domingo, 27 de janeiro de 2008

Caroline Kennedy, relembra o pai presidente e declara apoio a Obama Barack

"A PRESIDENT LIKE MY FATHER" - Um Presidente como meu Pai

por Caroline Kennedy

Ao longo dos anos, sempre me emocionei quando alguém me disse que desejava se sentir esperançoso com os Estados Unidos da forma como as pessoas ficaram quando meu pai era presidente. Este sentimento é ainda mais profundo hoje. E é o motivo pelo qual eu apóio um candidato presidencial nas prévias democratas, Barack Obama.

Minha razões são patrióticas, políticas e pessoais - e as três se conjugam. Em toda a minha vida, ouvi pessoas dizendo que meu pai mudou a vida delas, que elas se envolveram no serviço público ou em política porque ele as convocou. E a geração que ele inspirou passou esse espírito para os filhos. Encontro jovens que nasceram muito depois que John F. Kennedy foi presidente e ainda assim me perguntam como viver seus ideais.

Às vezes leva um tempo para reconhecer que alguém tem a habilidade especial de fazer com que acreditemos em nós mesmos, que nos leve a ligar essa crença a ideais e que imagine conosco que juntos podemos fazer muito. Nestes raros momentos, precisamos colocar de lado nossos planos e buscar o que acreditamos ser possível.

Temos essa oportunidade com o senador Obama. Não é que os outros candidatos não têm conhecimento ou experiência. Os objetivos de todos são similares. Todos anunciaram planos detalhados para tudo, de ajudar a classe média a investir em educação pré-escolar. Sendo assim, as qualidades de liderança, caráter e capacidade de decidir se tornam mais importantes.

O senador Obama demonstrou essas qualidades ao longo de mais de duas décadas de serviço público, não apenas no Senado dos Estados Unidos mas em Illinois, onde ele ajudou a transformar comunidades, ensinou lei constitucional e foi autoridade estadual eleita durante 8 anos. E o senador Obama tem demonstrado as mesmas qualidades hoje. Ele construiu um movimento que está mudando a face da política neste país e demonstrou uma capacidade especial de inspirar os jovens - conhecidos pelo voluntarismo, mas que rejeitam a política tradicional - e de interessá-los no processo político-partidário.

Passei os últimos três anos no sistema de escolas públicas de Nova York e tenho três filhas adolescentes. Temos uma geração a caminho que é esperançosa, trabalha duro, é inovadora e criativa. Mas muitos desta geração estão desesperançosos, derrotados e desengajados. Como pais, temos a responsabilidade de fazer com que nossas crianças acreditem em si e no poder de mudar o futuro. O senador Obama inspira minhas crianças e meus pais com este sentimento de possibilidade.

O senador Obama faz uma campanha digna e honesta. Ele fala de forma eloquente do papel da fé em sua vida e deixou isso à mostra em dois livros que escreveu. E, na questão da capacidade de decidir, Barack Obama acertou na decisão mais importante de nosso tempo, ao se opor à guerra do Iraque desde o começo.

Eu quero um presidente que entenda sua responsabilidade de articular uma visão e encorajar outros a alcançá-la; que mantenha e faça manter os padrões éticos mais altos; que apele à esperança daqueles que ainda acreditam no sonho americano e àqueles ao redor do mundo que ainda acreditam no ideal americano; e que pode elevar nosso espírito e fazer que acreditemos novamente que nosso país precisa de todos nós.

Nunca tive um presidente que me inspirasse da forma que as pessoas me dizem que meu pai os inspirou. Mas, pela primeira vez, acredito que encontrei um homem que poderia ser aquele presidente - não apenas para mim, mas para uma nova geração de americanos."

PUBLICADO NO NEW YORK TIMES DE 27/01/2008

Agora as informações da prévia de ontem, mais uma vez excelentes informações do Luiz Carlos Azenha, o blog dele esta ai ao lado:

WASHINGTON - 20:40 - Barack Obama vai vencer as prévias da Carolina do Sul com mais de 50% dos votos. Com 93% dos votos contados, ele tem o dobro da votação de Hillary Clinton: 55% a 26%. John Edwards está em terceiro com 18%. Além de vencer de forma esmagadora entre os negros (com 8 de cada 10 votos), Obama conquistou uma fatia considerável do voto dos brancos (cerca de 25%) e teve grande vantagem entre os eleitores mais jovens, independentemente de serem brancos ou negros. O dia foi marcado por uma desastrosa declaração do ex-presidente Bill Clinton, que atribuiu a vantagem do senador de Illinois ao fato de que ele é negro e o comparou a Jesse Jackson, que quando foi pré-candidato democrata também venceu na Carolina do Sul. Pesquisas de boca-de-urna indicam que a maioria dos democratas (53%) escolheu o candidato que acredita ser capaz de mudar Washington. A vitória por grande vantagem na Carolina, o primeiro estado do sul em disputa, demonstra que Barack Obama tem fôlego para competir na chamada Super Terça-feira, 5 de fevereiro, quando mais de 20 estados vão realizar prévias. Em muitos destes estados o peso dos eleitores negros é grande. Além disso, Obama conquistou o apoio de Caroline Kennedy, que vai publicar um artigo no New York Times deste domingo comparando o senador de Illinois ao pai dela, John Kennedy. "Um presidente como meu pai", é o título do artigo. Ao declarar vitória, Obama disse que tem "a maioria dos votos, a maioria dos delegados e a coalizão mais diversa" de tempos recentes. "Temos jovens e velhos, ricos e pobres, negros e brancos, latinos e índios, democratas de Des Moines, independentes de Concord e até alguns republicanos da zona rural de Nevada, além de jovens de todo o país", afirmou Obama. "Queremos mudança", gritou a multidão em resposta.

Na Flórida, onde os republicanos disputam sua prévia no dia 29, uma péssima notícia para o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que decidiu iniciar sua campanha para valer no estado. O governador da Flórida anunciou seu apoio a John McCain. Uma derrota na Flórida pode acabar com as pretensões de Giuliani, deixando o campo livre para uma decisão entre McCain e o ex-governador de Massachussets, Mitt Romney.


Nenhum comentário: