O horror macabro
15-01-2009
Israel em um só dia dá três exemplos do seu horror macabro. Quais sejam: bombardeou um prédio da Comissão de Refugiados da ONU; prédio esse, que estocava alimentos, medicamentos, roupas e outras doações da comunidade internacional à Palestina. Eis o macabro a sorrir com sua cara feia. O segundo episódio foi o bombardeio do principal cemitério de Gaza. Não se respeita nem mais a memória dos que se foram; agora Israel que ter certeza que não sobrará nem os restos mortais dos Palestinos. O macabro sorri novamente ao impedir aos Palestinos o direito de enterrar os seus. O terceiro episódio foi a recusa de Israel a mais um cessar-fogo. E a comunidade internacional? Bem a comunidade internacional continua com seu faz de conta. O horror macabro se vale por um lado da banalidade do mal e de outro da complacência dos demais países. A humanidade é o que nos une, no momento que se torna aceitável seja por qual razão for, as desumanidades, nos tornamos também menos humanos.
O horror macabro sorri mais feliz ainda quando os jornais e o próprio governo israelense informam que Israel desrespeitou o cessar-fogo, invadiu Gaza e matou seis ou sete (há controvérsia quanto ao número de assassinados, não quanto ao crime de assassinato) militantes palestinos, dia 4/11. Vejam a data, foi Israel que provocou a reação do Hamas a partir de 6 de novembro. Aliás, Israel reconhece isso como se lê nas páginas do governo de Israel, “o Hamas retaliou contra Israel e lançou mísseis.” E continuou a gargalhar quando o jornal Haaretz informou que Barak, ministro da Defesa de Israel, começou a planejar o massacre de Gaza muito antes, até, de haver acordo de cessar-fogo. De fato, conforme o Haaretz, a chacina de Gaza começou a ser planejada em março de 2008.
Mas é Norman Finkelstein que escacara o sorriso macabro do horror ao demonstrar que o atual massacre tem uma dupla razão: "a capacidade de Israel para semear pânico e morte em toda a região e submetê-la mediante a pressão das armas, da chantagem, do medo. Depois de ter sido derrotado no Líbano em julho de 2006, o exército de Israel entendeu que seria importante comunicar ao mundo que Israel ainda é capaz de assassinar, matar, mutilar e aterrorizar quem se atreva a desafiar seu poder pressuposto absoluto, acima de qualquer lei." e a segunda "o Hamas começou a dar sinais muito claros de que deseja construir um novo acordo diplomático a respeito das fronteiras demarcadas desde junho de 1967 e jamais respeitadas por Israel.Em outras palavras, o Hamas sinalizou que está interessado em fazer respeitar exatamente os mesmos termos e conceitos que toda a comunidade internacional respeita e que, em vez de resolver os problemas a canhão e com campanhas de mentiras por jornais e televisão, estaria interessado em construir um acordo diplomático."
Ah tempo. Informo que já passa de 1000 o número de mortos sendo mais de 300 crianças. O horror macabro continua a sorrir impiedosamente. Como sorri a mais de 40 anos. A rigor a fala de Finkelstein se baseia em fatos. Desde 1989, anualmente a ONU aprova uma moção e um documento em que defende a existência de dois estados: Israel e Palestina. Desde 1989 essa moção é aprovada por maioria absoluta do Plenário da ONU, no entanto desde 1989 insistentemente 3 países votam contra essa solução: Israel, EUA e Dominica. Mas terrorista e radicais são os outros, os islâmicos. Ocorre que os 22 países da Liga Árabe sempre votam a favor desse acordo. Ou seja, os árabes reconhecem a existência de Israel. Quem não reconhece, não aceita o outro? Novamente Finkelstein nos explica: "o ponto mais importante de tudo isso é que, em todas as ocasiões em que se discutiram essas questões, os palestinos sempre aceitaram fazer concessões. Fizeram todas as concessões. Israel jamais fez qualquer concessão."
Dados esses confirmados pela Universidade de Tel Aviv e pela European University, que afirmam: a violência do exército israelense já foi responsável pela interrupção ou violação de 79% de todas as tréguas firmadas na região desde a II Intifada; o mesmo estudo constatou que o Hamas e outros partidos palestinos só podem ser declarados responsáveis por 8% das violações e interrupções. Mas o horror macabro se regojiza-se sempre que surge a notícia de que Israel impediu que os feridos palestinos recebessem atendimento médico e estar a impedir a circulação de médicos e paramédicos, em um contexto em que existem feridos e crianças presas em casa, sem alimentação e remédios, ao lado de cadáveres de familiares, fato que foi noticiado em matéria pela rede CNN, para todo o mundo.
