segunda-feira, 7 de julho de 2008

Concordamos plenamente

Fora, Adílson!

Diogo Lara

Fora, Adilson! Chega de panelinhas! Chega de medo!

O tema Adílson Batista tem sido recorrente no blog e nas rodas de torcedores. E constata-se a divisão da torcida. Vários até apontam uma suposta perseguição da imprensa em desfavor do torcedor. Bom, longe de querer ser o dono da razão, não acredito em perseguição da imprensa e aponto fatos que motivam meu posicionamento expresso no título desse post.

  1. Substituição errada contra o Ituiutaba.
  2. Derrotismo e conformismo contra o Potosi – a altitude nos venceu antes do jogo, êta falta de atitude, de tanto falar em altitude diretoria e técnico já incurtiram nos atletas o conformismo e as desculpas para a derrota.
  3. Escalação medrosa contra o Boca na Argentina – nunca vi escalar time com 7 volantes, os próprios falaram que não se encontraram em campo
  4. Substituições inexplicáveis contra o Boca em BH – tirar o Guilherme e o Charles para colocar os compadres Marcinho e Henrique é brincadeira de mau gosto.
  5. Escalação medrosa contra o Coritiba – começar com 4 volantes, jogar o Wágner para a ponta-esquerda e esperar que o Ramirez seja o armador da equipe revela medo ou no mínimo desconhecimento das características dos jogadores
  6. Substituição retranqueira contra o Palmeiras
  7. Mais uma substituição medrosa contra o São Paulo – tirar um atacante para povoar o meio-de-campo revela medo ou conformismo com o empate como revelou o capitão do time Fabrício após o jogo em entrevista afirmando que o empate foi um bom resultado
  8. Outra substituição covarde contra o Sport – tirou o Jadílson e chamou mais uma vez o adversário para cima, basta ver a diferença de atuação do time do 1º para o 2º tempo

E o que ele fez de bom? Sim, indicou o Fabrício que equilibrou e melhorou muito o meio de campo. Mas pra mim, isto é pouco, qualquer um no ano passado já enxergava a necessidade de um volante mais defensivo no meio. Mas temos que reconhecer o mérito de indicar o Fabrício, talvez a melhor contratação do ano.

Outra coisa boa que ele fez foi fazer com que os jogadores jogassem com mais raça. Mas essa postura ocorreu no início. Porque é fácil constatar que os jogadores estão com menos vontade em comparação às partidas da Libertadores. E essa queda de vontade é reflexo da postura arrogante, retranqueira e também das panelas.

Ora, se eu fosse jogador do Cruzeiro não daria a menor moral para esse cara, pois basta se colocar no lugar de cada um dos jogadores a seguir:

  1. Leandro Domingues: entra contra o Ituiutaba, joga bem, faz belo e importante gol e nem é relacionado para os próximos jogos.
  2. Marcel: não estava ótimo e talvez nem muito bom, porém nos poucos jogos fez alguns gols, mas foi encostado e com certeza não é pior que Weldon e Bruno. Aliás, Marcel é titular do Grêmio.
  3. Apodi: se ainda não é um craque, e talvez não seja tão bom quanto nós esperamos, é muito melhor que Jonathan. O Apodi fez boas partidas este ano (lembro de momento contra o Caracas lá, Democrata em Valadares e Boca aqui). Em outras entrou e não jogou bem. Mas e o Jonhantan? Está há vários anos e até hoje nada. Então colocando na balança, do Apodi podemos ter esperança de alguma coisa e do Jonhanthan nada, fazendo a ressalva das assistências para gols contra o Santos e São Paulo. Mas qual a lógica de dispensar o Apodi e trazer o Carlinhos quando na esquerda temos o Jadílson, o compadre Marquinhos Paraná e o Fernandinho quando voltar de contusão?
  4. Jajá: o cara entra e joga muito bem contra o Santos e mesmo assim fica na reserva contra o Coritiba. Volta contra o Vasco, e embora não tenha ido tão bem contra o Santos, não foi tão ruim assim. Ou seja, merece mais chances como teve o horrível Marcinho, compadre do treinador.
  5. Jadílson: esse então tem que ficar revoltado mesmo. Joga bem contra o Atlético-MG e no jogo seguinte não começa a partida. É sempre o preferido para ser sacado. Para mim, ele é perseguido sim e eu se fosse ele já tinha botado a boca no trombone. Ao contrário, Jadílson tem sempre mantido a calma e ponderado na suas declarações. E mesmo tendo fazendo declarações sinceras, ponderadas e respeitosas vira alvo dos admiradores do técnico na imprensa e principalmente na internet. Qual a fala ou ato desrespeitoso do jogador contra o técnico?

Então, diante desses fatos, infelizmente chego a conclusão de que o Cruzeiro, com Adílson no comando, não estará nem entre os 4 primeiros do Campeonato Brasileiro. E assim, penso que uma diretoria com um pingo de bom sendo e principalmente ambição e coragem, deveria trocar de técnico.

E não venham os profetas de catástrofes falar que seremos rebaixados caso o Adilson seja defenestrado. Como esses mesmo afirmam, nosso time é bom, está acima da média do campeonato brasileiro, então o máximo que aconteceria é ficarmos de 5º a 16º lugar (que para mim tem pouco diferença, ou seja, o 5º não vale muito mais que o 16º).

E o papo de que não há treinadores melhores é questionável, cito vários técnicos que poderiam ocupar o lugar do Adílson:

  • Cuca – Que fez ótimo trabalho com o time medíocre do Botafogo e não está indo bem com o Santos porque o time é muito limitado mesmo.
  • Leão – Embora seja tão ou mais arrogante que o Adílson, é muito mais inteligente e justo com o elenco ou parece ser pois ele consegue ter bons trabalhos mesmo com times limitados, como exemplo cito seu último trabalho no clube de Lourdes.
  • Emerson Ávila – Bom trabalho no Ipatinga, poderia ser uma aposta.
  • Nei Franco - Não é sensacional, mas para mim tem o mesmo histórico que o Adílson, então como este mereceu crédito da diretoria e da torcida o Nei também poderia ser uma aposta.
    Enfim, diante de um cenário muitíssimo provável – nem sequer irmos para Libertadores com Adílson - e um cenário com remotas chances de rebaixamento e maiores chances de pelo menos irmos para a Libertadores e talvez até sermos campeões, fico com o segundo.

Por último, diante dos fatos acima, considero que não há fundamentos para falarmos em perseguição da imprensa. No mínimo as atitudes e posturas do Adílson são muito questionáveis.

Diogo Lara, 25, economista, cruzeirense, nasceu e mora em Belo Horizonte.

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