Abaixo, post publicados por aqui sobre essas eleições. Enquanto as apurações se iniciam por lá vamos relembrando o que aconteceu por aqui:
Terça-feira, 21 de Outubro de 2008
Endossos a Obama
Depois de meses sem eleição norte-americana. Falta de tempo, as notícias estão de volta nas palavras do excelente jornalista Argemiro Ferreira. Antes do artigo dele, acrescento outra informação que esta correndo na net. O Obama recebeu endoserment de 103 jornais, contra 32 a favor de Maccain. Nunca havia acontecido isso, um candidato ter o triplo de endossos, incluindo ai alguns históricos: Los Angeles Times depois de 26 anos fez um endosso, o último havia sido em 1972 e pela primeira vez endossa um Democrata. Além desse supreende o apoio do Washgton Post que sempre tende para os republicanos. O Chicago Tribune também endossou Obama. Desde que foi fundado, há 161 anos, esse jornal nunca apoiara um democrata. A revista Esquire a Fundada há 75 anos, que nunca manifestara preferência antes por qualquer candidato presidencial também apoia Obama.O endorsement é algo que os jornais brasileiros jamais adotam, ou seja assumir em editoriais explicando o porque a escolha de um dos candidatos e não figindo ser neutro. Aliás a edição virtual do Estado de Minas de hoje é uma piada (é umpanfleto contra o Quintão) mas o jornal fez uma matéria ouvindo as lideranças da campanha do Lacerda e estas dizem que a cobertura do Jornal é isenta. O Virgílio Guimarães disse mais que a cobertura do Jornal é fantástica, interessante não era o que ele achava antes....
Endossos a Obama
Depois de meses sem eleição norte-americana. Falta de tempo, as notícias estão de volta nas palavras do excelente jornalista Argemiro Ferreira. Antes do artigo dele, acrescento outra informação que esta correndo na net. O Obama recebeu endoserment de 103 jornais, contra 32 a favor de Maccain. Nunca havia acontecido isso, um candidato ter o triplo de endossos, incluindo ai alguns históricos: Los Angeles Times depois de 26 anos fez um endosso, o último havia sido em 1972 e pela primeira vez endossa um Democrata. Além desse supreende o apoio do Washgton Post que sempre tende para os republicanos. O Chicago Tribune também endossou Obama. Desde que foi fundado, há 161 anos, esse jornal nunca apoiara um democrata. A revista Esquire a Fundada há 75 anos, que nunca manifestara preferência antes por qualquer candidato presidencial também apoia Obama.O endorsement é algo que os jornais brasileiros jamais adotam, ou seja assumir em editoriais explicando o porque a escolha de um dos candidatos e não figindo ser neutro. Aliás a edição virtual do Estado de Minas de hoje é uma piada (é umpanfleto contra o Quintão) mas o jornal fez uma matéria ouvindo as lideranças da campanha do Lacerda e estas dizem que a cobertura do Jornal é isenta. O Virgílio Guimarães disse mais que a cobertura do Jornal é fantástica, interessante não era o que ele achava antes....
Fonte: http://argemiroferreira.wordpress.com/
Ele foi o negro - ou africano-americano - que chegou aos mais elevados cargos na história dos EUA. Primeiro, o mais alto da hierarquia militar: chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Depois o de secretário de Estado, terceiro na linha da sucessão (depois do vice e do presidente da Câmara), no qual resistiu enquanto pode à guerra no Iraque - e afinal aceitou defendê-la nas Nações Unidas.
Mas Colin Powell, que em 1995 era o candidato potencial preferido pela maioria dos americanos (republicanos, democratas e independentes) à Casa Branca, viu a própria imagem ser destroçada antes de deixar o governo Bush ao fim do primeiro mandato. Arrependeu-se publicamente do discurso na ONU, onde o pretexto das inexistentes armas de destruição em massa foi usado para justificar a guerra.
Desde então tem tido papel discreto, relativamente fiel ao partido ao qual se filiou em 1995, o republicano. Até ontem, quando reapareceu no centro do palco, como convidado do Meet the Press da NBC, e anunciou em entrevista que dará seu voto em 2008 ao democrata Barack Obama. Seria apenas mais um apoio, mas Powell foi mais longe - e fundamentou muito bem seus argumentos (leia íntegra da transcrição AQUI; e clique no YouTube, no final deste post, para ver e ouvir parte da entrevista).
Um conjunto de motivos fortes
Como ex-chefe militar e ex-secretário de Estado, seu respaldo contribui, em primeiro lugar, para desautorizar a alegação tão repetida pela campanha rival de que Obama está insuficientemente preparado para ser comandante em chefe. Powell foi enfático ao dizer que conhece John McCain há 25 anos e passou a conhecer Obama muito bem nos últimos dois.
