Em entrevista para o "Jornal do Commercio" de Recife, Evaldo Cabral de Mello, 72 anos, um dos maiores historiadores do Brasil, minimiza a importância de Dom João VI para a unidade nacional. Veja dois trechos:
"Quando alguém fica entusiasmado com a vinda de dom João, está sempre achando que a unidade territorial do Brasil é um valor supremo. E que por isso deve subordinar outros valores, como liberdades públicas, desenvolvimento econômico. Talvez fosse melhor que o Brasil fosse menor e tivesse acabado a escravidão mais cedo e realizado reformas que até hoje adia. "
" O que o brasileiro ainda não percebeu é que, ao longo da sua história, a aspiração de grandeza territorial e de unidade nacional serviu de pretexto para se evitarem coisas perigosas para a posição dos grupos que estavam no poder. De Pedro I, o primeiro golpista, até o Estado Novo e o golpe de 1964, não houve ato de força que não invocasse a unidade nacional, cujo preço foi talvez demasiado caro para o que tivemos em troca. "
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