terça-feira, 4 de dezembro de 2007

LANÇAMENTO DO PROJETO ENEGRECENDO A UFMG

Na correria para a organização do Debate público sobre regularização territrorial quilombola (veja posts abaixo), projeto de lei sobre essa temática, dissertação e mais semana da consiciência negra. Não pode antes divulgar aqui o texto abaixo e nem curtir com o devido merecimento o FAn. Fazer se o que não podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo.






MAD lança na UFMG o projeto ENEGRECENDO A UFMG em parceria com estudantes de origem popular do secundário


Aconteceu no dia 23 de novembro, dentro das programações nacionais da semana pela consciência negra e da questão étnico-racial no país, o lançamento do projeto "ENEGRECENDO A UFMG" pelo Movimento Afirmando Direitos- MAD, cursinho popular EDUCAFRO e com apoio do CONEXX MINAS e da ASSUFEMG. Este projeto tem por finalidade a ampliação do debate sobre acesso (e permanência) de jovens negros e de origem popular à uma das maiores (tsc..) universidades do país. O MAD, movimento composto por estudantes universitários, secudaristas, professores de cursinhos e outros e que têm por finalidade lutar pelas cotas raciais na UFMG, construiu, em parceria com o EDUCAFRO uma semana de debate sobre a questão racial pautada na descontrução das hierarquias de saberes existentes na sociedade. Tentando superar o que geralmente acontece, quando um grupo de universitários se sentem como "Os conscientizadores" e porta-vozes da verdade e por isso programam um evento centrado em seus próprios interesses, o MAD construiu todo o processo do projeto junto com os mais interessados pelas cotas: os estudantes pré-universitários. Por isso o projeto, lançado na sexta, tem tudo para dar certo. Confira nos próximos posts a entrevista com Fernanda do MAD, e com a Amanda do EDUCAFRO ( e conexx!).
Conectando saberes e fazeres...
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exibição do filme "vista a minha pele" e debate sobre a questão étnico-racial, que contou com a participação dos alunos de cursinhos comunitários: Educafro Unidade Nova Pampulha, Unidade Santa Terezinha e Unidade Águia, além do grupo de capoeira da Vila São José, alunos da PUC Minas, professores da Associação Pré-UFMG e bolsistas do “Programa Conexões de Saberes”.
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apresentação da capoeira do grupo de capoeira da Vila São José
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confira abaixo o relato do Amador, integrante do MAD e bolsista do Conexx minas:
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BREVE RELATO SOBRE O LANÇAMENTO DO “PROJETO ENEGRECENDO A UFMG”, EM 23 DE NOVEMBRO DE 2007.

Amador. da L. Moreira Filho

A primeira atividade do Fórum Nacional de Estudantes de Origem Popular[1] aconteceu no dia 23 de novembro de 2007 (em parceria com Movimento Afirmando Direitos -MAD). Esta, consistiu no lançamento do 'Projeto Enegrecendo a UFMG”, contando com a participação dos alunos de cursinhos comunitários: Educafro Unidade Nova Pampulha, Unidade Santa Terezinha e Unidade Águia, além do grupo de capoeira da Vila São José, alunos da PUC Minas, professores da Associação Pré-UFMG e bolsistas do “Programa Conexões de Saberes”.

Os alunos dos cursinhos e o grupo de capoeira chegaram por volta as 20:30 h, em ônibus fretado com o apoio do “Programa Conexões de Saberes”. Nós, do MAD, Conexões e um representante do DCE (ao qual agradecemos pelo empréstimo e instalação do equipamento de som), os aguardávamos na “Arena da FAFIH”. Foi servido um lanche composto por sanduíches de presunto e mussarela, refrigerantes e biscoitos, que também foi oferecido pelo “Conexões[2]” e “ Programa Observatório da Juventude[3]”. Tivemos apresentações do MAD, do “Enegrecendo” e da participação do “Conexões”, através de falas da Fernanda, Diogo Raul e Amador, respectivamente. Tivemos ainda apresentações de algumas pessoas dizendo sobre a instituição ou o lugar de origem.

Nos dirigimos para a sala 2045 reservada para a exibição do filme “Vista Minha Pele”. Os cerca de 70 estudantes, professores e capoeiristas se deslocaram em direção as escadas e alcançaram rapidamente o segundo andar da FAFICH, cujos transeuntes, digamos “nativos[4]” (?) olhavam com estranhamento. Ao chegarmos na sala, relativamente grande, os estudantes... se acomodaram nas cadeiras organizadas em três meio-círculos, algumas pessoas assentaram-se no chão por falta de cadeiras.

Após a exibição do filme, conversamos por cerca de 30 minutos ( Seria melhor se tivéssemos mais tempo). Muitas pessoas se manifestaram. O debate aconteceu de forma muito proveitosa. Sentimos que as pessoas estavam a vontade para se expressar dado o número de intervenções e a variação de participantes nas falas. O filme conseguiu suscitar questionamentos, ponderações, dúvidas e oportunidades para relatos de experiências.

Finalmente retornamos para a arena, onde tivemos a apresentação do grupo de capoeira.
O evento encerrou-se por volta das 23:00 hs
Notas:
[1] Que ainda carece da sua constituição propriamente dita, na UFMG que deverá contar com a participação de todos os bolsistas que se interessam pela discussão acerca das condições de acesso e permanência de estudantes das camadas populares na universidade pública.
[2] O “Conexões” ofereceu 200 sanduíches e três quilos de biscoitos de polvilho.
[3] O “Programa Observatório da Juventude” é sediado na FAE e tem como coordenador o Professor Juarez Dairell. Gentilmente nos ofereceram 3 fardos de refrigerantes Antártica 2 litros. www.fae.ufmg.br/objuventude/
[4] “nativo” é: quem é natural, que nasce, não estrangeiro... pensando num modelo de universidade que precisa se atentar para a denúncia da reprodução de privilégios no seu espaço, talvez possamos brincar com isso...
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Terça-feira, 27

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