Hoje é 13 de maio dia da Abolição. Historicamente os Movimentos Negros organizados não comemoram essa data, dando preferência a data de 20 de novembro, dia da consciência negra.
Em minha opinião de fato a Abolição nunca chegou a se concretizar como projeto, no entanto não devemos desprezar a data de hoje e sim utilizá-la como mais um dia de protesto.
Abaixo uma série de matérias produzidas pela Folha de S. Paulo:
Em minha opinião de fato a Abolição nunca chegou a se concretizar como projeto, no entanto não devemos desprezar a data de hoje e sim utilizá-la como mais um dia de protesto.
Abaixo uma série de matérias produzidas pela Folha de S. Paulo:
Folha de São Paulo, 13 de maio de 2008.COTIDIANONegro ainda vive em região de porto, diz IBGEPesquisa mostra alta concentração de pretos e pardos próximos aos portos que atuaram como receptores de escravos Governo pretende usar dados do instituto para produzir políticas que visem a inclusão e a redução da desigualdade racial no país EDUARDO SCOLESEANGELA PINHODA SUCURSAL DE
BRASÍLIA A distribuição da população negra no Brasil reflete ainda hoje a ocupação do país durante o período da escravidão, como mostra estudo feito pelo IBGE a pedido da Secretaria Especial da Igualdade Racial da Presidência da República.A partir dos dados do Censo de 2000, os pesquisadores apontaram uma coincidência entre a alta concentração de população negra (pretos e pardos autodeclarados ao IBGE) e os portos que atuaram como receptores de escravos: São Luís (MA), Salvador (BA), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ).A capital fluminense tem 9,4% de pretos e 30,8% de pardos, enquanto Porto Alegre (RS) tem apenas 8,7% de pretos e 7,8% de pardos.O trabalho do IBGE, obtido pela Folha, aponta ainda a permanência dos negros em regiões para as quais eles se deslocaram de acordo com o desenvolvimento da economia durante a escravidão, como o litoral nordestino e o interior do Maranhão e do Piauí."Esse mapa possibilita a identificação espacial da população negra no Brasil, e isso certamente vai ajudar os nossos gestores a produzir políticas públicas que visem a inclusão e a redução da desigualdade racial no país", disse à Folha o ministro Edson Santos (Igualdade Racial).Hoje, em cerimônia no Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o mapa das mãos do ministro. No mesmo evento, será
lançado um selo-postal em comemoração aos cinco anos de criação da Secretaria Especial da Presidência.Sob Lula, será a primeira vez que o 13 de Maio será tema de solenidade oficial. Há, no movimento negro, correntes que não vêem motivos para comemorar essa data, pelo fato de, segundo eles, a Lei Áurea,assinada 120 anos atrás pela princesa Isabel, não ter abolido de fato a escravidão no Brasil."É um processo incompleto. Mas a abolição foi um marco em nossa história. Nós deixamos de ser tratados enquanto coisas no Brasil e é evidente que isso foi uma vitória", afirma o ministro. "O movimento abolicionista colocou em xeque o poder no Brasil. Foi um movimento amplo. Há de se celebrar e de se reverenciar a data do 13 de Maio", completa. Atos retomam discussão sobre cotas para negros DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A questão das cotas para negros em universidades ganhou fôlego nos
últimos dias em razão de manifestações de grupos favoráveis e contrários à política.As ações se concentram na Câmara dos Deputados, onde tramita projeto de lei que institui a política de cotas, e no STF (Supremo Tribunal Federal), que vai julgar duas ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema.Hoje, defensores das cotas vão à Câmara pedir a aprovação do projeto -sem ele, são as universidades que decidem se adotam ou não o sistema, o que dá margem a contestações judiciais.À tarde, eles entregam um manifesto com mais de 400 assinaturas ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em que pedem a rejeição das ações contra as cotas. Entre os signatários estão o arquiteto Oscar Niemeyer e o ator Lázaro Ramos.As ações contestam as cotas no ProUni (Programa Universidade para Todos) e em vestibulares de universidades estaduais do Rio de Janeiro.O julgamento começou no dia 2 de abril, mas foi interrompido por um pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa. O voto do relator,
Carlos Ayres Britto, foi a favor das cotas. ContráriosNo dia 30, um grupo de oito pessoas entregou ao presidente do STF um documento contra as cotas.Intitulado "Cento e treze cidadãos anti-racistas contra as leis raciais", o documento tem entre os signatários Caetano Veloso e ex-primeira-dama Ruth Cardoso.O texto diz que a política de cotas, defendida pelo Ministério da Educação, cria uma falsa divisão entre negros e brancos.Para os favoráveis às cotas, a reserva de vagas segue o princípio constitucional que coloca entre os objetivos fundamentais do
Brasil "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais". ONG premia defensores da inclusão de negros Afrobrás entregou medalhas a personalidades como a ministra do Turismo e o secretário de Igualdade Racial RICARDO WESTINDA REPORTAGEM LOCAL O aniversário da abolição da escravatura foi lembrado ontem à noite em São Paulo num evento em que a ONG Afrobrás entregou medalhas a
mais de uma dezena de personalidades que foram importantes para a inclusão dos negros na sociedade. Entre os homenageados, estiveram a ministra Marta Suplicy (Turismo) e o secretário nacional Edson Santos (Igualdade Racial). Ambos defenderam o sistema de cotas para negros, adotado em diversas universidades públicas."Há polêmica na questão das cotas", disse Santos, referindo-se às várias ações na Justiça contra esse sistema. "Mas o governo não vai baixar o nível. Tenho certeza de que tanto os negros como toda a sociedade brasileira ganharão com isso."Logo em seguida, Marta lembrou a época em que era estudante nos EUA. "Foi há quase 40 anos. Me puseram numa classe dos primeiros cotistas americanos negros. Eles ingressaram na universidade graças à cota. Também não foi fácil lá. Houve muita resistência. Depois desses 40 anos, fui vendo como os cidadãos americanos negros, graças às cotas, foram ocupando lugares de prestígio. E hoje há um pré-candidato negro à Presidência."Marta, que é a possível candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, lembrou que, em seu mandato, o 20 de novembro tornou-se o feriado do Dia da Consciência Negra na cidade.A cerimônia da entrega das medalhas do mérito cívico afro-brasileiro foi realizada na sede da Unipalmares (Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares), na zona oeste. A universidade, a primeira no país voltada para a inclusão dos negros no ensino superior, tem a Afrobrás como mantenedora.Também receberam a medalha o ator e cantor Toni Tornado, a atriz Neuza Borges, os desembargadores Ericksson Gavassa Marques e Otávio Augusto Toledo e a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães Castro , entre outras personalidades.O governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) também foram homenageados, mas não compareceram.
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