O terceiro disco que focamos chama-se "O negro é lindo" de 1971. Na vasta e qualificada discografia de Jorge Ben, este disco não não foge a regra e é um marco duplo: primeiro por sua adesão definitiva ao movimento Black Power, que fica claro na capa do disco e de forma definitiva a partir do anos de 1972 quando o cantor adota o famoso cabelão Black Power (veja capa do disco de 1972 On Stage). No entanto, é nas letras que essa adesão se explicita. O disco tem dez músicas, eis alguns dos títulos: Cassius Marcelo Clay em homenagem a Mohammed Ali, singela mas bastante bonita principalmente quando Ben compara a figura garbosa de Clay a Estátua da Liberdade (tamanha poesia engajada não é comum de se encontrar). Além dessa nessa mesma direção temos a faixa título Negro é Lindo, Zula, Comanche em homenagem a Joao Parahyba do Trio Mocotó, o disco ainda conta com uma música que viraria um clássico da obra do cantor-compositor Que Maravilha.
A segunda característica marcante deste disco se refere a sua musicalidade é um álbum marco na carreira de Jorge Ben, pois é a partir dele que Jorge adere ao Samba-Soul e Samba-Funk, da pra notar uma "sensível" mudança na batida do seu violão.
Com esse disco iniciamos tal como escrevi no primeiro post com esse título, comentários sobre albuns e artistas do Soul Music brasileiro. Tentaremos mostrar o swingue musical e a importância política dessa forma de musicalidade.
A segunda característica marcante deste disco se refere a sua musicalidade é um álbum marco na carreira de Jorge Ben, pois é a partir dele que Jorge adere ao Samba-Soul e Samba-Funk, da pra notar uma "sensível" mudança na batida do seu violão.
Com esse disco iniciamos tal como escrevi no primeiro post com esse título, comentários sobre albuns e artistas do Soul Music brasileiro. Tentaremos mostrar o swingue musical e a importância política dessa forma de musicalidade.
2 comentários:
Outro dia, estava conversando com o From Hell sobre como com o passar do tempo aprendemos a ler. Ao entrar na faculdade presumimos que sabemos ler. Ledo engano. Ao reler textos daquela época percebi como eram fáceis, básicos mas que no entanto nos causavam enormes dificuldades. Nossa capacidade cognitiva só vem aumentando desde então. Hoje podemos ler textos muito mais complexos sem a dificuldade que apresentávamos antes. Com a música o aprendizado é o mesmo. não sabemos ouvir. Não nos permitimos ouvir. Ouvimos a música sem prestar atenção na música em si. Nos concentramos em alguns trechos, na letra, um solo, mas não na totalidade. Assim como com a nossa capacidade de leitura, devemos apurar nossa capacidade de audição. Experimente ouvir o álbum sugerido no post atentando para toda sua magnitude. Preste atenção à todos os instrumentos e não só a voz de Ben. Com certeza irá descobrir uma música além da música. Nada que está ali está por acaso. Cada nota, instrumento, pausa, palavra, tem sua função e portanto deve ser apreciada de igual maneira.
Daniel é verdade, isso tornam esses álbuns maravilhosos e expõe toda a mediocridade da música atual. Aliás, Vc reparou no texto do Quartin a respeito do disco do Moacir a crítica que ele faz a respeito da vulgarização musical... isso em pleno anos 60... imagina se ele vivesse os dias de hoje. E digo isso exatamente pelo motivo que Vc alega não somente a letra ou a musicalidade, mas quando tomadas em conjunto é que vemos a mediocridade musical atual. É a lógica da simplificação objetivadora, que já conversamos, uma pena e o mesmo atinge outras formas de fruição, vide o caso do cinema, onde a poesia e o simbólico foram excluídos em nome de um literalismo descabido, mas esse já é outro assunto. Valeu o comentário.
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