“São ambos americanos dedicados e patriotas. (…) Qualquer um dos dois pode ser um bom presidente. (…) Preocupo-me com o rumo tomado pelo Partido Republicano nos últimos anos. Foi mais para a direita.” Quanto a Obama, Powell acha que passou bem pelo teste sobre a dúvida levantada em torno de suposta falta de experiência.
Durante o agravamento da crise econômica, disse, foi possível observar o comportamento dos dois candidatos. McCain inseguro, quase com um enfoque diferente a cada dia sobre como enfrentar a situação. “E fiquei apreensivo ainda com a escolha de Sarah Palin para vice”, disse o ex-secretário de Estado. “Minha conclusão foi de que ela não está preparada para ser presidente. Para ser vice, é preciso estar. Tal detalhe levanta dúvida ainda sobre a capacidade de julgamento de McCain”.
Quanto a Obama, Powell observou “uma firmeza, uma curiosidade intelectual, conhecimentos profundos e o enfoque adequado de problemas como esse da escolha do candidato a vice-presidente. Para mim, ele está perfeitamente preparado para exercer a presidência. Mostra vigor intelectual, não fica mudando a cada dia, daqui para ali.”
Um rumo estreito e perigoso
Com base na sua observação das últimas sete semanas, Powell também achou que a conduta do Partido Republicano e do próprio McCain tornou-se cada vez mais estreita. Obama, ao mesmo tempo, mostrava visão mais inclusiva e mais ampla sobre as necessidades e aspirações do povo americano, buscando superar as divisões étnicas, raciais e de gerações.
Para o candidato democrata, segundo o ex-secretário, “toda aldeia tem seus valores, todas as cidades têm valores. Não são apenas as cidades pequenas que têm valores”. A referência é ao discurso que passou a ser adotado na campanha republicana, principalmente pela candidata Palin.
“E, francamente, também estou desapontado com alguns dos enfoques recentes que passaram a aparecer nos anúncios de McCain. Sobre coisas que nada têm a ver com os problemas do país. Como o caso Bill Ayers, que passou a ser o centro da campanha (republicana). Por que essa insistência nisso? E porque os robocalls em todo o país insinuando ligações inexistentes de Obama com terrorismo?”
A última referência é aos telefonemas gravados de ataques aos democratas, feitos através de centrais automáticas. Powell não chegou a dizê-lo explicitamente, mas indicou que isso e o papel da vice Palin são parte do novo rumo mais à direita dos republicanos. Ele vê ainda com preocupação o fato de que o futuro presidente terá de indicar mais dois juízes para a Suprema Corte. Acha que McCain escolheria mais dois conservadores.
Contra o preconceito anti-islâmico
Há coisas que McCain não chega a dizer, mas Powell ouve de pessoas do partido. “A campanha permite que seja dito, por exemplo, que Obama é muçulmano. Ora, ele não é muçulmano. É cristão, sempre foi. E se fosse islâmico? O que há de errado em ser muçulmano neste país? (…) Ouvi altos membros do meu partido dizerem: ‘É muçulmano e pode estar ligado a terroristas’. Não se pode fazer isso na América”.
Ao reagir com firmeza, Powell citou ensaio fotográfico que viu numa revista. Incluia a foto de uma mulher com a cabeça junto ao túmulo do filho no cemitério de Arlington. A lápide citava condecorações por bravura na guerra do Iraque. Ele morreu ali, aos 20 anos. “Não havia cruz cristã, nem estrela de Davi, mas a crescente e a estrela da fé islâmica. (…) O nome dele era Kareem Rashad Sultan Khand”, disse.
Powell negou na entrevista estar apoiando Obama por ser negro como ele. E indignou-se mais de uma vez com as alegações absurdas e de má fé da campanha de McCain sobre o caso Ayers. Disse que Obama conhece bem os problemas do país, fala com autoridade sobre eles, sabe os desafios a enfrentar e está cercado por gente muito qualificada, terá excelente assessoria. “Está pronto a agir já no primeiro dia”, garantiu.
Ele foi o negro - ou africano-americano - que chegou aos mais elevados cargos na história dos EUA. Primeiro, o mais alto da hierarquia militar: chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Depois o de secretário de Estado, terceiro na linha da sucessão (depois do vice e do presidente da Câmara), no qual resistiu enquanto pode à guerra no Iraque - e afinal aceitou defendê-la nas Nações Unidas.
Mas Colin Powell, que em 1995 era o candidato potencial preferido pela maioria dos americanos (republicanos, democratas e independentes) à Casa Branca, viu a própria imagem ser destroçada antes de deixar o governo Bush ao fim do primeiro mandato. Arrependeu-se publicamente do discurso na ONU, onde o pretexto das inexistentes armas de destruição em massa foi usado para justificar a guerra.
