundiários armados no campo ou a concessão de financiamentos públicos aos grandes grupos econômicos, que tem provocado o trabalho escravo, chacinas contra populações tradicionais e crimes ambientais. Dessa forma, o senhor Ministro Gilmar Mendes, estimula o processo de criminalização dos movimentos sociais e sindicais, unindo e fortalecendo politicamente os setores que atuam no sentido contrario à consolidação de uma sociedade livre, organizada e democrática.A luta pela reforma agrária não vai recuar diante de declarações imponderadas como esta do ministro Gilmar Mendes. Ao contrario, fortalece a luta do FNRA contra as legislações que institucionalizam a criminalização das organizações, contra as leis que impedem as legitimas ocupações e A FAVOR da emenda constitucional que limita o tamanho da propriedade rural e pela assinatura da Portaria que atualiza os índices de produtividade.Atualmente existem cerca de 250 mil famílias de sem-terras acampadas nas beiras das estradas. Os recursos orçamentários da União destinados para a reforma agrária não dão conta desta demanda, apesar de estar comprovado que o Estado possui recursos suficientes para realizar a reforma agrária em menos de três anos. Adiar este processo significa promover e estimular a violência no campo, colocando em risco a vida de milhares de famílias brasileiras.E lamentável quando lemos e ouvimos o Presidente do Supremo Tribunal Federal apelar para Medidas Provisórias e legislações recentes sobre a reforma agrária, quando a Constituição Federal assegura aos cidadãos e cidadãs o direito à terra aos que nela trabalham, a moradia e a uma vida digna. O papel do FNRA é exigir do Estado o efetivo cumprimento da função social da propriedade da terra, para que dela os brasileiros e brasileiras tirem seu sustento.As lideranças dos diferentes movimentos reunidos em Salvador durante o Seminário Nacional pela Campanha do Limite da Propriedade da Terra não se sentem ameaçadas pelas palavras do Ministro Gilmar Mendes. Pelo contrario, se sentem desafiadas e estimuladas a renovar suas alianças e dar continuidade à luta histórica em nome dos companheiros e companheiras que tombaram nesta caminhada.Pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, já!ENTIDADES QUE COMPÕEM O FNRA:CONTAG – MST – FETRAF Brasil - CUT - CPT – CÁRITAS BRASILEIRA – MMC – MPA – MAB - CMP - CONIC – CONDSEF – Pastorais Sociais da CNBB - MNDH – MTL – ABRA – ABONG - APR – ASPTA – ANDES – Centro de Justiça Global - CESE – CIMI – CNASI – DESER – ESPLAR – FASE – FASER – FEAB – FIAN-Brasil – FISENGE - IBASE – IBRADES – IDACO – IECLB - IFAS – INESC – MLST – PJR – REDE BRASIL sobre Instituições Financeiras Multilaterais – Rede Social de Justiça e Direitos Humanos - RENAP – SINPAF – TERRA DE DIREITOS – EMPÓRIO DO CERRADO – COIABE – ABRANDH – ABEEF - Comissão de Justiça e PAZ – Grito dos Excluídos – Jubileu Sul/Brasil – Mutirão Nacional pela Superação da Miséria e da Fome.
CNBB defende MST contra parcialidade de Gilmar Mendes
Nesta quinta-feira (26/2), depois de condenar as ocupações em Pernambuco durante o carnaval, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) elogiou a posição do presidente do STF. O mesmo fez o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para quem Gilmar Mendes “prestou um grande serviço ao Brasil.”“A igreja fica indignada com essa parcialidade. Por que a Justiça é tão ágil para se posicionar contra os movimentos sociais, mas não para julgar os latifundiários? Somos radicalmente contra a morte, mas essa parcialidade nos entristece”, disse o padre Dornelas em entrevista ao Jornal do Brasil.Segundo ele, a CNBB espera que o caso seja apurado rapidamente e que os culpados sejam punidos, mas criticou as reações públicas contra o movimento. O padre informou que os advogados da Comissão Pastoral da Terra já estão acompanhando o caso. Ele diz que o MST não é um movimento marginal e nem terrorista.O padre Dornelas exemplificou como parcialidade a não condenação do fazendeiro acusado de matar a missionária Doroty Stang em Anapu (PA), caso que completou quatro anos na última quinta (12). O mandante do crime, fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi absolvido pela Justiça do Pará no ano passado.Em nota, o MST afirmou que os acusados de matar os quatro seguranças em Pernambuco agiram em legítima defesa para evitar um massacre. Segundo o movimento, desde sábado pistoleiros e milícias armadas rondavam os acampamentos. Eles entraram no local e agrediram um trabalhador. O tumulto começou quando um dos segurança sacou uma arma.
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Nessa onda o Supremo Gilmar Dantas também foi chamado as falas pelo Sindicato dos Promotores de Minas Gerais que criticaram duramente em nota as medidas que vem sendo tomada pelo nefasto ministro e seu desrespeito as demais instâncias jurídicas e poderes no afã de defender os ricos e poderosos. O mesmo vem ocorrendo com alguns bravos magistrados que já criticam abertamente as estranhas decisões do dito cujo. Uma coisa é fato ele é muita munição para as aulas de Sociologia Jurídica.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Plantão Médico

Fevereiro chega ao fim e com ele um fenômeno da cultura de massas, mais precisamente da cultura televisiva. Chegou ao fim depois de 15 anos a série E.R, no Brasil, Plantão Médico. Só para se ter idéia nesta última temporada a série ainda era vista por 9,5 milhões de pessoas, o que lhe garantia ainda o terceiro indice de audiência na gigante NBC, isso no território norte-americano. Em seu auge foi a série mais vista da Tv norte-americana e chegou a faturar 13 milhões de dolares por epsódio. Como ilustração em seu primeiro momento de auge a série revelou para o estrelato um ator chamado George Cloney. No Brasil, ao que me lembro Plantão Médico foi a última das séries norte-americanas a ocupar um horário nobre na Globo, quando era uma das maiores atrações dessa emissora. Fica portanto aqui nossa homenagem a esse fenômeno da cultura de massas.
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Falando em séries, a minha sorte é não ter condições de pagar Tv a cabo, pois se tivesse estaria perdido de tão fã que sou das séries. Já que não tenho Tv a cabo me viro pela séries que passam principalmente no SBT. Sempre me perguntou porque diabos a Tv brasileira insiste nesta baboseira de novela e não nas séries. Bom a título de registro ando viciado desde que assistir o primeiro epsódio (isso já faz um tempão) em Grey's Anatomy. Uma série que supera e em muito House que é já é uma série inacreditavelmente brilhante. As séries norte-americanas são a exemplificação de que é possível fazer cultura de massa de altissíma qualidade e profundidade. House e Grey's são os exemplos mais eloquentes em uma lista ainda maior. Enfim que é bom é. Na verdade é muiotooo bom. Hoje a Tv só serve para duas coisas assistir algumas séries e os jogos do Cruzeiro. Venhamos os jogos ouço no rádio e só vejo as imagens, senão fosse pelas séries poderia vender a caixinha aqui de casa.
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Para confirmar a seriedade das séries veja a lista dos mais bem pagos desse ramo e atente-se para o último nome, o de Shonda Rhimes (autora de Grey's e o que é melhor para o ego desse blog: a genial autora da série com os dialogos e roteiros mais sensacionais da Tv é uma negra): 01- Para segurar a barra de Jack Bauer por mais três temporadas (a sexta e mais duas) ele vai receber 40 milhões de dólares. A gente fez as contas: dá 555.555,55 dólares por episódio. 02.
Mariska Hargitay a detetive Olivia Benson de LAW and ORDER: SVU se tornou a atriz mais bem paga da TV ao fechar contrato para mais duas temporadas. Ao fim de dois anos ela terá recebido 15 milhões de dólares só de salário 03. Charlie Sheen com TWO AND A HALF MEN ele se tornou o comediante mais bem pago atualmente. São 350 mil dólares por episódio, mais participação nos lucros e uma grana extra (750 mil dólares) pelas reprises da série (ele merece principalmente para quem assistiu suas ótimas atuações no fins dos anos 80 e início dos anos 90 numa série de filmes que satirizavam outros grandes sucessos do cinema) 04. Christopher Meloni parceiro da detetive Benson, ele se deu tão bem quanto ela na negociação de um novo contrato em LAW and ORDER: SVU. Vai receber até 340 mil dólares a cada episódio como Elliott Stabler. 05. Kyra Sedgwick na semana em que recebeu o Globo de Ouro de melhor atriz de série dramática a Brenda Johnson de THE CLOSER renovou contrato, passando a receber até 300 mil dólares por episódio. Em quatro anos ela chega aos 16 milhões 06. Marg Helgenberger a Catherine Willows de CSI é outra na seleta lista dos mais bem pagos da atualidade. A cada episódio embolsa 300 mil dólares. (veja como é grande a lista das séries policialescas e de investih=gação, não sou muito fã dese genero mas que faz sucesso faz. Nesse ramo para mim a excessão é Cold Case, ou no Brasil Arquivo Morto) 07. Ray Romano o recorde do protagonista de EVERYBODY LOVES RAYMOND vai ser difícil de ser superado. Na última temporada da série ele recebia 1,3 milhão de dólares por episódio. Agora multiplica isso por 16... 08. Jerry Seinfeld ele recebia 1 milhão de dólares por episódio de SEINFELD quando resolveu que hora de a série acabar. Num lance desesperado o canal NBC ofereceu 5 milhões (!!!) por episódio para prolongar a sitcom um pouco mais e ele não topou (ainda bem que o Seinfield não topou encerrou sua série no auge, mas que dá saudade dá- um grande comediante comandando um elenco melhor ainda) 09. Friends caso raro na TV, os seis atores recebiam a mesma coisa: 1 milhão de dólares a cada episódio da última temporada. Quando a série acabou Matt Le Blanc, o Joey, até brincou que o que faria mais falta seria o salário (essa é para meu amigo Daniel do Peramblogando cresce cada dia mais o fuxico de que Friends se tornará um filme, alguns dizem que as negociações já até se iniciaram).
10. Shonda Rhimes: Vencedora do Globo de Ouro de melhor série dramática a criadora de GREYs ANATOMY valorizou seu passe com o sucesso da série. Vai receber 10 milhões de dólares para contar as histórias do Seattle Grace por mais três anos.
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Para terminar esse papo televisivo: foi anunciado que o governo brasileiro atendendo a Globo proibiu a multiprogramação. Com isso, essas emissoras ficam proibidas de transmitir quatro programações diferentes no mesmo espectro (em definição “standard”), possibilidade prevista no sistema nipo-brasileiro de TV digital. Só me resta reproduzir aqui a pergunta do Nassif: "Fico me perguntando qual a serventia tão prometida por essa TV Digital?
Afinal, ela está sendo moldada pelas grandes emissoras que não tem o minimo de interesse em mudar alguma coisa. A escolha do padrão Japonês pela qualidade, em detrimento a diversidade já foi balde de água fria em quem esperava ver mais canais e mais produções.
O jeito é ficar na internet mesmo… Já que ver televisão - salvo raríssimos casos - está cada vez pior."
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Pos Post
- Só para registrar já que não toquei no assunto, entre minhas séries favoritas da atualidade é lógico: Everybody Hates Chris, de autoria do genial Chris Rock. Outra é essa abaixo:
- A Fox norte-americana anunciou, nesta quinta-feira (26/2), a renovação de Os Simpsons para mais duas temporadas. Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie permanecerão no ar até, pelo menos, 2011.Com 22 temporadas garantidas, Os Simpsons será a série em exibição há mais tempo no horário nobre da televisão norte-americana. O recorde pertence ao seriado de faroeste Gunsmoke, que teve 20 temporadas exibidas entre 1955 e 1975 pelo canal norte-americano CBS. Há 12 anos, Os Simpsons desbancaram Os Flintstones e abocanharam o título de animação há mais tempo no ar no horário nobre da televisão norte-americana. Ícone da cultura pop, Homer Simpson ganhou até um verbete no Oxford English Dictionary: o seu gutural “D’oh!”.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Curtas

