Os "setores da mídia" deveriam ser nomeados. O jornal que publicou o editorial citado acima é "O Globo". Quando eu digo que gente importante das Organizações Globo flerta com posições extremistas tem leitor que fica assustado. Essa gente não acredita que é possível urbanizar favelas, acredita que não existe racismo no Brasil, que a elite branca é superior... Curiosamente, o papel que é feito por partidos políticos extremistas, na Europa - abertamente de inspiração fascista - no Brasil foi adotado por "setores da mídia", que falam em nome da elite, da tropa de elite e da barbárie. Agora só falta esses "setores da mídia" assumirem abertamente a xenofobia contra os imigrantes bolivianos que vivem em São Paulo e os africanos que vivem no Rio. Pregar contra os nordestinos eles já pregam, mas através de linguagem sinuosa: condenam os beneficiários do Bolsa-Família, que não elegeram o candidato "deles". Esse discurso fascista, martelado todos os dias pelos "setores da mídia", ajuda a criar o caldo de cultura em que jovens de classe média branca acham normal bater em uma negra: ela "parecia" prostituta. Os "setores da mídia" devem ser denunciados junto aos negros, aos pobres, aos nordestinos. Afinal, à noite, esses "setores da mídia" vão bater na porta dos negros, dos pobres e dos nordestinos pedindo audiência. Mas quem é que tem coragem de comprar essa briga?
Publicado em 5 de novembro de 2007
A ascensão de extremistas xenófobos, que se dizem defensores da Pátria e dos valores cristãos, é um fenômeno mundial - em resposta à globalização e ao que enxergam como a invasão dos bárbaros - em geral imigrantes de pele escura. No Brasil, na falta de bárbaros estrangeiros, servem os pobres e negros brasileiros. Dê uma olhada no que está acontecendo na Hungria.
FONTE: http://viomundo.globo.com/site.php?nome=PorBaixoPano&edicao=1464
3 comentários:
Carlos,
Olha só, acho meio complicado "racializar" essa questão da empregada espancada. Não bateram nela porque ela era negra, e nem há qualquer indício disso - embora eu ache que eles muito bem poderiam fazer isso com um cunho racista.
A questão aí é outra. É a retórica permissiva que não condena o espancamento de prostitutas. É a hipocrisia de quem leva prostituta pra motel e as trata como lixo. Brasil é cheio dessa falsa moral, desse ódio contra mendigos e prostitutas que vitima índios e trabalhadoras.
Enfim, acho que precisamos expôr as mazelas e o racismo, mas tornar racial um evento que não se trata disso não esclarece a questão - torna a mais nebulosa.
BARBA, primeiro quero te parabenizar pelas etapas vencidas no processo de seleção. Valeu como sempre pelos comentários.
Quanto ao texto, não é de minnha autoria e sim do jornalista Azenha, mas concordo com ele, tanto que reproduzi aqui; de fato, o tal espacamento não se trata de um ato racista e sim preconceituoso e acho que foi isso que o jornalista quis expor e que VC, como sempre, tão bem percebeu. A questão é exatamente a permissividade(da qual Vc fala) que permite espancar empregados e pobres independentemente da cor, nordestinos, prostitutas e ai por que não negros, homossexuais e outros... pior do que isso, é a desvalorização dos indivíduos. Não sei se Vc ficou sabendo, já que não foi muito divulgado, mas o imbecil do Boninho(filho do Boni que foi o fodão da Globo), pois bem esse imbecil já tem quase quarenta anos e recebe uma fortuna para ser o produtor daquela porcaria do BBB, disse um dia desses em entrevista que o esporte favorito dele é ficar jogando ovo podre nas pessoas pobres, ou sei lá que não se encaixa no padrão de humanidade dele, ou seja com perfil diferente da Zona Sul carioca e coisa do tipo. INCRÍVEL. ISSO ME DEIXA REVOLTADO, ALIÁS POR MORAR NAZONA SUL, VEJO ESSA IMBECILIDADE COTIDIANAMENTE...
COMO SEMPRE SÃO ÓTIMOS OS SEUS COMENTÁRIOS.
Valeu cara! Eu vi esse esquema do Boninho e de outros ricos escrotos do Rio de Janeiro - tem um vídeo sobre isso. Tem gente que não gosta quando falam que as elites do Brasil são cruéis com outras pessoas e alienadas com qualquer coisa que se passa ao seu redor...
Rio de Janeiro é o lugar ideal pra existir um O. de Carvalho e um grupo extermínio institucionalizado mesmo...
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