sábado, 27 de outubro de 2007

Sobre o disco MPB

A notícia que reproduzo abaixo, já tem dois anos é da época do lançamento do disco de que comentaremos. Mas é que somente esses dias pode ouvir o disco todo, a que ela se refere... sei não, mas adorei, sabe aqueles discos que adoramos e pronto. Portanto, se Você gosta ou se interessa por essa tal de MPB- Música Preta Brasileira, reproduzo a notícia e a idéia de ouvir o disco, caso ainda não tenha ouvido. Aliás senão ouviu... que pena, só posso lamentar e recomendar a audição do mesmo.
O bacana desse disco é que a atmosfera é verdadeiramente soul, esse é o grande lance do disco. A tentativa de reprodução da atmosfera daquela época. E em minha modesta opinião, tal feito foi
exitoso. Tem-se até a impressão que foi usado aparelhos daquela época em determinados trechos de música...mas na verdade, os méritos são todos de Sandra, que através da voz modula o ritmo, e efetivamente permite a expressão de seus sentimentos. O disco, por fim funciona também como o rememoramento de uma época, em que o futuro parecia mais interessante do que essa época que vivemos. Por fim apesar de ter como modelo o soul norte-americano, aliás do disco conta com algumas versões e uma canção em inglês o que fica mesmo é uma brasilidade, nos ritmos e até mesmo uma aproximação com os ritmos nordestinos tradicionais. De forma, que ao fim do disco nos sentimos com a alma lavada e renovados com uma música brasileira que já não ouvimos mais.

Abaixo a matéria do site clique music



Sandra de Sá e a música preta brasileira

Cantora descobre novo significado para a sigla MPB em seu disco ao vivo, no qual revê seus 24 anos de carreira




01/03/2004
Marco Antonio Barbosa


Sandra de Sá
Sandra de Sá


Consolidando de vez a retomada em alto estilo de sua carreira, iniciada em 2002 com o álbum Pare, Olhe, Escute - no qual revisitava sucessos da soul music americana vertidos para o português - e que continuou com uma temporada de shows vitoriosa e cheia de convidados, Sandra de Sá não se cansa de defender que a verdadeira MPB não é a Música Popular Brasileira, e sim a Brazilian Black Music. "Há mais de dez anos falo de Música Preta Brasileira. No começo eu até brincava, dizendo que MPB é Música Preta Brasileira", confirma Sandra, que agora lança um disco ao vivo (pela Universal Music) que procura capturar seu bom momento atual.

O nome do álbum não poderia ser diferente: Música Preta Brasileira, registrado em dois shows (apenas para convidados) nas dependências da própria gravadora Universal, na Barra da Tijuca (RJ). No disco, Sandra não apenas procura sintetizar suas idéias sobre a música negra brasileira, mas também revê os principais pontos de sua carreira. Na verdade, uma intenção acaba se confundido com a outra, já que a cantora é legítima herdeira de Tim Maia e "afilhada" de figuras como Cassiano e Hyldon na seara black brazuca. "Há mais de 15 anos que eu luto para tentar gravar um disco assim, que fizesse não apenas uma revisão de minha história mas também lembrasse os grandes momentos de nossa música preta", diz Sandra.

Sandra elabora mais sobre a (sua) MPB: "Nossa música é altamente preta, como lá nos EUA eles têm a black music, nós também fazemos uma série de outros gêneros e estilos, só que com muito suingue. Aqui é o país do suingue, essa é uma bandeira que eu levantei há muito tempo e não canso de lutar por ela." Sobre a revisão de carreira - são 24 anos de estrada profissional - Sandra de Sá diz que o disco ao vivo é a maneira ideal de celebrar sua trajetória. "Quando assinei com a Universal em 2002, num contrato para dois discos, fiz questão de garantir que um deles fosse gravado ao vivo. Eu sempre quis gravar um CD assim. A todas as gravadoras pelas quais passei, sugeri fazer um disco ao vivo como este, mas nunca toparam e eu até já me indispus por causa disso", fala a cantora.

Todos os sucessos de Sandra estão no álbum. Desde a precursora Demônio Colorido, defendida pela cantora no festival MPB-80 (em 1980), seu primeiro sucesso, chegando às músicas gravadas em Pare, Olhe, Escute - versões como Nada Mais (Lately, de Stevie Wonder) e Qual É (What's Going On, Marvin Gaye). No meio, hits como Bye-bye Tristeza, Retratos e Canções, Olhos Coloridos e Sozinha (versão pessoal para o sucesso Sozinho, de Peninha). "O disco é um resumo do show que estamos fazendo desde o ano passado. Acho que todo a gravação deveria ser assim: entrar em estúdio para os grandes momentos que já foram apresentados ao vivo. A espontaneidade é tudo", conta Sandra, falando que gosta de simular o calor do palco:"Peço para desligarem o ar-condicionado, visto casacos e cachecóis para suar bastante e criar a sensação de que estou no palco junto à vibração do público".

Assim como nos shows, o disco Música Preta Brasileira tem a participação de vários convidados especiais: Gabriel o Pensador (que co-assina Boralá com Sandra), Toni Garrido, Luciana Mello e Alcione. "Não passa de uma grande confraternização entre amigos. Esse ditado de que no trabalho temos que separar as coisas não funciona comigo. Só trabalho com quem me identifico", fala a cantora. "Já cansei de cantar com todos eles em shows, o Gabriel gravou comigo, a Alcione é minha amiga há mais de vinte anos..." Sandra de Sá também presta sua homenagem à nata da música negra nacional regravando Tim Maia (Vale Tudo), Hyldon (As Dores do Mundo) e o clássico da negritude Black Is Beautiful (esta junto a Luciana e Alcione). "Esses caras todos mereciam uma estátua em praça pública. E o pior é que eles acabam sumindo. Ninguém ouve mais falar de Cassiano, Hyldon, Simonal. É uma discriminação, um crime", protesta Sandra.

O álbum, que também ganhará versão em DVD, inaugura a parceria da Universal com o canal de TV paga Multishow. O projeto ganha lançamento de gala no dia 24 de março, quando o canal exibe a versão integral do espetáculo (com 22 músicas, o mesmo conteúdo do DVD), além do making-of da coisa toda. O especial leva a direção de Belisário Franca e Jorge Espírito Santo. Em abril, quando o DVD chegar às lojas, Sandra sai em excursão. No que depender da cantora, os shows também trarão os convidados presentes no CD. "A dificuldade é conciliar as agendas, às vezes fica inviável. Mas quando não dá para trazer todo mundo, a solução é convidar algum outro artista com que também me identifico", diz. Zélia Duncan e Wilson Simoninha são exemplos de artistas que já subiram ao palco neste projeto ao lado de Sandra.
* Colaborou Mônica Loureiro

http://cliquemusic.uol.com.br/br/Acontecendo/Acontecendo.asp?Nu_Materia=4187

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