quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MANIFESTO DOS QUILOMBOLAS GAUCHOS


MANIFESTO
Porto Alegre, 20 de novembro de 2008.

Os representantes das comunidades quilombolas rurais e urbanas, a Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio Grande do Sul, ativistas, organizações e entidades do movimento social negro e movimento social em geral, presentes no I Encontro Municipal das Comunidades Quilombolas Urbanas e Rurais do Município de Porto Alegre, reunidos nesta data simbólica, 20 de novembro de 2008, vêm a público denunciar:
O descompromisso do Estado Brasileiro e dos Governos (Federal, Estaduais e Municipais) para dar efetividade ao artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal:

Artigo 68. Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.

Somos hoje no país, mais de três mil comunidades, sendo que dessas, pouco mais de uma centena foram tituladas e aqui no Estado, segundo o INCRA, 135, sendo que nenhuma titulada. Estamos juntos vindo a público e perante a população e o povo brasileiro denunciar a grave situação de ataque aos direitos das comunidades quilombolas.
As comunidades quilombolas vêm sofrendo forte ataque aos seus direitos nas várias esferas de Estado, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) ajuizada pelo DEM (DEMOCRATAS - ex-PFL); o Projeto de Decreto Legislativo (PDC nº 44/2007) de autoria do Deputado do PMDB de Santa Catarina, VALDIR COLATTO. Todos estes ataques visam retirar a efetividade do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal (que garante a titulação das terras de quilombo), bem como atacam conquistas expressas no Decreto 4887/2003 (que regulamenta procedimentos para demarcação e titulação). Tais ataques refletem os interesses dos grandes latifundiários rurais e urbanos, grandes empreiteiras, empresas de papel e celulose e multinacionais, contando com a cumplicidade das grandes empresas de comunicação (escrita e falada). São essas pressões e a falta de compromisso dos Governos (Federal, Estaduais e Municipais) que explicam a recente alteração na Instrução Normativa nº 20 do INCRA, pelo Governo Federal, e a edição da Instrução Normativa nº 49 do INCRA, burocratizando e retardando o processo de demarcação e titulação das terras quilombolas, que já é lento, pois nos últimos oito anos somente sete comunidades foram tituladas. Tal alteração se deu a revelia e contra os interesses das comunidades quilombolas, o que gerou a correta denúncia do Estado Brasileiro perante a OIT (Organização Internacional do Trabalho), por descumprimento da convenção 169 da OIT, por parte de várias entidades e organizações do movimento negro e quilombola.
Recentemente, sob o argumento da crise financeira internacional, o Governo Federal e os Governos dos Estados de Minas Gerais e São Paulo injetaram nos bancos e nas montadoras de automóveis, cada um, R$ 4 bilhões de reais, enquanto isso cortam e reduzem o orçamento do INCRA para o ano que vem, que aqui no Estado conta com apenas cinco funcionários para atender toda a demanda quilombola.
A mais recente afronta que tivemos notícia são as negociações que estão sendo feitas na SEPPIR com a bancada ruralista para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial sem o capítulo quilombola, demonstrando que os projetos anunciados para o povo quilombola não passam de maquiagem para tentar esconder a cara feia das intenções do governo.
No estado reflexo dessa situação podemos observar, que apesar dos esforços da Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio Grande do Sul, pautando o parlamento estadual para criação da Frente Parlamentar, articulando as comunidades para a luta, o Governo do Estado tem se mantido inerte na atenção à demanda quilombola e ignora a Lei 11731/01. Podemos citar como exemplo do quadro de inoperância a situação da comunidade de Casca, protagonista dessa luta no Estado, situação que se arrasta há 10 anos; Morro Alto com todo seu protagonismo de lutas que vê a área do quilombo ser rasgada pela BR 101 e desrespeitada pelo DNIT. Podemos falar da Comunidade de Mormaça, em Sertão, e os conflitos sofridos pela mesma. Na Capital, atualmente, estamos em quatro quilombos, sendo que ainda este ano tivemos que nos mobilizar pelo fato de que a Prefeitura queria abrir a rua João Caetano, rasgando o Quilombo da Família Silva ao meio, em total desrespeito aos interesses daquela comunidade, destruindo nascentes e a vegetação secular da área. Temos o caso da Chácara das Rosas, em Canoas, que em decorrência da ausência de questionamento já poderia estar titulada.
De conjunto, para o Estado exigimos transparência e respeito às prioridades quilombolas, no que se refere ao repasse de recursos para a sustentabilidade das comunidades, bem como no marco da Convenção 169 da OIT sejam ouvidas e respeitadas as comunidades quilombolas no que se refere as medidas administrativas e legais que gerem impacto sobre as mesmas.

NESSE SENTIDO CONVOCAMOS A TODOS E TODAS PARA:

Referendar a denúncia feita por entidades e comunidades quilombolas do Estado Brasileiro à OIT, por descumprimento da Convenção 169.

Repudiar os métodos de construção da Instrução Normativa 49 do INCRA/Governo Federal, que feriu os preceitos determinados pela convenção 169 da OIT, em especial o da boa fé, retardam e burocratizam os já lentos procedimentos para demarcação e titulação, afrontam princípios presentes no Decreto 4887/2003 e do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nesse sentido referendada também a comunicação à OIT.

Observamos que a convenção 169 da OIT determina no seu art. 6º(2) que: “a consulta deverá ser efetuada com boa fé e de maneira apropriada às circunstâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o consentimento acerca das medidas propostas”. Tal dispositivo não foi respeitado.

Requerer que o Ministério Público Federal abra investigação contra a União Federal, AGU e o grupo de trabalho que implementou a modificação da IN-20 e criou a IN-49, de 2008, por afronta à Convenção 169 da OIT e uso de má fé na referida consulta, bem como para sustar os efeitos da mesma e a construção de uma consulta real nos moldes previstos na Convenção 169 da OIT, que permita a participação efetiva dos quilombolas em todo o país, considerando as peculiaridades e especificidades das comunidades.

Apontar para a construção de uma jornada de luta nacional contra a retirada de direitos e exigindo o imediato arquivamento do PDC 44/2007 (Deputado Valdir Colatto – PMDB-SC) e arquivamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade, exigindo o indeferimento da mesma pelo Supremo Tribunal Federal.

Apontamos para a construção de um Encontro Nacional Quilombola, com o movimento social negro, precedido de encontros nos Estados e articulado com os movimentos sociais em geral, especialmente com os povos indígenas, comunidades tradicionais e movimento sindical e de luta por terra e moradia, para pautarmos perante a sociedade e Estado Brasileiro nossas demandas.

Exigir a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, com fundo de reparação e com manutenção do capítulo quilombola, repudiando e desautorizando qualquer manobra em sentido contrário.

Pela aplicabilidade da Convenção 169 da OIT para as comunidades quilombolas.

Por uma proposta orçamentária e política de estado compatível com a demanda quilombola, com prioridade para a titulação e sustentabilidade das mesmas.


PELA TITULAÇÃO IMEDIATA E SUSTENTABILIDADE DAS TERRAS QUILOMBOLAS!
FACQRS Quilombola" <http://br.mc657.mail.yahoo.com/mc/compose?to=facqrsfederacao@ibest.com.br

terça-feira, 25 de novembro de 2008

20 de novmbro e a dívida

20 de novembro e a dívida

Para quem se lembra da época em que Aldir Blanc e João Bosco tiveram que substituir, por causa da censura, “o almirante negro” por “navegante negro” na letra de Mestre-Sala dos Mares, há algo de especial em se ver um presidente operário inaugurando uma estátua de João Cândido, o líder da Revolta das Chibatas, no Rio de Janeiro. João Cândido é daquelas idiossincrasias brasileiras: um negro rebelde, líder e revoltoso em 1910, que vinte anos depois se rende ao charme da Aliança Integralista Nacional, de Plínio Salgado. Em todo caso, um herói popular, especialmente do povo negro, pela memória gloriosa do que fez em 1910.
Foi lendo um belo texto da Cidinha que cheguei, este ano, à minha reflexão anual de todo 20 de novembro: a de que o Brasil é esse compósito singular de uma realidade sistêmica de discriminação coexistindo com a celebração universal da mistura e da mulatez. Em graus variados, em um ou outro discurso, a mitologia da mulatez vai “acolchoando” a realidade da segregação econômica e da discriminação cotidiana. Isso coloca os movimentos negros numa posição particularmente chata, pois sua demanda é vista como ameaçadora de um mito nacional muito querido. Num contexto assim, os movimentos negros estão certos de martelar o fundamental, que é o sistêmico e onipresente abismo racial no Brasil, dos hotéis às agências de propaganda, do elevador à reunião de chefia à blitz policial à sala de aula.
Antonio Risério tem razão que a importação de um paradigma binário americano para se pensar a raça no Brasil pode ser daninha. Mas até aí tem razão. Deixa de tê-la cada vez que permite que sua voz ecoe em conjunto com a cruzada Kamel-Magnoli contra as cotas raciais. Seja lá o que for que você pense sobre as cotas, o fato de que um professor universitário como Magnoli faça da cruzada contra elas o elemento definidor do seu perfil intelectual é triste, muito triste. Por isso, um pensador como Risério, que escreveu um livro absurdamente bom, agora deve manter a nuance e encarar o desafio de seguir pensando fora dessa aliança mais fácil e confortável, com a versão Globo-Veja da mitologia da mulatez nacional.
Não há realidade da mulatez nem singularidade brasileira que contorne o fato de que minha amiga e aluna Renata foi barrada ao tentar visitar meu quarto de hotel, às 20:15, sob a desculpa de que a partir de tal hora não subia ninguém, menos de 24 horas depois de que seu (ex)marido, branco, também aluno e amigo meu, subisse sem problemas às 20:45.
Hotel Rondônia, região ali do Catete, no Rio, se alguém quer saber onde foi.
Isso no Brasil acontece todo dia. Acontece uma vez para cada ocasião em que um profeta anuncia a nossa incomparável singularidade de povo totalmente mestiço.
Este blog, que se orgulha de ter participado desde o primeiro momento do debate sobre as cotas, considera essa discussão, até certo ponto, superada com a aprovação do projeto na Câmara. Que o Senado faça algum remendo numérico nas porcentagens ou não, o mais provável é que se reconheça que a maioria da sociedade brasileira resolveu encarar essa dívida dessa forma, pelo menos por algum tempo. O que é bom.
Links: Blog do Nei LopesBlog do JuarezE se Obama fosse africano, no blog da Cidinha. O Brasil Negro, da Ana César. Adeus Césaire, do Salamandro. O magnífico poema de Ricardo Aleixo sobre a negritude subterrânea em Paris.Movimento Brasil Nagô.
PS: O Globo fez uma listinha meio furreca de filmes brasileiros sobre o negro, mas se esqueceram – não é mesmo, Rafex e Bia – do melhor deles: It's all true, de Orson Welles.
Escrito por Idelber às 01:58

