segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ditadura Capitalista da China

Se bem me lembro, das aulas de Ciência Política aprendemos com vários teoricos que o capitalismo e a democracia são primos-irmãos.Foi assim com Schumpeter, Dahl, Tocqueville entre vários outros. Ou seja, em um processo histórico o capitalismo junto com suas transformações culturais desembocaria em um sistema democrático, diga-se de passagem um sitema de democracia liberal burguesa. Ora dentro desta teoria é até mesmo possível a existência de ditaduras informais ou mesmo formais, que o diga nossa América Latina, mas neste caso as ditaduras são impostas sobre a retórica da Democracia. Tratava-se de suspender temporariamente a democracia em nome de combater um mal maior a ditadura do proletário.

Feito este preambulo chegamos a China. O que temos hoje na China é uma  ditadura não a do proletariado e sim a ditadura do mercado. Ainda que neste caso o mercado seja regido por mãos duras da elite do partido unico. Trotski já chamara a atenção de que a mistura do autoritarismo (que ele chamava de açoite) asiático com a bolsa de valores européias seria um perigo. Então estamos diante do perigo consumado. E não é qualquer perigo, imagina uma economia capitalista livre da interferência da organização sindical, da organização política, de direitos básicos e fundamentais, de direitos trabalhistas, culturais e etc. Eis a China e seu perigoso modelo.

Foi Marx que nos ensinou que a história nãos e repete a não ser como uma farsa de si própria. E novamente o barbudo estava correto. O que se vê hoje na China é uma farsa do processo revolucionário liderado por Mao a custa de milhões de vidas de seus compatriotas. Se Mao proclamava a superação da antiga sociedade e o surguimento em seu lugar de uma nova sociedade chinesa mais justa, solidária e desenvolvida. O que se vê hoje é somente um modelo chinês de desenvolvimento capitalista que une as argurias do sistema de mercado a mão de ferro de um governo autoritário, violento e centralizador. Mas a verdade se diga até nisto a China não inova, afinal foi também nas aulas de ciências políticas que lemos os vários teóricos elitistas: aqueles que a grosso modo defendem a existência de uma elite política preparada para guiar as massas ignobeis. Eis que na China para um melhor desenvolvimento e segurança (lembram-se que por aqui mesmo no Brasil passsamos uma decada inteira ouvindo que o mercado deveria confiar na solidez da nossa economia, que o mercado isso e aquilo, etc) do capitalismo resolveu a seu modo  o dilema da representação democrática. Bom pode até se afirmar que a China age como que a denunciar a farsa da democracia representativa, de novo Trotski nos ajuda a entender tal processo quando reprovara este sistema sob a alegação de que a democracia parlamentar, ao invés de dar demasiado poder às massas, paradoxalmente,  ela apassiva demasiadamente as massas, deixando a iniciativa para o aparato de poder estatal.
Enfim divagações sobre um sistema cruel de capitalismo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Disco para Sempre III



O Ano é 1972, o nome do disco é Transa, seu autor é um baiano tropicalista. Viva Caê. Na minha opinião o melhor disco de Caetano de todos os tempos. Como era comum na época, devido ao formato dos acetatos cada álbum não cabia mais do que 10 canções. No caso deste são 07 canções. Um pouco de história deste Lp fantastico.
Exilado em Londres desde 1969, Caetano Veloso obteve permissão para ficar um mês no Brasil em janeiro de 1971 para assistir à missa comemorativa dos 40 anos de casamento de seus pais. No Rio de Janeiro, o cantor foi interrogado por militares que pediram para que fizesse uma canção elogiando a rodovia Transamazônica - na época em construção. Caetano não aceitou a "proposta", mas de volta a Londres, gravou no final do ano o LP com o nome de "Transa", lançado em território brasileiro em janeiro de 1972, quando o cantor voltou definitivamente ao país.
Este disco, portanto, é um misto deste momento. Segundo vários amigos o exilio foi bastante doloroso para Caetano que as vezes entrava em verdadeiras crises existênciais. Este Lp é um pouco retrato desta época das 07 canções apenas duas em português: Triste Bahia, uma declaração de amor e saudades a Bahia. Trata-se na verdade de uma canção com cerca de 10 minutos que misturam trechos de vários sambas de roda, composições do próprio Caetano e mesmo de alguns trechos de literatura baiana. É lasciva, cortante, alegre e triste, emocionante, como cabe ao bom samba, com destaque para a parte final da música, a repetição massante como que representando a loucura do artista de um ponto cantado nos Terreiros Baianos "Bandeira Branca enfiado em pau forte. Trago no peito a estrela do Norte". A outra música em português é Mora na Filosofia do grande Monsueto: "Eu vou lhe dar a decisão. Botei na balança Voce não pesou. Botei na peneira e voce não passou. Mora na fiolosoia. Para que rimar amor e dor. Mora na filosofia. Para que rimar amor e dor. Se seu corpo ficasse marcado por lábios ou mãos carinhosas eu saberia a quantos voce pertencia. Nao vou me preocupar em vê seu caso não é de ver para crer. Tá na cara. Eu vou lhe dar a decisão."
MAS DEFINITIVAMENTE O QUE TORNA ESTE DISCO MAGISTRAL É A INTERPRETAÇÃO DE CAETANO, SOBERBA, MARAVILHOSA, MAIS CAETANEADA DO QUE NUCA. SOMA-SE A ISSO UMA COZINHA DE RESPEITO.
O disco nas palavras do mesmo, veja que Eu e Caetano concordamos (já que li esta entrevista depois de ter escrito as linhas acima):
Caetano declarou em uma entrevista ao Jornal do Brasil: "Chamei os amigos para gravar em Londres. Os arranjos são de Jards Macalé, Tutti Moreno, Moacyr Albuquerque e Áureo de Sousa. Não saíram na ficha técnica e eu tive a maior briga com meu amigo que fez a capa. Como é que bota essa bobagem de dobra e desdobra, parece que vai fazer um abajur com a capa, e não bota a ficha técnica? Era importantíssimo. Era um trabalho orgânico, espontâneo, e meu primeiro disco de grupo, gravado quase como um show ao vivo"
"Foi Transa que que me deu coragem de fazer os trabalhos com A Outra Banda da Terra. Tem a Nine out of Ten, a minha melhor música em inglês. É histórica. É a primeira vez que uma música brasileira toca alguns compassos de reggae, uma vinheta no começo e no fim. Muito antes de John Lennon, de Mick Jagger e até de Paul McCartney. Eu e o Péricles Cavalcanti descobrimos o reggae em Portobelo Road e me encantou logo. Bob Marley e The Wailers foram a melhor coisa dos anos 70. Gosto do disco todo. Como gravação, a melhor é Triste Bahia. Tem o Mora na Filosofia, que é um grande samba, uma grande letra e o Monsueto é um gênio. Me orgulho imensamente deste som que a gente tirou em grupo".

"You Don't Know Me" (Caetano Veloso) – 3:49
"Nine Out of Ten" (Caetano Veloso) – 4:57
"Triste Bahia" (Gregório de Matos Guerra, Caetano Veloso) – 9:47
"It's a Long Way" (Caetano Veloso) – 6:07
"Mora na Filosofia" (Monsueto Menezes, Arnaldo Passos) – 6:16

"Neolithic Man" (Caetano Veloso) – 4:55
"Nostalgia (That's What Rock'n Roll Is All About)" (Caetano Veloso) – 1:22

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dia de Martin Luther King



Hoje é a terceira segunda-feira de janeiro, portanto, feriado nos EUA o Martin Luther King Day. Como indica o próprio nome o feriado é uma homenagem  a Martin Luther King. Tal feriado estabelecido em 1986, em data próxima ao aniversário de King. Tal feriado não e pouca coisa como é sabido os norte-americanos não são dados a feriados, afinal time is money. Que eu me lembre lá os feriados são 4 de julho o Independence Day, em fins de novembro o Thanksgiving Day, o natal e o Martin Luther Kng Day. A luz da verdade existem nos EUA três feriados nacionais em comemoração a uma pessoa, mas nenhum com importãncia do Martin Luther King Jr que paralisa até mesmo Wall Street.

Como diz a imagem abaixo, no entanto, o Martin Luther King Day não é dia de descanso e sim de construir uma sociedade melhor.
"Martin Luther King Day não em um dia de folga torne seu dia em um dia de serviço".
Ps: para quem se interessar i do lado tem outros posts sobre Luther King Jr um inclusive com o seu famoso discurso I Have a Dream.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pense no Haiti, reze pelo Haiti

Que tragédia no Haiti. Que nossas melhores enérgias e pensamentos estejam com nossos irmãos Haitianos. Pois o Haiti também é aqui. Que lastima a notícia do passamentode D. Zilda Arns, milhares de crianças brasileiras e milhares de crianças pelo mundo devem a essa brasileira sua sobrevivência.

Reproduzo aqui um texto que escrevi a exatamente um ano atrás e publiquei aqui mesmo no Blog.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009



Sobre o Haiti, ou sobre o ensino de africanidades no Brasil

Carlos Eduardo MARQUES*






Em 09 de janeiro do distante ano de 2003, o recém empossado presidente Lula, mais precisamente há 09 dias no cargo sancionava a Lei 10.639/03 que instituía no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura africana e afro-brasileira. Pois bem, estamos em janeiro de 2009, precisamente no dia 12, ou seja, 06 anos após a sanção da lei e muito pouco se foi feito na prática, fato este reconhecido pelo próprio Ministério da Educação (MEC) em recente matéria publicada em diversos órgãos da imprensa. A pergunta a ser feita é: qual a razão para esse fracasso?


A resposta nos aponta para o passado, para o presente e para o futuro. Comecemos pelo passado. Logo após a sanção da lei foi corretamente diagnosticado que grande parte dos professores devido a sua formação em antigo currículo jamais tinham tido contatos com essa temática e, portanto não poderiam dialogizar esse conteúdo em sala de aula. Assim sendo, o MEC passou a instruir a aplicação dessa temática nos currículos e disciplinas das faculdades de educação visando a formação de novos professores. E para os atuais professores foram e são necessários cursos de aperfeiçoamento, especialização e formação complementar na temática. Pois bem se acredita que desta forma no presente próximo e no futuro tais temáticas sejam de domínio dos educadores e estes possam ministrar tais conhecimentos aos seus alunos.



