Sobre retrossexual, corpos perfeitos e Brazilian Wax
Antes de entendermos do que se trata esse tal de retrossexual, entendamos o que se chama de metrosexual. A palavra metrossexual, representa a junção dos termos “Sexual” e “Metropolis”. A primeira vez que foi usada, de acordo com a Wikipedia foi em 1994, pelo jornalista britânico Mark Simpson. Originalmente, ele escreveu um artigo se referindo ao homem urbano de qualquer orientação sexual que serve de público alvo para as revistas de moda masculina. Apesar disso, o termo começou a ser usado para se referir ao homem heterossexual que está “em sintonia com seu lado feminino”. Eu tenho um amigo metrossexual super gente boa, que se encaixa perfeitamente na descrição: homem com orientação sexual hetero, jovem, ou seja entre 25 e 45 anos, super bem sucedido financeiramente e profissionalmente e, que claro como todos metrosexuais se preocupa com seu visual e, para tanto, semanalmente vai a um salão super bacana R$$$ na Savassi fazer luzes, manicure e provavelmente depilação, fora as roupas transadas, apesar de que particularmente não as usaria e, ademais sobre roupas posso dizer ser esse meu único desvaneio capitalista.
Em oposição a esse, se encontraria o retrossexual, homens com um pobre senso de estilo e que rejeitam serem tachados por sua aparência física. Os sinônimos do estilo também são ‘homem real” ou “masculino”. Geralmente, a maior parte dos homens são considerados retrossexuais, segundo a Wikipedia. A verdade é que acho tudo isso uma grande bobagem classificatoria. A velha mania ocidental de categorizar em forma dual o mundo (não entendeu nada, leia Deleuze, Sahlins, Viveros de Castro entre outros). Como se as pessoas ou coisas fossem isso ou aquilo, quando na verdade somos isso e aquilo.
Mas se é assim que a roda gira e, esses pensadores que citei acima não são dominantes, tenho que me classificar como retrossexual. Penso e ajo como um retrossexual. Portanto vou tecer aqui algumas imprecisões baseados na qualidade de retro. A beleza das mulheres se encontram no cheiro, nos trejeitos, no modo de se combinar a vestimenta, na pele, no toque, as vezes no não toque, na carne se é que me entendem. Melhor ainda na mistura disso tudo. Nada melhor do que a graça de uma mulher em seu período fértil, com todos seus cheiros, malícias, pequenos inchaços, etc. Mulher de verdade é mulher de carne e osso. Mulher boa é a mulher que enche as mãos. Sejamos franco, a não ser em casos extremos, não nos importamos com esse papo de celulite...retro que é retro não sabe do que se trata essa tal de estria.
Veja bem, este texto não é uma defesa do sobrepeso (principalmente por que segundo a medicina o sobrepeso é sinônimo de doenças múltiplas e variadas e, por outro lado sejamos francos com raras excessões tipo Queen Latifa, é assim que se escreve, e uma aqui outra ali são raras as mulheres obesas belas) mas sim um libelo contra essa ditadura da beleza única, da ideia de que só o corpo oficializado pela mídia e pela industria de cosmético e ginástica é válido. Que é valido qualquer sacrifício alimentício, nas academias ou nas cirurgias. Nada mais falso, a maioria dos homens está atrás é de outros atributos. Como nada é mais falso do que essa obsessão por depilação da boceta (que me perdõe os puristas, mas essa palavra é tão, tão bonita e enche a boca de uma forma tão gostosa, seja no sentido semântico, simbólico e ...).
Um dia desses em um café, estava eu cercado de belas amigas, - por que tenho várias amigas muy belas - eis outro mito: homem não tem amigas, bobagem tenho muitas e boas amigas (no duplo sentido da palavra), até por que a gostosura também não deve ser apenas medida na tal da industria de beleza, a rigor gostoso é algo que se tenha prazer ao comer e nada melhor do que a multiplicidade (digo a variedade), pois bem, voltemos ao café: estava no café único homem na mesa de mocinhas e eis que sabe se lá como, o assunto torna-se depilação, cria-se um frisson; debate acalorado sobre salões, métodos e metodologias a respeito da melhor forma de depilar, a menos dolorosa, a mais séptica, a menos onerosa financeiramente, etc. Pois bem, enquanto ouvia as meninas ficava a matutar comigo: para que isso tudo, quando o gostoso mesmo é uma xana (outra palavra que não é tão bela quqanto boceta mas é singela, principalmente no diminutivo e bem lembra a forma do morango na vulva) no máximo aparadinha (ou seja, raspadinha) mas ainda selvagem, sexy, gostosa de se sentir, de se ... mas é um tal de correr para a depilação, principalmente se é para agradar um macho novo. Já perguntaram aos felizardos suas opiniões e vontades.
Como não sou dado a ficar tendo esse tipo de conversa com outros amigos, nunca apliquei um survey entre eles - de modo que não tenho uma posição dominante da machaiada amiga a respeito desse tema: toda depilada, raspadinha ou cabeluda. Qual a preferência? - Não sei a repsosta, afinal uma das coisas mais idiotas é um bando de macho falando de fêmeas, quando é sabido que é muito melhor a praxes do que a teoria, daí nunca ter feito um survey a respeito. Mas um dia desses no bar, um amigo daqueles que diz tudo que pensa doa a quem doer se é que vai doer em alguém, aproveitou a mesa mista de machos e fêmeas, para soltar o verbo e, ai na lata tascou: eu gosto mesmo é de mulher sem depilar, natural. Eis ai o macho corajoso, que diz com todas as palavras Brazilian Wax should be something for gringo or probalous metrossexual.
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