O horror macabro dança e tripudia quando Israel com seus altos comandos militares e civis mente e comete seus crimes de guerra. Quando atacam escolas com a bandeira azul da ONU e alegam ser um covil de terroristas e apresentam como provas fotos tiradas dois anos antes. Mas feliz mesmo, o horror macabro fica quando o exército israelense vem a público e assume que as fotos eram antigas e que se for preciso destruirá cada aldeia Palestina. Ou então, quando as lideranças civis como o primeiro ministro israelense comemora (está no Yahoo dos EUA) a abstenção dos EUA no Conselho de Segurança da ONU. Nas palavras do primeiro ministro israelense tudo se passou da seguinte forma: Cond Ricce foi a New York elaborou um Plano de Cessar Fogo, convenceu a comunidade internacional de aprová-lo e ai nas vésperas da votação ele ligou para Bush, que não podia atendê-lo então ordenou que Bush fosse ao telefone e lá comunicou, ao Macabro do Horror Bush II, vocês não podem aprovar esse Plano. Mas o horror macabro realmente se vangloria ao saber que tudo isso foi dito pelo primeiro ministro em um comício eleitoral. Afirmou ainda, o primeiro ministro, que Cond Rice teria ficado digamos assim, com cara de boba. Sim, pois a cada ataque um novo comício e o aumento na taxa de votos.
Mas o horror macabro deve estar a tremer, pois o dia 20 se aproxima rapidamente e ai nem tanto pelos seus verdadeiros sentimentos mas em nome de sua popularidade espera-se que o senhor Obama se entenda com os verdadeiros sionistas como Avnery (já aqui transcrito em 2 belíssimos textos) o professor Avi Shlaim, da Oxford University,que classificou o seu estado de Israel como “Estado terrorista” e “Estado gângster, entregue a políticos completamente inescrupulosos” (citados em The Guardian). Ou então Neve Gordon, professor de política na Universidade Ben Gurion, disse que as ações de Israel contra Gaza são “como matar animais num abatedouro” e manifestam “mais um novo bizarro elemento amoral” nas guerras. Ou, Gideon Levy do Haaretz(que também já publicamos aqui)“Calaram à força todas as vozes da contenção moral. Hoje, tudo é permitido”, Amira Haas, também colunista do Haaretz e filha de sobreviventes do holocausto “Sorte que meus pais já não estejam vivos e não precisem ver a Israel de hoje”, escreveu ela.
Mesmo acabrunhado o horror macabro volta a dançar, rir e regojizar quando lembra que suas atitudes têm como conseqüência o aumento do ódio e a formação de dezenas de movimentos radicais, do fortalecimento dos xiitas e quem sabe da Al Quaeda na Palestina. Assim se pode repetir anualmente tão macabro horror.
15-01-2009
Israel em um só dia dá três exemplos do seu horror macabro. Quais sejam: bombardeou um prédio da Comissão de Refugiados da ONU; prédio esse, que estocava alimentos, medicamentos, roupas e outras doações da comunidade internacional à Palestina. Eis o macabro a sorrir com sua cara feia. O segundo episódio foi o bombardeio do principal cemitério de Gaza. Não se respeita nem mais a memória dos que se foram; agora Israel que ter certeza que não sobrará nem os restos mortais dos Palestinos. O macabro sorri novamente ao impedir aos Palestinos o direito de enterrar os seus. O terceiro episódio foi a recusa de Israel a mais um cessar-fogo. E a comunidade internacional? Bem a comunidade internacional continua com seu faz de conta. O horror macabro se vale por um lado da banalidade do mal e de outro da complacência dos demais países. A humanidade é o que nos une, no momento que se torna aceitável seja por qual razão for, as desumanidades, nos tornamos também menos humanos.
O horror macabro sorri mais feliz ainda quando os jornais e o próprio governo israelense informam que Israel desrespeitou o cessar-fogo, invadiu Gaza e matou seis ou sete (há controvérsia quanto ao número de assassinados, não quanto ao crime de assassinato) militantes palestinos, dia 4/11. Vejam a data, foi Israel que provocou a reação do Hamas a partir de 6 de novembro. Aliás, Israel reconhece isso como se lê nas páginas do governo de Israel, “o Hamas retaliou contra Israel e lançou mísseis.” E continuou a gargalhar quando o jornal Haaretz informou que Barak, ministro da Defesa de Israel, começou a planejar o massacre de Gaza muito antes, até, de haver acordo de cessar-fogo. De fato, conforme o Haaretz, a chacina de Gaza começou a ser planejada em março de 2008.
Mas é Norman Finkelstein que escacara o sorriso macabro do horror ao demonstrar que o atual massacre tem uma dupla razão: "a capacidade de Israel para semear pânico e morte em toda a região e submetê-la mediante a pressão das armas, da chantagem, do medo. Depois de ter sido derrotado no Líbano em julho de 2006, o exército de Israel entendeu que seria importante comunicar ao mundo que Israel ainda é capaz de assassinar, matar, mutilar e aterrorizar quem se atreva a desafiar seu poder pressuposto absoluto, acima de qualquer lei." e a segunda "o Hamas começou a dar sinais muito claros de que deseja construir um novo acordo diplomático a respeito das fronteiras demarcadas desde junho de 1967 e jamais respeitadas por Israel.Em outras palavras, o Hamas sinalizou que está interessado em fazer respeitar exatamente os mesmos termos e conceitos que toda a comunidade internacional respeita e que, em vez de resolver os problemas a canhão e com campanhas de mentiras por jornais e televisão, estaria interessado em construir um acordo diplomático."