1- Queria comentar sobre a ditabranda da Folha de S. Paulo. Mas não consigo. Não consigo. Me dá nojo o estômago embrulha e ponto final. Para quem quiser existe centenas de post em blogs, sites e mídia independente. Nessa seara li muita coisa e de todos os lados, mas para início de conversa sugiro esse artigo, talvez o mais sensato ao analisar essa nojeira: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=526JDB001 . Agora nojeira mesmo é ver o silêncio dos vários funcionários da Folha, incluindo ai por exemplo, Juca Kfouri e pior ainda é imaginar que um bando de imbecis e idiotas assinam e compram em bancas tamanha aberração. Aliás esses mesmos idiotas lêem também Veja. ARghh!!!
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2- O Supremo Gimar Dantas que dizer Mendes, o inacreditável levou uma e das merecidas. Viva José Rainha que disse o que muitos de nós queríamos dizer: "Nós estamos lutando pela dignidade humana e o ministro não pode nos dar tratamento diferenciado ao que deu, por exemplo, a Daniel Dantas. Não se pode deixar os ricos sempre a favor da lei e condenar os pobres por se valerem de lutas - disse o líder dissidente do MST."
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3- A mídia daqui sempre errante e ideologicamente dirigida não tem repercutido com a devida atenção as primeiras medidas de Obama na presidência. De um lado, procurando resolver os problemas da saúde pública aumentando os impostos dos mais ricos. E por outro inicia uma luta gigantesca contra o sistema financeiro corrupto (através de estatizações e combate a fraudes e ao Deus Mercado aquele que tudo pode) e contra os paraísos fiscais (tipo o sistema bancário da Suíça na mira da justiça norte-americana).Além disso uma nova política externa esta em gestação em que aposta passa pelo multilateralismo e pelo dialogo nas instituições internacionais. E para finalizar o principal movimento o da ecologia e das energias sustentáveis. Esta tudo muito no começo mas pelo andar da carruagem Obama tem tudo para iniciar uma nova época, em que o ser humano volte ao centro e não o mercado. Dito de outro modo o reinado iniciado por Reagan pode esta chegando enfim ao ocaso. Adeus neo-liberalismo e estado mínimo.
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4- Por outro lado aqui em Pindorama no desgoverno Lula, dos companheiros dos neo-liberais que outrora eles combatiam (tudo estratégia política é claro). Os gênios da ekipeconomica (como bem os apelidou Elio Gaspari ainda no governo de FHC 1º) enfiaram dinheiro nosso, pois público no rabo dos banqueiros (tipo Votorantim do companheiro Ermirio de Morais, exemplo de empresário brasileiro - eis ai uma verdade inegável: belo exemplo do cornubio estado-empresariado a favor sempre dos segundos) dos exportadores e de todo tipo de bandido financeiro, no entanto, nada para o setor produtivo; eis, ai que entra o drama da Embraer e suas mais de 4000 demissões. Bota na conta da política neo-liberal lulista, aquela que radicalizou os princípios de FHC, por exemplo, na questão dos juros e do superavit fiscal aquele para pagar a divida externa que várias auditorias a começar pela CNBB consideram ilegal e ilegítima. Mas nada como viver na Pindorama.
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5- Carnaval: No Rio venceu a melhor escola, o melhor desfile, o mais empolgante.Ainda que pessoalmente tenha gostado muito do desfile da Vila Isabel que ficou em quarto lugar. Parece que estávamos adivinhando a uns dois posts abaixo leia a cronica que escrevi sobre a importância do tema África, africanidades e afro-brsilidades para o Salgueiro. Não deu outra ao voltar ao seu tema caro o Salgueiro retornou ao caminho dos triunfos e consagrou de vez a genialidade de Renato Lage, que na época de Mocidade sempre saia da avenida vencedor ainda que várias vezes preterido pelo júri. Falando em Lage lembramos da época áurea da minha Mocidade, dona do maior fiasco desse ano. A Mocidade tal como alguns clubes grande de futebol a quatro anos ronda a área da queda esse ano ficou na penúltima posição e durante a apuração ficou algumas vezes em último. Abre teu olho Mocidade que de tanto tentar uma hora consegue. Lembrando que a Estrela da Vila Vitem subiu para primeira divisão do samba em 1959 e de lá para cá jamais caiu. A verdade é que estamos perdido desde o fim do clã Andrade. é necessário que a Mocidade ou se profissionalize tipo Mangueira, Vila e outras ou então arranje rapidinho novos patronos ou seja contraventores do bicho. Mas do jeito que estar é que não pode continuar esse é o grito de um mocidadense angustiado e envergonhado com o ridículo Carnaval desse ano. Sorte foi a infelicidade financeira do Império que realmente foi muito aquém do esperado.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

algumas palavras sobre política e Fórum Social Mundial

1- Li já não me lembro mais aonde um artigo interessante do Paulo Moreira Leite em que ele analisa o PSDB e sua plataforma para as próximas eleições. Antes um parêntese: já deixo claro por principio que tenho sempre problemas com as análises feitas pela mídia tradicional, pois ela já partem de um realismo que me incomoda. Dito de outra maneira, não existe nada diferente do que esta ai só variações sobre o mesmo tema (por isso logo abaixo comentaremos sobre o Fórum Social), no entanto dentro desta limitação ou dentro deste realismo pragmático o texto de Moreira Leite me chamou a atenção, pois vai em pontos chaves do que são os tucanos hoje. Abaixo o que acho deste partido:
-Os Tucanos são ideologicamente hoje de direita (quero acrescentar culpa de FHC que deturpou o programa do partido originalmente bastante próximo da esquerda democrática alemã). Por isso são privatistas a todo custo (mesmo quando a prática encontra em desuso nos países centrais). Ou seja, se alinharam aos ideologos do neoliberalismo (mesmo quando este se encontra em desgraça e renegado até mesmo por seus ideólogos no mundo central - EUA e Europa). Essa transformação é ruim pois deixou o partido refém da direita mais atrasada e retrograda aquela que por razões preconceituosa critica os programas sociais sem antes avaliar o impacto positivo ou mesmo a necessidade objetiva destes (sem propor nenhuma outra opção, ou que provavelmente ao assumir o governo continuará com os mesmos programas com finalidades eleitoreiras - a tal da desgraça preconizada por Sérgio Mota - 20 anos no poder- que vale tanto para PSDB quanto para PT, ou seja um compromisso não com o país e sim com o poder - não se trataria de uma crítica política a esses programas e sim de uma desfaçatez eleitoreira e preconceituosa). Essa opção neo-liberal dos tucanos não permite que eles critiquem os pontos falho do governo Lula, ou seja sua política econômica (por exemplo os juros extorsivos). Refém dessa direita preconceituosa estaremos refém de um desmonte seletivo do estado social brasileiro construído mal e porcamente por esse governo atual. Mas a título de registro: não confundam essa nota como apoio ao governo atual, continuo considerando esse um governo medíocre dos piores que já tivemos, a questão aqui é de pêndulo, como sou de esquerda (o que hoje diante da esquerda convencional deve ser chamado de extrema - esquerda) acho pífio o governo Lula. E vou mais longe e já disse isso a alguns amigos com Dilma, Serra ou Aécio só nos restará o exílio (mesmo que somente mental), pois são todos farinha do mesmo saco e como já propos várias vezes esta na hora de PT e PSDB se fundirem pois foram gestados juntos. Tal fusão não ocorre (e disso concordam mesmo os cronistas ligados a direita), por razões puramente eleitoreiras, ou seja que irá ocupar os cargos comissionados.
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2- A Carta Maior a Veja da esquerda Lulista (pois se criticamos a grande mídia direitista) devemos ser coerente e fazer o mesmo com a mídia dita de esquerda que tem o mesmo comportamento só que com sinais trocados como a Carta Maior traz uma matéria denominada Nasce, na França, o Novo Partido Anticapitalista. Segundo a matéria (re-lease do próprio partido): Novo partido reúne maioria da Liga Comunista Revolucionária (LCR), que aprovou sua própria dissolução para criar nova organização, além de militantes comunistas, socialistas e ecologistas. Segundo um dos principais líderes do NPA, as referências programáticas do novo partido são a ruptura com o capitalismo e a independência total em relação ao Partido Socialista francês. "Esquerda da esquerda" francesa acredita que já tem 15% de votos. (...) Para continuar a alargar sua base, o NPA quer "seguir o melhor das tradições do movimento dos trabalhadores, sejam elas trotskistas, socialistas, comunistas, libertárias, guevaristas, ou envolvidas na ecologia radical", como o afirma Olivier Besancenot. A referência identitária será portanto menos uma doutrina política que a "ruptura com o capitalismo" e a "independência total do Partido Socialista".
É de um partido com essas características e fisionomia que necessitamos no Brasil. Oxalá permita que possamos fundar um partido anti-capitalista neste país que rompa com o discurso único se na França é necessário rompimento com o PS no Brasil é necessário rompimento com o PT e o PC do B essas desgraças partidárias.
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3- Apesar de esquerda nunca fui a um Fórum Social e digo mais sou crítico do mesmo. Tenho comigo o preconceito (já que nunca fui a um) de que se trata de um grande oba-oba de onde não se tem nenhuma decisão prática. Quase como um grande acampamento de esquerdistas, um woodstock político (o que diga se de passagem já é alguma coisa ou melhor muita coisa) que piorou bastante após a vitória do companheiro Lula, pois nesse caso o Encontro tornou-se aparelhado para usar uma palavra das antigas. No entanto, o Fórum que acompanhei mais de perto (a partir de blogs e mídia alternativa) foi o desse ano em Belém e me empolguei com certas notícias vindas de lá. Reproduzo, por exemplo, o texto abaixo escrito por um Dominicano que esteve no Fórum como observador de sua ordem religiosa, já traz algumas luzes aos que só tem como eu visões pré-conceituadas do Fórum Social Mundial. Deixo algumas provocações antes do texto: Será mesmo possível um outro mundo? Principalmente sem uma organização partidária (principalmente para todos "nós" que aderimos ao sistema liberal partidário) anti capitalista tal como a que surge agora na França? É possível um novo mundo em um mundo sem utopias?
CONCLUSÕES DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - Frei Miguel Concha Malo, O.P.

Ao terminar os trabalhos do 8° Fórum Social Mundial (FSM), ao qual tive a oportunidade de assistir acompanhando a Comissão de Justiça e Paz dos dominicanos e dominicanas do Brasil, membros do Comitê Organizador Internacional informaram que 133 mil pessoas provenientes de 142 países participaram nas 2 mil 310 atividades autogeridas que se realizaram em Belém do Pará, de 28 a 31 de janeiro passados. Nelas se inscreveram 489 instituições, organizações, coletivos ou movimentos da África, 119 da América Central, 155 do México e América do Norte, 344 da Ásia, 4 mil 193 da América do Sul e 491 da Europa.

Pela primeira vez, Oceania esteve representada por 27 dessas entidades. Significativamente, no enorme acampamento dedicado aos direitos humanos reuniram-se durante esses dias 10 mil pessoas, considerado um recorde, e nele estiveram representadas centenas de redes e organizações.

Uma média de 250 pessoas assistiram a cada uma das numerosas atividades que lá se realizaram, nas quais sobretudo se discutiu sobre as violações aos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, levadas a cabo pelos governos e as empresas com seus grandes projetos hidrelétricos, mineiros e agropecuários, sobre a criminalização dos movimentos sociais, e sobre as perseguições e ameaças que sofrem as defensoras e defensores de direitos humanos. Informou-se igualmente que se realizaram mais 200 eventos, nos quais participaram aproximadamente mil artistas, que representaram a diversidade cultural dos povos do mundo. E que a imprensa colaborou com 4500 profissionais da comunicação. 2 mil credenciados e outros 2 mil que informaram sobre as atividades, conectando-se por meio de internet. Este conjunto compreendeu jornalistas independentes e representantes de 800 meios de comunicação credenciados em 30 países, entre eles, A Jornada do México, que por certo no encontro promovido pela Revista Margen Izquierda, da Editora Boitempo, sobre o futuro do fórum, foi repetidamente reconhecida pelo sociólogo Emir Sader, diante de um auditório atestado de pessoas, como um jornal crítico excepcional no mundo.

Levando em consideração a Carta de Princípios, que estabelece que o FSM não tem caráter deliberativo, e que embora funcione como instância articuladora, não tem a pretensão de ser um espaço de representatividade da sociedade civil mundial. Ao final da tarde do passado domingo 31 de janeiro foram lidos os documentos elaborados em 22 assembléias temáticas, nos quais se sintetizaram os principais pontos que se discutiram durante os quatro dias do Fórum. Tendo como eixos os direitos humanos, a justiça ambiental, os direitos coletivos dos povos, e ações para preservar a região panamazônica, neles se estabelecem compromisso para seguir enfrentando integralmente as conseqüências de morte do sistema capitalista, que na ótica dos movimentos sociais do mundo, gerou uma economia, uma política e uma civilização totalmente desconexas das necessidades mais elementares dos povos e dos direitos da natureza.

Como sempre aconteceu em todos estes Fóruns, nessa Assembléia Geral se acordaram também uma série de ações internacionais dos movimentos sociais que incluem, para este ano, mobilizações para defender o direito humano à água, a sua administração não comercial e sustentável durante o Fórum promovido pelas multinacionais em Istambul, Turquia, a partir da terceira semana de março; sua presença no encontro dos principais países industrializados e emergentes em Londres, os primeiros dias de abril, para pressionar o mundo por uma alternativa à atual crise inédita do sistema capitalista, e no dia 4 de abril em Estrasburgo, diante do parlamento Europeu, e depois, no dia 28 de julho na Itália, para seguir promovendo um mundo sem armas e sem guerras. Para o dia 12 de outubro está prevista uma mobilização global das organizações indígenas contra a mercantilizaçã o da vida, os transgênicos e a defesa de seus direitos à terra e a seus territórios, e em dezembro deste ano em Copenhague, palco da reunião da ONU sobre a mudança climática, um encontro global para promover as conclusões do Fórum sobre este urgente tema.

Em torno dos eixos da criminalização do protesto social, a violência de gênero, a discriminação e os direitos econômicos, sociais e ambientais, a declaração do Fórum sobre os direitos humanos estabelece também propostas concretas de solidariedade entre as organizações e os movimentos sociais, campanhas globais e mecanismos de vigilância, controle e comunicação por parte de agentes particulares e de governos, assim como ações de solidariedade com o povo palestino e a autodeterminação das nações e os povos originários. Ao final do Fórum quase todos os comentários dos participantes coincidiram em que este vai à direção correta, cada vez mais fortalecido pela crise atual do sistema capitalista, porém que é necessário atrair mais entidades da Ásia, África, Leste da Europa e outras regiões do mundo. Ficou, entretanto sem resolver a polêmica, também cada vez mais intensa, de se o Fórum pode assumir tomada de posição mais concreta em torno de temas urgentes, assim seja através das Assembléias dos Movimentos Sociais.

Frei Miguel Concha Malo, O.P.é promotor regional de Justiça e Paz de Cidalc.
(Artigo publicado sábado 7 de fevereiro no jornal mexicano "La Jornada")
Pós Post
Após concluir esse post, tive acesso a um outro texto do Frei Betto, que já encaminha resposta para uma das minhas indagações é possível um novo mundo sem utopias? Acrescento pois o texto aqui (com comentários meus após alguns trechos):
NOVOS VALORES PARA NOVA CIVILIZAÇÃO - Frei Betto

No Fórum Social Mundial de Belém se concluiu que as alternativas ao neoliberalismo e à construção do ecossocialismo não se engendram na cabeça de intelectuais ou de programas partidários, e sim na prática social, através de lutas populares, movimentos sindicais, camponeses, indígenas, étnicos, ambientais, e comunidades de base. Aqui entro eu: Será? Temos que ser mais realistas e menos idealistas; venho de um contato muito intenso com um setor do movimento social e hoje diria que apesar de concordar na teoria com a afirmação acima discordo na prática. Devemos ter claro que o MST, por exemplo, é uma excessão.

Para gestar tais alternativas exigem-se pelo menos quatro atitudes. A primeira, visão crítica do neoliberalismo. Este aprofunda as contradições do capitalismo, na medida em que a expansão globalizada do mercado acirra a competição comercial entre as grandes potências; desloca a produção para áreas onde se possam pagar salários irrisórios; estimula o êxodo das nações pobres rumo às ricas; introduz tecnologia de ponta que reduz os postos de trabalho; torna as nações dependentes do capital especulativo; e intensifica o processo de destruição do equilíbrio ambiental do planeta.

A segunda atitude - organizar a esperança. Encontrar alternativas é um trabalho coletivo. Elas não surgem da cabeça de intelectuais iluminados ou de gurus ideológicos. Daí a importância de se dar consistência organizativa a todos os setores da sociedade que esperam outra coisa diferente do que se vê na realidade atual: desde agricultores que sonham lavrar sua própria terra a jovens interessados na preservação do meio ambiente. Aqui entro eu de novo. Neste caso sim concordo até mesmo como antropologo que a solução se encontra com os próprio grupos.
Terceira atitude - resgatar a utopia. O neoliberalismo não visa a destruir apenas as instâncias comunitárias criadas pela modernidade, como família, sindicato, movimentos sociais e Estado democrático. Seu projeto de atomização da sociedade reduz a pessoa à condição de indivíduo desconectado da conjuntura sócio-política- econômica na qual se insere, e o considera mero consumidor. Estende-se, portanto, também à esfera cultural. Como diria Emmanuel Mounier, o individualismo é oposto ao personalismo. Pascal foi enfático: "O Eu é odioso". De novo é necessário irmos além das proposições vagas. NEM todo Eu é odioso mas sim o projeto capitalista de enfraquecimento da humanidade, pois em última análise ao ataque capitalista nem mesmo o Eu odioso de Pascal sobreviverá, visto que este Eu pode ser séria ameaça utópica ao projeto neo-liberal.

No seu apogeu, o capitalismo mercantiliza tudo: a biodiversidade, o meio ambiente, a responsabilidade social das empresas, o genoma, os órgãos arrancados de crianças etc, e até mesmo o nosso imaginário. Um exemplo trivial é o que se gasta com a compra de água potável engarrafada em indústria, dispensando o velho e bom filtro de cerâmica ou mesmo a coleta da limpíssima água da chuva após um minuto de precipitação.

Sem utopias não há mobilizações motivadas pela esperança. Nem possibilidade de visualizar um mundo diferente, novo e melhor.

Quarta atitude - elaborar um projeto alternativo. A esperança favorece a emergência de novas utopias, que devem ser traduzidas em projetos políticos e culturais que sinalizem as bases de uma nova sociedade. Isso implica o resgate dos valores éticos, do senso de justiça, das práticas de solidariedade e partilha, e do respeito à natureza. Em suma, trata-se de um desafio também de ordem espiritual, na linha do que apregoava o professor Milton Santos, de que devemos priorizar os "bens infinitos" e não os "bens finitos".

O projeto de uma sociedade ecossocialista alternativa ao neoliberalismo exige revisar, a partir da queda do Muro de Berlim, os aspectos teóricos e práticos do socialismo real, em particular do ponto de vista da democracia participativa e da preservação ambiental. Aqui para mim atingimos nosso calcanhar de aquiles; sei que assustarei muito mas não importa: é preciso rompermos com essa verdade absoluta chamada democracia e com essa sua vertente iluminada pelos intelectuais e gurus chamado Democracia Participativa. Principalmente se entendermos por democracia participativa, por exemplo, os projetos petistas. Vide o caso do OP e mesmo de políticas específicas como as dos quilombolas. Em uma locução "pra inglês ver".

O ecossocialismo se caracterizaria pela capacidade de incorporar conceito e práticas de igualdade social e desenvolvimento sustentável a partir de experiências dos movimentos sociais e ecológicos, assim como da Revolução Cubana, do levante zapatista do Chiapas, dos assentamentos do MST etc.

É vital incluir no projeto e no programa os paradigmas ora emergentes, como ecologia, indigenismo, ética comunitária, economia solidária, espiritualidade, feminismo e holística.

Este sonho, esta utopia, esta esperança que chamamos de ecossocialismo, não é senão a continuação das esperanças daqueles que lutaram pela defesa da vida, como Chico Mendes e Dorothy Stang, dois lutadores cristãos que deram suas vidas pela causa dos pobres, dos explorados, dos indígenas, dos trabalhadores da terra e dos povos da floresta
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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Carnaval

1- É hoje a quarta Escola a desfilar: a minha Mocidade Independente de Padre Miguel, entra na avenida para homenagear as belas letras brasileiras nas pessoas de Machado de Assis, Guimarães Rosa e Academia Brasileira de Letras, centenários de Machado e Guimarães: um deles de morte e outro de vida se fosse vivo. A Mocidade que nos últimos anos vem acumulando resultados bastante ruins. Vem esse ano com o retorno de algumas figuras emblemáticas da Escola como Vander Pires, no entanto aposta em uma carnavalesco novato. Vamos ver o que dá.
Mas o mais legal do Carnaval carioca é o chamado carnaval de rua, aquele formado por blocos são mais de 2000. Que beleza, que festa, o genuíno pular e brincar carnaval. Ontem por exemplo mais de duas dezena saíram as ruas com destaque para o Cordão da Bola Preta e seus 90 anos e cerca de 800 mil brincantes. É isso que chateia os que moram aqui em BH, o genuíno carnaval não necessita do poder público e sim de espírito brincante. Coisa aliás que acompanhei esses dias em Diamantina de famoso carnaval, a festa faz parte do ethos dos moradores. Para os que gostam de brincar só resta viajar e ir pular fora para os que não estão em condições financeiras, o negócio é ficar cabrunhado como estou por aqui. Para quem quiser ter uma ideia sobre o carnaval de rua do Rio tanto O Globo como o JB tem cadernos especiais, para essa festa eminentemente popular e divertida. Por aqui o silêncio continua a imperar solenemente.
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2- quando se homenageia dois gênios do quilate de Machado e Guimarães sinto falta de uma homenagem a outro gênio brasileiro do samba, faltou homenagem ao centenário de Cartola.
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3- Reproduzo abaixo, um texto que escrevi para um amigo e que tem haver com esse post. Fica a título de ilustração.
Sobre a música Coroação de um Rei Negro me lembro do Jair cantando ela em um dos discos Casa de Samba. Essa música trata-se do samba enredo do Salgueiro de 1971. Maravilhoso e campeão. Isso não é um mero detalhe: é necessário um pouco de história das escolas de samba para perceber a importância sócio-política dessa música. Vamos lá, de forma bem resumida:
A partir de fins dos anos 40 as escolas de samba já estavam ficando grandes e importantes, passaram então a entrar em contato com os acadêmicos da Escola de Belas Artes, primeiramente para a avaliação e produção dos desfiles e depois para a função que hoje conhecemos como de carnavalesco. O principal nome dessa primeira época é o revolucionário e genial Fernando Pamplona da Escola de Belas Artes. Acadêmico Pamplona se interessava pela temática negra tendo levado para o teatro erudito os elementos da semiótica afro-brasileira. No carnaval para se te ideia ele foi o iniciador de quase todos os grandes caranavalescos, incluindo os grandes: Arlindo Rodrigues, Joasinho Trinta. Veja a lista: Arlindo Rodrigues, Maria Augusta, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Max Lopes. Como já adiantei acima, Pamplona era um acadêmico apaixonado pelas questões africanas e chegou mesmo a militar na esquerda brasileira, com isso ele revolucionou o carnaval das escolas ao chamar a atenção para o fato de que a festa devia voltar a suas origens africanas e para isso realizou uma série de carnavais históricos e campeões para o Salgueiro sempre com a temática de valorização do negro e de seus personagens perseguidos pela história oficial: são dessa época os lendários enredos (alguns destes desfiles feito pelos pupilos de Pamplona) Quilombos de Palmares, Festa para um Rei Negro, Xica da Silva, Aleijadinho, Chico Rei, Bahia de Todos os Deuses entre outros. São carnavais dentro de uma mesma temática a valorização do negro e da negritude. Para Pamplona os príncipes e princesas europeias que faziam parte do cenário carnavalesco nada tinha a ver com a nossa cultura. Após o Carnaval de 1960, a cultura afro-brasileira passou a ser valorizada. O negro como belo e de valor passou a ser a temática dos desfiles. Daí sua importância cultural, estética e política, unia assim suas convicções políticas como contestação do estado de coisa e também ao próprio movimento mais amplo da música e cinema novo. Por isso não se trata de uma música qualquer por um lado tinha que responder a esse projeto carnavalesco e por outro como qualquer samba enredo tinha que manter a harmonia da escola em desfile e o mais importante garantir o enredo. Para finalizar, uma curiosidade essa música nasceu sempre popular, Pamplona e sua equipe foram votos vencidos pois preferiam outro samba mas esse foi aclamado na quadra.
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4- Atentem-se para o desfile da Império Serrano. Algo me diz que o império da Serrinha vai rememorar seus momentos de auge. Para quem não sabe a Império junto a Portela e Mangueira formam o trio de ferro do carnaval do Rio. Mas ao contrário destas duas a Império apesar de ser reconhecida como a Academia do Samba e berço entre outros do maravilhoso Silas de Oliveira, D. Ivone Lara, Tia Clementina e outros grandes nomes do samba carioca sempre foi a prima pobre da turma e praticamente desde os anos 70 não figura entre as escolas favoritas. Mas esse ano a escola da Serrinha de volta a Elite promete muito, principalmente por que conta com o melhor samba-enredo - regravação do samba-enredo de 1976 (aliás não poderia ser diferente na Escola de Silas) trata-se de um samba que mescla bela poesia com trechos de um enorme sucesso popular quando regravado por Clara Guerreira Mineira Nunes adepta da Portela escola geograficamente vizinha da Serrinha. Portanto fiquemos atento, pois acho que a homenagem as Iabás (ou seja as órixas femininas) do mar vai dar samba. Uma coisa é certa toda a avenida vai cantar e encantar com o belo samba, os moradores da Serrinha terão a garra de sempre, a garra de uma Escola formada na estiva (o primeiro sindicato independente deste país), o problema é sempre a grana...Mas to cravando Império da Serrinha de volta no desfile das campeãs e se isso acontecer ficarei bastante feliz.
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5- A Mangueira irá bastante desfalcada esse ano a Avenida, trata-se do designo de Olorum que chamou a sua morada entre outros três nomes essenciais de Mangueira: Jamelão, Carlos Cachaça e Xango, sobre os dois primeiros muito já foi dito, sobre o terceiro nem tanto: Xango foi interprete da Escola antes de Jamelão e depois se dedicou a organizar a Harmonia da Escola .
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6- Todo nosso Axé ao grande Neguinho da Beija-Flor que mesmo em sua luta contra o Câncer decidiu não se afastar de sua Beija Flor ameaçando até mesmo abandonar o tratamento, decisão da qual foi persuadido por seus amigos. Viva Neguinho, a própria encarnação do samba de Nilopolis (homem de uma Escola só tão raro nos dias atuais). O fato é que apesar da doença Neguinho anda feliz que nem pinto no lixo e aliás vai se casar em plena avenida tendo como padrinho entre outros o Presidente Lula. Os demais cantores de samba prometem uma surpresa para Neguinho e seus quase 40 anos de Beija Flor. Como diz o samba desse ano "Salve as aguas de Oxalá embala eu Baba". Aliás a Beija-Flor tem sido ultimamente a Escola mais a dedicar a temática negra, tendo aliás a pouco tempo ganho um caranaval em homenagem aos Quilombolas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

China, Obama e a América Latina, Venezuela

Andamos sumidos daqui do blog, viagens e reuniões coisa de começo de semestre. Mas vamos ao fato que vem chamando minha atenção, as questões internacionais negligenciados pela grande mídia brasileira. Primeiramente, a visita essa semana do vice-presidente da China, sabiamente a maior ditadura capitalista do mundo e em vias de ser o país número 1 do mundo em termos econômicos. Aliás para alguns já é, visto que grande parte da economia norte-americana já depende da China e não é só no setor de comércio mas e principalmente porque os chinesses já são os maiores credores dos norte-americanos, ou seja, a divida trilionária norte-americana tem na China o credor. Além disso, parece que a grande mídia desconhece que desde 2004 pelo menos o presidente ou o vice-presidente ou outro grande funcionário administrativo do Brasil e China se visitam mutuamente, e desconhece também que a China já é o segundo maior parceiro do Brasil no comércio internacional, com um crescimento de mais de 30% ao ano e ao que tudo indica em poucos anos ultrapassará posição dominante dos EUA.
Além disso, a mídia também não registra as mudanças de Obama em relação a América Latina, por exemplo, essa semana o Departamento de Estado norte-americano disse a respeito da vitória de Chaves na Venezuela: “totalmente coerente com o processo democrático”. O Washigton Post por sua vez ecoando os novos ares foi mais longe e afirmou que as novas constituições de Venezuela, Bolívia e Equador são "processos pacíficos” que se destinam a “refundar aquelas nações para corrigir injustiças históricas”. O governo Obama além de reconhecer como legitimo e limpo o processo venezuelano encorajou um grupo de congressistas norte-americanos a apresentar o Ato Pela Liberdade de Viajar a Cuba que restabelece o direito de norte-americanos viajarem para Cuba e vice-versa. Desse jeito, desse jeito, só falta OBAMA ser acusado de acabar com a liberdade imprensa brasileira, afinal como ficará a grande mídia com a trinca do mal Venezuela, Cuba e Bolívia sendo aceita pelo governo pragmático de Obama. Não ficará pois a imprensa brasileira continua na guerra fria. é só ver os comentários do Waack no Jornal da Globo ou a página internacional de O Globo, por exemplo.
Ps: acho o tal socialismo bolivariano de Chaves um tanto confuso, mas reconheço também que nunca me dediquei com afinco para entender esse socialismo chavista. Mas uma coisa é inegável A Venezuela é uma democracia. Chavez é um líder popular. Nos últimos 10 anos de Chavez tiveram 15 eleições, em que a oposição teve direito e liberdade de atuar em todas, inclusive de forma violenta (diga-se de passagem os dois lados são bastante violentos fruto do grande tensionamento existente e alimentado pela mídia dominada pela antiga oligarquia branca venezuelana). Segundo o jornalista Rodrigo Vianna, aquele que foi demitido da Globo por discordar da posições racistas da emissora (em relação a questão das cotas) e políticas em relação a cobertura do governo Lula: "A Venezuela, com Chavez, eliminou o analfabetismo, investiu pesado em Saúde, criou programas sociais bem-estruturados, levando o Estado para perto do povo (são as “missiones”, ou “Barrio Adentro”, como eles dizem aqui). Esses são fatos concretos." O mesmo jornalista disse também Chávez é "personalista, e que comanda um processo de renovação em que sua figura pessoal está no centro de tudo. Não acho isso positivo, acho que fragiliza o processo de mudança, na medida em que passa o seguinte recado: tudo depende de Chavez." Para variar vou elogiar a Record News, mais uma vez a única a transmitir ao vivo no domingo a noite no começo de nossa madrugada parte do discurso da vitória de Chavez e a cobrir efetivamente o plebiscito.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Brasil grande, tem reitor cientista social em Roraima

Estava pesquisando uma informação e acabei por acaso chegando ao site da UFRR. Ou seja, ao site da Universidade Federal de Roraima, lá acabei por descobrir que a Universidade é de 1989, portanto prestes a completar seus 20 primeiros anos, lá descobri também que é dirigida pelo Prof. Dr. Roberto Ramos, que pela foto trata-se de um jovem professor doutor negro, lá também ao acessar o mini-currículo de Vossa Magnificência descubro que além de tudo o professor Roberto Ramos é um colega cientista social e professor do Curso de Ciências Sociais. Descobri também que o curso de Ciências Sociais de lá tem dois departamentos o de Ciências Sociais e o de Antropologia este todo formado por doutores (5) esperando mais um. É isso, achei tão legal esses dados que quis dividir com vocês. Roraima e seu monte também é Brasil.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

