sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Poesia para toda parte

Poesia para toda parte pretende ser uma seção desse blog. Afinal sem poesia somos incompletos.

Para iniciarmos, o poema de uma jovem poeta belo horizontina.

desse e de outros setembros

Para os dias que param
frenéticos e sonolentos

Para as noites que não adormecem (às quatro horas da manhã)
Para as manhãs que adornam as horas com gosto de café e suplícios de erva-doce

Para a solidão de horas a fio passadas no parar dos olhos que não são
... não sabem, simplesmente...
Para os olhos de água, olhos vermelhos

Para o torpor das manhãs (des)inebriadas
pela falta, pela (des)sabedoria...
que não deixa de ser esse entender das coisas todas
esse sofrer pelas manhãs
essa falta das pernas
dos braços

Para as mãos que suplicam (in)sanidade
e (des)instabilidade...
as mãos ora trêmulas, ora frenéticas, ora autistas, ora molhadas
da mesma água dos olhos

As mãos que sabem, que ouvem (mais que os ouvidos)
Da sabedoria que só quer saber de poesia
por ora dilacerada pela antropologia (que pretende poesia!)

(Ainda procuro algum modo de ser ave
por ora me contento com o vento batendo no rosto
e o gosto de mais um setembro
e as lembranças, os desejos, os ensejos)

(Capitu)

Nenhum comentário: