terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Retornos

Recebi esse belo comentário da Renata, a quem agradeço. É bom perceber que o que postamos aqui é lido por pessoas e causam emoções.
Caro Carlos... emocionada com final de seu texto, me lembro dos vários casos lamentáveis que vivenciei no segundo sementre de 2008 aqui no estado do Tocantins junto a 14 comunidades quilombolas reconhecidas, que visitei por estar vinculada a um projeto de educação nutricional... um povo que resiste a essa covarde pressão do latifúndio regional, pressão essa que ganha "força" com bancadas ruralistas estaduais e a nacional,sem falar das multinacionais(de celulose por exemplo) que engrossam o caldo dessa sopa nojenta! É uma luta desleal! Eu vi de perto o sofrimento e a dor... familias que não podem plantar, que tem suas casas queimadas e suas vidas ameaçadas... familias que já foram embora, foram expulsas... tiveram e estão tendo suas terras e dignidade tomadas pela ganancia dos que acumulam... as terras boas para plantar já não estão mais com seus verdadeiros donos, assim como não estão a mina de água pura... perde-se totalmente o fator social da terra! Muitos Senhores Altinos estão foram assassinados e estão sendo...mas muitos ainda resistem e com uma luz no olhar que ofusca e incomada... e isso fortalece a luta.
abraços
renata
Prezada Renata,

Obrigado pelo comentário lá no Blog. Só esclarecendo o texto trata-se de um manifesto sem assinatura que chegou através de uma das listas sobre o tema que participo, mas efetivamente é bem bonito e emocionante. Quanto à situação quilombola, realmente é muito grave o que vem ocorrendo. São ataques à política e principalmente aos direitos quilombolas, por todos os lados. Ruralistas, conservadores, reacionários, a mídia que na verdade é somente um braço propagandistico de todos esses grupos (hoje mesmo o Estado de S. Paulo publicou um editorial contra a política quilombola). A situação de violência aumenta em todos os estados da federação, bem como o descaso das autoridades militares e governamentais: sendo, aliás, este (em nível federal) cada vez mais condescendente com esse estado de coisa. Resto-nos apoiar os grupos e confiar no MPF e na Justiça que mesmo com seu tempo, nem sempre ágil vem tomando decisões favoráveis aos quilombolas; ainda que com reveses como no texto que Você comenta. Dito de outro modo, a mim me causa espécie à conduta governamental de ceder tanto a essas forças retrogradas bem no momento em que a justiça vai formando uma jurisprudência no assunto. Enfim. Bom saber que trabalha com a questão ai no Tocantins. Abços e obrigado.

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