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A consciência negra

Propositalmente não postamos nada por aqui nestes últimos dias, como que um mprotesto silencioso ou uma chamada para uma reflexão mais profunda sobre essa data e sobre os sofrimentos e perseguições pelas quais ainda continuam passando as populações afro-brasileiras. Ou as suas novas lutas e as reações conservadoras de sempre.De todo modo, a notícia da aprovação hoje pela Camara dos Deputados das Cotas Sócio-étnicas, nos encheu de alegria. Se as mesmas forem aprovadas no Senado, o que tudo indica que acontecerá. Será lei. Ai fica a pergunta e agora UFMG?
Tantas vezes falamos e defendemos que a UFMG tal qual outras cerca de 40 universidades federais deveria ter discutido seriamente esse assunto, se preparado e aderido através de uuma reflexão madura a essa política que demonstra seu sucesso, como por exemplo na eleição de Obama. Sim pois se analisarmos a divisão de votos desse candidato entre os brancos perceberemos que ele perdeu entre os homens brancos acima de 35 anos de qualquer classe ou região, o mesmo aconteceu com as mulheres, no entanto ele ganhou entre os jovens brancos em ambos os genêros o que pode indicar uma efetiva geração que nasceu e cresceu fora do apartheid e convivendo com a diversidade nas diversas esferas da vida. E que por tanto não vê problema em votar em um candidato, ele próprio fruto das ações afirmativas. Pois bem UFMG não foi no amor irá na dor, uma pena pois na dor perdem todos. Bom e mais uma perguntinha: não existe negros em BH, em MG? Não será nosso estado o segundo em número de negros? Bom a resposta é que não devemos mesmo é ter consciência, pois só isso explica o desdem que as questões raciais são tratados nesse estado e pelo seu poder público. Só isso explica nãop ser feriado em nosso município. Feriado esse que existe em cerca de 400 cidades incluíndo Sampa que para no dia de hoje.
Bom para comemorar o fato uma série de matérias sobre a aprovação das cotas e logo em seguida a lista de 10 filmes sobre a questão do negro que o Yahoo Brasil considerou imprescindível. Não sei se realmente são os melhores (tenho na verdade sérias dúvidas) mas serve como um bom guia para a ida na locadora no próximo fim de semana (em alguns casos faço pequenos comentários sobre os filmes).
Aprovada cota para negros, índios e pobres em escolas federais
Elton Bomfim

A proposta reserva 50% das vagas para alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. O Plenário aprovou na manhã desta quinta-feira projeto que reserva no mínimo 50% das vagas nas universidades públicas federais para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. A proposta - PL 73/99, da deputada Nice Lobão (DEM-MA) - foi aprovada na forma do substitutivo aprovado em 2005 pela Comissão de Educação e Cultura, elaborado pelo deputado Carlos Abicalil (PT-MT). O projeto segue para o Senado.Os parlamentares aprovaram emenda que destina metade das vagas reservadas aos estudantes oriundos de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 622,50). A outra metade deverá ser preenchida por alunos negros, pardos e indígenas. A divisão das vagas entre essas etnias seguirá suas proporções na população do estado onde é localizada a instituição de ensino, conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, lembrou que hoje se comemora o Dia da Consciência Negra. Segundo ele, essa proposta tem todo o conteúdo de justiça social em relação a etnias. "O fato de ter havido um acordo entre os partidos para sua aprovação aumenta sua grandeza."Regras De acordo com o texto aprovado, as universidades públicas deverão selecionar os alunos do ensino médio em escolas públicas tendo como base o coeficiente de rendimento, obtido através de média aritmética das notas ou menções obtidas no período, considerando- se o currículo comum a ser estabelecido pelo Ministério da Educação. As cotas deverão ser respeitadas em cada curso e turno das universidades.O texto faculta às instituições privadas de ensino superior o mesmo regime de cotas em seus exames de ingresso.Nível médio O substitutivo de Abicalil também determina semelhante regra de cotas para as instituições federais de ensino técnico de nível médio. Elas deverão reservar, em cada concurso de seleção para ingresso em seus cursos, no mínimo 50% de suas vagas para alunos que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escolas públicas. Nessas escolas, se aplicará o mesmo critério das universidades para a admissão de negros e indígenas. Caberá ao Ministério da Educação e à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, ouvida a Fundação Nacional do Índio (Funai), o acompanhamento e avaliação desse programa de cotas. Após dez anos, o Poder Executivo promoverá a revisão do programa.
As universidades terão o prazo de quatro anos para o cumprimento das regras, implementando no mínimo 25% da reserva de vagas determinada pelo texto a cada ano.Extinção do vestibularA autora do projeto original, deputada Nice Lobão, argumenta que o ideal seria a extinção do vestibular, mas, como tal objetivo ainda não pode ser alcançado, a proposta é estabelecer uma mudança gradual, deixando 50% das vagas no padrão convencional de ingresso na universidade.
Reportagem - Rodrigo BittarEdição - Wilson Silveira (Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara')Agência CâmaraTel. (61) 3216.1851/3216. 1852Fax. (61) 3216.1856E-mail:http://br.mc657.mail.yahoo.com/mc/compose?to=agencia@camara.gov.br


Quinta, 20 de novembro de 2008, 14h30 Atualizada às 15h09
Aprovada reserva de cotas em universidades para rede pública
Marina MelloDireto de Brasília

O projeto de lei que reserva 50% das vagas de universidades públicas federais e escolas técnicas para estudantes oriundos da rede pública de ensino foi aprovado nesta quarta-feira no plenário da Câmara dos Deputados. A proposta agora segue para o Senado Federal.

Deste total, 25% das vagas serão distribuídas de acordo com a proporção étnica de cada Estado, segundo definição do IBGE, e os outros 25% ficarão para alunos que, além de atender os critérios raciais, conforme a proporção étnica, O texto faculta às instituições privadas de ensino superior o mesmo regime de cotas em seus exames de ingresso.

O prazo para o cumprimento das regras será de quatro anos, implementando no mínimo 25% da reserva de vagas determinada pelo texto a cada ano. A proposta - PL 73/99, da deputada Nice Lobão (DEM-MA) - foi aprovada no mesmo dia em que se comemora Dia Nacional da Consciência Negra.

Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI3341625-EI8266,00 Aprovada+reserva+ de+cotas+ em+universidades +para+rede+ publica.html

Congresso
Aprovado projeto de cotas em universidades federais
20 de novembro de 2008
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei que destina 50% das vagas em universidades públicas federais e escolas técnicas federais de ensino médio a alunos da rede pública. Além de beneficiar quem tenha cursado o ensino médio em escolas públicas, o projeto reserva sub-cotas para beneficiar negros, indígenas e estudantes de baixa renda.
De acordo com o novo sistema de cotas raciais e sociais, 25% das vagas reservadas devem ser divididas proporcionalmente entre negros, pardos e indígenas. Os outros 25% serão destinados a estudantes cuja renda familiar seja de até 1,5 salário mínimo per capta.
A distribuição proporcional deverá ser feita com base em levantamentos do IBGE em cada estado. Por exemplo, em regiões nas quais a população seja composta 20% por negros, pelo menos 20% das vagas terão de ser ocupadas por negros. As instituições de ensino terão até quatro anos para se adaptar à nova lei.
O projeto segue agora para aprovação no Senado. Os deputados incluíram no texto da lei as vagas para alunos de baixa renda, que não constavam no projeto original enviado à Câmara pelos senadores. A votação dos deputados foi simbólica, ou seja, nenhum deles precisou fazer o registro oficial de seu voto. Isso aconteceu porque houve um acordo entre a base aliada e a oposição.

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/aprovado-projeto-cotas-universidades-federais-403599.shtml

20/11/08 - 14h39 - Atualizado em 20/11/08 - 17h32
Câmara aprova cota em universidades para alunos de escola pública
Texto, que vai ao Senado, reserva 50% das vagas de federais.Projeto prevê cotas nas escolas técnicas federais de nível médio.
Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira (20), um projeto que reserva metade das vagas em universidades públicas federais, vinculadas ao Ministério da Educação, para alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas. Dentro desta cota, haverá ainda subcotas para beneficiar negros, indígenas e estudantes de baixa renda. O projeto segue para votação no Senado. Segundo o texto, as universidades teriam quatro anos para se adaptar às cotas. A divisão destas cotas será feita de acordo com o percentual de negros, pardos e índios encontrados na população do estado em que está a instituição de ensino. Em um estado, por exemplo, que tenha 20% de negros, pelo menos 20% das vagas reservadas a escolas públicas terão de ser ocupadas por negros.
O projeto aprovado pela Câmara também reserva as vagas para as escolas técnicas federais de nível médio. Neste caso, para serem beneficiados pelas cotas os alunos têm de ter cursado integralmente o ensino fundamental em escola pública. Nestas escolas também serão observadas as subcotas, como acontecerá com as universidades.Uma outra subcota reserva metade das vagas de escola pública para os estudantes que tem renda familiar per capita inferior a 1,5 salário mínimo. O deputado Paulo Renato (PSDB-SP) afirma que este será o critério mais eficiente na redução da desigualdade. "Todos os dados têm dito que é a situação de renda da família que determina o desempenho diferencial entre os estudantes sistemas de ensino". O líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), acredita que o projeto será capaz de melhorar as condições de acesso dos mais pobres às universidades públicas e eliminar diferenciações raciais. "O projeto revoluciona o acesso ao ensino público superior no país. A Câmara hoje marca uma mudança na historia do acesso ao ensino publico superior". Além de tornar obrigatórias as cotas para as universidades públicas federais, o projeto abre a possibilidade de que as universidades privadas adotem cotas na forma desta lei.
http://g1.globo.%20com/Noticias/%20Politica/%200,,MUL869717-%205601,00-CAMARA+%20APROVA+COTA+%20EM+UNIVERSIDADES%20+PARA+ALUNOS+%20DE+ESCOLA+%20PUBLICA.html