As informações acima, se são por um lado auspiciosa não centra no principal problema sociológico da não aplicação dessa temática no currículo básico dos educandos. Pois não centra na razão principal para a ausência dessa temática do currículo básico e a necessária  sanção de uma lei para garantir a presença de tal tema em nossas escolas. A razão é mais profunda e diz respeito ao racismo e aos pré-conceitos em relação aos negros.




Ora pois, todos nós aprendemos nos livros sobre as Revoluções Européias, as revoluções norte-americanas e em alguns livros mais avançados até mesmo sobre revoluções nos países platinos. Aprendemos também sobre os avanços culturais e tecnológicos da cultura ocidental européia ou europeizada. Pois bem, fica então a questão: o porquê do não ensino das revoluções, os avanços culturais e tecnológicos em países africanos ou com maioria populacional formada por descendentes de africanos?


A título de esclarecimento, reproduzimos aqui uma passagem de minha dissertação que acredito ser esclarecedora desse comportamento:


“Abdias Nascimento[1] que cunhou um conceito/categoria clássico, o Quilombismo. No capítulo Documento nº. 7: Quilombismo: um conceito científico emergente do processo histórico-cultural das massas afro-brasileiras, do livro denominado Quilombismo (1980:245-281), busca, através da re-significação do termo quilombo em uma nova categoria simbólica, o quilombismo, um projeto de organização sócio-política, a partir de uma resposta teórica para os problemas étnico-raciais do País.


O autor inicia o texto afirmando que, ao contrário do que prega a historiografia convencional, as memórias dos afro-brasileiros não se iniciam com o tráfico negreiro, e sim na lembrança viva da Mãe África[2], ainda que um efetivo conhecimento desta, ou sua lembrança positiva enquanto nação seja obliterada em nossa realidade. Para Nascimento, este desbotamento da memória negro-africana é fruto de uma destituição secular, levada a cabo pela civilização capitalista contra as populações da diáspora africana, ou dito de outra forma, por um processo de discriminação e preconceito contra os negros. O autor mostra que cabe aos afro-brasileiros uma dupla tarefa: preservar a condição de edificadores do País, enquanto cidadãos genuinamente brasileiros, e participar do esforço de promoção e elevação das memórias e culturas negras.


Como exemplo cita os estudos realizados por Cheikh Anta Diop, em “The African Origin of Civilization”, em que ressalta os feitos científicos e culturais milenares do Egito e, segundo Nascimento (1980:250), “o processo da mistificação de um Egito profundamente negro e que se tornou branco por artes da magia européia dos egiptólogos”. Nascimento afirma que Diop buscava explicar não a superioridade do negro (pela idéia de raça ou de genes, uma vez ela não existe), e sim mostrar que uma série de fatores (sem nenhuma conotação com raça, etnia ou gene) contribuiu para a edificação e para o declínio da civilização egípcia. Isso significa que, se o estupendo desenvolvimento matemático, geométrico, de engenharia e lógica da civilização egípcia não pode ser explicado a partir da idéia de raça para a glorificação do gênio negro, o oposto também é válido, não se podendo, por motivos fenotípicos, apagar a participação do africano na cultura mundial.




Essa longa passagem Abdias Nascimento, nos permite: primeiro entender que a história e a cultura africana e afro-brasileira não podem e nem devem ser iniciadas a partir da escravidão. Ou seja, a versão dos vencedores. Pois o pouco que se estuda sobre África em nossas escolas se refere a esse sistema econômico-político e nesses casos se obliteram todo o processo quer seja de resistência, quer seja de colaboração dos próprios negros[3].


Em segundo lugar, Abdias Nascimento através de Diop nos mostra o processo de racismo que busca embranquecer e ocidentalizar feitos não ocidentais. Tal como afirmam Abdias e Diop, com o que concordamos o estudo da história africana e dos afro-brasileiros não tem como finalidade a glorificação do gênio negro, gênio esse que a genotopia cada vez mais nos mostra como algo insignificante, mas sim reverter um processo de pré-conceituação e racismo baseado na fenotipia. Por que, se comemoramos por um lado os resultados das pesquisas genéticas a demonstrar cientificamente a inoperância de um sistema baseado em raças vivemos em sociedade e nesse caso, raça diz respeito a uma ideologia. Como nos lembra Oracy Nogueira o preconceito brasileiro é um preconceito de marca (cor), tal fenômeno deriva da percepção de que raça tal como cor é um construto social e não um a priori biológico. A cor, raça ou fenotipia é uma construção e não um fenômeno natural e como tal deve ser combatida. Sendo o espaço escolar um dos mais adequados nesse processo. A cor, a origem e a fenotipia fazem parte dos mecanismos de reprodução de desigualdades sociais, ou seja, o status estamental surgido na escravidão persiste nos dias atuais. É necessário, portanto que este seja combatido. No Brasil, por exemplo, o status de atribuição, a cor ou a origem da família, ainda se sobrepõe ao status adquirido.




Por fim, fica aqui a esperança de que no futuro próximo os educandos brasileiros possam ler nos livros lado a lado: a Inconfidência Mineira e a Revolta dos Malês na Bahia, a Revolução Americana e a Revolução Haitiana. Aliás, sobre essa segunda, Você sabia?


- tratou-se somente da segunda nação a conquistar a independência nas Américas; e a primeira em que o processo nãos e originou nas elites sócio-políticas do período colonial anterior.


- que durante as guerras de independência latino-americanas, e durante os posteriores debates abolicionistas, o Haiti era o grande contra exemplo. Como fazer a independência sem haitizar (black power) o país? Como dar liberdade aos negros de modo que não se tornassem uma força política importante? A resposta foi então a libertação desacompanhada de uma política de direitos, o que obrigou aos recém libertos a única saída possível, a luta pela sobrevivência em um ambiente hostil;


- que Toussaint de L'Ouverture, chefe da revolução, foi um grande líder político e um militar respeitado nas cortes européias, devido seu enorme conhecimento de tática militar. Derrotou exércitos da Inglaterra, Espanha e França - algumas vezes lutando juntos contra ele e seus comandados. Que unificou e libertou seu país. E que só foi morto a partir de uma delação - a traição de um suposto aliado, pois que imbatível no campo de batalha.


- e o mais importante sua revolução vitoriosa e libertadora acabou por mudar os rumos até mesmo da Rev. Francesa. A queda do Haiti foi uma das razões para a derrocada da linha Jacobina da Revolução, ou seja, foi uma das razões, neste caso negativa, para o retorno do velho sistema político na França.


Eu não sabia.


__________


*Antropólogo. Pesquisador do NuQ/UFMG- Núcleo de Estudos Quilombolas e Pop. Tradicionais e Professor da FCJ/FEVALE/UEMG.


[1] Abdias Nascimento é uma figura ímpar na militância negra. Intelectual (autor de diversos livros que buscam aproximar o marxismo da temática étnico-racial), político (foi Senador pelo Rio de Janeiro), professor universitário (em diversas Universidades norte-americanas, como Yale, Harvard, Columbia, UCLA, chegando a professor titular da Universidade de Nova York Buffalo), artista plástico (fundador ou curador de diversos Museus voltados para a temática negra, como o Museu de Arte Negra no Rio de Janeiro, Ile Ife Museum, African Art Gallery), ativista negro (um dos fundadores da Frente Negra Brasileira nos anos 30 e do Teatro Experimental do Negro - TEN em 1944, grupo este que editava uma revista denominada Quilombo).


[2] Podemos inferir que, para o autor, não se trata de uma memória escravizada, ou seja, ainda que o corpo se encontre em um trabalho compulsório, a lembrança viva dessa Mãe África, agora já estereotipada, continua funcionando como um espaço de resistência. Essa mãe teria permitido ao filho (negro), mesmo nas piores situações, a não escravização de sua essência, sua alma. Daí a proliferação dos seus modos e fazeres pela cultura do escravizador.


[3] É sabido hoje (o que não justifica o sistema escravista) da colaboração das guerras tribais africanas pra o processo de escravização cá e além mar. Mas mesmo tal afirmativa, é educativa e necessária ao processo de combate ao racismo e pré-conceitos, pois que torna os africanos seres dotados de racionalidade. Precisamente aqui chegamos ao ponto, tal quais os escravos a história dos africanos e dos afro-brasileiros é coisificados, como se esses não fossem racionais produtores da história.






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Marcadores: Consciência Negra, Haiti, negritude

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Curtinha do Spider Man

Se Você é fã da série de filmes do Homem Aranha, a Marvel e a Columbia Pictures, responsáveis pela franquia anunciaram que já estão trabalhando no quarto filme da série, que no entanto, não contará com o ator Tobey Maguire e com o diretor Sami Reimi, dupla que na minha opinião são os maiores responsáveis pelo sucesso da franquia. Segundo dados os três filmes anteriores renderam cerca de incríveis 2,5 bilhões de dolares.
Estou asnsioso por esse novo filme sem a dupla. A responsabilidade vai ser grande e a cobrança também, segundo os esecutivos das produtoras tal mudança foi bastante doida mas necessário para oxigenar a série e para que se tenha um novo olhar sobre a trama. A idéia é que se valorize mais as raízes de Peter Parker....sei não mas isso parece a velha forma de copiar o que deu certo com Batman.

Bodas de Prata

Ontem dia 11, completou-se 25 anos do primeiro Rock In Rio.  Posso estar enganado mas pelas minhas perambulações na net não vi muitas notícias a respeito. Para falar a verdade, vi uma pequena nota de umas tres linhas no Blog/site do Luís Nassif. Uma pena, vsto que tal evento foi gigantesco em termos de estrutura, público e presença de artistas. Segundo o empresário Roberto Medina, responsável por quele evento e mais tarde pela franquia Rock In Rio: ""O Festival não era um projeto megalômano. Ele nasceu megalomaníaco porque, se você não botasse 1 milhão de pessoas na plateia, o festival não se pagava". Lembremos que corria o ano de 1984, quando o festival foi gestado, se por um lado a economia brasileria estava em frangalhos e a questão social ia de mal a pior por outro lado um vento de libertação corria na sociedade civil organizada. Era fato consumado o fim do regime ditatorial. A luta que marcaria aquele ano de 1984 e 1985 seria pelo direito do voto secreto e universal, as famosas Diretas Já. Foi o evento do Queen (ainda que não possamos esquecer os também excelentes shows do Iron Maiden , Ac/Dc ou dos progressistas do Yes ou os metaleiros do Scorpions. Que Show e da confirmação do Brock com direito a grandes shows das bandas oitentistas do rock brasileiro.