Ah tempo. Informo que já passa de 1000 o número de mortos sendo mais de 300 crianças. O horror macabro continua a sorrir impiedosamente. Como sorri a mais de 40 anos. A rigor a fala de Finkelstein se baseia em fatos. Desde 1989, anualmente a ONU aprova uma moção e um documento em que defende a existência de dois estados: Israel e Palestina. Desde 1989 essa moção é aprovada por maioria absoluta do Plenário da ONU, no entanto desde 1989 insistentemente 3 países votam contra essa solução: Israel, EUA e Dominica. Mas terrorista e radicais são os outros, os islâmicos. Ocorre que os 22 países da Liga Árabe sempre votam a favor desse acordo. Ou seja, os árabes reconhecem a existência de Israel. Quem não reconhece, não aceita o outro? Novamente Finkelstein nos explica: "o ponto mais importante de tudo isso é que, em todas as ocasiões em que se discutiram essas questões, os palestinos sempre aceitaram fazer concessões. Fizeram todas as concessões. Israel jamais fez qualquer concessão."
Dados esses confirmados pela Universidade de Tel Aviv e pela European University, que afirmam: a violência do exército israelense já foi responsável pela interrupção ou violação de 79% de todas as tréguas firmadas na região desde a II Intifada; o mesmo estudo constatou que o Hamas e outros partidos palestinos só podem ser declarados responsáveis por 8% das violações e interrupções. Mas o horror macabro se regojiza-se sempre que surge a notícia de que Israel impediu que os feridos palestinos recebessem atendimento médico e estar a impedir a circulação de médicos e paramédicos, em um contexto em que existem feridos e crianças presas em casa, sem alimentação e remédios, ao lado de cadáveres de familiares, fato que foi noticiado em matéria pela rede CNN, para todo o mundo.
O horror macabro dança e tripudia quando Israel com seus altos comandos militares e civis mente e comete seus crimes de guerra. Quando atacam escolas com a bandeira azul da ONU e alegam ser um covil de terroristas e apresentam como provas fotos tiradas dois anos antes. Mas feliz mesmo, o horror macabro fica quando o exército israelense vem a público e assume que as fotos eram antigas e que se for preciso destruirá cada aldeia Palestina. Ou então, quando as lideranças civis como o primeiro ministro israelense comemora (está no Yahoo dos EUA) a abstenção dos EUA no Conselho de Segurança da ONU. Nas palavras do primeiro ministro israelense tudo se passou da seguinte forma: Cond Ricce foi a New York elaborou um Plano de Cessar Fogo, convenceu a comunidade internacional de aprová-lo e ai nas vésperas da votação ele ligou para Bush, que não podia atendê-lo então ordenou que Bush fosse ao telefone e lá comunicou, ao Macabro do Horror Bush II, vocês não podem aprovar esse Plano. Mas o horror macabro realmente se vangloria ao saber que tudo isso foi dito pelo primeiro ministro em um comício eleitoral. Afirmou ainda, o primeiro ministro, que Cond Rice teria ficado digamos assim, com cara de boba. Sim, pois a cada ataque um novo comício e o aumento na taxa de votos.
Mas o horror macabro deve estar a tremer, pois o dia 20 se aproxima rapidamente e ai nem tanto pelos seus verdadeiros sentimentos mas em nome de sua popularidade espera-se que o senhor Obama se entenda com os verdadeiros sionistas como Avnery (já aqui transcrito em 2 belíssimos textos) o professor Avi Shlaim, da Oxford University,que classificou o seu estado de Israel como “Estado terrorista” e “Estado gângster, entregue a políticos completamente inescrupulosos” (citados em The Guardian). Ou então Neve Gordon, professor de política na Universidade Ben Gurion, disse que as ações de Israel contra Gaza são “como matar animais num abatedouro” e manifestam “mais um novo bizarro elemento amoral” nas guerras. Ou, Gideon Levy do Haaretz(que também já publicamos aqui)“Calaram à força todas as vozes da contenção moral. Hoje, tudo é permitido”, Amira Haas, também colunista do Haaretz e filha de sobreviventes do holocausto “Sorte que meus pais já não estejam vivos e não precisem ver a Israel de hoje”, escreveu ela.
Mesmo acabrunhado o horror macabro volta a dançar, rir e regojizar quando lembra que suas atitudes têm como conseqüência o aumento do ódio e a formação de dezenas de movimentos radicais, do fortalecimento dos xiitas e quem sabe da Al Quaeda na Palestina. Assim se pode repetir anualmente tão macabro horror.
Carlos Eduardo Marques- Antropologo e Professor Universitário
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