Por Heitor Augusto, do Cineclick
Para lembrar o Dia da Consciência Negra, selecionamos dez filmes essenciais com diferentes abordagens políticas sobre a figura do negro na sociedade. Confira a lista:

Adivinhe quem Vem Para Jantar, 1967Nos EUA, a década de 60 é marcada pelos assassinatos de Malcolm X (1965) e Martin Luther King Jr. (1968) e da criação do Partido das Panteras Negras (1967).
O filme, de 1967, apresenta um casal branco, supostamente progressista, que tem lidar com o novo namorado da filha: bonito, elegante, bem sucedido, bons modos. O único "problema": ele, interpretado por Sidney Poitier, é negro. No Brasil, Nelson Pereira dos Santos utilizou o mesmo tema em "Tenda dos Milagres", com as características específicas da Bahia.

Assisti a esse filme muitos, muitos anos atrás. Mas fica o registro da bela atuação de Poltier, definitivamente um grande ator e também a importância (hoje pode até parecer meio bobo principalmente após Obama) de umnegro que no filme é apresentado como uma grande autoridade da área do conhecimento e com cargo importante na ONU. Lembro-me como foi legal ver um negro em um cargo que absolutamente era novidade. Enfim foi um filme importante para mim por perceber qu sim um negro poderia ocupar cargos importantes e mesmo ser um gentelman nas artes brancas das festas.


Manderley, 2005Las Von Trier traz elementos do Dogma 95 para discutir as amarras invisíveis em "Manderlay". Com um não-cenário, o filme se aproxima de uma comunidade de negros americanos mantidos em escravidão em pleno século XX. Com a chegada de uma jovem branca, vinda de Dogville, as correntes que seguram os moradores podem se quebrar.
Parece até mentira mas nunca vi esse filme e nem Dogville. Devo ser o único em toda a minha turma de amigos, colegas e conhecidos. Nessas férias vejo os dois.

Barravento, 1962Já em seu primeiro longa, Glauber Rocha apresentaria elementos que viriam a marcar seus filmes. "Barravento", de 1961, se passa em uma comunidade de ex-excravos formada por pescadores explorados. Firmino (Antônio Pitanga, em atuação memorável) era um deles, mas foi para Salvador e tomou consciência política. Na volta, tenta apresentar seus novos valores ao grupo ligado ao misticismo e conduzi-los ao "barravento", a revolta.
Aquela coisa já vi partes desse filme uma vez na faculdade (cheguei já estava mais para o final), aliás de uma época que estranhamente (ironia) a faculdade de filosofia tinha vida, que saudades dessa época. Estranho algo de muito estranho aconteceu na Fafich e na Ufmg de 2003 para cá, pelo menos posso dizer que em 2001 e 2002 como aprendi com política, cultura, música, cinema e vinhadas. O notável desse filme é fazer uma leitura a luz das legislações atuais trata-se de uma Comunidade Quilombola.

Duelo de titãs, 2000O esporte é o futebol americano, uma das mais tradicionais modalidades nos EUA. Porém, o objetivo de "Duelo de Titãs" é dialogar a partir das dificuldades encontradas por um técnico negro. O filme se concentra no duelo de Herman Boone (Denzel Washington) para treinar um time universitário que não aceita, de maneira alguma, receber ordens de um negro. O final, porém, é positivo, pregando a tolerância.
Pois é poucos filmes são tão americanos e tão happy end e tão establishment e tão comercial e tão... veja é nisso que resiste a força desse filme e não sua fraqueza. Efetivamente ele como tantos outros mostra a evolução da sociedade norte-americana. Ou seja tudo aquilo que poderia ser utilizado em um filme sobre a elite branca anglo-saxônica protestante é utilizada para glorificar um negro. Fora tudo isso vale por mais uma atuação estupenda de Denzel.
Filhas do Vento, 2005Joel Zito Araújo é um cineasta que começou fazendo uma pesquisa acadêmica do retrato do negro nas telenovelas. "Filhas do Vento" reúne um elenco competente (Ruth de Souza, Léa Garcia, Taís Araújo, Milton Gonçalves) que interpreta dois núcleos da mesma família. Um, concentrado na figura de Ruth, representa o progresso alcançado com uma nova posição do negro. O outro, encabeçado por Léa, é o rastro de pobreza que ainda predomina entre os negros.
Outro filme que assiste em parte. No caso acho que ele vale a pena independente do resultado pela concepção. Trata-se de um projeto militante e político de um cinema negro na melhor tradição dos melhores momentos de um Spike Lee. Assim todo o elenco, produção, direção e parte técnica é formada por negros bem como a história é pensada por esses. Produzir um filme como esse no Brasil não deixa de ser uma vitória.

Quase dois irmãos, 2004Se na Argentina, o radiógrafo da classe média é Daniel Burmann, no Brasil, Lúcia Murat ocupa esse posto. Em "Quase Dois Irmãos", ela parte de um tema político, a prisão de ilha grande na ditadura militar, para chegar a outro ponto: o encontro, na mesma penitenciária, de presos políticos (brancos) e autores de crimes comuns (negros). O discurso de esquerda e o seu alvo, frente a frente. Pessimista e realista, Murat, filha da classe média, mostra as limitações entre teoria e aplicação.
Não vi também. Não sei comentar nada sobre o filme mas concordo em tudo sobre Murat. Grande cineasta. Outro filme que quero ver.

Orfeu negro, 1959Inegavelmente romântico, "Orfeu Negro", do francês Marcel Camus, ganhou Oscar em 1960. Baseado na peça "Orfeu da Conceição", transpõe o mito de Orfeu e Eurídice para os morros cariocas. A música-tema, composta por Luís Bonfá e interpretada por Agostinho dos Santos, é um capítulo à parte. Mas, o olhar francês à realidade brasileira não deixa de acreditar que "tudo se resolve no carnaval".

Xica da Silva, 1976Xica da/Xica da/Xica da Silva/a negra. Na música composta para a trilha de "Xica da Silva" (1976), de Cacá Diegues, Jorge Ben resume o olhar da sociedade colonial. Século XVIII, uma negra atrevida encontra na ascensão social e na sua sensualidade a única forma de respeito. Zezé Motta, a Xica, tem a melhor atuação de sua carreira e uma das melhores do cinema nacional.
Filme marco de uma época. Emblemático por ser uma das grandes realizações do cinema novo e ao mesmo tempo marca os ultimos momentos desse movimento. Filme que vale ainda como alegoria do fins de 70, ligando a Diamantina do século XVIII ao período ditatorial brasileiro.

Madame Satã, 2002Marginal, sensual, boêmio, discriminado, pobre, homossexual, capoeirista. A lista é extensa para definir João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã. No filme homônimo, de Karin Aïnouz, lançado em 2002, Lázaro Ramos absorve a áurea de um ícone às avessas e apresenta um retrato de um dos personagens mais famosos do Rio de Janeiro.
Todos que assistiram me recomendaram. Não vi mas quero ver.

Caché, 2005Georges Laurent (Daniel Auteuil) acaba de prestar queixa na delegacia. Na saída, tromba com um rapaz negro em uma bicicleta. A quizumba está armada, com o francês fazendo diversas ofensas. Uma cena. Apenas uma cena foi necessária para condensar a xenofobia e o racismo que parte da sociedade francesa ainda conserva. De resto, o filme serve como reflexão da "paranóia delirante" de Georges e discussão do papel da imagem.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

II ENEGRECENDO A UFMG: dia 20 de novembro de 2008

II ENEGRECENDO A UFMG

DIA 20 DE NOVEMBRO DE 2008 - Dia Nacional da Consciência Negra



19:00 – 19:30 – Recepção dos educandos da Educafro, dos cursinhos comunitários, estudantes e demais participantes / LANCHE
19:30 – 20:00 – Exibição do vídeo “Direito à Educação e Ação Afirmativa” - Hédio Silva Jr.