Saindo um pouco da história e caminhando para o presente logo após essa edição vitoriosa, Medina organizaria o Rock In Rio II em 1992, outro evento grandioso - deste eu me lembro já que no primeiro, tinha recem completos 03 anos de idade. O Rock In Rio II entre outros feitos trouxe ao país o New Kids on the Block, o caro e jovem leitor deve estar perdido, mas digamos assim eles eram o BackStreet Boys do fim dos anos 90, além de trazer o Guns a maior banda de rock daquele período, entre meados dos anos 80 e meados dos anos 90, entre outras. Por fim Medina transformou sua marca em um negócio lucrativo com direito a rede de lanchonetes e de roupas, além da realização de diversos eventos ao redor do mundo. Hoje o Festival acontece anualmente em duas cidades európeias com enorme sucesso: Madri, Lisboa e no último ano em Poznan, na Polonia. Segundo a família Medina, o Brasil deverá ter a quarta edição do Festival no ano de 2014 em conjunto com a realização da Copa do Mundo. Bom se será a quarta edição significa que teve uma terceira edição que se realizou no ano 2000 ou 2001. Foi um Festival irregular que contou com excelentes presenças como Beck e Qeens Stone Age mas algumas furadas que prefiro nem citar.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Disco para Sempre II


Para iniciar a série retornamos ao ano de 1973, ano em que surgiu uma maravilha da nossa música: trata-se de Pérola Negra de um jovem chamado Luiz Melodia, por sua vez filho de um grande sambista chamado Osvaldo Melodia. Pérola Negra marca a estreia em disco do genial Negro Gato Luiz Melodia. Trata-se de um grande álbum (ainda que pequeno na minutagem, como era comum naquela época, apenas 28 minutos) e 10 maravilhosas músicas. Poucas vezes um nome foi tão fiel ao conteúdo. Todas grandes Pérolas.


Para se ter ideia da qualidade deste disco das 10 músicas, 05 se tornaram rapidamente referência no repertório do cantor e compositor. São elas: "Estácio, Eu e Você", "Vale Quanto Pesa", "Estácio, Holy Estácio", "Pérola Negra" e "Magrelinha". O disco é tão especial que além das citadas acima temos ainda as maravilhosas Pra aquietar (que fica entre um samba-rock, meio regga, difícil de classificar mas adorável de se ouvir: "os novos velhos tempos de férias (...) machismo elegância paterna(...) a noite é a brincadeira do dia, o dia é a brincadeira do mar, e o mar é a brincadeira da vida " seguida sempre do refrão Praquietar) e Forró de Janeiro (que como indica o nome trata-se de um gostoso e safado xaxado de salão). Ou então Farrapo Humano (que balanço é esse!!!). Enfim um disco com 10 excelentes músicas.


Viva Pérola Negra, este disco é um luxo só nas letras e nas melodias, detalhe tal música já tinha sido sucesso no ano de 1972, na voz da Maravilhosa Gal que como sempre lançava os novos e bons compositores. Melodia voltaria ao disco em 1976 com outra obra prima Maracutaias Comtempôraneas. Mas isso é pra outro post.

Disco para Sempre

Aproveitando este período de férias, quando podemos saborear mais e mais a boa música para iniciar mais uma série especial. Desta vez não irei analisar ou mesmo resenhar um estlo musical, um período ou um artista. Optei por fazer diferente. Trata-se de uma Seção chamada Disco para Sempre. A idéia aqui é postar sempre disco que considero essenciais. Daquele tipo: "se for para ir a uma Ilha isolada estes iriam na bagagem". A idéia (sempre que possível) será apenas fazer uma pequena apresentação dos discos e nãp uma análise dos mesmos. A intenção é compartilhar afinal o que é bom deve ser dividido.

O Plano Nacional de Direitos Humanos, o jornalismo brasileiro e as eleições

Estamos a ver uma verdadeira celeuma, ou melhor, uma guerra contra o "monstro da censura". Senhoras e senhores não se enganem as eleições já começaram e a grande mídia ferozmente já tomou sua posição de guerra. A mesma mídia, que segundo um colaborador do site do Luís Nassif cometeu pelo menos 12 grandes (aqui são grandes mesmos) pataquadas durante o ano que se passou. A mesma mídia que se recusou através de seus órgãos representativos participar da democrática e cidadã Conferencia de Comunicação, a mesma imprensa que se chafurdou e bebeficou-se com os censores e a censura de outra época, esta mesma mídia vem agora golpear o Plano Nacional de Direitos Humanos discutido e debatido também de forma democrática e cidadão.
O que essa mídia quer é eleger aqueles que defendem seus interesses. No Jornal Nacional pelo menos tem-se o mérito de não esconder o jogo, as favas com as regras do bom jornalismo, as favas com o contraditório, as favas com parcimônia e o equilíbrio, lá o negócio é chumbo grosso mesmo. É atacar a todo custo o Plano Nacional de Direitos Humanos visto que este, como disse matéria do Jornal “é fruto de um Estado que é o maior violador destes mesmos direitos” ora tal afirmativa trata-se de truísmo. O que importa mesmo, para estes é o plano macula o direito – falta pouco para eles utilizarem tais palavras – sagrado e natural da propriedade privada, da família e da moral. Vê-se que no fundo eles ainda estão no começo dos anos 60 por isso mesmo tão familiarizzado pelo monstro da censura. E para se sentirem mais em casa além de torpedear tamanho abuso de um Plano que fala em negociação com movimentos sociais e ousa falar em regulação da atividade da mídia (regulação esta que existe nos EUA, Inglaterra, França, Itália, Alemanha...), a nova fixação desta mesma mídia são as crises militares, nos últimos 10 dias já foram pelo menos duas crises. O interessante é que tais crises não se sustentam e nem encontram ecos. A ironia maior de todo esse movimento é que segundo o Datafolha, o editor (e isto faz toda a diferença ele não é um ventríloquo a narrar notícias e sim o editor destas notícias) Willian Bonner é a personalidade que recebe da nossa população a segunda maior nota na escala de "confiabilidade" entre todos os brasileiros.
É por esas e por outras que o esperto Willian chama seus telespectadores de Hommer Simpson. O pior é que tal comparação encontra eco neste resultado. Faz todo sentido com o resultado desta pesquisa. É triste ou não é nossa sina. O Willian Bonner é tão confiável que no dia que o Le Monde, o principal Jornal da língua francesa, pela primeira vez em sua história escolhe uma personalidade para simbolizar o ano: Lula. Tal fato noticiado em todos os veículos de comunicação tornou-se uma não noticia no Jornal do Willian; isso mesmo o JN simplesmente ignorou tal notícia que não entrou na pauta do telejornal. Ora notícia é notícia e disso até eu que não sou jornalista sei. Tanto faz o que acho do LULA e quem lê o Blog sabe o quanto sou critico do governo Lula (critico a sua esquerda). O fato é que ser escolhido o homem do ano e os motivos para tal escolha em um respeitado Jornal referência em uma cultura como a francófona é notícia. Portanto não se preocupem com o monstro da censura pois ele tem um rosto simpático e confiável para os brasileiros.
Para finalizar nós os leitores como sempre censurados que somos pelo monstro da censura interna da grande mídia continuamos perdidos, pois até agora (sábado 09 de janeiro) não vi, ouvi ou li nenhuma matéria explicativa e expositiva sobre o Plano de Direitos Humanos. ouvi, li e vi somente a opinião da Confederação Nacional da Agricultura, do DEM, dos donos da mídia, etc. Espero que o jornalismo não se torne “o mais baixo da escala do trabalho", em homenagem a outro grande jornalista, editor e ancora do jornalismo brasileiro. Aqui a referência é propositalmente agressiva como foi o dito pelo jornalista, agressivo e preconceituoso, pois como ensinou Paulo Freire não importa a titulação que a pessoa possui, mas o que ela tem a oferecer a uma discussão.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre Dalva e Herivelto Martins


Algumas palavras sobre à micro-série Dalva e Herivelto produzida e veiculada pela Rede Globo. Como é sabido no Brasil a memória social não é muito privilegiada e, neste caso a TV ocupa um espaço de formação dos mais importantes, ainda que não raras vezes este espaço seja muito mal utilizado. Tudo isso para dizer que como não poderia deixar de ser estamos diante do debate entre liberdade artística e verdade fatual. Debate inevitável, quando se trata de uma obra com base em biografia, ou como gostam de dizer os cineastas norte-americanos, baseados em fatos reais. Deste modo, como gosta de dizer lá no Peramblogando meu amigo Daniel, vamos esclarecer algumas liberdades poéticas de Maria Adelaide Amaral e sua equipe. Para tanto nos basearemos no respeitado e importante Dicionário Cravo Albin da Música Brasileira (que é uma obra de reconhecimento acadêmico).

Desnecessário dizer que como toda grande obra da Venus Platinada no que se refere aos quesitos técnicos como maquiagem, figurino, reconstrução de época a série foi show. No que se refere à atuação em si dos atores, penso que qualquer coisa que diga, não ajudará muito, pois esta não é a minha praia. Particularmente não gosto de Adriana Esteves e ela acabou por me surpreender. Apesar de em geral, ter achado que mais uma vez ela confunde atuação com caras, bocas e trejeitos e não estar a altura de tamanha persona que era Dalva, em vários momentos ela conseguiu dar a dignidade necessária a personagem e seu grande drama de Sr uma mulher que “amou demais’ como diz a própria personagem no leito de morte. Mas para mim o grande destaque acabou sendo o chamado elenco de apoio, este sim brilhou sendo que por incrível que se pareça em uma série focada em dois personagens principais os melhores momentos foram protagonizados pelo elenco de apoio, com destaque para Fafi Siqueira (tai alguém que realmente poderia representar Derci Gonçalves) ou pelos atores (não sei os nomes que viveram Nilo Chagas (este contido como caberia ao seu personagem) e Grande Otelo sendo este praticamente uma consciência crítica da época. Ou então a personagem Margo vivida pela ótima atriz Leona Cavalli, entre outros. Quanto a Fábio Assunção fez o dever de casa. Passemos então análise do roteiro em si. Comecemos pela própria Dalva de Oliveira, segundo Cravo Albin e sua equipe:

“Filha mais velha de Mário de Oliveira e Alice do Espírito Santo. Além dela, os pais tiveram mais três meninas, Nair, Margarida e Lila e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança. Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas, tocava clarinete e costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas. Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.”