Desde então tem tido papel discreto, relativamente fiel ao partido ao qual se filiou em 1995, o republicano. Até ontem, quando reapareceu no centro do palco, como convidado do Meet the Press da NBC, e anunciou em entrevista que dará seu voto em 2008 ao democrata Barack Obama. Seria apenas mais um apoio, mas Powell foi mais longe - e fundamentou muito bem seus argumentos (leia íntegra da transcrição AQUI; e clique no YouTube, no final deste post, para ver e ouvir parte da entrevista).
Um conjunto de motivos fortes
Como ex-chefe militar e ex-secretário de Estado, seu respaldo contribui, em primeiro lugar, para desautorizar a alegação tão repetida pela campanha rival de que Obama está insuficientemente preparado para ser comandante em chefe. Powell foi enfático ao dizer que conhece John McCain há 25 anos e passou a conhecer Obama muito bem nos últimos dois.
“São ambos americanos dedicados e patriotas. (…) Qualquer um dos dois pode ser um bom presidente. (…) Preocupo-me com o rumo tomado pelo Partido Republicano nos últimos anos. Foi mais para a direita.” Quanto a Obama, Powell acha que passou bem pelo teste sobre a dúvida levantada em torno de suposta falta de experiência.
Durante o agravamento da crise econômica, disse, foi possível observar o comportamento dos dois candidatos. McCain inseguro, quase com um enfoque diferente a cada dia sobre como enfrentar a situação. “E fiquei apreensivo ainda com a escolha de Sarah Palin para vice”, disse o ex-secretário de Estado. “Minha conclusão foi de que ela não está preparada para ser presidente. Para ser vice, é preciso estar. Tal detalhe levanta dúvida ainda sobre a capacidade de julgamento de McCain”.
Quanto a Obama, Powell observou “uma firmeza, uma curiosidade intelectual, conhecimentos profundos e o enfoque adequado de problemas como esse da escolha do candidato a vice-presidente. Para mim, ele está perfeitamente preparado para exercer a presidência. Mostra vigor intelectual, não fica mudando a cada dia, daqui para ali.”
Um rumo estreito e perigoso
Com base na sua observação das últimas sete semanas, Powell também achou que a conduta do Partido Republicano e do próprio McCain tornou-se cada vez mais estreita. Obama, ao mesmo tempo, mostrava visão mais inclusiva e mais ampla sobre as necessidades e aspirações do povo americano, buscando superar as divisões étnicas, raciais e de gerações.
Para o candidato democrata, segundo o ex-secretário, “toda aldeia tem seus valores, todas as cidades têm valores. Não são apenas as cidades pequenas que têm valores”. A referência é ao discurso que passou a ser adotado na campanha republicana, principalmente pela candidata Palin.
“E, francamente, também estou desapontado com alguns dos enfoques recentes que passaram a aparecer nos anúncios de McCain. Sobre coisas que nada têm a ver com os problemas do país. Como o caso Bill Ayers, que passou a ser o centro da campanha (republicana). Por que essa insistência nisso? E porque os robocalls em todo o país insinuando ligações inexistentes de Obama com terrorismo?”
A última referência é aos telefonemas gravados de ataques aos democratas, feitos através de centrais automáticas. Powell não chegou a dizê-lo explicitamente, mas indicou que isso e o papel da vice Palin são parte do novo rumo mais à direita dos republicanos. Ele vê ainda com preocupação o fato de que o futuro presidente terá de indicar mais dois juízes para a Suprema Corte. Acha que McCain escolheria mais dois conservadores.
Contra o preconceito anti-islâmico
Há coisas que McCain não chega a dizer, mas Powell ouve de pessoas do partido. “A campanha permite que seja dito, por exemplo, que Obama é muçulmano. Ora, ele não é muçulmano. É cristão, sempre foi. E se fosse islâmico? O que há de errado em ser muçulmano neste país? (…) Ouvi altos membros do meu partido dizerem: ‘É muçulmano e pode estar ligado a terroristas’. Não se pode fazer isso na América”.
Ao reagir com firmeza, Powell citou ensaio fotográfico que viu numa revista. Incluia a foto de uma mulher com a cabeça junto ao túmulo do filho no cemitério de Arlington. A lápide citava condecorações por bravura na guerra do Iraque. Ele morreu ali, aos 20 anos. “Não havia cruz cristã, nem estrela de Davi, mas a crescente e a estrela da fé islâmica. (…) O nome dele era Kareem Rashad Sultan Khand”, disse.
Powell negou na entrevista estar apoiando Obama por ser negro como ele. E indignou-se mais de uma vez com as alegações absurdas e de má fé da campanha de McCain sobre o caso Ayers. Disse que Obama conhece bem os problemas do país, fala com autoridade sobre eles, sabe os desafios a enfrentar e está cercado por gente muito qualificada, terá excelente assessoria. “Está pronto a agir já no primeiro dia”, garantiu.
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