20:00 – 20:30 – Apresentação do grupo ALAFIÁ -Associação Odum Orixás

20:30 - 21:30 Roda de Conversa sobre Cotas Raciais nas Universidades - enfatizando o contexto da UFMG
Convidados/as:

Makota Kisandembu Kiamaza – Educadora Social/Mestra em Indumentária Africana. Entidade : Monabantu/MG

Professor Dalmir Francisco - UFMG

Sabará - Coordenador Geral da Associação Odum Orixás

Mediador: Anderson Xavier – Educador do Núcleo Educafro Nova Pampulha – Cientista Social/UFMG – Ex-bolsista do Ações Afirmativas


21:30 – 22:20 – Abertura para perguntas

22:30 - Encerramento

EDUCAFRO MINASMSN educafrominas@ hotmail.comGRUPO VIRTUAL educafrominas@ yahoogrupos. com.brTEL (31)3271-3038

Entidade Quilombola denuncia descumprimento de convenção internacional

Sandra Parabéns por representar bem os quilombolas mineiros e utilizar esse importante espaço de denúncia na mídia.
10 de Novembro de 2008
Entidade quilombola denuncia descumprimento de convenção internacional
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- Representantes de comunidades quilombolas denunciaram hoje (10), em Brasília, o descumprimento de artigos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O alerta ocorreu durante o seminário Oportunidades e Desafios para Implementação da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes.Aprovada em 1989, a convenção é o instrumento internacional que trata dos direitos dos povos indígenas e tribais no mundo em relação a diversas matérias, como o direito de autonomia e controle de suas próprias instituições, formas de vida e desenvolvimento econômico, propriedade da terra e de recursos naturais, tratamento penal e assédio sexual.A representante da Federação Quilombola de Minas Gerais, Sandra Maria da Silva, apontou como uma das situações de descumprimento da legislação internacional a Instrução Normativa (IN) 49 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que trata da regulariação fundiária de terras quilombolas no país.Segundo Sandra, o texto da IN foi redigido e aprovado apesar de alguns pontos não terem ficado acordados durante a consulta popular realizada em abril deste ano para ouvir às comunidades quilombolas sobre o assunto. A Convenção 169 prevê não apenas que elas sejam consultadas mas que essa oitiva seja levada em consideração. A representante quer que o Ministério Público Federal da 6ª Câmara entre com um pedido de inconstitucionalidade em relação à IN.De acordo com ela, uma das questões controversas é a substituição do termo “território” por “terra”. “Para nós, terra compreende apenas o local onde a gente mora e não é só isso. Temos a nossa cultura, as nossas necessidades, a nossa plantação, os nossos cultos. Precisamos do território e não só da terra” argumentou.Além disso, ela também apontou o maior grau de exigência para o reconhecimento das comunidades quilombolas que passou a existir com a nova instrução. Segundo Sandra, antes bastava que as lideranças redigissem um documento assinado por eles mesmos e pedissem o reconhecimento. Mas a atual IN 49 exige que todos os membros da comunidade assine e registre em cartório os documentos exigidos.“Eu sou quilombola mas, agora, a minha palavra só não basta. Tem que ter mais estudos e isso, para nós, foi um retrocesso porque o que você é quem sabe é você. Não são os outros que têm que dizer. Só para registrar, a gente gasta mais de R$ 100 ou R$ 150. Dificultou muito”, reclamou.Ao comentar a situação específica dos povos indígenas no Brasil, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, afirmou que as comunidades possuem um conhecimento “razoável” do que a Convenção 169 prevê. “Eles sabem que existe, que é um instrumento jurídico importante porque é lei no Brasil”, disse Meira durante o encontro.Na opinião dele, o país conta com uma Constituição “generosa e avançada” em relação à proteção dos direitos dos povos indígenas e a Convenção da OIT apenas complementa alguns princípios. “Quando trabalhamos a informação com os povos indígenas, do que são direitos e garantias constitucionais, nós levamos também a Convenção 169”, afirmou.Mas para Kanawayuri Marcello, representante da comunidade Kamaiurá, localizada no Parque Nacional do Xingu, a avaliação é outra. Ele afirma que poucos têm conhecimento do texto elaborado pela OIT e que a maioria dos direitos indígenas não estão sendo aplicados ou respeitados.“Eu, particularmente, comecei a buscar as informações sobre os nossos direitos a partir do momento em que enfrentamos problemas com as construções da barragem em torno da nossa terra. Em nenhum momento a gente passou por consulta popular. Não participamos, não fomos informados de que as estrada e a barragem estavam sendo construídas e nem nos foram apresentados os projetos básicos antes das instalações” disse o representante indígena.Fonte: Agência Brasil - http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/11/10/materia.2008-11-10.8161269508/view

Novembro chegou

Novembro chegou e com ele as programações a respeito da Consciência Negra. Como tenho que viajar toda semana, esse ano esta difícil de participar. Mas vamos tentar prestigiar o máximo possível.
Abaixo uma série de notícias que se acumularam, começamo com uma triste:
A cantora sul-africana Miriam Makeba morreu nesta segunda-feira aos 76 anos na localidade de Castel Volturno no sul da Itália devido a uma parada cardíaca que ocorreu após um concerto contra o racismo e máfia em que participava a conhecida como a voz da África.
Ícone da luta contra o apartheid em seu país, Makeba, marginalizada durante mais de três décadas pelo regime racista sul-africano, sempre esteve comprometida com a luta pelos direitos civis e contra o racismo.
A cantora, conhecida também como a mãe da África, soube levar como ninguém ao palco as tradições e os trajes típicos de sua terra.
Nascida em Johannesburgo em 4 de marzo de 1932, ela passou a infância em Petroria. Makeba começou a cantar na década de cinqüenta com o grupo Manhattan Brothers, depois fundou sua própria banda, The Skylarks, que misturava jazz com música tradicional sul-africana.
Depois de ver que não poderia desenvolver em seu país a carreira musical que ela queria por seu ativismo comprometido, a cantora viajou para Veneza para então conseguir chegar a Londres, onde conheceu Harry Belafonte, que a ajudou a entrar nos Estados Unidos.
Mas a vigilância do FBI (a polícia federal americana) obrigou Miram e seu marido a transferir sua residência para Guinea Conakry, onde morou até seu regresso à África do Sul em 10 de junho de 1990 após a libertação de Nelson Mandela, que tempos depois lhe ofereceu a participar de seu governo.
Entre sua discografía se destacam "Pata Pata", "The many voices of Miriam Makeba" (1962), "Miriam Makeba live in Africa" (1967), "The word of Miriam Makeba" (1968), "Miriam Makeba and Harry Belafonte" (1972), "Sangoma" (1988), "Welela" (1989), "Skylarks" (1992) e "Sing me a song" (1994).
*********************
Encontro da Negritude
Refletindo e comemorando a Consciência Negra

No dia 15/11/08, os Agentes de Pastoral Negros estarão realizando o Encontro da Negritude com o lema Refletindo e comemorando a Consciência Negra. O Encontro tem como objetivo discutir a situação vivida pela população negra no Brasil, após termos decorrido 120 anos da abolição e o momento atual em que está em pauta na agenda política nacional a discussão da cotas para negros no ensino superior e as ações afirmativas e o Estatuto da Igualdade Racial.

Neste encontro acontecerá um debate sobre a realidade da população negra, além de oficinas e grupos de trabalhos sobre os temas: educação, juventude, trabalho e geração renda e mulher negra.

Venha participar conosco deste momento de reflexão e confraternizaçã o.

Local: Rua Além Paraíba, 208 – Bairro Lagoinha – Belo Horizonte/MG
Horário: 13h 30min ás 19h

Telefone: (31)3423-2187
E-mail: http://br.mc657.mail.yahoo.com/mc/compose?to=apnsquilombobh@ig.com.br

AGENTES DE PASTORAL NEGROS
Conscientizaçã o, Organização, Fé e Luta
Rua Além Paraíba, 208 – B. Lagoinha
**********************************
VII SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - PUC MINAS
( 11 a 21 de novembro de 2008)
"Relações étnico-raciais e de gênero na educação, saúde e trabalho"

11/11 - Terça-feira, 14 h
“Raça e gênero na educação brasileira”
Rosa Margarida de Carvalho Rocha (PBH/EMG)
Local: Ribeirão das Neves/Centro de Referência do Professor
Coordenação: Prof. Francisco Santos (SMERN/CRP)

13/11 - Quinta-feira, 19 h
“Raça e gênero no mercado de trabalho brasileiro”
Prof. Jorge Mendoza Posada (PUC MINAS em Contagem / Extensão)
Local: PUC Minas em Contagem (Sala de Eventos – Prédio 3)
Coordenação: José Sabóia dos Santos/Coord. Municipal da Igualdade Racial

17/11 - Segunda-feira: 19 h
“Raça e gênero no mercado de trabalho brasileiro”
Benilda Regina Paiva de Brito (PBH/Gerência Regional Norte)
Local: PUC Minas São Gabriel (Sala Multimeios 31 – Prédio 1)
Coordenação: Prof. Rubens Nascimento (PUC Minas São Gabriel/Psicologia)

19/11 - Quarta-feira, 19 h
“Raça e gênero na educação e no trabalho”
Denílson Tourinho (Ator, modelo, coordenador do Projeto “O poder da palavra”)
Local: PUC Minas em Betim (Auditório)
Coordenação: Profa. Josiane Militão (PUC Minas em Betim/Extensã o)

20/11 - Quinta-feira, 09 h
“Saúde da população negra”
21/11 Sexta-feira, 19 h
“Literatura, história e sociedade angolana”
João Melo (Jornalista e escritor Angolano)
Local: PUC Minas Coração Eucarístico (Prédio 4 - Sala dos Conselhos)
Coordenação: Profa. Maria Nazareth Fonseca (Pós-graduação/ Letras)


Realização: Núcleo de Inclusão Racial da PUC Minas
PROEX/Sociedade Inclusiva

Apoio:
Diretório Central de Estudantes – DCE Novo Tempo / Coletivo Terceira Margem do Rio
Prefeitura Municipal de Ribeirão das Neves/ Secretaria de Educação/CRP
Prefeitura Municipal de Contagem/ Coordenadoria Municipal da Igualdade Racial Prof. Vicente Oliveira (UEMG / DACE / NEAB)
Local: PUC Minas no Barreiro (Auditório)
Coordenação: Profa. Miriam Leão (PUC Minas Barreiro/Enfermagem )
******************************
1ª Semana de PAZ e Cidadania

20 de Novembro Quinta feira
19 horas: Centro Catequético (Barragem)

Abertura do 8o Quilombo do Papagaio

Reflexão Quilombola: Renata Reis Coelho
Apresentação: Zumbi de Palmares - Josemeire Alves
Exposição: As Cores do Racismo - Catharina Gonçalves
Início da Votação: Prêmio do Quilombo 2008

21 de Novembro Sexta feira
14 horas: Creche Madre Garcia (Barragem)
Criança Quilombola: Jogos e Brincadeiras

19 horas: Pracinha do Amor (Rua São Tomás)
Oficinas: Hip Hop, Rádio de Rua, Rap, DJ e Break

22 Novembro Sábado
9 horas na Escola Estadual Dona Augusta (Barragem)
Fórum: Centro de Saúde Santa Lúcia e Comissão Local

10 horas no Centro Catequético (Barragem)
Filme e Debate: “Martin Luther King”