bom mocismo e o falso moralismo

O grande George Best declarava que gastou 80% do dinheiro com carros, bebidas e mulheres e “desperdiçou” os outros 20%. Romário, Renato Gaúcho, Sócrates, Garrincha ou seja a lista de jogadores de balípodo geniais e geniosos é imensa. Assim como em outros esportes, digo tudo isso pois é insuportável a celeuma surgida a partir das fotos de Phelps fumando a sagrada erva. O irônico neste caso é que apesar ou será mesmo por causa da erva, o cara ganhou 8 medalhas (recorde absoluto na história dos jogos olímpicos), mas ai lá vem os adeptos do bom mocismo e do falso moralismo condenar o rapaz. Que porre (no mal sentido é claro). E ai dá-lhe retorcer a realidade e os fatos, ouvi na principal rádio de belzonte uma crítica dura ao Phelps; a crítica era mais ou menos assim: o esporte não combina com drogas. Não combina a imagem de um atleta vitorioso e medalhista olímpico e o uso de drogas !!! Bom só me restou a risada. Ou seja, a realidade, o fato deve ser retorcido para atender a versão. Como assim, o cara ganha 8 medalhas pulveriza cerca de 20 recordes e fuma sua ervinha, mas como isso não condiz com a versão trata-se de condenar o fato.
Diante de tanta basbaquice moralista e de bom mocismo (é por essas que nunca tive empatia com o Kaka e seu virtuosismo moral) coube ao ultrapassado e elitista FHC (aquele que o Noblat insiste em chamar de FH) dá um sinal de avanço nessa área ao pedir a descriminalização da maconha. Disse o douto sociólogo "Reconhecemos que a maconha tem um impacto negativo sobre a saúde. Mas inúmeros estudos científicos demonstram que o dano causado por esta é similar aos do álcool e do tabaco" FHC afirmou ainda que a repressão não pode ser "a qualquer custo", e acrescentou que a execução sumária dos traficantes por parte de policiais, principalmente em países nos quais não há pena de morte, é uma "violação inaceitável" .
Pois é dá-lhe Phelps e inacreditável, mas vai lá dá-lhe FHC a primeira dentro deste 1994. Sei não vai ver que o tio também anda dando suas apertadas, tomara pelo menos ficaria menos rabugento, mas por outro lado ficaria mal para a versão de que pessoas probas não fumam a ervinha. Para Phelps faltou conhecer a filosofia de Bezerra da Silva: Vou apertar mas não vou ascender agora se segura malandro que pra fazer a cabeça tem hora.
Para fechar esse texto o Planet Hemp, melhor banda de afro-psicodelia-hardcore e reggae de todos os tempos, o efeito da erva também explica essa overdose de sonzeira. Mas que fique claro de uma vez por todas este não se trata de um texto apologético(rs, rs percebeu o bom mocismo e o falso moralismo com que a imprensa terminaria esse texto), aliás drogas fazem mal a saúde por isso já não consumo mais o Jornal Nacional mas a cerva é difícil de deixar, por outro lado a cerva anda tão cara e o FHC disse que faz mais mal do que a erva, acho que ta ai a chance de experimentar a verdinha.
Queimando Tudo - Planet Hemp
Eu canto assim porque eu fumo maconha
Adivinha quem tá de volta explorando a sua vergonha
Eu sou melhor do microfone, não dou mole pra ninguém
Porque o Planet Hemp ainda gosta da MaryJane
Então por favor, não me trate como um marginal
Se o papo for por aí, já começamos mal
Quer me prender só porque eu fumo Cannabis Sativa
Na cabeça ativa, na cabeça ativa
E isso te incomoda?
Eu falo, penso, grito e isso pra você é foda
A mente aguçada
Eu sei que isso te espanta
Mas eu continuo queimando tudo até a última ponta
Eu continuo queimando tudo até a última ponta
Piso pesado e sinistro como o sol que vem sem dó
Quando eu tô preso em preto como em Daunbailó
Procurando e destruindo falsos MCs
Nocivos como os governantes do nosso país
Minha família quer tudo, como quem não quer nada
O estilo é livre, ninguém pode pará-la
Nada mais, nada menos, é, eu tô sabendo
Black Alien vai rimando, queimando, sobrevivendo
Se é o caso, queimo a casa e me livro do rato
Negozinho, se liga que eu não vou deixar barato
Então D2 " Qualé ",O que você me conta?
Eu continuo queimando tudo até a última ponta...
Até a última ponta!Eu continuo queimando tudo até a última ponta!
Olhe pra mim, veja as pupilas dilatadas
É a mente trabalhando, eu não vou te fazer nada
Sinta os efeitos da fumaça sonora, e não se esqueça
Planet Hemp, fazendo a sua cabeça
M-A-R-C-E-L-O, Marcelo D2, na lata sem dó
Dedo amarelo, enfumaçado e o pensamento longe
Mas eu continuo queimando tudo como Cheech e Chong
Não adianta armadilha, mermão, eu não caio
E muito menos cabeça de pobre é pára-raio
A mente aguçada, eu sei que isso te espanta
Mas eu continuo queimando tudo até a última ponta
Eu continuo queimando tudo até a última ponta

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Interatividade, sobre o post dia 02 de fevereiro dia de Yemanjá

My brother Daniel, do peramblogando (http://peramblogando.blogspot.com/ ) recém-chegado de Salvador vem trocando com esse blog excelentes comentários no post a respeito da Festa de Yemanjá. Reproduzo os comentários e depois faço algumas considerações.
Daniel disse...
Tive a oportunidade de acompanhar a festa de Iemanjá bem de perto, lá em Salvador. Sem dúvida foi uma experiência incrível poder observar toda a devoção de um público extremamente variado para com a rainha do mar.

Carlos Eduardo disse...
Ainda assistirei a uma. Aliás preciso arranjar parentes na capital baiana, pois o ideal é uma temporada (o que é impossível ficando em Hotel)e assim começar com a virada (revellion), passar pela procissão do Nosso Senhor Bom Jeus dos Navegantes e Nsa Sra Conceição da Praia, no começo de janeiro depois pela subida a Colina Sagrada para purificar na lavagem da escadaria do Bonfim e no começo de fevereiro a Festa de Yemonjá. Se for ainda mais festeiro, talvez chegar antes em dezembro para acompanhas as festas das Ayabas(orixás femininos) principalmente de Oxum em 12 de dezembro, afinal como canta a canção Salvador tem como Orixá uma Ayaba "toda a cidade é da Oxum".
Daniel disse...
Curioso é que na festa de Iemanjá algumas pessoas rendem homenagens também a Oxum. É o orixá da água doce, certo? A lavagem da escadaria do Bonfim me decepcionou um pouco... pensava ser uma escadaria imeeeeensa... são meia dúzia de degraus... E se quiser lavagem, lá é o que mais tem... Lavam até condomínio... não pode ter uma cruz, capela ou afim que rola lavagem...O foda hoje em Salvador é que tudo vira carnaval... na própria festa de Iemanjá surgiu uma porra dum trio eletrico com Psirico... aí acaba acontecendo uma coisa meio doida... grande parte do pessoal que tava lá era por causa do trio... Até entrevistaram uma mulher lá e ela disse que vai todo ano na festa de Iemanjá, mas que nesse ano era a primeira vez que ela ia pra parte "sagrada", pois nos outros só ficava na parte "profana"... Ou seja, ela nunca tinha ido na festa de Iemanjá, só na bagunça que fazem no restante do Rio Vermelho...E achei interessante uma mãe de santo que não quis colocar presente porque tinha muita gente na festa consumindo bebida alcoolica e segundo ela em festa de orixá não tem bebida alcoolica... Disse que já havia feito sua oferenda em outra praia mais cedo...
Volto Eu a respeito deste último comentário. Sobre a lavagem da escadaria do Bonfim a grande importância da festa é simbólica, ou seja como mais um ato de resistência dos negros escravizados. Consta-se que parte da eleite branca escravagista era (é) devota ao Senhor do Bonfim, por sua vez os negros chegados a Bahia por um processo violento e compulsório em sua maioria Yorubá e da Nação Ketu perceberam que essa festa por suas características poderia ser utilizada para a manutenção da importante cerimônia das aguas de Oxala. Torna-se mais importante então perceber que a lavagem simbólica da escadaria, que representa a lavagem de purificação do Ilê (este oficialmente inexistente até praticamente os anos 50 do século passado por proibições legais) torna-se mais importante e o centro da festa, superando então sua origem e celebração de rito católico romano. A festa cresce a tal ponto que tornou-se um ato sagrado, social, sociológico e político. A grande procissão e a subida a Colina Sagrada para participar da lavagem da escadaria do Bonfim é tão importante, que Antônio Carlos Magalhães (o canalha mas que de política entendia tudo) dizia a unica obrigação do baiano é a súbida da Colina Sagrada (e que grande afluência comparece na festança). A festa deste ano tornou-se única: pela primeira vez em mais de 200 anos a Igreja do Senhor do Bonfim permaneceu aberta durante a lavagem e a imagem do Bom Jesus (transmutada em Oxalá para os adeptos) foi levada a entrada principal da Igreja. Tal fato é importantíssimo, pois somente em 2009 a Igreja Católica Romana reconhece a importância religiosa da lavagem do Bonfim e a necessidade de uma aproximação com o Candomblé. Historicamente a festa acontecia com as portas da Igreja fechada, aliás metaforicamente e genialmente descrita pelo grande baiano Dias Gomes em o Pagador de Promessa. Ou seja, assim que as baianas se aproximavam da Igreja a mesma tinha ssuas portas fechadas em recuso a celebração fato rompido esse ano.
Quanto as demais lavagens o que vale é a fé e ai obviamente percebo que seu questionamento é super válido e que é um questionamento que eu mesmo já fiz até mesmo academicamente: é se essa coisificação não é também uma violência e uma forma de apenas folclorizar este ato que é sagrado? Bom fica essa e muitas outras perguntas, deste tema sempre tão inquietante e bom para se pensar já que as respostas podem ser multiplas e em vários sentidos, por exemplo pode-se até mesmo questionar a própria pergunta; trata-se mesmo de uma coisificação?Por ora deixo as dúvidas e só reafirmo que se tenho fé posso e devo fazera lavagem dos locais nos quais faço a troca de enérgia entre os vários Axés.
Quanto a festa de Yemanjá novamente um tema polêmico que sua mensagem consegue corretamente captar. Pois que, vejamos: seguindo uma filosofia yorubana, a própria proposição sagrado/profano não pode ser utilizada, pois que se trata de uma organização social não dicotomica (essa maldição ocidental tão bem analisado por autores como Derrida, Descola, Viveros de Castro, Sahlins, Latour). Portanto, não se reconhece essa divisão dual em sagrado e profano. Digamos assim como ouvi de vários Babalorixás e Yalorixás no Candomblé tudo é sagrado, daí ser uma religião muito dificil para seus adeptos. Ora se (quase) tudo é sagrado significa que (quase) tudo é profano, trata-se de uma inferência lógica ao nosso pensamento. E assim sendo, o ato de comer é de uma sacralidade imensa daí as proibições e os tabus alimentícios, bem como o ato da vida sexual, da purificação do corpo, das cores utilizadas. Por isso para um filho de santo, a roupa que ele escolhe para ir trabalhar é sagrada pois que não pode agridir seus orixás. No entanto, o oposto também é verdadeiro e esse mesmo ato sagrada de comer poderia ser considerado por nossa forma classificatória de profano. Ora o samba (dança - considerada extremamente lasciva, devido seus contorcionismos e umbigadas - e canto) e a capoeira, por exemplos, são manifestações surgidas dentro dos terreiros, nos intervalos das sessões ditas por nós sagradas (não por outra razão uma Escola de Samba da importância da Portela nasceu dentro de um Terreiro). Ou mesmo a importância da Praça Doze, a Pequena Africa entre nós, e a consolidação do samba (a este respeito já reproduzi aqui no blog um trecho de minha dissertação que discuto sobre esse território negro). Dito tudo isso quero por um lado afastar a própria idéia dicotômica de festa sagrada e festa profana. Ora digamos assim a festa é sagrada pois que profana e é profana pois que sagrada. Mas isso não invalida seu comentário e a tensão sempre presente, tão bem percebida por Você, quando traz a idéia de um trio elétrico e da fala da Yalorixá a respeito da bebida alcoolica.
Ora se a festa é também "profana" (entre aspas como Você bem utiliza), isso não significa necessariamente a presença de um trio elétrico e principalmente uma grande banda do main stream. E pode ser (mas sempre na dúvida, pois merece estudos mais profundos e aqui não devemos aderir acriticamente a Escola de Frankfurt e a Adorno como Você tão bem me ajudou a perceber) considerado uma violência pois que a presença tão ostensiva de uma banda como o psirico é impedimento para essa própria manifestação "profana" dos próprios Terreiros e adeptos ou seja, o samba de roda e de umbigada e a capoeira, as belissímas músicas em homenagem aos Orixás. Além disso, Você traz o valoroso depoimento da mãe de santo que novamente nos mostra como se trata de filosofias diferentes: a festa no Candomblé se por um lado pode ser considerada por nosso pensamento como "profana" ela jamais o é no sentido cotidiano que damos a essa palavra e, eis que seus praticantes continuam com os interditos e tabus e como ela bem afirma: Candomblé e alcool não combinam, ao contrário se confrontam. Ora como praticar o ato mais sagrado do Candomblé: o ato de alimentar (dar oferendas) a seu Orixá ("dar de comida ao santo da sua cabeça", pois que em uma análise empobrecida da Candomblé mas útil aqui poderíamos assim resumir o Candomblé: uma religião que consiste na sagração do ato de alimentar sua dinvindade pessoal, o orixá de sua cabeça) em um festa que violenta esse principio com a presença, por exemplo, do alcool.
Enfim valeu demais pelo comentário e como diria nosso antigo professor Otávio Dulci uma vez sociologo, sociologo sempre até mesmo no ônibus (para mostrar a importância do olhar) e algo como que diria Foote Whyte no clássico Corner Society eis que o olhar do sociologo mesmo em um relato informal consegue trazer dados. E nessa sequencia de citação parodiamos Lévi-Strauss e reafirmamos o Candomblé é bom para se pensar.
PS: desculpem-me os erros mas o comentário me levou a desenvolver esses penamentos, no entanto, estou indo viajar e acredito que pela questão tempo o texto as vezes pode ter ficado truncado e com erros. Mas fica o registro mesmo da importãncia da interação nos blogs.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O novo jornalismo -A MILÉSIMA SEGUNDA NOITE DA AVENIDA PAULISTA- e o prazer da leitura

