segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ditadura Capitalista da China

Se bem me lembro, das aulas de Ciência Política aprendemos com vários teoricos que o capitalismo e a democracia são primos-irmãos.Foi assim com Schumpeter, Dahl, Tocqueville entre vários outros. Ou seja, em um processo histórico o capitalismo junto com suas transformações culturais desembocaria em um sistema democrático, diga-se de passagem um sitema de democracia liberal burguesa. Ora dentro desta teoria é até mesmo possível a existência de ditaduras informais ou mesmo formais, que o diga nossa América Latina, mas neste caso as ditaduras são impostas sobre a retórica da Democracia. Tratava-se de suspender temporariamente a democracia em nome de combater um mal maior a ditadura do proletário.

Feito este preambulo chegamos a China. O que temos hoje na China é uma  ditadura não a do proletariado e sim a ditadura do mercado. Ainda que neste caso o mercado seja regido por mãos duras da elite do partido unico. Trotski já chamara a atenção de que a mistura do autoritarismo (que ele chamava de açoite) asiático com a bolsa de valores européias seria um perigo. Então estamos diante do perigo consumado. E não é qualquer perigo, imagina uma economia capitalista livre da interferência da organização sindical, da organização política, de direitos básicos e fundamentais, de direitos trabalhistas, culturais e etc. Eis a China e seu perigoso modelo.

Foi Marx que nos ensinou que a história nãos e repete a não ser como uma farsa de si própria. E novamente o barbudo estava correto. O que se vê hoje na China é uma farsa do processo revolucionário liderado por Mao a custa de milhões de vidas de seus compatriotas. Se Mao proclamava a superação da antiga sociedade e o surguimento em seu lugar de uma nova sociedade chinesa mais justa, solidária e desenvolvida. O que se vê hoje é somente um modelo chinês de desenvolvimento capitalista que une as argurias do sistema de mercado a mão de ferro de um governo autoritário, violento e centralizador. Mas a verdade se diga até nisto a China não inova, afinal foi também nas aulas de ciências políticas que lemos os vários teóricos elitistas: aqueles que a grosso modo defendem a existência de uma elite política preparada para guiar as massas ignobeis. Eis que na China para um melhor desenvolvimento e segurança (lembram-se que por aqui mesmo no Brasil passsamos uma decada inteira ouvindo que o mercado deveria confiar na solidez da nossa economia, que o mercado isso e aquilo, etc) do capitalismo resolveu a seu modo  o dilema da representação democrática. Bom pode até se afirmar que a China age como que a denunciar a farsa da democracia representativa, de novo Trotski nos ajuda a entender tal processo quando reprovara este sistema sob a alegação de que a democracia parlamentar, ao invés de dar demasiado poder às massas, paradoxalmente,  ela apassiva demasiadamente as massas, deixando a iniciativa para o aparato de poder estatal.
Enfim divagações sobre um sistema cruel de capitalismo.

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