domingo, 8 de maio de 2011

Mire e veja


O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou

altera no sentido de lhes dar outro aspecto. [...] Há, nos

mais graves acontecimentos, muitos pormenores que se

perdem, outros que a imaginação inventa para suprimir

os perdidos, e nem por isso a história morre.

Machado de Assis, Esaú e Jacó.


Não devia de estar relembrando isto, contando assim o

sombrio das coisas. Lenga-lenga! Não devia de. O

senhor é de fora, meu amigo mas meu estranho. Mas

talvez por isso mesmo. Falar com o estranho assim, que

bem ouve e logo longe vai embora, é um segundo

proveito: faz do que jeito que eu falasse mais mesmo

comigo. Mire veja: o que é ruim, dentro da gente, a

gente perverte sempre por arredar mais de si.

Guimarães Rosa, Grande Sertão: veredas.

Hoje domingo, Campinas-SP. Hoje dia das mães. Hoje dia de partida da final do campeonato mineiro, Cruzeiro versus Atlético. Hoje domingo lendo Foucault A História da Sexualidade. Hoje domingo ouvindo o excelente Meus Momentos de Lô Borges. Tudo isto faz com que a gente fique a "Mire e veja" cutucando o "rato roedor" da memória. E nisto Campinas tão longe das Minas, mais ainda das Gerais. E dá-lhe Lô, tão Minas em sua poesia. Que saudade do Trem Azul, das Paisagens da Janela, de passear pelas manhãs de domingo de maio "vento de Maios Rainha dos Raios de Sol". E podemos na viagem de Lô Pensar em Tudo que Voce podia ser, lembrar quão bonita sãoa s chuvas nas motanhas, os apsseios no Manuel Audaz. as paisagens equatoriais e a beleza insuperável das meninas mineira, com o sem girassol da cor de seu cabelo. Enfim um domingo qualquer em Campinas. Você sonhando, (...) você queria ser heroi, (...) Você tem medo (...) Tudo que Você devia ser sem medo (...)."
 
"Vai Carlos ser Gauche na vida" !!!!

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