No começo de Janeiro, mais precisamente no dia 03 publiquei o post O novo jornalismo -Radical Chique - e o prazer da leitura
Neste texto resenhava o livro Radical Chique de Tom Wolfe. Lá pelas tanta daquela resenha escrevi o seguinte:
"Infelizmente por aqui é só jornalismo chapa branca. Infelizmente não pode ler Realidade, Visão e outros ícones do bom jornalismo brasileiro, onde a reportagem era a rainha do noticioso. Como suspiro fica aqui, o registro de alguns projetos novos nessa direção como Piauí e Brasileiros. Bom agora vou correr atrás de outras feras do New Journalism e do Novo Jornalismo brasileiro, aqui destaca-se o saudoso Joel Silveira e dos vivos Ricardo Kotscho, o grande Hamilton Nogueira entre outros."
Pois bem, corri mesmo e na semana seguinte iniciei, melhor seria devorei, o maravilhoso livro A MILÉSIMA SEGUNDA NOITE DA AVENIDA PAULISTA DE JOEL SILVEIRA. Devorei não somente porque trata-se de um livro daqueles que se inicia e não se quer mais parar mas porque neste livro a ideia antropofágica é essencial, dai o termo devorar. No entanto, antes retornemos a resenha de Radical Chique, lá eu disse:
"Radical Chique realmente é um divisor de águas. Um marco. Para entender essa revolução somente lendo o ótimo posfácio de Joaquim dos Santos denominado Abaixo o jornalismo bege, sim porque é disto que se trata: abaixo esse pseudo-jornalismo, de baixa qualidade tão bem denominado por Joaquim como jornalismo declaratório por telefone, pois sim se o Wolfe exige que os poetas visitem as ruas, imagina seu desgosto com esse jornalismo de telefone e fechado nas redações. Aliás como deixa entrever Wolfe em vários trechos: a redação é o aprisionamento da reportagem. Recomendo enormemente a leitura do livro e do ótimo posfácio de Joaquim. Abaixo o Jornalismo Bege!!!!!!!!! e principalmente o jornalismo internetequês. Arghhhh!!!! Ah... não sei como você leitor fará? mas leia Radical Chique, pois ler uma reportagem após esse texto nunca será a mesma coisa (parafraseando o Alberto Dines do Observatótio da Imprensa). Reportagem, eu disse reportagem? Mas Radical chique é uma reportagem? ou será um conto? ou melhor será um belo ensaio sobre a burguesia de Nova York? Ou SERÁ UM ARTIGO? ou será um romance? Como nos lembra Wolfe é tudo isso e ao mesmo tempo!!!!!!!!! UHU!!!! "
Ora, ora, ora não retiro nada só faço uma correção em forma de homenagem, as palavras acima ditas para Wolfe cai como luva para Joel Silveira, mas com a vantagem para a genialidade do segundo, pois alguns dos textos reunidos no Livro Milésima Noite são do início dos anos 40, ou seja quase 30 anos antes de Wolfe.
Assim pode se dizer que as qualidades elevadas ao extremo do bom gosto por Wolfe já aparecia em Joel Silveira decadas antes. A reportagem que dá nome ao livro, bem como Eram Assim os Grã-finos em São Paulo tratam-se (até o momento pelo menos) as melhores reportagens jamais produzidas no Brasil. Lá é possível encontrar todas as qualidades do chamado "Novo Jornalismo": ou seja, uma narrativa que busca sobretudo os detalhes, faz descrição minuciosa de fatos, lugares e pessoas, é rica em dados e informações cinematográficas. E lógico permite ao autor entrar no texto com suas próprias impressões, com adjetivações, ironias, imagens, dialógos com os leitores e etc. Outra vantagem do texto de Joel é tornar didático algo que se encontra latente no texto de Wolfe: novo jornalismo é apurar bem, muito, exaustivamente, e contar o que foi apurado de maneira envolvente. E nisso volto a repetir: Eram Assim os Grã-finos em São Paulo é um texto inclassificável, pois lhe faltaria adjetivos. Destaque ainda para a sarcástica e irônica Dezoito Poetizas Contra o Mundo em Chamas.
Tal como na resenha de Wolfe, deixemos o próprio posfácio do livro, nos trazer algumas características da obra. Trata-se de um texto do grande biografo Fernando Morais, intitulado A víbora está viva:
"O livro que você acaba de ler retrata o surgimento, no Brasil, do gênero jornalístico chamado de "grande reportagem" - depois rebatizado como "novo jornalismo", "jornalismo investigativo" e, como diz o título desta coleção, "jornalismo literário". É verdade que a primeira grande reportagem de que se tem notícia no Brasil é muito anterior - o monumental Os sertões, de Euclides da Cunha, publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo em 1902. Mas também é verdade que só no final dos anos 30 é que ela vai fazer parte do dia-a-dia dos grandes jornais. Um dos pioneiros do gênero, Joel Silveira defende a tese de que, mais do que uma opção da imprensa, a grande reportagem surge como válvula de escape à censura imposta pela ditadura do Estado Novo. Sem poder falar do que importava - a política - os jornais abriam espaço para a investigação de temas menos candentes.
(...)
E foi em Diretrizes que Joel se converteu em uma estrela do jornalismo, com visibilidade nacional. Mais precisamente depois que ele publicou, no começo dos anos 40, a reportagem "Grã-finos em São Paulo", um irônico, debochado perfil do high-society paulistano."
Ps: 1- este livro bem como o livro de Wolfe foram publicados pela Cia. da Letras na Coleção Jornalismo Literário.
2-Joel Silveira foi sergipano de Aracajú, onde nasceu em 23 de setembro de 1918. Veio para o Rio em 1937, tendo se destacado como jornalista e escritor. Publicou cerca de 40 livros. Foi agraciado com o prêmio "Machado de Assis", o mais importante da Academia Brasileira de Letras, em 1998, pelo conjunto de sua obra. Foi também ganhador dos prêmios "Líbero Badaró", "Prêmio Esso Especial", "Prêmio Jabuti" e o "Golfinho de Ouro". O escritor e jornalista faleceu no dia 15 de agosto de 2007 na cidade do Rio de Janeiro.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Dom da Paz