23 Novembro Domingo
17 horas: Capela Maria Estrela (Vila Estrela)
Missa Conga: “Homenagem aos Santos Negros”

24 Novembro Segunda feira
Quilombo na Escola Estadual Guaraná Menezes (Morro)
9 horas: Roda capoeira
14 horas: Programa Bom de Bola, Bom na Escola

14 horas na Creche Madre Garcia (Barragem)
Criança Quilombola: “Jogos e Brincadeiras” - GAC

25 Novembro Terça feira
13 horas no Centro Catequético (Barragem)
Trança Afro: Feminino – Fica Vivo!

18:30 hotas na Creche Madre Garcia (Barragem)
Filme e Debate: “Justiça”

26 Novembro Quarta feira
14 horas no Centro Catequético (Barragem)
Atividade Física e Dança Sênior para os Idosos

18h30min: Centro de Rerefência (Vila Esperança)
Projeto Comunidade Interligada – AUM
2ª Semana de PAZ e Cidadania

27 Novembro Quinta feira
13 horas: Creche Evangélica da Vila Estrela
Criança Quilombola: “Jogos e Brincadeiras”

16 horas: Teatro “A Laje” na Vila Esperança

20 horas: Centro Catequético (Barragem)
Projeto Comunidade Interligada – AUM

28 Novembro Sexta feira
15:30 horas no Espaço BH Cidadania (Morro)
Atividade Física e Dança Sênior com os Idosos

Grupo do Beco apresenta: “A Laje”
20 horas na Casa do Beco para o Quilombo

29 Novembro Sábado
Rua de lazer: No Parque da Lagoa da Barragem

19 horas na Capela Santa Rita de Cássia (Morro)
1a Vigília da Juventude pela PAZ: “Desarmamento Já!”

30 Novembro Domingo
9o Passeio Comunitário pela PAZ - Itabirito
Passagens na Secretaria Paroquial: 3296 6583

13 às 18 horas no Espaço BH Cidadania (Morro)
Fica Vivo! No Quilombo: “Esporte, Lazer e Cultura”

Grupo do Beco apresenta: “A Laje”
16 horas na Laje da Flávia (Vila São Bento)
20 horas na Casa do Beco para o Quilombo

01 Dezebro Segunda feira
13 Horas: Centro de Referência (Vila Esperança)
Criança Quilombola: “Bom de Bola, Bom na Escola”

12 às 17 horas: Pista da Barragem e no NAF (Morro)
Banca da Prevenção: DST/AIDS – Centro de Saude

02 Dezembro Terça feira
14 às 18 horas no Salão Branca de Neve (Morro)
Corte Afro Masculino e Oficina de Break

20 horas na Capela Maria Estrela da Manhã (Vila Estrela)
Projeto Comunidade Interligada - AUM

03 Dezembro Quarta feira
14:30 às 16 horas no Espaço BH Cidadania (Morro)
Projeto Agente Jovem: “Dança de Rua”

20 horas no Salão do Encontro Dom Werner (Morro)
Filme e Debate: “Paulo de Tarso” - Desarmamento
Projeto Comunidade Interligada - AUM
3ª Semana de PAZ e Cidadania

04 Dezembro Quinta feira
19 horas no Centro Catequético (Barragem)
Filme e Debate: “Olhar sobre os Quilombos”

05 Dezembro Sexta feira
19 horas na Escola Dona Augusta (Barragem)
III Fórum do Quilombo: Qual modelo de Segurança Publica queremos para o Quilombo do Papagaio?
Mesa: Marcos Guimarães, Nilmário e Hélio da Gama

06 Dezembro Sábado
8 às 12 horas na Escola Dona Augusta (Barragem)
Oficinas da SLU e do Centro de Saúde Santa Lúcia

16 horas na Vila Estrela - Samba de Roda
Grupo Ky Legal: Ivo, Chuchu e Célio

Grupo do Beco apresenta: “A Laje”
19 horas na Laje da Dona Mariana (Morro)
20 horas na Igreja Velha para o Quilobo

07 Dezembro Domingo
Nas quatro Missas da Paroquia Nossa Senhora do Morro
Proposta de Desarmamento para o Quilombo

Grupo do Beco apresenta: “A Laje”
16 horas na Laje da Dona Jovem (Vila Estrela)
19 horas no Centro de Referencia (Vila Esperança)

08 Dezembro Segunda feira
10 horas na Capela Nossa Senhora da Esperança
Exposição: “Assim Nasceu a Esperança”
Missa e Homenagem a Nossa Senhora

19 horas na Lagoa da Barragem Santa Lúcia
Culto Afro - Umbanda: “Presentes para Iemanjá”

09 Dezembro Terça feira
13 horas no Centro de Referência (Vila Esperança)
Trança Afro: Infantil - Fica Vivo!

10 Dezembro Quarta feira
19 horas na Escola Dona Augusta (Barragem)

Encerramento do 8o Quilombo do Papagaio

Reflexão Quilombola: Ganhadores do Prêmio
Tema: 60 anos dos Direitos Humanos - Heloísa Greco
Apresentação Cultural: Meninas de Sinhá
Entrega do Prêmio: Quilombo 2007 e 2008
Quilombo do Papagaio

Queremos transformar o Aglomerado Santa Lúcia em um verdadeiro Quilombo. Porém, precisamos atualizar este conceito. Zumbi e o Quilombo de Palmares continuam como modelo de liberdade, onde o Povo Negro exercia plenamente o que, hoje denominamos, Estado de Direito, uma verdadeira inspiração! Permanecem no nosso imaginário como experiência que ainda pode se concretizar quando trocamos as “armas da morte” por cultura, saúde, espiritualidade, arte...

Através de diversas atividades ensejamos criar uma memória desta comunidade como um espaço de resistência e de sobrevivência material e cultural, diante de tantas formas de violência historicamente sofridas por seus moradores. Inspiramo-nos nas experiências dos Quilombos, entendemos que nossa luta é continuidade da luta de nossos ancestrais.

Por isso, é preciso coragem!

Quilombolas da Paz! Assim queremos nos referir a todos aqueles que, corajosamente, assumem a luta pela LIBERTAÇAO do povo favelado. Somos Negros e Pobres, é isso que nos impulsiona a buscar um novo modelo de sociedade. Já que a cidadania “deles” não foi feita pra nós podemos reelaborar também este conceito, modificar nossa prática e parar de esperar que nos concedam o que é nosso por direito.

Sim, é preciso coragem para enfrentar nossos principais problemas. Acreditamos que a história irá se lembrar dos que lutaram, mas também dos que se acovardaram e abandonaram a luta. Queremos ser Quilombolas para dizer às próximas gerações que não nos omitimos diante do sangue dos nossos irmãos. Nossa omissão de hoje será, certamente, lembrada amanhã e esta cidade, dividida entre brancos e negros, ricos e pobres, será obrigada a romper com suas sórdidas fronteiras. Nossa omissão de hoje fará jorrar mais sangue amanhã! Precisamos fazer alguma coisa agora para que a nossa Favela se torne, algum dia, o Quilombo do Papagaio, onde todos possamos viver sem medo. Por isso repetimos: “Quilombolas, é preciso coragem”.

Prêmio do Quilombo 2008
Locais de Votação:

Ø Bar da Geovana - Vila Estrela
Ø Centro Catequético - Barragem Santa Lúcia
Ø Centro de Referência - Vila Esperança
Ø Espaço BH Cidadania - Morro do Papagaio

Ø Votação Digital - www.morrodopapagaio.org.br

Informações
·Centro Catequético: 3296 6583
·Espaço BH Cidadania: 3277 9414
·Projeto Pólos UFMG: 3293 7307
COORDENAÇÃO




Projeto Caminhada pela PAZ
Prêmio Nacional de Direitos Humanos


Beatriz Imaculada da Paz
Marcos Guimarães Silva
Maria Simões Moura
Padre Mauro Luiz da Silva


REALIZAÇÃO

Bar da Geovana - Vila Estrela
Casa de Umbanda Boiadeiro Leão do Norte e Filhos
Creche Evangélica da Vila Estrela
Creche Madre Garcia - Barragem
Grupo de Amigos da Criança - Morro
Grupos de Congado - Morro
Grupo de Idosos da Barragem - CONARTES
Grupo de Idosos Nossa Senhora da Guia
Grupo de Idosos Santa Rita de Cássia
Grupo do Beco
Projeto Agente Jovem
Projeto Comunidade Interligada - AUM
Projeto Vista da Laje
Projeto Vozibilidade dos Tambores
Salão Branca de Neve - Morro

PARTICIPAÇÃO

Agentes de Pastoral Negros - Arquidiocese
Centro de Saúde Santa Lúcia - PBH
Defensoria Pública de Minas Gerais
EE. Dona Augusta Gonçalves Nogueira
EE. José Carlos de Guaraná Menezes
Espaço BH Cidadania - PBH
Exposição Fotográfica: “?O que? Produções”
Instituto Helena Greco de DH e Cidadania
Programa Fica Vivo! - SEDS
Projeto Bom de Bola, Bom na Escola
Projeto Pólos: Núcleo de Mediação - UFMG
Secretaria Municipal Adjunta de Esportes
Serviço de Limpeza Urbana - PBH

APOIO

Instituto Dona Lucinha
Vereador Arnaldo Godoi

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eleições Americanas, o dia seguinte IV

Propositalmente para esse último post dessa série, o que motivou a criar esse nosso Quilombo virtual- Abanjá, na luta Agora, Já. Brindemos um Afro-americano no poder. Brindemos não por que a América será um país melhor para se lidar, porque não será. Brindemos não por que a América será menos imperialista, porque não será. Não será também menos violenta, não será menos poluidora, não será menos arrogante, não será mais voltada para os oprimidos pelo mundo e não será contra as ditaduras disfarçadas de democracia. Mas brindemos pois um afro-americano chegou lá, os que conhecem a América sabem o que isso significa e entendem o choro de Jesse Jackson, os que não conhecem pessoalmente (o meu caso mas que nutrem aquela mistura de amor e ódio pelo o que ela representa) mas que se dedica a estudá-la um pouco, sabe o que essa vitória significa. Brindemos e nos emocionemso, eu não escondo me emocionei ainda de madrugada com o choro do Rev Jesse Jackson e...
Esperemos que as discussões étnico-raciais no Brasil entre em uma nova era, esperemos que no Brasil possamos sonhar e acordar com um país mais justo racialmente. I (too) have a Dream e como Milton Nascimento com a poesia de Tadeu Franco em Coração Civil. Eu quero:
Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Bom sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder ?
Viva a preguiça viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso,um dia se realizar
Deu no NYTimes como diria o grande Ben Jor:
Racial Barrier Falls in Decisive Victory
Obama é fruto das cotas, diz reitor de faculdade 'negra'
Thiago PradoDireto de Porto Alegre
A eleição de Barack Obama como o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos trouxe de volta a discussão sobre a questão racial. Para José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, a primeira do Brasil voltada para alunos negros e que se apresenta como a faculdade "negra", a ascenção de Obama é fruto do sistema de cotas, e a sua primeira visita oficial ao Brasil vai expor a verdadeira ideologia racial brasileira.

