domingo, 20 de janeiro de 2008

e o sonho vai se acabando, eleições americanas

Com a derrota de ontem em Nevada, apesar do apoio do maior sindicato do estado, a candidatura de Obama como prevíamos aqui, ainda no dia 31 de dezembro do ano passado, vai chegando ao fim. Como dissemos naquele e em outros post, não acreditávamos que a sociedade americana estivesse preparada para um candidato afro-americano e com nome meio arabe. Para Obama resta a juventude e tentativas futuras, ou o pragmatismo de aceirtar se for convidado ou então buscar uma vice-candidatura na chapa de Clinton e em caso de vitória desta se lançar novamente daqui 8 anos. Mas lembremos: primeiro Obama era morto, depois Obama era favorito, depois Clinton era morta e sepultada, agora é novamente Obama; ou seja, uma campanha cheia de reviravoltas quem sabe ainda resta alguma eperança a Obama.

Outro detalhe a próxima prévia Democrata é mais simbólica do que tudo e ai mora o perigo para Obama, o estado da Carolina do Sul, o primeiro majoritariamente negro nessas prévias escolhe nos próximos dias seu candidato, portanto, uma derrota de Obama nesse estado sepulta suas chances. Lembrando que desde o começo venho chamando atenção para o fato de Obama não ser o candidato dos afro-americanos e que isso tinha seus pontos positivos e negativos, parece-me que os negativos estão se avolumando e uma parte da comunidade afro-americana (por considerá-lo apenas um afro-americano e não um candidato dos afro-americanos, sente se em liberdade para votar em outros democratas o que poderá favorecer Clinton). Prova disso é o apoio de Danny Glover (aquele mesmo do filme Maquina Mortífera, ocorre que esse cara é um dos principais e mais respeitados militantes das questões afro-americanas, daí ele ter até mesmo se afastado de sua carreira) ao candidato mais de esquerda dos Democratas, John Edwards.

Abaixo um pouco mais das eleições americanas, na visão do Azenha. E só mais um detalhe, visto que o grande eleitor democrata é Bill Clinton, a partir de agora e como vocês viram acima, só chamarei a candidata do clã por seu sobre-nome para fazermos justiça com o verdadeiro candidato que os democratas vem re-re-elegendo.

WASHINGTON - 14:55 - O que conta para valer é o número de delegados conquistados para as convenções nacionais dos dois partidos. Antes das prévias de hoje, a situação era a seguinte:

PARTIDO DEMOCRATA: Número necessário para vencer, 2025 delegados

Hillary Clinton - 198

Barack Obama - 110

John Edwards - 52

Dennis Kucinich - 1

WASHINGTON - 21:25 - Depois das prévias de Nevada e da Carolina do Sul, um resumo da campanha eleitoral americana:

1. John McCain é o favorito entre os republicanos. Ele é considerado pelo partido como o mais capaz de vencer uma eleição geral em novembro. Prisioneiro de guerra durante quase sete anos no Vietnã, ele fala em vencer a guerra contra o terrorismo: "Prefiro vencer a guerra do que a eleição". Por outro lado, McCain consegue atrair os independentes - que representam 35% do eleitorado americano - e tem posições moderadas na imigração, por exemplo, além de aceitar a existência do aquecimento global. Muitos republicanos dizem que o aquecimento global é ficção.

2. Mike Huckabee tem pouco futuro. Mostrou que, como candidato cristão, não consegue ir além de sua base evangélica.

3. Mitt Romney não pode ser descartado. Ele faz campanha destacando sua experiência no Executivo, como ex-governador de Massachussets, além de ter se tornado milionário no mercado financeiro. Mas não tem as credenciais de McCain em assuntos de segurança nacional.

4. Rudolph Giuliani é a grande interrogação. Só será testado pela primeira vez na Flórida, no próximo dia 29. Na Carolina do Sul, teve 2% dos votos.

5. Hillary e Bill Clinton controlam uma máquina eficaz de fazer campanha. E sabem fazer o jogo sujo da política. São profissionais diante de um candidato "verde", Barack Obama, senador em primeiro mandato que tem 46 anos de idade.

6. Em Nevada, Hillary Clinton trucidou Obama entre eleitores hispânicos, deixando claro que a suposta coalizão entre eleitores negros e hispânicos pode ser ficção.

7. A crise econômica favorece os Clinton. Durante o mandato de Bill Clinton, os Estados Unidos tiveram a menor taxa de inflação em 30 anos. Clinton assumiu com déficit fiscal e entregou o governo com superávit. Curiosamente, quando concorreu à presidência pela primeira vez Bill Clinton tinha 46 anos de idade.

8. John McCain tem 71 anos de idade. É difícil que represente o "candidato da mudança", que é o que os americanos parecem querer. Hillary, com 60, seria a primeira mulher eleita para a Casa Branca.

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