Assim sendo, Dalva de Oliveira como a série deixou entrever várias vezes teve uma origem bem pobre e simples. Ocorre também que Dalva era filha de uma migrante portuguesa pobre e de um pardo também pobre. Dalva é fruto desta mistura dizem os textos da época se tratar de uma bela mulher que combinava uma cor morena com olhos verdes. Penso que a série acabou por embranquecer demais a realidade. Algo que se tornou mais gritante na escolha do elenco para sua família. Isso porque Peri Ribeiro (cantor e dos bons) filho da cantora e de Herivelto não se trata de alguém fenotipicamente branco.

Sobre seu casamento vamos pouco falar visto se tratar do centro da trama e neste ponto buscou-se ser mais fiel. No entanto é necessário novamente chamar a atenção para algumas liberdades poéticas, ao que se sabe Dalva nunca teve relacionamento com um mexicano ou caribenho e sim um relacionamento que acabou sendo seu segundo casamento com o empresário argentino Tito Clement com que ela viveria por volta de 13 anos, entre 1950 e 1963. Depois de separar de Tito já mais próxima ao fim da vida como retratado na série teve um caso com um rapaz bastante jovem. Mas aqui ressalto e acho mérito de Maria Adelaide Amaral (diga se de passagem romancista das melhores além de uma excelente roteirista) mostrar como naquela época a mulher ainda apresentava uma fragilidade, que, diga-se de passagem (fazendo sociologia rasa e vulgar), era sociológica, no sentido de que a mulher era aquela que devia subserviência total ao marido. E no caso de Dalva tão relação torna-se emblemática pois ao mesmo tempo que busca recusar tal relação, Dalva necessitava quase que ontologicamente, digamos assim de um homem que lhe mostrasse o seu devido lugar de mulher (lugar este pré-determinado socialmente).

Do ponto de vista de sua carreira aqui temos um paradoxo, pois apesar da série apresentar vários números musicais, de novo, diga-se de passagem, de enorme bom gosto e acuidade técnica (isso serve para mostrar que podemos realizar por aqui grandes musicais), considero que esta parte a série ficou devendo ao enorme talento (reconhecer o talento de alguém não significa necessariamente ser um grande fã do estilo) de Dalva. Penso que a série ao focar a relação matrimonial-profissional acabou por denegar a carreira de Dalva no pós casamento. Assim para quem assistiu a série, - e toda essa crítica se refere ao incomodo que senti com tal atitude, - ficou parecendo que após o fim do seu casamento a carreira de Dalva fora uma grande decadência. Algo bastante doloroso, com a antiga Estrela Dalva, cantando em churrascarias e circos. Ora aqui temos dois problemas: o primeiro diz respeito a própria dinâmica das brigas entre Dalva e seu ex-esposo, o grande compositor Herivelto Martins. Herivelto nunca escondeu (como bem demonstrou a série) que sem ele Dalva definharia. E da forma que a série caminhou poder-se-ia concordar com ele pois ambos teriam definhado após a separação. Portanto a ausência da carreira da cantora após o casamento, como que confirma esta teoria do marido ressentido. E o segundo é um problema de ordem fatual.

Ao que consta a carreira de Dalva após a separação foi bastante prodigiosa. Lembremos que ela se separa de Herivelto entre 1947 e 1949 vindo a falecer somente em 1972. Voltemos a Cravo Albin para percebemos o quão vitoriosa foi a carreira da estrela após o fim de seu casamento (portanto reproduzirei somente o texto referente a esta época, deixando de lado seus sucessos da época que vivia com Herivelto) que entre outras coisas chegou ser eleita em um ano a Rainha do Rádio, além de grandes sucessos e ter se tornado uma cantora internacional. Pois somente de relance a micro série falou do fato de Dalva ter cantado nos festejos de coroação da Rainha Elizabeth II, mas foi mais do que isso Dalva gravou um disco na Inglaterra que é considerado por muitos como um prenuncio da invasão da MPB pelo mundo, o que ocorreria na geração seguinte a bossanovista. Dalva além disso também teve uma bela carreira na região platina. Tendo morado inclusive durante cerca de 6 anos na Argentina, na verdade morava meio ano lá e meio ano aqui, o que lhe tornou uma referência quando se fala de boleros e tangos.
Segundo Cravo Albin (reproduzo abaixo) ao contrário do que fez crer a série Dalva continuou gravando e muito, tendo gravado aliás grandes sucessos, por exemplo, Lencinho Branco ou o disco Praça Onze sucesso do ano de 1965. Efetivamente a artista não era mais a mesma, mas poderá o estilo de música, de cantar e mesmod e se viver de sua época a velha Bossa tinha se ido, mas longe de ser um fracasso Dalva continuava a gravar a seu modo e ser referenciada pela Nova Bossa, aliás, Tom Jobim iniciou sua carreira de musico tocando e arranjando para Dalva que também o gravou como gravou o jovem Chico Buarque. Por fim praticamente um ano antes de morrer voltou às multidões ao gravar de defender a belíssima Bandeira Branca.

"Uma das grandes estrelas dos anos 1940, 1950 e 1960, sendo considerada uma das mais importantes cantoras do Brasil. Dona de uma poderosa voz, cuja extensão ia do contralto ao soprano, marcou época como intérprete. (...)o samba "Tudo acabado", de J. Piedade e Osvaldo Martins não estourasse, ele se demitiria. O samba, de fato, foi um grande sucesso na voz dela, inaugurando uma duradoura batalha musical com Herivelto Martins, com os dois usando a música para se acusarem mutuamente pelo fracasso do casamento. Nessa polêmica musical destacaram-se, ainda o bolero "Que será", de Marino Pinto e Mário Rossi e o samba "Errei sim", de Ataulfo Alves, ambas gravadas em 1950 e que se constituiram em grandes sucessos. Ainda nesse ano, fez sucesso com o samba-canção "Ave Maria", de Vicente Paiva e Jaime Redondo, com acompanhamento de Osvaldo Borba e sua orquestra. Ainda na década de 1950 atuou nos filmes "Maria da praia", de Paulo Wanderley; "Milagre de amor" e "Tudo azul", ambos de Moacir Fenelon.
Em 1951, novamente com acompanhamento da orquestra de Osvaldo Borba, gravou os sambas "Rio de Janeiro", de Ary Barroso e "Calúnia", de Marino Pinto e Paulo Soledade. Nesse ano, fez sucesso com a marcha "Zum-zum", de Paulo Soledade e Fernando Lobo e com o samba "Palhaço", de Osvaldo Martins, Washington e Nelson Cavaquinho, que aparece no selo do disco apenas como Nelson. Nessa época, fez várias excursões ao exterior, apresentando-se no Uruguai, Argentina, Chile e na Inglaterra. Em Londres, cantou na festa de coroação da Rainha Elizabeth II, no Hotel Savoy, acompanhada pelo maestro Robert Inglis. No ano seguinte, esse repertório foi gravado em Londres, nos estúdios da Parlophone, com o maestro Inglis e sua orquestra. O nome de Inglis foi aportuguesado para Inglês, a fim de facilitar sua comercialização no Brasil. No elepê, eles recriaram clássicos brasileiros como: "Tico-tico no fubá", "Aquarela do Brasil", "Bem-te-vi atrevido" e "Na Baixa do Sapateiro", além de vários outros sucessos.Em 1952, fez sucesso com a marcha "Estrela do mar", de Marino Pinto e Paulo Soledade e gravou também o samba "Vai na paz de Deus", de Ataulfo Alves e Antônio Domingues e a marcha-rancho "Mulher", e Marino Pinto e Paulo Soledade. Ainda nesse ano, lançou novos sucessos, "Kalu", um baião de Humberto Teixeira e "Fim de comédia", samba de Ataulfo Alves e foi eleita Rainha do Rádio, além de excursionar pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires. Foi nessa ocasião que conheceu o empresário Tito Clemente, seu futuro marido. Em 1955, gravou sem muito sucesso os sambas-canção "Eterna saudade", de Genival Melo e Luiz Dantas e "Não pode ser", de Marino Pinto e Mário Rossi; o tango "Fumando espero", de Villadomat e Garson, com versão de Eugênio Paes; a valsa "Quinze primaveras", de Solovera e Ghiaroni; a marcha "Carnaval, carnaval", de Kléscius Caldas e Armando Cavalcânti e o samba "Foi bom", de Marino Pinto e Haroldo Lobo.
No ano seguinte, lançou os sambas-canção "Teu castigo", dos ainda iniciantes Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça e "Neste mesmo lugar", da já então consagrada dupla Kléscius Caldas e Armando Cavalcanti. Nesse mesmo ano, gravou os tangos "Lencinho querido", de Filiberto, Peña Losa e Maugéri Neto e "Confesion", de Discepolo e Amadori, com versão de Lourival Faissal, reforçando sua imagem de cantora de músicas românticas, especialmente o tango, gênero em que se saiu excepcionalmente bem. Em 1957, gravou com acompanhamento de Léo Perachi e sua orquestra o bolero "Nada", de Marino Pinto e David Raw e o samba-canção "Prece de amor", de René Bittencourt. Nesse ano, fez sucesso com o samba-canção "Há um deus", de Lupicínio Rodrigues com orquestração e piano de Antônio Carlos Jobim e acompanhamento de sua orquestra. Gravou na mesma época o samba "Eu errei, confesso", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti que de certa forma retomava as querelas de sua separação de Herivelto Martins. Do então marido Tito Clement gravou o samba-canção "Intriga", parceria com o sambista Sinval Silva e a toada "Sonho de pobre".
Em 1958, gravou do filho Pery Ribeiro o samba-canção "Não devo insistir", parceria com Dora Lopes. Nesse ano, lançou o LP "Dalva de Oliveira", no qual interpretou músicas de dos mais diferenciados compositores, incluindo "Copacabana beach", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti; "Não tem mais fim", de Hervê Cordovil e Renné Cordovil; "Folha caída", de Humberto Teixeira; "Intriga", de Sinval Silva e Tito Clement e "Testamento", de Dias da Cruz e Cyro Monteiro. No ano seguinte, gravou dois discos destinados às festividades do Dia das mães, as valsas "Minha mãe, minha estrela", de Rubem Gomes e Luiz Dantas e em dueto com Anísio Silva, "Amor de mãe", de Raul Sampaio e "Minha mãe", de Lindolfo Gaya sobre poema de Casemiro de Abreu. Gravou no mesmo ano a canção "Velhos tempos", do iniciante compositor Carlinhos Lyra, parceria com Marino Pinto. Lançou também o LP "Dalva de Oliveira canta boleros", com canções como "Lembra", de Tito Clement; "Sábias palavras", de Mário Rossi e Marino Pinto; "Vida da minha vida", de Antônio Almeida e "Finalmente", de Marino Pinto e Jota Pereira.
Em seguida, gravou as músicas "Quando ele passa", Oswaldo Teixeira, "Enquanto eu souber", de Esdras Silva e Ribamar; "Dorme", de Ricardo Galeno e Pernambuco e "Meu Rio", de Tito Clement, entre outras, incluídas no LP "Em tudo você", lançado pela Odeon em 1960. No ano seguinte, lançou outro LP apenas com tangos, entre os quais, "El dia em que me quieras", de Ghiaroni, Le Pera e Carlos Gardel e "Fumando espero", de Eugênio Paes, Garzô e Villadomat. Lançou também outro LP, com apenas seu nome como título, e que incluiu seus grandes sucessos "Ave Maria no morro", de Herivelto Martins, "Segredo", de Marino Pinto e Herivelto Martins, "Estrela do mar", de Marino Pinto e Paulo Soledade e "Que será", de Mário Rossi e Marino Pinto.
Em 1962, gravou os boleros "Nem Deus, nem ninguém", de Roberto Faissal e "Sabor a mim", de Alvaro Carrillo e versão de Nazareno de Brito. Também nesse ano, gravou no pequeno selo Orion os sambas-canção "Arco-íris", de Marino Pinto e Paulo Soledade e "Amor próprio", de Marino Pinto e Carlos Washington. Gravou também o LP "O encantamento do bolero" do qual fazem parte "Minha oração", uma versão de Cauby de Brito; "Nem Deus nem ninguém", de Roberto Faissal; "Tu me acstumaste", de F. Domingues e "E a vida continua", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Em meados dos anos 1950, fixou residência em Buenos Aires, só retornando em 1963, mas onde gravaria, com sucesso, alguns tangos, logo editados no Brasil, entre os quais "Lencinho Branco", que foi muitíssimo executado, sendo um campeão de venda de discos. A cantora vinha sempre ao Rio de Janeiro, para temporadas artísticas em rádios e teatros. No ano de seu regresso ao Brasil, lançou o LP "Tangos volume II", e que trazia tangos como "Estou enamorada", de José Marquez e Oscar Zito, com versão de Romeu Nunes e "Vida minha", com versão de Cauby Peixoto.

