OBAMA PRESIDENTE,
LADIES AND GENTLMEN,
THE FOURTEEN-FOUR PRESIDENT OF UNITED STATES OF AMERICA, MR. BARACK HUSSEIN OBAMA.
VIVA A VITORIOSA POLÍTICA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS!!!!!!!!!!!!
- Os EUA estão de volta a moda. O sonho americano esta de volta. A idéia de um país forjado sobre as opotunidades esta de volta.
- Muito bonito e digno o discurso de Mccain, reconhecendo o momento histórico pelo qual a América passa e que a vitória de um afro-americano minora em partes a imensa discriminação e opressão sofrida por esse grupo. Mccain também entrou para a história.
- Essa foi as eleições da novidade, parodiando Hobsbawan (e não que isso seja um julgamento valorativo de bom ou ruim) o século XXI enfim começou: uma eleição marcada pela nova geração e seus avanços tecnológicos.
- Os Democratas, como falamos várias vezes no post abaixo venceram em todos os estados democratas e também em pelo menos 7 estados republicanos, incluindo ai os estados de Nevada, Colorado, Novo México, Iowa, Ohio, Virgínia e Flórida. Quero chamar a atenção que as vitórias em Nevada e Novo México podem ser explicadas por fatores demográficos a grande maioria latina que desta vez se sentiu representada e impelida a votar, provavelmente estes estados tornem-se no futuro bastiões democratas. A Flórida sempre foi um estado divivdido que ora tende paraum lado ora para outro, a questão lá é criminal a máfia cubana sempre favorece aos repulicanos. Ohio é outro estado que muda de acordo com os eventos, por isso é considerado o principal estado eleitoral, seus 20 votos sempre decidem a eleição. A cada ciclo tende a um partido, em geral nos últimos 25 anos aos republicanos. Tudo isso amigos para repetir pela enésima vez nessas últimas horas: OBAMA ganhou no segregacionista estado da Vírginia, esse é o fenômeno mais notável dos últimos 50 anos da vida política americana. A última vitória democrata lá, foi a mais de 40 anos com Lindon Jhoson, um branco sulista. Veja bem, o estado segregacionista até os anos 90 em sua constitução estadual jamais votou democratas por considerar as ações civis um segunda guerra da secessão.
- Para atender aos mais curiosos, os últimos números indicam Obama com 57% dos votos populares contra 42% de Maccain. 338 deleados para Obama versus 163 para Maccain, enfim a goleada se confirmou. Ainda falta terminar a apuração em Carolina do Norte, Montana e Indiana. Os números indicam viória de Obama em Indiana e Carolina do Norte, no caso do estado que viu nascer o jogador Jordan (North Carolina) tudo que escrevi acima para a Vírginia acabe aqui, será outro triunfo histórico.
- Como sempre o nosso professor Idelber, esse mineiro que também fez a América e é hoje um dos intelectuais mais respeitados no que tange aos estudos literários. Professor em Tulane, Ildeber continua a votar em sua América preferida, a New Orleans:
Barack Obama eleito presidente dos Estados Unidos. Nasce um estadista
Ontem à tarde, antes de começar a cobertura ao vivo das eleições, eu fui ao supermercado renovar o estoque de cerveja. Alguns amigos iam passar por aqui e eu queria ter Abitas em quantidade suficiente. Na fila do supermercado, uma daquelas senhoras bem New Orleans, negra, sorridente, com o rosto marcado pelo tempo, me pediu um documento que comprovasse a minha idade. Feliz da vida por ter sido confundido com um garoto de menos de 21 anos, eu entreguei minha carteira de motorista e ela brincou: ah, que legal ter um aniversário no Halloween!
Nos EUA, puxar papo político-eleitoral com um estranho é bem menos comum que no Brasil. Animado pela brincadeira dela, no entanto, eu me arrisquei: Ma'm, I'm feeling pretty good about tonight. Ela retrucou: I'm just hoping and praying. Subitamente tomado pela consciência de que aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos, estava prestes a ajudar a eleger Barack Obama presidente da república, eu comecei a sentir o nó na garganta. Perguntei a ela: did you ever think you'd live to see the day? Não era necessário completar a frase. Ao ouvir a pergunta sobre se já imaginara viver para ver esse dia, ela sabia muito bem a que eu me referia. Respondeu: No, son, I didn't. But God is good. E eu, ateu de carteirinha, desabei a chorar nos ombros daquela senhora negra e crente de New Orleans, que trabalhava por 6 dólares a hora num supermercado na noite de 04 de novembro de 2008, a noite em que nós e Barack fizemos história.
Ela encerrou o papo: fique calmo, meu filho. Vá beber sua cerveja tranquilo.
Como bom atleticano, eu tenho Ph.D. em desgraças e decepções. Uma avaliação mais ponderada dos alcances e dos limites do governo Obama terá que ser feita com calma, dentro de alguns dias – inclusive porque essa avaliação depende das quatro vagas ainda indefinidas no Senado (Minnesota, Geórgia, Alaska, Oregon). Caso os democratas conquistemos essas quatro vagas, o Presidente Obama terá a maioria mágica de três quintos (60 senadores), que garante a aprovação de qualquer projeto sem preocupação com obstruções. Até lá, é hora de comemorar.
