domingo, 6 de julho de 2008

Viva o LEÃO DO BONFIM, 100 ANOS DE RESISTÊNCIAS E GLÓRIA

Como cruzeirense fanático rendo minha homenagem ao Villa Nova nesse seu centenário, comemorado no mesmo ano em que San Lorenzo da Argentina, Inter de Milano. Acima de tudo rendo minhas homenagens ao torcedor vilanovense, dos mais fanáticos.
Viva o glorioso Villa Nova de Nova Lima, 100 anos de resistência.
Abaixo uma entrevista com o historiador oficial do Clube, publicado no blog Páginas Heróicas ligado a torcedores do Maior de Minas.

Wagner Augusto, o historiador do Villa

5 Julho 2008

O Villa Nova fez 100 anos em 28 de junho. Como parte das homenagens, o PHD entrevistou, por e-mail, o jornalista Wagner Augusto Álvares de Freitas, autor do livro Villa Nova, 100 Anos de Glória em Vermelho e Branco, que conta a história do Leão do Bonfim.

  1. Fale de você e de sua família - Sou Wagner Augusto Álvares de Freitas, mineiro de Pará de Minas, nascido a 5 de julho de 1967. Meus pais são Maria das Graças Álvares Ferreira de Freitas e Pedro José de Freitas. Minha mãe nunca trabalhou fora e meu pai é metalúrgico aposentado. Não tenho irmãos. Resido, desde fevereiro de 1971, no Bairro Novo Eldorado, em Contagem-MG.
  2. O que e onde vc estudou? Onde trabalha? Sou graduado em Jornalismo pela Fafi-BH, atual Uni-BH, e pós-graduado em História Moderna e do Brasil, pela Fafi-BH, e em Administração Municipal, pela Fundação João Pinheiro. Trabalho como jornalista na Diretoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Betim desde 15 de dezembro de 1995 (sou servidor efetivo) e como assessor de imprensa do Villa desde 3 de janeiro de 2003. Além disso, presto assessoria para alguns atletas (o atacante Afonso Alves é o mais famoso deles).
  3. Quando começou a torcer pelo Villa? Como dizia Nelson Rodrigues em relação ao clássico Fla-Flu, sou villa-novense há 40 mil anos antes do nada.
  4. Quando começou a pesquisar a história do Villa? Quanto tempo durou a pesquisa? Minha relação com o futebol e com o Villa é bem antiga. O interesse pela história sempre esteve presente na minha vida desde tenra idade. Há 30 anos, pelo menos, guardo revistas, livros, jornais e informações gerais sobre esse esporte apaixonante. O trabalho de sistematização do livro, porém, começou somente em agosto de 2006, quando decidi colocar em prática o sonho que sempre acalentei, que era o de registrar um pouco da história do Villa num livro. A partir daí, sempre contando com o apoio do atual presidente João Bosco Pessoa, passei a pesquisar em bibliotecas os muitos dados que ainda não tinha nos meus arquivos para formatar o livro.
  5. Fale sobre o livro sobre o Villa. O Villa é sinônimo de emoção. E é dessa forte emoção despertada no povo de Nova Lima que o clube retira a seiva que o mantém vivo. Há um samba, gravado por Gilberto Alves, no Rio, em 1953, e que é uma espécie de hino extra-oficial do time, adaptado pela torcida, que diz muito sobre a alma do Leão: “Quem falou que o Villa morreu, se enganou. O Villa não morreu, nem morrerá. Deixa a danada da língua do povo falar”. O Villa é o único clube efetivamente comunitário do Brasil, cuja existência desfia a lógica mercantilista do futebol profissional vigente no mundo. O que deixa claro, também, que o Villa tem uma história calcada na resistência. Esse é o fio condutor da narrativa.
  6. Quem o editou, quantas páginas tem, quanto custa e como (ou onde) se pode comprá-lo? Cobrei o escanteio e fiz o gol de cabeça: sou o redator, o revisor, o fotógrafo de muitas imagens e o mais doído de tudo: o editor. São 616 páginas (16 é Leão no jogo do bicho) em papel couché 90g, capa em papel cartão supremo 250g, com laminação fosca e verniz localizado. O livro tem cerca de 300 fotos históricas, de 1908 a 2008, todas em p&b.
