sábado, 29 de dezembro de 2007

Músicas, músicas, férias VII

Eu sou tão fã das composições do Cara abaixo (e também de Hyldon), que não me sinto a vontade de comentá-lo, a Cassiano só consigo reverencia-lo e me emocionar sempre que ouço suas canções. Em uma expressão: Ele é um letrista genial. Mas isso seria pouco para descrever a influência do cara sobre a MPB- Música Preta Brasileira, na excelente expressão de Sandra de Sá, aliás Ela própria uma interprete divinal de Cassiano (a este respeito já fiz uma pequena crítica do disco MPB dessa interprete, aqui mesmo no Blog- quem estiver interessado busque na memória do blog, no mês de outubro). Aqui recomendo que ouçam os três discos do Cara, ainda que alguns seja mais difíceis de encontrar mesmo na Net.

Fiquem com o texto de B'side a respeito desse Cara.

É a hora de conhecer o trabalho de um dos mais brilhantes compositores da nossa MPB em qualquer tempo: Genival Cassiano dos Santos, ou simplesmente, Cassiano.
Nascido há 62 anos em Campina Grande, na Paraíba, veio para o Rio em fins da década de quarenta. Na Cidade Maravilhosa, aprendeu com o pai a tocar violão e bandolim e aos 19 anos, entrou para o meio artístico como integrante do grupo Bossa Trio, mais tarde rebatizado de Os Diagonais - que participariam nos três primeiros discos de Tim Maia fazendo os vocais de apoio.
Cassiano já alçara vôo solo quando Tim surgiu como uma bomba na MPB, cantando uma de suas primeiras composições: o eterno hit "Primavera (Vai Chuva)".
A letra pungente e a interpretação marcante do inesquecível Tim Maia mostraram o gênio de Cassiano - imediatamente convidado para gravar um disco em 1971. Imagem e Som. Seu primeiro trabalho-solo revelou outros ases na manga além de "Primavera". Vieram à luz "É isso aí" (não, não é a da Ana Carolina, garanto aliás que é melhor), "Já", "Uma lágrima" e "Não fique triste".
Com arranjos de Waldyr Arouca Barros, o trabalho de estúdio foi primoroso. O antigo grupo de Cassiano participou dando uma canja nos vocais e no baixo reinou o lendário Capacete, comparado a James Jamerson, craque do instrumento e músico número um de estúdio da não menos conhecida gravadora americana Motown.
Cassiano reapareceu em 1973 com um disco ainda melhor: Apresentamos Nosso Cassiano, pelo selo Odeon. E saíram do forno composições inspiradíssimas. "Melissa" foi uma homenagem à filha nascida dois anos antes. "A Casa de Pedra" é um soul-progressivo de diversas quebradas rítmicas e devastador - literalmente - porque nenhum coração de pedra resiste à beleza da letra e da interpretação do cantor / compositor. Só ouvindo a música pra saber mesmo como é...
E foi nessa época em que ele compôs aquela que é considerada a melhor música dele. "Cedo Ou Tarde" foi referência para dezenas de artistas da MPB que beberam da fonte da boa música, caso de Ed Motta, que apresentou a canção à Marisa Monte para que ela a regravasse.
Simplesmente sensacional...
Novo sumiço e Cassiano voltou em 1976, com um novo parceiro, Paulo Zdanowski, jovem de 19 anos que formaria algum tempo depois o grupo Brylho da Cidade - aquele mesmo de "Noite do Prazer". E aí foi lançado o terceiro e, pasmem, último disco do compositor: Cuban Soul - 18 Kilates, tão brilhante quanto seu antecessor.
"Coleção" foi um sucesso estrondoso por causa da novela Locomotivas, da Globo. "A lua e eu", outra balada que até hoje todo mundo acima dos 30 anos se lembra com carinho. "Salve essa flor", uma das preferidas dos seus fãs.
E ainda havia "Hoje é Natal", disparada a melhor música falando sobre o tema. Esqueçam "Noite Feliz", "Jingle Bells" e "Boas Festas". Cassiano sintetiza em pouco mais de três minutos e meio a singeleza desta data comemorada mundialmente.
O mais engraçado e o que me impressiona, nao só a mim mas a todos os fas do genero é que um monstro da MPB igual ao Cassiano já vai completar 30 anos sem fazer um único disco. Com tanta porcaria dominando as paradas, isto é incrivel !!!!
Felizmente ele nunca foi esquecido. Nos anos 90, ele reapareceu para gravar seus grandes sucessos com outros artistas - Luiz Melodia, Ed Motta, Sandra de Sá, Marisa Monte e muitos outros - o disco-tributo Cedo ou Tarde (Como sempre!).
Sem deixar de dizer que a delonga pra gravar ou aparecer em publico foi realmente motivos de saude
E o mesmo Ed Motta voltou a pagar tributo ao mestre em 2000, compilando 14 de suas grandes músicas para a Universal / Dubas Música e apresentando enfim o primeiro CD de Cassiano - Coleção. Que todos por obrigação deve ouvir inteiro até furar!

Glória eterna a Genival Cassiano dos Santos.

Ou seria... Genial Cassiano?




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