Para ele, a eleição de Barack Obama traz duas modificações na estrutura da sociedade americana. "Ela confirma que os Estados Unidos dão um passo adiante em suas políticas de segregação. Na terça-feira, o País disse não a essa separação, se assumiu como um fruto da miscigenação."
"No aspecto individual, a eleição de Obama reitera para os negros que eles podem e devem acreditar em seu potencial, em seus sonhos, em suas crenças. Que se você se preparar, pode desacreditar dos obstáculos, que não há mais a noção do impossível", acrescentou.
Ele ressaltou a política de cotas dos Estados Unidos, que possibilita maior acesso dos negros ao ensino superior, como fator determinante para a "nova cara" da sociedade americana. "A política de cotas raciais, ou ações afirmativas, permitiram que existisse um Obama, um Colin Powell, uma Condoleezza Rice... Os Estados Unidos já têm um geração formada pelas cotas raciais, e a tendência é aumentar. Já são 120 universidades voltadas para os negros."
"É obrigação de qualquer governo prover saúde e educação para todos, e quando isso não é possível, cabe ao Estado instrumentalizar esse acesso", acrescentou.
José Vicente se mostrou confiante quanto aos reflexos no Brasil. "Haverão muitos reflexos em nossa sociedade. Barack Obama vai visitar o Brasil, e todo um cerimonial terá de ser organizado. A Chancelaria brasileira, onde não há negros, vai receber com honras um negro com sua família, também negra. Isso é inédito no Brasil. Acredito que isso causará um efeito replicativo no Brasil."
No entanto, José Vicente ache que ainda há muito a se evoluir no Brasil no campo da afirmação racial. "Ainda é muito embrionário, estamos pouco avançados nesse aspecto. Os Estados Unidos são um País onde há 40 anos existiam leis que regravam a segregação, enquanto nós abolimos a escravatura há 120 anos. Mas no Brasil não temos negros em cargos de diretoria nas empresas e nem negros assumindo cargos políticos importantes."
Redação Terra

Eleições Americanas, o dia seguinte III

O discurso da Vitória. Os grifos são meus. O melhor orador de sua geração. Em alguns momentos emocionantes. O sonho de Luther King Jr valeu apena. Vale, vale muito o choro do Reverendo Jesse Jackson.
"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.
É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.
É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.
Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e Estados azuis.
Somos, e sempre seremos, os EUA da América. É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.
Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA. Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.
O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.
Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.
Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.
Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.
Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.
A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos EUA da América.
A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho. À melhor equipe de campanha formada na história da política.
Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir. Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.
Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.
Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.
Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês. Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.
Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.
Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.
Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.
O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.
Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos. Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.
Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.
O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.
Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.
Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.
Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.
Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.
Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.
Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.
Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.
E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.
E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.
A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.
E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.
Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.
Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.
Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.
Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.
Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.
Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.
Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Podemos.
EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer.
Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?
Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.
Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.
E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os EUA da América".

Eleições Americanas, o dia seguinte II

Repercussões:
Lula
Segundo Lula, poucas vezes um negro chamou tanta atenção do mundo inteiro como o novo presidente norte-americano. "Eu penso que nós brasileiros, como segunda nação negra do mundo, depois da Nigéria, precisamos estar otimistas, esperançosos e com muito orgulho, porque não é pouca coisa eleger um negro para a presidência dos EUA"
Lula disse ainda que quem duvidava da vitória de um negro nas eleições dos Estados Unidos não pode mais ficar nesta posição. Segundo ele, isso só foi possível porque existe democracia. “Quem duvidava que um negro poderia ser eleito presidente dos EUA agora sabe que não pode [duvidar]. Só pode porque isso surgiu do processo democrático e permite que a sociedade se manifeste”.
O presidente pediu novamente o fim do embargo econômico a Cuba, porque, segundo ele, não há motivos para a manutenção do bloqueio. “Esperamos o fim do bloqueio a Cuba, porque não há mais nenhuma explicação na história da humanidade para o bloqueio”, argumentou. “De qualquer forma, há uma diferença muito grande entre ganhar uma eleição e governar um país como os EUA. Vamos esperar que ele tome posse para ver o que vai acontecer”.
fonte: site O Globo
Bush
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta quarta que "todos os americanos podem ficar orgulhosos de como as eleições da noite passada fizeram história", ao se referir à vitória do democrata Barack Obama, que será o primeiro governante negro do país.
Em declaração no Jardim da Casa Branca, Bush disse que o resultado é especialmente "encorajador" para a geração de americanos de raça negra que viveu os anos da discriminação racial. Ele também prometeu total cooperação de seu governo com seu sucessor democrata Barack Obama.
Bush ainda celebrou a possiblidade de ver Obama assumindo o governo. "Eu já posso ver o presidente Obama, sua mulher, Michelle, e suas duas lindas filhas atravessando as portas da Casa Branca", disse. "Eu sei que milhões de americanos estarão orgulhosos por este momento tão esperado", completou o atual presidente.
fonte: site Terra
A reação pelo resto do mundo
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, disse esperar que a América se una à Europa para levar o mundo a um novo 'new deal'. "Espero, sinceramente, que sob a presidência de Obama, os Estados Unidos unam forças à Europa por este 'new deal', para beneficiar o mundo inteiro", declarou Barroso.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, felicitou Barack Obama por sua "vitória brilhante", em um comunicado difundido em Paris. "Receba as felicitações mais cálidas, minhas e de todo o povo francês. Sua vitória brilhante recompensa um compromisso incansável a serviço do povo americano", escreveu o presidente francês.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, incentivou Obama a enfrentar, com apoio da Europa, os desafios que o mundo enfrenta atualmente. "Estou convencida de que, graças à estreita e confiante colaboração entre Estados Unidos e Europa, enfrentaremos decididamente os novos perigos e riscos e saberemos aproveitar as múltiplas oportunidades que se abrem para nosso mundo globalizado", disse ela em um comunicado.

O presidente da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que a vitória de Obama abre "uma nova era" para o diálogo nas relações internacionais. Fontes do Executivo espanhol disseram que Zapatero conversará com Obama nas próximas horas para parabenizá-lo por sua vitória.

O vice-ministro de Assuntos Exteriores russo, Grigori Karasin, disse que seu país espera que o triunfo de Obama leve Washington a uma interação mais construtiva com Moscou. "As notícias dos resultados das eleições americanas mostram que todos podem esperar uma renovação das posições dos EUA em relação aos problemas mais graves, incluindo os da política externa e, portanto, os vinculados às relações com a Federação da Rússia", disse Karasin.
Ásia e Oriente
O presidente afegão, Hamid Karzai, pediu mudanças na "guerra contra o terror" que o exército americano empreende no Afeganistão. "Espero que sua eleição traga paz e vida ao Afeganistão. Nossa reivindicação ao novo presidente é que apresente mudanças em sua estratégia de guerra contra o terror", disse Karzai.
O presidente afegão assegurou que espera trabalhar com Obama, embora tenha reiterado que a "guerra contra o terror" não deveria acontecer em cidades afegãs, mas nas bases que os insurgentes mantêm nas áreas fronteiriças com o Paquistão. Os EUA comandam no Afeganistão uma coalizão que conta com cerca de 15 mil soldados americanos.

Já o dirigente palestino, Mahmud Abbas, pediu que sejam acelerados os esforços visando uma solução pacifica para o conflito entre palestinos e israelenses. Segundo o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina, "o presidente Abbas espera que a nova administração continue fazendo da paz uma de suas prioridades"."O presidente Abbas felicita o presidente americano eleito Barack Obama em seu nome e em nome do povo palestino e espera que ele acelere os esforços para se obter a paz, já que a solução do problema palestino e do conflito árabe-israelense é a chave da paz mundial", afirmou o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina.

O Irã considerou o triunfo de Barack Obama nas eleições americanas como uma demonstração do fracasso da política externa do ainda presidente George W. Bush, e insistiu em que os Estados Unidos devem mudar de atitude. "O povo americano tem de mudar suas políticas", disse Gholamali Haddad Ali, conselheiro do líder Supremo da Revolução Islâmica no Irã, Ali Khamenei.

Na China, o presidente, Hu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, deram ênfase à importância de manter o progresso nas relações bilaterais entre os dois países. "O governo chinês sempre prestou muita atenção às relações entre China e EUA. Nessa histórica nova era, desejo que possamos levar a cooperação construtiva e a confiança a um novo nível, a fim de beneficiar a população dos dois países e de todo o mundo", disse Hu.

A ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, considerou a vitória de Obama uma "medalha de honra para a democracia americana". A chefe da diplomacia israelense e líder do partido governante Kadima destacou o compromisso de Obama com a segurança de Israel. "Durante sua visita ao país, o povo israelense ficou impressionado com sua pessoa e seu compromisso em relação à segurança de Israel", disse Livni.
Fonte: site Terra e agências de notícias

Eleições Americanas, o dia seguinte

OBAMA PRESIDENTE,
LADIES AND GENTLMEN,
THE FOURTEEN-FOUR PRESIDENT OF UNITED STATES OF AMERICA, MR. BARACK HUSSEIN OBAMA.
VIVA A VITORIOSA POLÍTICA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS!!!!!!!!!!!!
- Os EUA estão de volta a moda. O sonho americano esta de volta. A idéia de um país forjado sobre as opotunidades esta de volta.
- Muito bonito e digno o discurso de Mccain, reconhecendo o momento histórico pelo qual a América passa e que a vitória de um afro-americano minora em partes a imensa discriminação e opressão sofrida por esse grupo. Mccain também entrou para a história.
- Essa foi as eleições da novidade, parodiando Hobsbawan (e não que isso seja um julgamento valorativo de bom ou ruim) o século XXI enfim começou: uma eleição marcada pela nova geração e seus avanços tecnológicos.
- Os Democratas, como falamos várias vezes no post abaixo venceram em todos os estados democratas e também em pelo menos 7 estados republicanos, incluindo ai os estados de Nevada, Colorado, Novo México, Iowa, Ohio, Virgínia e Flórida. Quero chamar a atenção que as vitórias em Nevada e Novo México podem ser explicadas por fatores demográficos a grande maioria latina que desta vez se sentiu representada e impelida a votar, provavelmente estes estados tornem-se no futuro bastiões democratas. A Flórida sempre foi um estado divivdido que ora tende paraum lado ora para outro, a questão lá é criminal a máfia cubana sempre favorece aos repulicanos. Ohio é outro estado que muda de acordo com os eventos, por isso é considerado o principal estado eleitoral, seus 20 votos sempre decidem a eleição. A cada ciclo tende a um partido, em geral nos últimos 25 anos aos republicanos. Tudo isso amigos para repetir pela enésima vez nessas últimas horas: OBAMA ganhou no segregacionista estado da Vírginia, esse é o fenômeno mais notável dos últimos 50 anos da vida política americana. A última vitória democrata lá, foi a mais de 40 anos com Lindon Jhoson, um branco sulista. Veja bem, o estado segregacionista até os anos 90 em sua constitução estadual jamais votou democratas por considerar as ações civis um segunda guerra da secessão.
- Para atender aos mais curiosos, os últimos números indicam Obama com 57% dos votos populares contra 42% de Maccain. 338 deleados para Obama versus 163 para Maccain, enfim a goleada se confirmou. Ainda falta terminar a apuração em Carolina do Norte, Montana e Indiana. Os números indicam viória de Obama em Indiana e Carolina do Norte, no caso do estado que viu nascer o jogador Jordan (North Carolina) tudo que escrevi acima para a Vírginia acabe aqui, será outro triunfo histórico.
- Como sempre o nosso professor Idelber, esse mineiro que também fez a América e é hoje um dos intelectuais mais respeitados no que tange aos estudos literários. Professor em Tulane, Ildeber continua a votar em sua América preferida, a New Orleans:
Barack Obama eleito presidente dos Estados Unidos. Nasce um estadista
Ontem à tarde, antes de começar a cobertura ao vivo das eleições, eu fui ao supermercado renovar o estoque de cerveja. Alguns amigos iam passar por aqui e eu queria ter
Abitas em quantidade suficiente. Na fila do supermercado, uma daquelas senhoras bem New Orleans, negra, sorridente, com o rosto marcado pelo tempo, me pediu um documento que comprovasse a minha idade. Feliz da vida por ter sido confundido com um garoto de menos de 21 anos, eu entreguei minha carteira de motorista e ela brincou: ah, que legal ter um aniversário no Halloween!
Nos EUA, puxar papo político-eleitoral com um estranho é bem menos comum que no Brasil. Animado pela brincadeira dela, no entanto, eu me arrisquei: Ma'm, I'm feeling pretty good about tonight. Ela retrucou: I'm just hoping and praying. Subitamente tomado pela consciência de que aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos, estava prestes a ajudar a eleger Barack Obama presidente da república, eu comecei a sentir o nó na garganta. Perguntei a ela: did you ever think you'd live to see the day? Não era necessário completar a frase. Ao ouvir a pergunta sobre se já imaginara viver para ver esse dia, ela sabia muito bem a que eu me referia. Respondeu: No, son, I didn't. But God is good. E eu, ateu de carteirinha, desabei a chorar nos ombros daquela senhora negra e crente de New Orleans, que trabalhava por 6 dólares a hora num supermercado na noite de 04 de novembro de 2008, a noite em que nós e Barack fizemos história.
Ela encerrou o papo: fique calmo, meu filho. Vá beber sua cerveja tranquilo.
Como bom atleticano, eu tenho Ph.D. em desgraças e decepções. Uma avaliação mais ponderada dos alcances e dos limites do governo Obama terá que ser feita com calma, dentro de alguns dias – inclusive porque essa avaliação depende das quatro vagas ainda indefinidas no Senado (Minnesota, Geórgia, Alaska, Oregon). Caso os democratas conquistemos essas quatro vagas, o Presidente Obama terá a maioria mágica de três quintos (60 senadores), que garante a aprovação de qualquer projeto sem preocupação com obstruções. Até lá, é hora de comemorar.
É de se comemorar, por si só, o fim do regime mais desastrado, inepto e mentiroso da história da república. É de se celebrar o surgimento de um verdadeiro estadista, um homem que, no pódio da vitória, não esfrega seu sucesso na cara dos outros, não tripudia sobre os vencidos, não joga seus apoiadores contra os seguidores do candidato derrotado, mas opta pelo caminho oposto: a reconciliação, a união, a possibilidade do diálogo. É de se celebrar o fim da premissa de que os progressistas americanos só venceríamos à moda Clinton, fazendo concessão atrás de concessão para a direita. É de entusiasmar ter um líder que entende a internet, compreende o poder das novas tecnologias, tem um visão de futuro. O discurso de vitória de Obama foi o de um verdadeiro estadista.
Eu me orgulho de ter apostado. Desde
o primeiro minuto. E me junto à festa da Dona Sarah Obama, no Quênia:
Em breve, faço uma análise mais detalhada dos números. Mas adianto que as vitórias de Obama em Indiana e na Virgínia são marcos inesquecíveis. São o coroamento de uma estratégia inteligente, que redesenhou o mapa político dos Estados Unidos. Dificilmente essa garotada de 18 a 25 anos voltará à letargia política em que havia se afundado.
Como alguém que acredita na política – que acredita na desejabilidade e na inevitabilidade da política – e é pai de duas crianças, eu só posso dizer:
Obrigado, Barack. Escrito por Idelber às 05:16

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eleições Americanas, começa a apuração

Agora as apurações

-A CNN indica que 72% dos novos eleitores votaram em Barack Obama, em contraste com os 27% que colocaram o seu voto em John Mccain. Este dado não é propriamente uma novidade. O dado mais interessante estes eleitores compõem 10 por cento dos que participaram nestas eleições.

-Os primeiros estados em que a apuração já se iniciou. LEMBRANDO QUE se alguns estados já apuram os votos outros ainda irão votar até por volta das duas horas da madrugada em nosso fuso, afinal a América é um continente.

Vermont para Obama, Kentucky para Mccain. Indiana, Georgia, Virginia e Carolina do Sul too close to call, ou seja no voto a voto. A grande novidade é o resultado desta sondagem na Carolina do Sul, onde se esperava que Mccain vencesse facilmente. Na Georgia está tudo muito empatado. No Indiana está mais para Obama. Na Virginia aparece muito razoável para Obama.
Com esses primeiros dados vitória certa para OBAMA. Lembrando que a tarde nos adiantamos e assumimos que Obama já havia vencido, será?

Agora algumas considerações por que fechamos tão fácil com a vitória de OBAMA. O candidato democrático segundo as pesquisas vencerá em todos os estados democráticos, ou seja aqueles que votaram em Al Gore e Kerry nas últimas eleições, em compensação Obama esta a ganhar em vários estados republicanos como Colorado, Novo México, Vírginia, talvez Carolina do Norte. Para se ter idéia a mais de 40 anos que a Vírginia racista não vota democrata. Eis ai uma das chaves da vitória. A outra foi a entrada em massa das minorias no processo: negros, jovens, latinos e pobres. Estes grupos que historicamente não vão as urnas, pois não se sentiam representados agora sentem como se um deles pudesse chegar lá. E o MAIS IMPORTANTE, QUE JUSTIFICARA DIVERSOS ESTUDOS SOCIOLÓGICOS, os jovens independentemente de cor, classe e origem apoiam massivamente OBAMA, isto estará a indicar a vitória da política dos direitos civis? Serão esse jovens efetivamente pós-raciais, os resultados indicam para isso. Veremos

22:40
Novos dados:
John McCain leva Kentucky; Barack Obama, Vermont. McCain, 8 votos no Colégio Eleitoral, Obama com 3.

Na Flórida, os primeiros votos indicam 55% para Obama na Flórida contra 44% para Mccain.

Começam surgir diversas denúncias na net sobre complicações no processo eleitoral sempre a prejudicar os eleitores democratas.

Uma multidão começa a se reunir no Grant Park, onde Obama pretende falar de madrugada.

Vermont que elegeu Obama, é o estado mais progressista dos EUA tendo inclusive um senador socialista. Isso mesmo um senador que se assume como socialista.

Veja o que diz o professor Idelber em seu blog:

Os números que realmente importam virão da Geórgia, de Indiana e da Virgínia. Geórgia é o coração do Sul mais atrasado. Democrata nenhum jamais deu bola para o estado. Obama montou campanha forte por lá e, mesmo que não vença, se conseguir um bom desempenho, já será anúncio de noite feliz. Mesma coisa em Indiana, estado bem conservador, que sempre vota republicano, mas que este ano Barack contestou. Se Barack vencer em Indiana, abra a cerveja, porque será goleada.

E a Virgínia, a Virgínia, a Virgínia, que não vota democrata desde que Castelo Branco era presidente do Brasil, foi a grande novidade da campanha de Obama: ele sacou a mudança demográfica do estado, deu uma banana para a estratégia "focalizada" que havia dominado o Partido Democrata nos anos 90 e chegou ao dia da eleição como favorito no estado.