  7. Conte três passagens interessantes, relatadas no livro- O macumbeiro venal, Zico, não! e O presidente que deu a vida pelo Villa [cada história estará num post à parte nos próximos dias]
  8. Quais os maiores jogos da história do Villa? E os títulos mais importantes? Villa 9×0 Sport, 05nov33, título mineiro de 1935; Villa 1×0 Atlético, 30set34, título mineiro de 1934; Vespasiano 1×2 Villa, 13nov35, título mineiro de 1935; Villa 1×0 Atlético, 27jan52, título mineiro de 1951; Villa 2×1 Remo, 22dez71, título brasileiro da 2ª Divisão de 1971; América 1×2 Villa, 13abr77, título do Torneio Incentivo de MG; Villa 4×0 Araxá, título Módulo II do Mineiro de 1995; Villa 2×1 Cruzeiro, 1ª partida da decisão do Mineiro de 1997; Cruzeiro 1×0 Villa, 22jun97, 2ª partida da decisão do Mineiro de 1997, recorde de público em Minas Gerais com 132.834 torcedores no Mineirão; Villa Nova 3 x 1 Uberaba, 20nov06, título da Taça Minas Gerais; Villa 0(5)x 0(4) América, 29jun06, título da Copa Integração, categoria juniores.
  9. Qual é o seu Villa de Todos os Tempos? Arizona; Zezé Procópio, Anísio Clemente, Luizinho e Eberval; Lito, Geninho e Vaduca; Búfalo Gil, Perácio e Escurinho. Técnico: Martim Francisco
  10. Quem foram os maiores dirigentes do Leão do Bonfim? Entre tantos, Castor Cifuentes, que ajudou a consolidar o profissionalismo no futebol em Minas Gerais, Osvaldo Mello, que, entre outros gestos de grandeza, doou a sede histórica do Villa e Jairo Gomes, ex-presidente e eterno ministro sem pasta do clube.
  11. E os maiores beneméritos? Januário Carneiro, Ignácio Ballesteros e Natalício Carsallade, entre tantos.
  12. As perspectivas para o futuro do Villa são boas? Que lugar o clube, que no início dos Anos 1930, foi o mais importante de Minas deve ocupar nas próximas décadas? O clube passa por um momento de equilíbrio, após o ressurgimento pós-queda à Segundona, em 1994. Um futuro promissor, com as glórias do passado, é o objetivo de todos nós alvirrubros. Para isso é fundamental a construção do CT, em Honório Bicalho, e do novo estádio, no Bairro Cabeceiras. Se essas obras forem de fato efetivadas, o Villa estará pronto para lutar novamente pelo título mineiro e pelo acesso à Série A do Brasileirão. Somente Atlético e Cruzeiro são inalcançáveis em Minas. O Ipatinga não sobrevive mais cinco anos e o América, digo isso com tristeza, tem um futuro complicado pela frente.
  13. Como contornar a perda de torcedores jovens em Nova Lima? É possível reverter esta tendência? Sim, com a conquista de títulos e a montagem de equipes fortes para atuar o ano inteiro. O grande inimigo da maioria esmagadora dos clubes brasileiros é o calendário, que privilegia os 40 times das Séries A e B e deixa os demais à mingua. Como agregar novos torcedores sem entrar em campo? O Villa só joga cinco meses por ano. O que o torcedor vai fazer nos longos intervalos sem partidas do Leão? A resposta é óbvia: vai ligar a TV ou ir ao Mineirão torcer por Atlético ou Cruzeiro.
  14. Quais os maiores Cruzeiro x Villa da história? Da minha história, são dois. O jogo de ida da final do Mineiro, em 1997, em que o Leão venceu por 2×1, com o Alçapão lotado e sem que fosse derramada uma única gota de sangue. E o 2×2 do dia 4 de fevereiro de 2007, em que a PM causou uma confusão enorme e o Villa é que acabou sendo punido. Da história geral, destaco as grandes goleadas aplicadas pelo Leão do Bonfim entre as décadas de 1930 e 1950.

Para comprar o livro: jornalistawagner@terra.com.br - 31-9948-5513 (escritor) e 31-3541-1783 (Boutique do Leão, em Nova Lima). Preço: R$30 + despesas postais.

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