É de se comemorar, por si só, o fim do regime mais desastrado, inepto e mentiroso da história da república. É de se celebrar o surgimento de um verdadeiro estadista, um homem que, no pódio da vitória, não esfrega seu sucesso na cara dos outros, não tripudia sobre os vencidos, não joga seus apoiadores contra os seguidores do candidato derrotado, mas opta pelo caminho oposto: a reconciliação, a união, a possibilidade do diálogo. É de se celebrar o fim da premissa de que os progressistas americanos só venceríamos à moda Clinton, fazendo concessão atrás de concessão para a direita. É de entusiasmar ter um líder que entende a internet, compreende o poder das novas tecnologias, tem um visão de futuro. O discurso de vitória de Obama foi o de um verdadeiro estadista.
Eu me orgulho de ter apostado. Desde o primeiro minuto. E me junto à festa da Dona Sarah Obama, no Quênia:
Em breve, faço uma análise mais detalhada dos números. Mas adianto que as vitórias de Obama em Indiana e na Virgínia são marcos inesquecíveis. São o coroamento de uma estratégia inteligente, que redesenhou o mapa político dos Estados Unidos. Dificilmente essa garotada de 18 a 25 anos voltará à letargia política em que havia se afundado.
Como alguém que acredita na política – que acredita na desejabilidade e na inevitabilidade da política – e é pai de duas crianças, eu só posso dizer:
Obrigado, Barack. Escrito por Idelber às 05:16
Ontem à tarde, antes de começar a cobertura ao vivo das eleições, eu fui ao supermercado renovar o estoque de cerveja. Alguns amigos iam passar por aqui e eu queria ter Abitas em quantidade suficiente. Na fila do supermercado, uma daquelas senhoras bem New Orleans, negra, sorridente, com o rosto marcado pelo tempo, me pediu um documento que comprovasse a minha idade. Feliz da vida por ter sido confundido com um garoto de menos de 21 anos, eu entreguei minha carteira de motorista e ela brincou: ah, que legal ter um aniversário no Halloween!
Nos EUA, puxar papo político-eleitoral com um estranho é bem menos comum que no Brasil. Animado pela brincadeira dela, no entanto, eu me arrisquei: Ma'm, I'm feeling pretty good about tonight. Ela retrucou: I'm just hoping and praying. Subitamente tomado pela consciência de que aquela mulher, que quando menstruou pela primeira vez não podia sequer usar os mesmos bebedouros, banheiros públicos e piscinas dos brancos, estava prestes a ajudar a eleger Barack Obama presidente da república, eu comecei a sentir o nó na garganta. Perguntei a ela: did you ever think you'd live to see the day? Não era necessário completar a frase. Ao ouvir a pergunta sobre se já imaginara viver para ver esse dia, ela sabia muito bem a que eu me referia. Respondeu: No, son, I didn't. But God is good. E eu, ateu de carteirinha, desabei a chorar nos ombros daquela senhora negra e crente de New Orleans, que trabalhava por 6 dólares a hora num supermercado na noite de 04 de novembro de 2008, a noite em que nós e Barack fizemos história.
Ela encerrou o papo: fique calmo, meu filho. Vá beber sua cerveja tranquilo.
Como bom atleticano, eu tenho Ph.D. em desgraças e decepções. Uma avaliação mais ponderada dos alcances e dos limites do governo Obama terá que ser feita com calma, dentro de alguns dias – inclusive porque essa avaliação depende das quatro vagas ainda indefinidas no Senado (Minnesota, Geórgia, Alaska, Oregon). Caso os democratas conquistemos essas quatro vagas, o Presidente Obama terá a maioria mágica de três quintos (60 senadores), que garante a aprovação de qualquer projeto sem preocupação com obstruções. Até lá, é hora de comemorar.
É de se comemorar, por si só, o fim do regime mais desastrado, inepto e mentiroso da história da república. É de se celebrar o surgimento de um verdadeiro estadista, um homem que, no pódio da vitória, não esfrega seu sucesso na cara dos outros, não tripudia sobre os vencidos, não joga seus apoiadores contra os seguidores do candidato derrotado, mas opta pelo caminho oposto: a reconciliação, a união, a possibilidade do diálogo. É de se celebrar o fim da premissa de que os progressistas americanos só venceríamos à moda Clinton, fazendo concessão atrás de concessão para a direita. É de entusiasmar ter um líder que entende a internet, compreende o poder das novas tecnologias, tem um visão de futuro. O discurso de vitória de Obama foi o de um verdadeiro estadista.
Eu me orgulho de ter apostado. Desde o primeiro minuto. E me junto à festa da Dona Sarah Obama, no Quênia:
Em breve, faço uma análise mais detalhada dos números. Mas adianto que as vitórias de Obama em Indiana e na Virgínia são marcos inesquecíveis. São o coroamento de uma estratégia inteligente, que redesenhou o mapa político dos Estados Unidos. Dificilmente essa garotada de 18 a 25 anos voltará à letargia política em que havia se afundado.
Como alguém que acredita na política – que acredita na desejabilidade e na inevitabilidade da política – e é pai de duas crianças, eu só posso dizer:
Obrigado, Barack. Escrito por Idelber às 05:16
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