23:23

- Os resultados continuam a chegar e cada vez melhor apara os Democratas. O senador Obama surpreende e continua a ganhar na Carolina do Sul, um senador democrata foi eleito na Virginia (aqui faço um parêntese, para afirmar que o senado também esta em jogo: caso os democrata atinjam o número de 60 senadores em 100 a maioria absoluta estará garantida e Obama gorvenará dá menira que bem quiser). Obama também surpreende com uma grande votação na Flórida, se bem que nesse caso devem ser os votos antecipados.


-Urnas fecharam em vários estados. Destes, as projeções consideradas seguras tanto por CNN quanto MSNBC: Massachussetts, Illinois, Connecticut, Nova Jersey, Maine, Delaware, Maryland e Washington, a capital, vão para a conta de Obama. No Maine, os membros do colégio eleitoral são divididos proporcionalmente – 3 ficam com Obama, um com McCain. Oklahoma e Tennesse ficam com McCain.

-Segundo a CNN agora Mccain tem 77 votos garantidos e Obama 34 votos, Ou seja resultados fabulosos para Obama. Pois os estados democráticos importantes ainda não foram computados. Alguns sites nos EUA já falam em goleado e eleição epica para Obama.

-Para a ABC já é OBAMA 94 Mccain 34.

Para o bem da justiça digamos, as únicas duas coisas boas de Bush dois Secretários de Estados negros, isso também e um fator histórico, faça se justiça a Bush.

-A NBC acaba de projetar: Vitória de Obama na Pensilvânia.

- Para o NYTIMES fala em vitória de Obama na Flórida e em Ohio, se relamente acontecer...sai de baixo lá vem goleada.

23:35

Texto interessante do jornalista Sérgio Dávila:

Obama chega à eleição menos negro, e McCain, menos herói

A primeira menção ao nome Barack Obama no arquivo do jornal "New York Times" é de 6 de fevereiro de 1990. O título da reportagem: "Primeiro negro eleito para comandar a "Law Review" de Harvard". Uma das primeiras citações do jornal ao nome de John McCain é de 28 de outubro de 1967: "Filho do almirante McCain, sobrevivente do "Forrestal", está desaparecido em ataque".


A primeira se refere à prestigiosa publicação da Escola de Direito da Universidade Harvard. A segunda, à queda do avião no então Vietnã do Norte que o tenente da Marinha pilotava -"Forrestal" era um porta-aviões destruído em incêndio quatro meses antes, e do qual McCain era um dos sobreviventes.


Na entrevista de 1990, dada a Fox Butterfield, prêmio Pulitzer por ter trabalhado na revelação dos "Papéis do Pentágono", sobre os desmandos dos EUA no Vietnã, um Obama de 28 anos dizia que o fato de ter sido eleito mostrava "progresso" e "encorajava": "Mas é importante que não se usem histórias como a minha para dizer que tudo vai bem para os negros", argumentava: "Você tem de se lembrar que, para cada um como eu, há centenas ou milhares de estudantes negros com pelo menos o mesmo grau de talento que não têm chances".


Na reportagem de 1967, assinada de Saigon por R. W. Apple Jr. (1934-2006), que viraria um dos nomes mais importantes do jornal, o repórter lembrava que, após o incêndio do porta-aviões, o filho do almirante tinha tido um ataque de consciência. "É difícil dizer", afirmou McCain, meses antes da queda, "mas depois que eu vi o que as bombas e o napalm fizeram ao pessoal do nosso navio, não estou certo se quero mais jogar essas coisas no Vietnã do Norte".


Amanhã, na eleição presidencial mais empolgante e também das mais longas das últimas décadas, os Estados Unidos decidem quem colocam na Presidência do país, se Barack Obama, 47, ou John McCain, 72.
Não será injusto dizer que o primeiro chegará menos negro ao cargo. Durante a campanha, o democrata deixou de lado seu discurso pelas minorias e se apresentou ao país como "pós-racial". Foi a maneira que encontrou de atrair parte da classe média que reluta em votar num não-branco e sem a qual não se ganha eleição nos EUA.


Também McCain chega à reta final menos herói. Assim como não levou adiante o desejo de não bombardear o inimigo em 1967 -foi atingido em missão de ataque a uma usina-, o republicano abriu mão da independência que marcaria sua carreira política por ataques negativos que mancharão para sempre sua biografia.
Ainda assim, não importa o escolhido, será um pleito histórico.



Escrito por Sérgio Dávila às 04h42

23:52

- A vitória por goleada pode ser que não ocorra segundo números mais recentes. Nas urnas Maccain vai ganhando a Carolina do Sul, a Virginia e Indiana, três estados sempre republicanos e até ai nenhuma novidade, no entanto algumas pesquisas mostravam Obama a frente nesses estados. Podemos estar aqui diante do efeito Bradley que já explicamos no blog, ou seja o fator racismo. O elitor diz por vergonha que votará em um candidato negro e vota no outro. São três notórios estados racistas, mas de todo modo vamos esperar mais um pouco, pois nos EUA os votos se dividem de acordo com as regiões e a formação econômica, assim por exemplo a região dá onde vem os votos são bastante importante e eu não estou analisando os votos de acordo com a região. Já demostramos isso também aqui no Blog, por exemplo em vários estados 90% da população vota republicano no entanto as grandes cidades ou cidades universitárias votam democratas, como por exemplo no Colorado, onde as duas principais cidades concentram já a maioria dos eleitores o que deverá garantir vitória a Obama ainda que todo o interior vote Mccain.

- Segundo o professor Idelber:

É oficial: na eleição do Senado mais importante da noite -- para o blogueiro, pessoalmente --, a queridíssima Kay Hagan derrotou a outrora poderosa Elizabeth Dole. É o primeiro assento roubado dos republicanos na noite. Rumo à maioria absoluta no Senado.

Pela primeira vez desde 1952, os EUA terão um governo sem nenhum Bush nem Dole.

24:00
Obama ganhou Vermont, New Hampshire (que McCain tinha esperança de vencer), Connecticut, Massachusetts, Nova Jersey, Delaware, o Distrito de Colúmbia (da capital Washington), Maine e Illinois.

McCain ganhou Kentucky, Carolina do Sul, Tennessee, Oklahoma.

Obama confirma a vitória na Pensilvânia, democrata deste Clinton e votou contra Bush duas vezes e em New Hampshire. O resto era o esperado.

00:12
-só para registro já que os números finais serão diferentes mas nesse momento Obama tem 102 votos garantidos e 49% dos votos populares e Mccain 50% dos votos populares e 34 delegados. Como esperado Obama até agora venceu em toda a costa nordeste e mais Pensilvania e Ilinois seu estado político. Se somar a esses a vitoria garantida na costa Oeste, estará repetido o mapa das últimas eleições, ou seja a borda nordeste a costa oeste democrática e todo o restão republicano, ai que entra a vantagem já dita neste post de Obama, esse ano ele ameaça os repúblicanos em algum desses estados do meião (com vitória paraticamente certa no Colorado, Novo México). Bom mesmo que perca esses estados do meião caso ganhe na Florida fim de papo, vitóia de Obama; caso perca no meião e na Florida e ganhe Ohio também fim de papo. Ou seja, continua tudo muito bem para Obama.

00:43

-Para vários analistas Obama já ganhou no Ohio, estado que nos últimos anos sempre votou republicano. Se assim acontecer. OBAMA é o Presidente de número 44 dos EUA.


00:47

OFICIAL

BARACK OBAMA HUSSEIM É O NOVO PRESIDENTE DOS EUA. O PRIMEIRO AFRO-AMERICANO A CHEGAR LÁ.

00:48
Agora é só saber qual o tamanho da vitória.

00:56
Impressionante como é ruim a cobertura da Rede Globo das eleições , apesar da imensa equipe a cobrir as eleições. Além de uma série de falahas até agora eles não mostraram a vitória de Obama, aliás lá eles parecem desconhecer uma série de informações que passamos aqui. A apresentadora fala em disputa apertada... vixe tá perdidinha no Jornal da Globo.

00:58
Já que critiquei a Globo fica aqui o elógio para o esforço da Record News. Cada vez mais, a melhor opção para um jornalismo crítico e opinativo. Aliás a Record só melhora seu time de jornalista, agora chegaram o Carlos Dorneles e o Luiz Azenha. Assistir os programas jornalistícos da Record e da Record News é cada dia melhor, principalmente o programa de domingo a noite com ótimas matérias investigativas.

01:10
Neste momento Obama estar a ganhar na Vírginia e também na Carolina do Norte, se ganhar estará a quebrar uma tradilção de mais de 40 anos. Ambos os estados nao votavam democrata a mais de 40 anos e o mais fabuloso trata-se de dois estados que se opuseram violentamente aos direitos civis.

A CNN já dá 207 votos para Obama sem contar Califórnia, Wasghiton (estado) e Oregon. Isso que dizer que se somar os 55, 07 e 11 delegados de cada estado Obama já tem 280 votos. Os especialistas já falam em mais de 300 votos para Obama.

Dentro de instantes Obama poderá pronunciar como presidente.

01:20
Estados em que Obama já ganhou, em azul. Os estados com borda amrela são indefinidos, mas como já disse acima no momento tendendo para OBAMA daí poder falar em goleada, caso ele vença na Vírginia, Carolina do Norte e Flórida :

map2

01:30

A correria dos últimos dias cobrou o preço. E como as eleições estão definidas vou ir dormir. Verei gravado as imagens históricas da festa em Chicago, aliás o Parque onde ocorrerá a festa esta lotado cerca de 100 mil pessoas e por toda a Chicago cerca de 1 milhão de pessoas.
Para não dizer que não falei a eleição de Obama se parece coma de Lula na efervescência da vitória de um outsider (veja bem só nisso se parecem) ou seja alguém que não deveria vencer e vence. Bom por outro lado, o governo de ambos também vão ser parecidos, infelizmente no mundo prático Obama também acabará tendo que compor com as forças de sempre. Mas esse tipo de análise fica mais para frente.
PS: NÃO DEU VI TUDO AO VIVO. Amanhã escrevo mais.