sábado, 6 de março de 2010

Musicais

Publicou meu amigo Daniel do Peramblogando a seguinte notícia:
"Foi com tristeza que recebi a notícia de que o Cordel do Fogo Encantado deixou de existir. Sem dúvida uma dos mais criativos grupos surgidos em nossa música nos últimos anos.(...) Conheci o Cordel em 2001, na primeira vez que fui à Pernambuco. Me lembro que vários colegas voltaram pra BH com cds do Cordel na bagagem. Me lembro também que no ônibus, durante o trajeto de volta alguém colocou o cd pra tocar. Ouvir "Chover" na estrada, com paisagens do sertão e um céu fechado realmente impressiona.
Uma pena. Sem dúvida uma grande perda. Ainda bem que os discos ficam pra contar a história. Que seus integrantes sejam felizes em outros projetos!"

Comentário meu postado lá no Peramblogando: Puxa que notícia triste e chata. Eu estava nesta mesma mitica viagem e realmente ouvir certas músicas com certas paisagens é algo inesqucivel e forte.
De todo modo dentro dos meus discos de sempre e dentro da lista elaborada com a ajuda do DANIEL dos melhores discos da decada passada o Cordel esta lá.

Vida que se segue
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Pena que não possamos dizer o mesmo sobre a passagem do grande Jhony Alf.
Jhony Alf nascido no Rio de Janeiro em 1929 recebeu de sua mãe doméstica e de seu pai cabo do exército falecido quando o pequeno Jhony tinha apenas 03 anos recebeu o nome de Alfredo José da Silva. Jhony começou nas artes do piano, NA QUAL FOI UM GIGANTE UM DOS MAIORES DE TODOS OS TEMPOS - aos 09 anos sobre a direção de uma amiga da patroa de sua mãe. Jhony negro, pobre brasileiro, genial como tantos outros dominou como pouco o velho e bom jazz norte-americano sua primeira paixão na juventude. Ainda praticamente adolescente participou de um grupo que tocava os grandes entre eles Poter e Gershwin. Nesta mesma época por influência da música se aproxima de uma classe média norte-americanizada do Rio, sendo aliás um aluno dedicado do Instituto Brasil -Estados Unidos, estuda também no excelente Dom PEDRO II. É este home culto e refinado que a partir dos anos 50 junto com outras feras como Tom, João Gilberto, Nora Ney, Maysa, e outro grande pianista Dick Farney  vão reinventar uma bossa nova para o samba. Para sermos mais justos, Rapaz de Bem de 1953 é uma verdadeira percussora do qu viria alguns anos depois ser denominado de Bossa Nova.
Ao longo dos anos 60,70 e início dos 80 compos verdadeiras obras primas do nosso cancioneiro. Além disso tocou com todo os grandes como Luís Bonfá, Sérgio Mendes, Luiz Carlos Vinhas entre muitos outros.
Genial, negro, educado,tímido, muito discreto e modesto não participava do coro dos contentes muito ao contrário. Um vanguardista segundo Menescal um homem a frente de seu tempo. Jhony realmente era assim  fez bossa antes da bossa, samba jazz antes do samba jazz, música homosexual nos anos 50, mudou-se para Sampa quando a patota bossanovista morava no Rio. Menos sol mais garoa. Pagou por toda a sua diferença. Disse certa vez "Posso dizer que fiz alguma coisa um pouco antes do resto do pessoal", outra vez afirmou "Sempre estive afastado da patota, porque sou muito desconfiado das pessoas. Os problemas que tive na vida me criaram dificuldade de relacionamento. Em meio de grupinho, nunca estava seguro." Para o
jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova". Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".
Descanse em Paz.

Um comentário:

Daniel disse...

Esse post não deveria estar no "irmão mais novo" do Abanjá? rs...

Sobre o Alf, é triste mas se escrevermos só assim muitos vão pensar que é o ET do antigo seriado da tv. Mais um que "foi perdido" com o tempo...