Dizem que DOM Hélder Câmara não gostava de ser chamado de Dom, afinal esse pronome denota nobreza e se trata de um arcaísmo remanescente da época áurea e senhorial do Vaticano, já que a face opressora do Vaticano continua a mesma. No entanto, Dom além de pronome também é um verbo. Segundo o antropólogo Mauss, em sua obra clássica o "Ensaio sobre a Dádiva" fundadora da antropologia: o que funda a sociedade não é a renúncia que dá origem ao Estado, mas o estabelecimento de uma forma de troca na qual os homens podem "opor-se sem massacrar-se e dar-se sem sacrificarem-se uns aos outros" (1974:183). É desta forma verbal e não pronominal que a palavra DOM cabe a medida a esse notável brasileiro que se vivo fosse completaria hoje 100 anos: Hélder Câmara.
Sobre Dom Hélder existem muitos e muitos e muitos escritos, ainda que sempre insuficientes para registrar tamanho comportamento dadivoso. Assim não repetirei aqui os feitos que vocês conhecem de outros lugares, suas indicações ao Nobel da Paz, sua denuncia em Paris que a ditadura brasileira torturava (o primeiro a fazê-lo publicamente), os jovens que acolheu na luta, o apoio aos movimentos sociais e de base. Não vou falar sobre nada disso, pois que é de conhecimento público. Publico aqui então trechos do depoimento do jornalista Noblat a respeito da coragem dadivosa de DOM HÉLDER CÂMARA.
" (...) Fazia pouco mais de quatro anos que o país vivia sob uma ditadura militar de natureza branda, envergonhada. Centenas de pessoas foram perseguidas e presas, parlamentares perderam o mandato e os direitos políticos por dez anos, juízes considerados liberais demais acabaram aposentados antes do tempo, e a imprensa que apoiara a deposição do presidente João Goulart se autocensurava para evitar a ação direta de censores. Ninguém era capaz de prever que dali a seis meses a ditadura tiraria a máscara de uma vez e, brutalmente, se assumiria como tal.
O silêncio da rua cedeu lugar ao leve barulho provocado pelo arrastar das botas dos soldados no asfalto à medida que uma mancha pequena e sem contornos definidos ia se infiltrando no meio deles. A mancha cresceu quando estava mais próxima do portão principal da universidade e deu para ver que se tratava de uma pessoa de baixa estatura. Não parecia ser um militar. A certa altura, concluí que não era um militar. Mas naquelas circunstâncias, à passagem de quem uma tropa disciplinada e prestes a recorrer à violência abriria espaço de modo tão espontâneo?
“Com licença, boa noite... Com licença, boa noite”, sussurrava o dono da voz ao tocar de leve no braço de um ou de outro soldado perplexo. O homem baixinho estava só. Usava uma boina e uma capa de lã que lhe deixava à mostra apenas os sapatos de couro preto. Momentos antes correra de boca em boca dentro do pátio da universidade a notícia de que ele estava indo ao encontro dos estudantes. Parte dos estudantes se agrupou em torno do portão para vê-lo entrar. Os líderes da passeata frustrada se reuniram num canto para discutir o que fazer.
De pé sobre uma cadeira e diante dos estudantes sentados no chão do hall de entrada da universidade, o homem baixinho tirou a boina da cabeça com um largo gesto teatral e disse num inconfundível sotaque cearense do qual jamais se livrou ou quis se livrar:
- Eu vim para ficar ao lado de vocês...
A platéia levantou-se, começou a aplaudir e a gritar.
O homem baixinho fez um gesto para que cessasse o barulho e para que todos se sentassem no chão novamente. Em seguida, disse:
- Alegro-me que padres, professores e operários estejam unidos com vocês, pois sua luta é a luta do povo. Eu só sairei daqui na companhia de vocês...
Novamente a platéia se pôs de pé, o aplaudiu em delírio e, a um novo gesto dele, fez silêncio e se sentou no chão.
Ex-bispo auxiliar do Rio de Janeiro, arcebispo de Olinda e Recife desde abril de 1964, em rota de colisão com os militares que mandavam no país, dom Hélder Pessoa Câmara, a figura mais carismática da Igreja Católica na segunda metade do século passado, empregou o resto do seu discurso para apascentar o espírito daqueles jovens que temiam um confronto violento com a polícia. Por fim, ofereceu-se para negociar com o governo o fim do cerco à universidade e a libertação de nove estudantes que tinham sido presos durante a passeata.
(...)
Enquanto esperava, não sabia que a pouco mais de dez quilômetros dali, sozinho em sua acanhada casa nos fundos da igreja de Nossa Senhora das Fronteiras, dom Hélder registrava em carta para um grupo de amigos o que acabara de acontecer. Era uma espécie de diário que ele começara a escrever ainda como bispo auxiliar do Rio de Janeiro nos anos 50. A carta daquele dia, datada de 27/28.6.68 está identificada no alto à esquerda como “407a. Circular”. Sobre a passeata reprimida pela polícia, dom Hélder escreveu: “O pau cantou e houve prisões numerosas”.
Mais adiante, disse por que fora ao encontro dos estudantes:
- 22h. Soube do cerco à Católica. Fui chamado. Não vacilei. Há segundos que decidem a vida. Se falhasse naquele instante com os universitários estaria liquidado para eles. Parti imediatamente. Atravessei as tropas sem que ninguém me interrompesse ou interpelasse. Os oficiais me cumprimentavam e os soldados, visivelmente, me saudavam com carinho. Os soldados, coitados, de cassetete ou de metralhadora e com amplos escudos romanos...
O “Jornal do Commercio” “furou” o “Diário” naquele dia. Sua manchete de capa foi “Diálogo Hélder-Salviano põe fim a cerco da Católica”. Salviano Machado era o governador em exercício. O “Diário” publicou que a universidade permanecera cercada até o início da madrugada. Ninguém que “não tenha sofrido” a “paixão insaciável” do jornalismo pode “conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso”, escreveu anos depois o romancista colombiano Gabriel García Márquez.

Trecho do terceiro capítulo do livro "Memórias Profissionais - O que é ser jornalista", editado pela Record.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dia 02 de fevereiro, dia de Yemanja

Estava em viagem, portanto aqui de maneira atrasada o registro que no último dia 02 de fevereiro foi dia de Yemanjá, a Rainha do Mar. A mãe dos orixás. Vaidosa, a senhora das águas salgadas gosta de ganhar espelhos, pentes, brincos e pulseiras de prata, perfumes – o de alfazema é seu preferido – e sabonetes. Também recebe rosas brancas e champanhe, manjar de leite e oferendas à base de peixe e carneiro.
Lembrando que a imagem mais comumente conhecida de Yemanjá aquela da Umbanda de uma mulher branca e de cabelos lisos não condiz com a Orixá nascida no Reino de Oyo (na hoje Nigéria), portanto se quiserem ter uma imagem pense em uma negra com seios volumosos e semblante calmo. Dono do movimento das águas, da sensualidade e da fertilidade. É considerada um orixá com características da maternidade. Odoyá, mãe das mães.

Para não dizer que não falamos em flores

A correria começou e infelizmente as passagens por aqui diminuem. Mas para registrar: essa semana uma notícia auspiciosa - Sarney esta de volta ao comando do Senado - em uma locução: o senado (com minusculas) merece sarney e o sarney merece o senado. Para registro segundo o jornal o Estado de S. Paulo
Se for pro Maranhão, a coluna *Direto da Fonte*, no Caderno 2 do Estadão de hoje, dá informações *importantíssimas*:
Pra nascer, a Maternidade Marly Sarney.Pra morar, escolha a Vila Sarney. Ou então a Sarney Filho ou a Kiola Sarney.Pra estudar, as escolas Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney ou José Sarney.Pra pesquisar, vá à Biblioteca José Sarney.Pra se informar, leia O Estado do Maranhão, veja a TV Mirante ou ouça a Mirante AM ou FM, todos da família... Sarney.Pra saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney.Não gostou de nada disso e quer reclamar? Vá ao Fórum José Sarney.
Agora volto Eu: nada como viver no século XXI. Principalmente o Tribunal de Contas, essa invencionice brasileira que tem a finalidade de fiscalizar os ocupantes do poder e homenageia a sua investigada.