Que fique de aprendizado para os doutos da FUMP que jamais aceitaram sentar com a parte mais sensata do mov. estundantil e pensar em soluções outras. De forma objetiva minhas maiores críticas eram:
1- a FUMP aliás como a FUNDEP havia virado uma empresa dentro da UFMG e nesse sentido ambas perderam a razão de ser. No caso da FUNDEP a questão é gravíssima haja visto que seus funcionários são a parte não concursado e com benefícios maravilhosos... vamo parando por aqui antes que fale algo....
Fiquem com o texto do Barba, aliás sempre bem escrito e claro:
Adiós FUMP
Setembro 3, 2008
A Fundação Universitária Mendes Pimentel foi criada com o intuito de prover assistência aos estudantes carentes da UFMG - sim, eles existem, porque que as universidade federais sejam ambientes “elitizados”, não é todo mundo aqui que fez cursinho de R$ 1000 por mês ou ganhou carro do papai ao ser aprovado.
Acontece que, nos meus quase 10 anos de UFMG (colégio técnico, graduação e mestrado) eu venho observando o que parece ser a precarização dos serviços oferecidos pela Fundação em contraposição ao aumento da taxa da Contribuição ao Fundo de Bolsas - que p*rra, de “contribuição” não tem nada, é obrigatória para quem quer se matricular. É principalmente com os recursos do CFB que a FUMP mantém seus projetos.
As coisas têm andado relativamente sob controle por aqui no quesito financeiro, mas não foi sempre assim. E o fato de eu não poder contar com ajuda externa em momentos de penúria sempre criou situações difíceis. Uma vez, numa dessas fases de absoluta falta de dinheiro, busquei a FUMP para tentar não pagar a tal “contribuição”.
Achei impressionante a rigidez administrativa com a qual eles “resolveram” o problema. Eu, que contribui para o Fundo de Bolsas durante toda a minha graduação, me senti tratado com alguém que estava pedindo um “favor” absurdo à Fundação - tipo, dinheiro emprestado pra comprar birita. Claro, além de uma série de percalços que foram minha culpa (ou do destino) nesse episódio, me espantou a má vontade coma qual a FUMP lida com a assistência estudantil.
Isso se cristalizou para mim quando uma colega teve sua assistência cortada porque um membro da família passou a receber um salário mínimo. A justificativa é que esse pagamento aumentou a renda média do grupo familiar dela, logo ela não precisava mais ser auxiliada pela FUMP. Ela, de carente, passou inclusive a contribuir com o FB.
Não busco aqui questionar a administração da FUMP em si. Os companheiros comunistas sempre insistiram em contas escabrosas em algumas gestões da Fundação, mas não acho que é o mérito entrar em detalhes ou fazer quaisquer julgamentos sobre isso. O papel de uma fundação assistencial é importante, ponto.
Mas, no meu ponto de vista, a FUMP se burocratizou a tal nível que o objetivo principal passou a ser superavitário e não assistencial. Da casa dos 90 reais em 2001, a Contribuição ao Fundo de Bolsas chega até R$194,50 hoje. Acho que sim, a grande maioria de quem estuda na UFMG tem condições de pagar e que é justo usar os recursos de quem pode para auxiliar os estudos de quem não pode. Mas e então? Todos têm recursos para pagar exatamente isso? O superávit da Fundação, que cresce ano a ano, não permitiria diminuir essa taxa ou, ao menos deixar de corrigi-la [de maneira abusiva]?
Agora parece tarde demais para levar esse tipo de discussão adiante. Semana passada me foi encaminhado o seguinte comunicado por e-mail:
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OFÍCIO GR. No 366/2008 Belo Horizonte, 26 de agosto de 2008.
n. 157, em 22 de agosto de 2008,
Senhora Diretora,
comunico a V.Sa. que, a partir dessa data, para efetivação da matrícula semestral regular, não se exige mais, nesta Universidade, a apresentação do boleto, devidamente quitado, referente à Contribuição ao Fundo de Bolsas.De ordem do Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Professor Ronaldo Tadêu Pena, tendo em vista a decisão do Supremo Tribunal Federal que proibiu a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas do País, divulgada no Diário da Justiça Eletrônico,
Tal definição será válida até que ocorra novo posicionamento do STF sobre a matéria.
Na certeza de sua plena colaboração, cumprimento-a,
Atenciosamente,
Profa. Maria Elisa de Souza e Silva
Chefe de Gabinete
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Ou seja: ninguém precisa comprovar que pagou a CFB para se matricular. A respeito disso, a FUMP informa em seu site,
Embora a CFB não seja mais pré-requisito para efetivação da matrícula, a Fump continua contando com a solidariedade dos alunos que podem fazer a contribuição voluntária ao fundo de bolsas.
Acho que vão ter que cativar os calouros. Quem já passou algum constrangimento em relação a “contribuição” à FUMP não se sentirá muito solidário. Espero que isso implique em outra mudança no modo de gestão da Fundação que não seja apenas o arrocho de despesas.
Eu é que não dou mais um centavo.
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