Em 1965, lançou o LP "Rancho da Praça Onze", cuja música título, de Chico Anysio e João Roberto Kelly foi um dos destaques do ano. No mesmo disco estavam "Hino ao amor", versão da música de Edith Piaf; "Junto de mim", de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu, "Fracasso", de Fernando César e Nazareno de Brito e "Ser carioca", de Fernando César. Dois nos depois lançou o LP "A cantora do Brasil"que marcou seu retorno ao disco após o afastamento provocado pelo acidente. Nesse disco, gravou a marcha "Máscara negra", de Pereira Matos e Zé Kéti, um dos maiores sucessos de sua carreira e que foi uma das mais executadas no carnaval daquele ano, tendo conquistado o 1º lugar no concurso de músicas para o carnaval criado naquele ano pelo MIS do Rio. (...)Lançou em 1970 aquele que acabaria sendo seu último LP e cuja música título, de autoria de Laércio Alves e Max Nunes, constituiu-se em enorme sucesso, "Bandeira branca", um marco em sua carreira.”

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A década se foi II

Alguns posts abaixo, elaborei com base na memória uma lista de fatos marcantes na última década. Lembro que afirmei sobre meus problemas de memória que acabariam me traindo. De todo modo, o Daniel do ótimo Peramblogando em seu comentário deixou a lista de discos dele da década. Sem dúvida ótimas pedidas, visto que o cara, alémd e umgrande ouvinte de música também é um especialista no assunto.


Portanto procederei da seguinte forma. Abaixo reproduzo a lista dele com os comentários sucintos a respeito dos discos. Depois reproduzo novamente a minha lista, para no fim acrescer algumas das sugestões do Daniel que haviam me fugido da memória e um outro disco muito bom que esqueci não sei como de colocar na lista.


"This Is It" - Strokes - Disco de rock competente.

"Back to Black" - Amy Winehouse - Grande intérprete, grandes músicas, grande disco.

"Cordel do Fogo Encantado" - Cordel do Fogo Encantado - Instigante e Inovador.

"Sujeito Homem 2" - Rappin Hood - Puta disco de rap.

"White Blood Cells" - The White Stripes - Mostrou o que uma guitarra e uma bateria podem fazer".

Audioslave" - Audioslave - Somam-se o talento de Cornell e os ex-Rage Against.

"Plastic Fang" - Jons Spencer Blues Explosion - Quando o blues realmente explode!

"Songs for the Deaf" - Queens of the Stone Age - Disco de rock competente e diferenciado.

"Get Born" - Jet - Disco de rock competente e simples.

"On and On" - Jack Johnson - Pra ouvir na praia, na chuva, na fazenda...

"Catching Tales" - Jamie Cullum - O jazz de tênis e calça jeans

"Futura" - Nação Zumbi - O derradeiro regresso do mangue beat

"Móveis Coloniais de Acaju" - Móveis Coloniais de Acaju - Inovador e divertido

"Live at the Apollo" - Ben Harper - O cara canta muito. Esse disco no Apollo é antológico.

"Franz Ferdinand" - Franz Ferdinand - O rock pode ser divertido.

"A Rush Of Blood To The Head" - Coldplay - Disco de rock sério e competente.

"Homem-Espuma" - Mombojó - Inovador

"Monkey Business" - Black Eyed Peas - Músicas pra tocar no rádio e nisso Will.I.Am e cia são perfeitos

"Encanteria" - Maria Bethânia - Lindo.

"Essa Boneca tem Manual" - Vanessa da Mata - Extremamente divertido.

"Iê Iê Iê" - Arnaldo Antunes - Disco de rock competente e ousado ao revisitar o iê Iê iê

"Tribalistas" - Tribalistas - Bela junção de Marisa, Carlinhos e Arnaldo. Pena que tocou demais... cansou. Mas é um ótimo disco.

"Them Crooked Vultures" - Them Crooked Vultures - Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters) + Josh Homme (Queens of the Stone Age) + John Paul Jones (Led Zeppelin) = Rock de primeira linha.

"Contraband" - Velvet Revolver - Mesma linha do Audioslave. Scott Weiland (Stone Temple Pilots) + Ex-Guns"

Acústico MTV" - Paulinho da Viola - O samba em estado de arte

"Acústico MTV" - Zeca Pagodinho - O pagode em estado puro

"Radiola" - Skank - Disco de pop-rock competente e atual

"MTV ao Vivo" - Planet Hemp - Foda. Sem mais...

"A Procura da Batida Perfeita" - Marcelo D2 - Se não encontrou a batida perfeita, chegou perto

"Samba Esporte Fino" - Seu Jorge - Junto com o Nogueira, um dos grandes responsáveis pelo resgate do samba.

"Monobloco" - Monobloco - Toda a aura dos carnavais de blocos

"Vagabundo" - Ney Matogrosso e Pedro Luís e a Parede - Os opostos realmente se atraem


Alguns podem nunca figurar entre listas de melhores, mas sem dúvida, cada qual ao seu modo, trouxeram oxigênio pra música de maneira geral.


Minha lista:

Discos
- Vou começar com dois discos da década anterior, mas como foram lançados em 1999, boa parte destes discos foram sucessos em 2000 e 2001.
Californication do Red Hot Chilli Pepers e
There's Nothing Left to Lose do Foo Fighters
- Qualque um da Cássia Eller lançado nesta década e, olha que estão abaixo, dos discos dela da década de 90. Destaque para Acustico MTV de 2001 e 10 de Dezembro de 2002, ainda não ouvi o disco que é resultado da grvação ao vivo do show no Rock in Rio, de 2006 mas como vi aquela apresentação, o disco deve ser ótimo.
- Maria Bethania. PAUSA. Da minha paixão por Bethania é publica e sabida aqui no Blog. Mas como disse Nelson Motta, será ela uma ENTIDADE, Maria Bethania não tem altos e baixos em cerca de 45 anos de carreira só teve altos. Cada disco é um acontecimento. Portanto Ave Maria Bethania que nessa década nos brindou com 03 obras fantásticas. Brasileirinho de 2005, disco que inaugurou o selo da autora. Sobre este disco só posso dizer. Obrigado. Santeria de 2009, belissímo. Maricotinha lindíssimo e olha que deixei de fora Mar de Sophia, Ao Vivo com Omara Portuondo entre outras obras impares.
- Sandra de Sá e seu wonderful MPB, Música Preta Brasileira. Eta disco maravilhoso, ao mesmo tempo dançante e emocionante. Como a boa tradição Soul, este disco apesar de ser para dançamos, a dança aqui é libertadora, por isso também é um disco para se emocionar, como alías se emociona sempre Sandra em algumas canções (chega as lagrimas).
- Joss Stone, todos. Se bem que gosto demais do primeiro disco, The Soul Sessions de 2003 da maior cantora negra-branca, ou seria, da maior cantora branca-negra do mundo. Os criticos adoram seu terceiro disco, Introducing Joss Stone 2007, que também é o favorito da própria cantora. Acho belo como os demais da cantora mas fico com o primeiro. Uma grande obra.
- Gilberto Gil Viva São João (2001), simplesmesnte lindo e emocionante. Principalmente para quem tem algumas raízes no sertão.
-Marienne de Castro e seu maravilhoso disco de estréia Abre Caminho. Taí uma grande sambista e grande cantora. Para saber mais veja aqui no próprio Blog uma pesudo-critica (já que não sou especialista) bastante grande da cantora e deste disco.
Elza Soares
Do Cóccix Até O Pescoço (2002) falar o que desta mulher, que foi considerada pelo BBC de Londres como uma das vozes do século passado. Neste disco entre outras coisas ela faz uma versão definitiva de Haiti entre outros eptardos em sua voz unica.
- Dona Jandira e seus disco de 2007 com mesmo nome. Falar o que sobre essa voz espetacular. Fico com o sambista Dudu Nicácio é a nossa Janis Joplin. D. Jandira uma mulher negra de 71 anos e que gravou pela primeira vez com 69 anos, consegue canbtar samba com verve de blues e blues com o balanceio do samba. Desde Elza Soares não via tamanha voz.
Aline Calixto, essa mineira premiada e super respeitada no meio do samba, seu primeiro disco, Aline Calixto de 2009 é um belo exemplo de que o samba (tal como prova Marienne de Castro) continua a ser o grande ritmo brasileiro.
- Los Hermanos e Seu Bloco do Eu Sozinho (senão me engano de 20010 foi a prova de que o pop-rock comercial teve alguns poucos momentos de lucidez e bom gosto. Este é um discasso. Que em certos momentos me lembrou os melhores momentos de Cazuza e Renato Russo.
- N.U.C e sua Resistência (2004), com esse disco os Negros da Unidade Consciente do Alto Vera Cruz mostrou que o Hip-Hop combina perfeitamente com bom gosto. Neste disco temos o melhor que o hip-hop brasileiro produziu, ou seja, uma música de protesto, de denuncia social, de análise político-social mas ao mesmo tempo com pitadas da cultura negra genuinamente brasileira. Assim neste disco o hip-hop é também cantiga de Roda com a participação das Maravilhosas Meninas de Sinhá (um grupo de senhoras moradoras do Alto vera Cruz/Taquaril). "No Alto Vera Cruz tem um Furacão que estremece o chão, que estremece o chão!!!!"
- Renegado e seu grande disco Do Oiapoque a Nova York, este disco do antigo vocalista do N.U.C Flávio Renegado é uma bela biografia do músico, de sua vida e de sua arte, no entanto, mais do que um relato pessoal, sua história mimetiza a história de milhares de outros jovens, pobres, pretos, da periferia, filho de mães solteiras e etc. é isso ai, para n´so que conhecemos a galera do Alto Vera Cruz/Taquaril o Flávio chegou lá da rua Oiapoque até fazer show em Nova York, com direito a escalas em Cuba, mas acima de tudo e, por isso mesmo, um grande artista acima de tudo o filho da D. Regina do Morro do Taquaril.
- Menção Honrosas para Diogo Nogueira Tô Fazendo a Minha Parte (2009), Adriana Calcanhoto Adriana PartiPam (2004) como é bom ser criança inteligente, não fica devendo nada aos maravilhosos discos infantis de Toquinho, Vinicius, Chico Buarque e Raul Seixas. Beth Carvalho e seus Beth Carvalho - 40 ANos de Carreira - Ao Vivo no Theatro Municipal Vol 1 e 2. (2006) e Beth Carvalho canta o Samba da Bahia (2008).


Volto eu acrescendo a lista acima algumas das sugestões do Daniel e um grande disco que havia esquecido:

"Back to Black" - Amy Winehouse - Grande intérprete, grandes músicas, grande disco. Concordo em grau, genero e número. Eta lapso da memória...

"Cordel do Fogo Encantado" - Cordel do Fogo Encantado - Instigante e Inovador. Idem. Cordel sempre é muito bom, ainda que este disco em si não me lembro de ter ouvido. Vou correr atrás.

"Plastic Fang" - Jons Spencer Blues Explosion - Quando o blues realmente explode! Opa excelente pedido.

"Live at the Apollo" - Ben Harper - O cara canta muito. Esse disco no Apollo é antológico. Taí outro esquecimento imperdoavel.

"Encanteria" - Maria Bethânia - Lindo. Este estava na minha lista. Só para reforçar é Ela!!!!

"Acústico MTV" - Paulinho da Viola - O samba em estado de arte"

Acústico MTV" - Zeca Pagodinho - O pagode em estado puro. Pensei em colocar ambos na minha lista inicial. Na verdade declinei um pouco por ser um projeto que acho que se perdeu e talvez sei lá pq...mas já que esta na lista do Daniel vem para cá também.

"MTV ao Vivo" - Planet Hemp - Foda. Sem mais... Não conheço. Mas é Planet. Sou muito, muito fã do Planet. Imagino que seja as grandes músicas no palco. Não conheço vou correr atrás mas esta aqui pois a reunição de Black ALien, D2, B'Negão...se for esta a turma é antólogica.

Hypnotic Brass Esemble com dois grandes discos. O meu preferido Ao Vivo Higthline Ballroom NYC 10/29/2007. Hipnótico e maravilhoso. A onde o Jazz se encontra com Hip-hop. Disco maravilhoso na linha do melhor Jazz, Blues e R&B. E um outro disco de 2005 o Hypnotc Green. Disco de estúdio. Aliás as capas valem muito.
TV
Deixei também de falr no quesito televisão sobre uma oujtra série noete-americana estupenda, Californication. Maravilha. Porrada, Sexo, Sexo, Rock, Dorgas, drogas, sexo,sex,sexo e um texto maravilhoso, aliás o personagem principal é um escritor.
Onde mais Você pode ouvir a frase: " O Sr. comeu minha mãe." "Eu gosto de choraar depois de gozar". "Meu Pau sem teto precisa buscar um abrigo, não importa qual abrigo feminino" e tudo isso sem ser grosseiro e vulgar muito ao contrário.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Orixás do Ano e algumas previsões

Segundo o Candomblé, este ano será regido por Yemanjá, Xangô e Oxóssi. É bom lembrar que no Candomblé são os Odus através do Jogo de Buzios que revelam os Orixás que regem o ano, diferentemente da Umbanda (religião sincretica, para os praticanates da Umbanda - o que pode ser lido como uma simplificação do complexo sistema religioso Yourubano) quem determina o Orixá é o dia da semana que se inicia o ano, por exemplo, este ano para os praticantes da Umbanda será regido por Oxalá e Yemoanjá, afinal o ano se iniciou em uma sexta-feira dia destes santos.
No Candomblé como dito, cabe ao sarcedote a dificil arte de ler através dos Buzios, os Odus do ano bem como os Orixás que regeram em primeiro lugar o ano, afinal pode-se dizer que todos os Orixás acabam por influenciar durante o ano. No entanto, cabe aos regentes principais determinar as características do ano.
Assim sendo este ano terá a sua frente Yemanjá, Xangô e Oxóssi. Sendo que Xangô rege o odú EJI-LAXEBARÁ, o odú regente de 2010 (os Odus são forças espirituais que nos regem a vida são os responsáveis pela "sorte e destino" de cada um de nós e é através deles que os Orixás podem interceder e nos ajudar. Existem 16 Odus principais (os ODUS DE IFÁ), no entanto, ao todo a ciência dos Buzios permite a combinação de 256 Odus. Cada Odu tem sua força e vibração nos seres humanos, eles podem se apresentar tanto negativo (osogbo) como positivo (ire) em nossas vidas.
Tudo isso para dizer que neste caso vale mais a ciência do Yalorixá ou Babalorixá para sabermos de fato quais Odus e Orixás regerão este ano. Vamos seguir as previsões acima, mas é importante notar que alguns Baba e Yalorixás tem lido jogos diferentes em que o Ano seria regido por Oxalá e Oxum.
Segundo a Yalorixá Manuela da Nação Ketu e do Ilê Axê Kilombo dos Palmare indica Yemanjá, Xangô e Oxossi. Mas lembremos a influência forte de Oxalá e Oxum.
Os Orixás em 2010 assumem uma postura rigorosa, condenando a má conduta. A intensidade será também um lema para o próximo ano, onde a busca pelo poder poderá ser a causa de grandes conflitos.
Yemanjá
Senhora dos mares e mãe de quase todos os outros orixás, traz fartura, romantismo e gravidez. Março, Abril, Junho, Julho e Agosto são os meses mais favoráveis para as mulheres e também os mais rentáveis para todos os que trabalham com produtos dirigidos ao público feminino. Procure, sempre que possível, usar roupas brancas e decore o seu ambiente com vasos de flores.
Agora entra Eu: se tiver certo aqueles que preveem um ano de Oxum, enttonces rapazes se preparem que este é o ano do poder feminino.
Xangô
Representante da justiça que conta com o apoio de 12 ministros. O próximo ano será promissor para as pessoas batalhadoras, que vão à luta para realizar os seus sonhos e ambições profissionais. Aqueles que seguem pelo caminho certo e respeitam a justiça devem conseguir sucesso em vários pontos da vida
É também Xangô quem rege (junto com Logun Edé e Yemanjá) o odú EJI-LAXEBARÁ, que será o odú regente de 2010. Este odú, em 2010 irá trazer boas oportunidades para quem não se deixar abater por pequenos problemas. Por outro lado, este odú também traz problemas climáticos sérios, como chuvas, tempestades e raios.
Profissionalmente, este odú apela às pessoas para que sejam persistentes e organizadas no intuito de alcançar a oportunidade de colocar em ordem contas em atraso e dívidas em geral. Para quem está a equacionar a possibilidade de mudança na área profissional este é o ano, no entanto, nunca deixe de avaliar bem todas as situações antes de tomar uma decisão tão séria. 2010, no entanto, indica que com cuidado, haverá uma franca possibilidade de crescimento.

No Amor, devemos concentrar-nos em tudo o que há de positivo na nossa vida amorosa, e abrir espaço a novas oportunidades, sempre acreditando na felicidade. Este é o ano em que deve colocar definitivamente para trás das costas o seu passado, retendo dele apenas as lições aprendidas. Também no amor o ano de 2010 promete crescimento e desenvolvimento.

Na Saúde, o alerta vai para a ansiedade, da qual você se deve soltar. Procure especialmente dar atenção especial às doenças relacionadas a cabeça buscando orientação médica caso surja algum problema (pessoas com problemas de vícios e doenças mentais devem ter cuidados redobrados em 2010).
Oxossi
É o caçador, aquele que providencia a alimentação. Oxóssi avisa que em 2010, principalmente no mês de Novembro, você deve cuidar para que nada falte em sua casa. Controle com rigor o seu orçamento familiar.
Uma vez que será Yemonjá a principal regente do ano de 2010, deixo aqui algumas dicas para fazer a sua oferenda na entrada do ano:
Oferenda a Yemonjá: Velas branca, azul claro e prata, champanhe branca, uva branca, rosas brancas, palmas brancas. Pode fazer as suas oferendas à beira mar.
Ervas para banhos e defumações: Alfazema, Rosa Branca, Camomila Flor, Hibisco Flor, Manjerona, Mulungu Casca, Noz Moscada, Margarida.
Não gosto muito destas análises sobre fatos específicos, afinal, os Orixás indicam caminhos e não verdades absolutas, os Odus são forças vivas que podem ser modificadas constantemente. No entanto, a acreditar-se em algumas destas previsões mais diretas temos que:
será um ano bastante duro do ponto de vista climático.
será um ano de muitos escandalos políticos, Xangô não perdoa aqueles que não andaram na linha. Preparem-se. Inclusive sua regência sobre o campo jurídico pode trazer bons ventos no que se refere a punição dos mais fortes.
é um ano bom para as relações, Yemanjá é agrande mãe aquela que acompanha Oxalá. Portanto é um ano bom para as relações verdadeiras.
será um ano um pouco mais tranquilo em termos de conflitos grandiosos. No entanto, do ponto de vista interno ...
o Brasil tem chnace na Copa do Mundo, arriscaria (mais como amante do futebol) que Itália,França e Inglaterra tem grande chances também com uma possível surpresa do próprio continente africano. Mas isso é óbivio.
Nas eleições Serra leva (o que na minha opinião é lamentável) mas Dilma tem chance, de novo óbvio, vai ser pauleira essa campanha. Mas atenção alguns preveem uma figura nova nesse pleito, nova em termos de vitória, portanto, tem alguma chance Marina Silva. ALiás anotem ai também Pai Mago garante vai ser Marina Silva. De todo modo, tem alguma razão os que preveem novidades, visto que, se de fato Xangô agir com sua justiça grande parte dos antigos políticos cairão ainda mais em descredito.
Bota ai (do tipo de previsão que nçao gosto) para cobrar depois alguns pais de santo afirmam o basquete masculino renasceu e trará (vejam bem ) medalha da próxima Copa do Mundo.
Futebol MINEIRO
02 pais de santos diferentes, e duas tarologas chegaram a mesma conclusões para o futebol mineiro.
Em uma frase: tudo como dantes, ou seja,
Cruzeiro: fará novamente um ano melhor que o Galo levará a disputa mineira, no entanto, não levará a Libertadores (competição que terá mais dificuldade que no ano passado). Pausa: para os mais fanáticos chance sempre há...portanto....no Brasileiro novamente ficará entre os primeiros mas não levará.
Atlético: não é o ano de Luxemburgo particularmente. Talvez e ai já é opinião minha (interferência de Xango e seu Odu justiceiro marcará presença) dito de forma direta, será um ano em que se buscará acima de tudo a idéia do justo e não da imposição.
Voltando aos sacerdotes todos preveem que o Galo novamente não ganhará títulos de destaque e mesmo na cena local ficará atrás do Cruzeiro.
América
Na matéria da Globo nada fala, mas o pai de santo ouvido pelo Jornal Estado de Minas, acredita que este pode ser a grande surpresa no futebol mineiro.
No mais e ai é minha opinião....faz todo sentido e nem precisava de advinhações...os times do jeito que estão só podem colher estes não resultados.
Também nãoem precisa de advinho para saber duas coisas:
bicudos não se bicam. Eu estou pagando para ver como se relacionará Kallil e Luxemburgo. E outra coisa toda expectativa tem seu preço, estou impressionado como o Luxa é considerado o salvador, o supra-sumo. Ora é neste nível que ele será cobrado e ai infelizmente o que seria tolerável para os outros não será para ele. Mas isso não tem nada de advinhação é somente analisar os fatos

sábado, 2 de janeiro de 2010

A década se foi

Hoje são 02 de Janeiro de 2010, portanto, a primeira década do século XXI se foi.Pensei muito em fazer uma série de listas, como tem pipocado em vários sites, blogs e mesmo na mídia convencional. Mas ai esbarrei em um problema que faz toda a diferença. Não tenho boa memória para nomes e datas, ou seja, considero que tenho até uma memória privilegiada quando trata-se dos temas com os quais lido profissionalmente, com informações em geral mas não me peçam para decorar. Essa não é minha praia. Eu sou aquele tipo de pessoa que é capaz de descrever em detalhes um filme mas não se lembrar do nome do mesmo, ou de seu diretor, ator/atriz principal. Portanto, como fazer uma lista de filmes marcantes, por exemplo, se não lembrarei os nomes e assim sucessivamente.
Optei então ao invés de lista. Comentar fatos que me foi retornando a memória. Talvez estes fatos por terem retornado a minha memória sejam mesmo os mais marcantes para mim nesta década. Ah outra coisa não se trata de classificação em ordem, ou seja, não utilizei critério nenhum para descrever os fatos abaixo, somente como dito a memória.
Notícias Marcantes
- 11 de Setembro de 2001, o ataque que mudou a década, a geo-política, a economia e as relações diplomáticas.
- Tsunami do Natal de 2004, tragédia impressionante que vitimou mais de 285 mil pessoas. Talvez pela nossa distância, talvez pela insensibilidade dos nossos dias, talvez pela mediocridade de nossa imprensa. Mas o fato é que até hoje penso que tal tragédia não foi retratada em toda sua dramaticidade. Volto a repetir os mortos passaram de 285 mil, mas se falam em mais de 500 mil, ou seja meio milhão de pessoas, já que em determinado momento as contagens foram suspensas.
- Eleição do Lula, acho que não vou comentar. Pois tal fato necessitaria do meu ponto de vista de milhares de páginas. Portanto, sendo o mais sucinto que posso: foi um prazer eleger o Lula em 2002, foi uma felicidade que nem eles (os Ptecos serão capaz de me retirar) participar da posse de Lula, junto a milhares de outros brasileiros que deixaram os confortos de seus lares e das festas para viajar até Brasília. Foi um desprazer ter votado em Lula em 2002, sem termos já naquele momento cobrado do candidato e de seu partido maiores coerências. Afinal sabíamos e fingimos não saber da Carta aos Brasileiros e dos acordos espúrios. Acima de tudo não votei no Lula em 2006, e continuo - A FAZER OPOSIÇÃO E CRITICAS À ESQUERDA, REPITO À ESQUERDA, PORTANTO, NÃO CONTÉM COMIGO PARA ESSAS IDIOTICES DA DIREITA MIDIATICA. OU SEJA, APESAR DE FAZER UMA OPOSIÇÃO, QUE A MAIORIA CONSIDERA RADICAL AO GOVERNO E AO EX-PARTIDO DOS TRABALHADORES, DISCORDO E DEFENDO O GOVERNO EM PRATICAMENTE TODOS OS EMBATES COM ESSA MÍDIA PODRE. POIS REAFIRMO SOU OPOSIÇÃO A ESQUERDA E NÃO A DIREITA. Para finalizar, podem (AS ELITES CARCOMIDAS) Brasileiras espernearem a vontade, pois apesar das minhas criticas virulentas -repito de esquerda e socialistas- este governo é muito melhor, infinitamente melhor do que os anteriores. Que digam os estrangeiros que percebem claramente tal fato.
- Eleição do Barack Obama, desde só podemos dizer que feito, que dream (para usar a palavra mágica de Luther King Jr) um presidente negro na maior (e por isso na pior) potência do mundo. Tirante isto já sabíamos que no império, tudo muda para permanecer no mesmo lugar. Aliás uma análise do governo Obama se aproxima muito da análise acima do governo Lula, poderia e pode fazer muito ainda pela agenda da esquerda liberal norte-americana, mas lembremos sua principal plataforma (mesmo que transformada para pior pelos conservadores do Partido Republicano e também do Democrata) a criação de um sistema público de saúde acaba de ser aprovado. Isto mesmo, a maior potência do mundo, não tinha um plano público de saúde. Aliás tão bem retratado em filmes e documentários como os do Moore. Alguns já dizem (entre eles ganhadores do prêmio Nobel) que esta (o plano público de saúde) vai ser a maior revolução dos últimos 50 anos. Mico mesmo só o prêmio Nobel da Paz que além de descabido foi indevido.
ps: este blog modéstia a parte cobriu todo o período pré-eleitoral (prévias), as eleições e a apuração do pleito norte-americano. Algo que muito nos orgulha (quem quiser pode rever através das Tags ai ao lado). Nosso modéstia, ainda que aparte, não nos permite esconder que demos várias informações antes da grande mídia brasileira. Pois tínhamos todo uma série de outros blogs em rede.
-Cruzeiro Campeão Brasileiro de Futebol. Que feito, que ano sensacional aquele de 2003. Um feito que ainda não consigo traduzir em palavras.
-César Cielo, maior a parte (e não podemos desconhecer que cientificamente tais maior(es) são um avanço formidável tanto o são que foram proibidos das competições - mas lembremos que desde as Olimpíadas a Federação Internacional de Natação resolvera ela mesma distribuir aos atletas com menores condições financeiras modelos de maior(es) - assim a tecnologia em tese estava a disposição de todos) a César o que é de César. E em plena Roma dos Césares, o César Brasileiro com sobrenome de Céu em Italiano foi coroado Rei. Ave César, Ave. O que César Cielo faz pelo nosso esporte é comparável aos feitos de Maria Esther Bueno, Guga, Pelé, Fitipaldi.
- Tecnologia. Esta foi sem dúvida a década da tecnologia, da massificação da Internet, da alta velocidade, das mídias sociais (Facebook, Orkut, Myspace, Twiter), da explosão dos Blogs que queiram ou não mudaram os rumos da imprensa convencional e oligopolizada, do Google, do Youtube, do 3G. Enfim que década, e o mais importante, ainda não temos distanciamento para fazermos uma análise sociológica, mas sem dúvida, se estava correto o sociólogo inglês Giddens quando ao explicar o surgimento da época Moderna, e acredito que estava, como uma revolução tão estupenda que não podia ser comparada com as épocas anteriores, toda essa tecnologia irá gerar uma nova forma de sociabilidade tão revolucionária quanto a modernidade.
- Crises Econômicas, lembremos que esta década já surgira de duas grandes crises econômica e, para muitos assistiu nos últimos dois anos a maior crise econômica desde o crash de 1929. Pode até não ter sido tudo o que previram mas de fato foi uma baita crise. Aliás pode não ter sido aqui, pois no mundo desenvolvido de fato a crise foi estupenda. E aqui palmas para o governo Obama que conseguiu segurar a fera pelos chifres pois lá a coisa foi muito feia.
- O Surgimento do Brasil como potência, enfim o país do futuro chegou lá. E hoje já é considerado (para desespero das vivandeiras da elite carcomida) um país respeitável. Para muitos o país a ser ouvido em várias polêmicas. Segundo o Financial Times será a quinta economia do mundo. Segundo o Le Monde é a nova prima donna da diplomacia internacional. E pasmem, apesar das Folhas, dos Globos e outros tentarem esconder e pior, criticarem de forma leviana, a Diplomacia Brasileira, a conservadora e influente Revista Foreign Affairs, considerou a diplomacia Brasileira a melhor do mundo, o que eles lamentam, pois com tal atitude o Brasil torna-se potência e não irão se submeter mais aos mandos norte-americanos. E até pouco tempo éramos presididos por um imbecil, quem em uma típica atitude de colonializado achava bonito falar na língua do seu conviva e não em sua própria língua como manda a etiqueta diplomática.
- A morte do Rei do Pop, dele Michael Jacson. A respeito ver aqui no próprio Blog um texto que escrevi sobre esse ser humano, demasiado humano e por isso brilhante.
Discos
Esta foi a década do Samba e das cantoras. Ê Semba ê. Nesta nossa listinha fazem samba ou flertam com ele: Cassia Eller, Maria Bethania, D. Jandira, Aline Calixto, Marienne de Castro, Beth Carvalho, Elza Soares todas sambistas.
Ps: como já afirmei minha memória para nomes não é das melhores, portanto, podem ter injustiças, ou seja, posso ter esquecido discos que me foram bastante caros nesta década.
Outra coisa que já é sabido dos mais próximos, sou um verdadeiro apaixonado pelo samba, pela música brasileira dos anos 60 e 70, principalmente música negra (aliás grande parte dos posts deste blog são dedicados a este tema), gosto também da Soul/Funk/Gospel norte-americano e por fim do chamado Brock dos anos 80 e inícios dos anos 90. Tudo isso para dizer que ouço muito pouco do que tem sido produzido atualmente. Aliás oço pouco porque o pouco que ouço em geral me desagrada.
- Vou começar com dois discos da década anterior, mas como foram lançados em 1999, boa parte destes discos foram sucessos em 2000 e 2001.
Californication do Red Hot Chilli Pepers e
There's Nothing Left to Lose do Foo Fighters
- Qualque um da Cássia Eller lançado nesta década e, olha que estão abaixo, dos discos dela da década de 90. Destaque para Acustico MTV de 2001 e 10 de Dezembro de 2002, ainda não ouvi o disco que é resultado da grvação ao vivo do show no Rock in Rio, de 2006 mas como vi aquela apresentação, o disco deve ser ótimo.
- Maria Bethania. PAUSA. Da minha paixão por Bethania é publica e sabida aqui no Blog. Mas como disse Nelson Motta, será ela uma ENTIDADE, Maria Bethania não tem altos e baixos em cerca de 45 anos de carreira só teve altos. Cada disco é um acontecimento. Portanto Ave Maria Bethania que nessa década nos brindou com 03 obras fantásticas. Brasileirinho de 2005, disco que inaugurou o selo da autora. Sobre este disco só posso dizer. Obrigado. Santeria de 2009, belissímo. Maricotinha lindíssimo e olha que deixei de fora Mar de Sophia, Ao Vico com Omara portuondo entre outras obras impares.
- Sandra de Sá e seu wonderful MPB, Música Preta Brasileira. Eta disco maravilhoso, ao mesmo tempo dançante e emocionante. Como a boa tradição Soul, este disco apesar de ser para dançamos, a dança aqui é libertadora, por isso também é um disco para se emocionar, como alías se emociona sempre 9chega as lagrimas) Sandra em algumas canções.
- Joss Stone, todos. Se bem que gosto demais do primeiro disco, The Soul Sessions de 2003 da maior cantora negra-branca, ou seria, da maior cantora branca-negra do mundo. Os criticos adoram seu terceiro disco, Introducing Joss Stone 2007, que também é o favorito da própria cantora. Acho belo como os demais da cantora mas fico com o primeiro. Uma grande obra.
- Gilberto Gil Viva São João (2001), simplesmesnte lindo e emocionante. Principalmente para quem tem algumas raízes no sertão.
-Marienne de Castro e seu maravilhoso disco de estréia Abre Caminho. Taí uma grande sambista e grande cantora. Para saber mais veja aqui no próprio Blog uma pesudo-critica (já que não sou especialista) bastante grande da cantora e deste disco.
Elza Soares Do Cóccix Até O Pescoço (2002) falar o que desta mulher, que foi considerada pelo BBC de Londres como uma das vozes do século passado. Neste disco entre outras coisas ela faz uma versão definitiva de Haiti entre outros eptardos em sua voz unica.
- Dona Jandira e seus disco de 2007 com mesmo nome. Falar o que sobre essa voz espetacular. Fico com o sambista Dudu Nicácio é a nossa Janis Joplin. D. Jandira uma mulher negra de 71 anos e que gravou pela primeira vez com 69 anos, consegue canbtar samba com verve de blues e blues com o balanceio do samba. Desde Elza Soares não via tamanha voz.
Aline Calixto, essa mineira premiada e super respeitada no meio do samba, seu primeiro disco, Aline Calixto de 2009 é um belo exemplo de que o samba (tal como prova Marienne de Castro) continua a ser o grande ritmo brasileiro.
- Los Hermanos e Seu Bloco do Eu Sozinho (senão me engano de 20010 foi a prova de que o pop-rock comercial teve alguns poucos momentos de lucidez e bom gosto. Este é um discasso. Que em certos momentos me lembrou os melhores momentos de Cazuza e Renato Russo.
- N.U.C e sua Resistência (2004), com esse disco os Negros da Unidade Consciente do Alto Vera Cruz mostrou que o Hip-Hop combina perfeitamente com bom gosto. Neste disco temos o melhor que o hip-hop brasileiro produziu, ou seja, uma música de protesto, de denuncia social, de análise político-social mas ao mesmo tempo com pitadas da cultura negra genuinamente brasileira. Assim neste disco o hip-hop é também cantiga de Roda com a participação das Maravilhosas Meninas de Sinhá (um grupo de senhoras moradoras do Alto vera Cruz/Taquaril). "No Alto Vera Cruz tem um Furacão que estremece o chão, que estremece o chão!!!!"
- Renegado e seu grande disco Do Oiapoque a Nova York, este disco do antigo vocalista do N.U.C Flávio Renegado é uma bela biografia do músico, de sua vida e de sua arte, no entanto, mais do que um relato pessoal, sua história mimetiza a história de milhares de outros jovens, pobres, pretos, da periferia, filho de mães solteiras e etc. é isso ai, para n´so que conhecemos a galera do Alto Vera Cruz/Taquaril o Flávio chegou lá da rua Oiapoque até fazer show em Nova York, com direito a escalas em Cuba, mas acima de tudo e, por isso mesmo, um grande artista acima de tudo o filho da D. Regina do Morro do Taquaril.
- Menção Honrosas para Diogo Nogueira Tô Fazendo a Minha Parte (2009), Adriana Calcanhoto Adriana PartiPam (2004) como é bom ser criança inteligente, não fica devendo nada aos maravilhosos discos infantis de Toquinho, Vinicius, Chico Buarque e Raul Seixas. Beth Carvalho e seus Beth Carvalho - 40 ANos de Carreira - Ao Vivo no Theatro Municipal Vol 1 e 2. (2006) e Beth Carvalho canta o Samba da Bahia (2008).
TV
House e Grey's Anatomy, mostram que a boa literatura independente do meio que se utilize é algo mágico. Grey's Anatomy na minha modéstia opinião é um dos amiores produtos da cultura de massa de todos os tempos.
Destaque na verdade para as séries. Os yankees são muito bons realmente, estou cada vez mais sériemaniaco. São tantas e boas opções.
Cinema
Com os lapsos de memória, esta era a lista que não queria fazer, pois vi cada coisa maravilhosa fora do circuito comercial nos festivais que rolam por aqui, e vou te dizer só no ano passado foram sem exageiros uns 10 festivais em BH,mas com certeza não vou lembrar o nome dessas obras primas quase sempre de países não centrais, assim como não lembrarei os excelentes filmes que vi principalmente nos anos de 2001 e 2002 no Belas Artes (explico, nesta época os 10 primeiros alunos da UFMG podiam entrar de graça nesta rede de cinema e como teve uma greve, meu esporte era ir ao Cinema todos os dias) mesmo assim vai ai uma listinha (na maioria filmes yankees comerciais, este pelo apelo publicitário e mesmo pela net acabam por ficarem mais claros na lembrança):
- As Invasões Bárbaras (2003) de Dennis Arcande Cidade de Deus (2002) de Fernando Meireles, dois dos maiores filmes que já vi na vida, osúnico que na minha opinião entrariam em uma lista de verdadeiros clássicos de todos os tempos.
- Má Educação o meu preferido, mas para falar a verdade de Almodovar todos os que vi nesta década foram bons.
- Já que foi uma década dos filmes da pixar: Procurando Nemo, das melhores análises sociológicas que eu vi.
- Adeus Lenin (2002) de Wolfang Becker
- Uma Mente Brilhante (2001) de Ron Howard
- Quase Famosos (2000) de Cameron Crowe
- Snatch Porcos e Diamantes (2000) de Guy Ritchie
- Bicho de sete Cabeças (2001) de Lair Bodanski
- Lucia e o Sexo de (2001) de Julio Medem mais um da boa invasão espanhola do fim dos anos 90 e início dos 2000. Depois os espanhois resolveram invadir foi o tênis.
- Onze Homens e um segredo, na verdade aqui rendo homenagem a toda a franquia. É o tipo de filme gostosode se ver e ponto final. Bom elenco e direção brincando de atuar.
- X-Men outra homenagem a franquia. Sé é para fazer entreterimento que se fça com qualidade. O mesmo vale para a série Homem- Aranha.
-Sideways entre umas e outras de Alexander Payne de 2004, isso sim que é movierood e dos bons.
- O último Rei da Escócia de 2006 de Kevin Macdonald
- Madame Satã
- Cauza
Pois é ...faltando tanta coisa. Mas em termos de atuação doia década de Natalie Portman.