sábado, 6 de setembro de 2008

Sobre a Fump

Veja ai um belo texto do nosso velho amigo Barba. Sobre o conteúdo do texto concordo com o Barba, também fui vítima da insensatez da FUMP. Mas por outro lado, me preocupa como ficará a assistência ao menos afortunados da UFMG. Lembro que quando estava no Mov. estudantil, o CACS posicionou-se contra o fechamento da FUMP, pois como a maioria do movimento entendíamos que ela era um mal, más ao contrário da maioria que era um mal necessário.
Que fique de aprendizado para os doutos da FUMP que jamais aceitaram sentar com a parte mais sensata do mov. estundantil e pensar em soluções outras. De forma objetiva minhas maiores críticas eram:
1- a FUMP aliás como a FUNDEP havia virado uma empresa dentro da UFMG e nesse sentido ambas perderam a razão de ser. No caso da FUNDEP a questão é gravíssima haja visto que seus funcionários são a parte não concursado e com benefícios maravilhosos... vamo parando por aqui antes que fale algo....
Fiquem com o texto do Barba, aliás sempre bem escrito e claro:

Adiós FUMP

Setembro 3, 2008

A Fundação Universitária Mendes Pimentel foi criada com o intuito de prover assistência aos estudantes carentes da UFMG - sim, eles existem, porque que as universidade federais sejam ambientes “elitizados”, não é todo mundo aqui que fez cursinho de R$ 1000 por mês ou ganhou carro do papai ao ser aprovado.

Acontece que, nos meus quase 10 anos de UFMG (colégio técnico, graduação e mestrado) eu venho observando o que parece ser a precarização dos serviços oferecidos pela Fundação em contraposição ao aumento da taxa da Contribuição ao Fundo de Bolsas - que p*rra, de “contribuição” não tem nada, é obrigatória para quem quer se matricular. É principalmente com os recursos do CFB que a FUMP mantém seus projetos.

As coisas têm andado relativamente sob controle por aqui no quesito financeiro, mas não foi sempre assim. E o fato de eu não poder contar com ajuda externa em momentos de penúria sempre criou situações difíceis. Uma vez, numa dessas fases de absoluta falta de dinheiro, busquei a FUMP para tentar não pagar a tal “contribuição”.

Achei impressionante a rigidez administrativa com a qual eles “resolveram” o problema. Eu, que contribui para o Fundo de Bolsas durante toda a minha graduação, me senti tratado com alguém que estava pedindo um “favor” absurdo à Fundação - tipo, dinheiro emprestado pra comprar birita. Claro, além de uma série de percalços que foram minha culpa (ou do destino) nesse episódio, me espantou a má vontade coma qual a FUMP lida com a assistência estudantil.

Isso se cristalizou para mim quando uma colega teve sua assistência cortada porque um membro da família passou a receber um salário mínimo. A justificativa é que esse pagamento aumentou a renda média do grupo familiar dela, logo ela não precisava mais ser auxiliada pela FUMP. Ela, de carente, passou inclusive a contribuir com o FB.

Não busco aqui questionar a administração da FUMP em si. Os companheiros comunistas sempre insistiram em contas escabrosas em algumas gestões da Fundação, mas não acho que é o mérito entrar em detalhes ou fazer quaisquer julgamentos sobre isso. O papel de uma fundação assistencial é importante, ponto.

Mas, no meu ponto de vista, a FUMP se burocratizou a tal nível que o objetivo principal passou a ser superavitário e não assistencial. Da casa dos 90 reais em 2001, a Contribuição ao Fundo de Bolsas chega até R$194,50 hoje. Acho que sim, a grande maioria de quem estuda na UFMG tem condições de pagar e que é justo usar os recursos de quem pode para auxiliar os estudos de quem não pode. Mas e então? Todos têm recursos para pagar exatamente isso? O superávit da Fundação, que cresce ano a ano, não permitiria diminuir essa taxa ou, ao menos deixar de corrigi-la [de maneira abusiva]?

Agora parece tarde demais para levar esse tipo de discussão adiante. Semana passada me foi encaminhado o seguinte comunicado por e-mail:

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OFÍCIO GR. No 366/2008 Belo Horizonte, 26 de agosto de 2008.

n. 157, em 22 de agosto de 2008,

Senhora Diretora,

comunico a V.Sa. que, a partir dessa data, para efetivação da matrícula semestral regular, não se exige mais, nesta Universidade, a apresentação do boleto, devidamente quitado, referente à Contribuição ao Fundo de Bolsas.De ordem do Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Professor Ronaldo Tadêu Pena, tendo em vista a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas do País, divulgada no Diário da Justiça Eletrônico,

Tal definição será válida até que ocorra novo posicionamento do STF sobre a matéria.

Na certeza de sua plena colaboração, cumprimento-a,

Atenciosamente,

Profa. Maria Elisa de Souza e Silva

Chefe de Gabinete

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Ou seja: ninguém precisa comprovar que pagou a CFB para se matricular. A respeito disso, a FUMP informa em seu site,

Embora a CFB não seja mais pré-requisito para efetivação da matrícula, a Fump continua contando com a solidariedade dos alunos que podem fazer a contribuição voluntária ao fundo de bolsas.

Acho que vão ter que cativar os calouros. Quem já passou algum constrangimento em relação a “contribuição” à FUMP não se sentirá muito solidário. Espero que isso implique em outra mudança no modo de gestão da Fundação que não seja apenas o arrocho de despesas.

Eu é que não dou mais um centavo.

fonte: http://faire-savoir.info/2008/09/03/adios-fump/#comments

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