SOMOS TODOS GAZA
Acima o selo símbolo da campanha SOMOS TODOS GAZA em apoio aos PALESTINOS e sua FREEDOM PALESTINE
Esse blog tem mantido nos últimos dias um silêncio proposital em relação aos ataques Israelitas a os Palestinos. A razão é muito simples, meu sentimento em relação aos israelitas é impublicável e em momentos como esse devemos recolher, racionalizar e expulsar nossos demônios interiores chamados preconceito e discriminação.
O HOLOCAUSTO PALESTINO
Já disse aqui e algures que nessa história toda o que mais me causa mais espécime e o campo de concentração em que foi transformada Gaza, com direito a racionamento de alimento e muro separatório. Isso sim me espanta, como pode em menos de 40 anos (já que a atual política iniciou-se em 2000) um povo fazer com o outro aquilo mesmo de que fora vítima. Como é odiosa a politica Israelita de bloqueio à entrega internacional de alimentos e remédios aos habitantes de Gaza. Quatro de cada cinco habitantes de Gaza dependem dessas entregas para sobreviver. Como é odioso o apoio incondicional do governo norte-americano a essa política. Como é odioso o silêncio obsequioso das demais potencias mundiais. Como é odioso pensar que aceitamos todos calados a essa guetizização da Palestina. Esse aprisionamento compulsório de homens, mulheres, velhos e crianças. Como é odiosa a cobertura midiática que se limita a noticiar (isso quando por opção política prefere omitir-se) tamanho massacre como se fosse algo natural. Que tenta transformar em algo criminoso a legítima e necessária resistência Palestina a esse estado de coisas. Que chancela a transformação de uma ato de resistência em ato terrorista e pior utiliza essa resistência como pretexto para um maior massacre. Como é odioso esse genocídio. Aliás tão odioso como as dezenas ou centenas de genocídios diários em Africa.
Como comecei o texto querendo controlar meus demônios internos, segue abaixo uma demonstração de que um povo é múltiplo e diverso e que seus governantes não falam por todos.
Amira Haas, a jornalista israelense filha de dois sobreviventes do Holocausto que vive entre Cisjordânia e Gaza. Veja sua opinião corajosa sobre os ataques:
O departamento de defesa israelense, na segunda-feira, foi rápido em afirmar o sucesso da escalada de boicote contra Gaza: vejam, o número de foguetes qassam disparados contra Israel diminuiu. No momento em que estas linhas forem publicadas, eles já terão trazido outro axioma lógico: desde que renovamos o fornecimento de diesel, os palestinos voltaram a disparar qassams. A conclusão: continuemos com a escalada. A lógica da escalada é a essência da política do ministro da Defesa, Ehud Barak, e muitos israelenses a compram.
Barak era o primeiro ministro em setembro de 2000, quando as Forças de Defesa de Israel responderam com outra escalada a demonstrações contra o ocupante israelense jogando pedras: abriram fogo contra civis, incluindo crianças. Não surpreende que os palestinos não tenham aprendido a lição e tenham adotado eles próprios uma escalada tática. É como chegamos ao ponto em que estamos agora: foguetes caseiros de todo tipo. A resposta de Israel é mais uma escalada punitiva.
Piorar a vida de quem vive em Gaza é de uma estupidez sem tamanho.
O departamento de defesa israelense, na segunda-feira, foi rápido em afirmar o sucesso da escalada de boicote contra Gaza: vejam, o número de foguetes qassam disparados contra Israel diminuiu. No momento em que estas linhas forem publicadas, eles já terão trazido outro axioma lógico: desde que renovamos o fornecimento de diesel, os palestinos voltaram a disparar qassams. A conclusão: continuemos com a escalada. A lógica da escalada é a essência da política do ministro da Defesa, Ehud Barak, e muitos israelenses a compram.
Barak era o primeiro ministro em setembro de 2000, quando as Forças de Defesa de Israel responderam com outra escalada a demonstrações contra o ocupante israelense jogando pedras: abriram fogo contra civis, incluindo crianças. Não surpreende que os palestinos não tenham aprendido a lição e tenham adotado eles próprios uma escalada tática. É como chegamos ao ponto em que estamos agora: foguetes caseiros de todo tipo. A resposta de Israel é mais uma escalada punitiva.
Piorar a vida de quem vive em Gaza é de uma estupidez sem tamanho.
Ps: Um pouco sobre Amira Haas
Amira Hass foi a primeira e única jornalista judia israelense a se instalar no território palestino ocupado pelas forças israelenses. Seu trabalho como correspondente do Haaretz, o principal jornal liberal do país, começou em 1993 na Faixa de Gaza. De lá foi para Ramalá. “Me chamam de correspondente para assuntos palestinos; na verdade, deviam dizer que sou especialista em ocupação israelense”, diz ela.
Uma série de reportagens e colunas escritas por Amira entre 1997 e 2002 para o Haaretz foram recolhidas no livro Crónicas de Ramala, inédito em português e publicado em espanhol pela editora Gutenberg Galaxy Madrid (2004). Os textos são um grito contra o sofrimento da guerra; expressam a opinião de uma jornalista independente e muitas vezes indignada com a dominação imposta aos palestinos por seu país. “A existência de Gaza explica toda a saga do conflito palestino-israelense”, afirma. “É a contradição do Estado de Israel: democracia para uns e exclusão para outros“.
Impedidos por lei de circular livremente, os palestinos são forçados a um regime de confinamento e toque de recolher. Tornaram-se habituados a viver em perigo constante, porque, onde quer que estejam, estão na mira de armas israelenses. Em certa ocasião, um menino, intrigado com o onipresença militar, perguntou à jornalista: “Os judeus já foram bebês como nós, ou já nascem crescidos, de uniforme e metralhadora?”
Amira nasceu em Jerusalém no ano de 1956. Estudou história na Universidade Hebraica e em Tel Aviv, recebeu prêmios do Instituto Internacional de Imprensa e da UNESCO por seu jornalismo independente e de denúncia.
Uma série de reportagens e colunas escritas por Amira entre 1997 e 2002 para o Haaretz foram recolhidas no livro Crónicas de Ramala, inédito em português e publicado em espanhol pela editora Gutenberg Galaxy Madrid (2004). Os textos são um grito contra o sofrimento da guerra; expressam a opinião de uma jornalista independente e muitas vezes indignada com a dominação imposta aos palestinos por seu país. “A existência de Gaza explica toda a saga do conflito palestino-israelense”, afirma. “É a contradição do Estado de Israel: democracia para uns e exclusão para outros“.
Impedidos por lei de circular livremente, os palestinos são forçados a um regime de confinamento e toque de recolher. Tornaram-se habituados a viver em perigo constante, porque, onde quer que estejam, estão na mira de armas israelenses. Em certa ocasião, um menino, intrigado com o onipresença militar, perguntou à jornalista: “Os judeus já foram bebês como nós, ou já nascem crescidos, de uniforme e metralhadora?”
Amira nasceu em Jerusalém no ano de 1956. Estudou história na Universidade Hebraica e em Tel Aviv, recebeu prêmios do Instituto Internacional de Imprensa e da UNESCO por seu jornalismo independente e de denúncia.
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