sexta-feira, 4 de abril de 2008

Autorizada pela Reitoria a PM-MG espanca estudantes.

Reproduzo abaixo e-mail que enviei para vários colegas.

Colegas peço desculpa por enviar a mensagem abaixo, que não diz respeito ao nosso tema no NUQ. No entanto, já recebi diversos e-mails hoje pela manhã, sobre esse fato lamentável ocorrido no campus ontem a noite. Até mesmo o Jornal Estado de Minas já publicou uma matéria. Antes do e-mail e da matéria só um pequeno comentário meu.

É muito triste para mim que vivo intensamente essa universidade por 07 anos perceber a que ponto chegamos. É campus policiado, proibição de festas, calouradas, manifestações, debates, banheiros e estacionamentos privativos, medidas autoritárias sem discussão com movimentos estudantis e sociais. E agora agressão ao que pensa diferente.
Pessoalmente só resta muita tristeza diante das sucessivas reitorias autoritárias e sem comprometimento com uma educação de qualidade, inclusiva e democrática. Sempre apoiada pela complacência e silêncio de todos nós comunidade acadêmica: alunos, professores e funcionários.
Para os que como Eu entraram em 2001 e tiveram o prazer e o privilégio de participar de um movimento estudantil LIVRE (gestões do CACS) fica pelo menos uma saudade gostosa de um tempo em que se podia tomar vinho, fazer sarau de poesia, debates acadêmicos e políticos e mesmo um tempo em que uma assembléia de estudante podia se declarar em greve em apoio a realização de concursos para professores e aumento de salário para os docentes.
Bom o texto é ruim e sem nexo mas é reflexo da barbaridade ocorrida e do sentimento desconexo que sinto. Detalhe toda essa barbaridade foi cometida por que alunos ousaram a exibir um filme da Revista Super Interessante (desse que qualquer um adiquire em banca de revista) a respeito do debate sobre a legalização da maconha. Imaginem então debates para discutir a implantação por exemplo de ações afirmativas em nossa Universidade?

Autorizada pela Reitoria a PM-MG espanca estudantes.

Ditadura
de Ronaldo Pena/ Heloísa Starling impede sessão de cinema na UFMG.

Hoje dia 03 de abril de 2008, às 19:30 hrs, cerca de 50 homens da Polícia Militar de Minas Gerais, em várias viaturas e até um helicóptero, cercaram o Instituto de Geociências da UFMG impedindo a entrada e saída de trabalhadores e estudantes do prédio. A PM-MG foi convocada e autorizada a agir pela Reitoria da Universidade Federal de Minas Geraes nas pessoas do reitor ,o democrata, Ronaldo Tadêu Pena e a vice reitora ,a republicana e defensora das liberdades democráticas Heloísa Maria Murgel Starling. Ao tentar sair do prédio do IGC um estudante recebeu "voz de prisão" com a "justificativa" de desacato à autoridade. Indignados, estudantes, professores e demais trabalhadores presentes, gritaram palavras de ordem pedindo a soltura do estudante. A PM exaltou se e começou a enfrentar os manifestantes, agredindo-os com cacetetes e "coronhadas" . Durante o tumulto causado pela Reitoria/PM uma das viaturas avançou em marcha-ré sobre os manifestantes derrubando alguns deles. O objetivo da ação era reprimir uma sessão comentada de cinema, na qual seria apresentado um filme sobre a legalização da Maconha. Uma estudante de medicina precisou ser levada ao Pronto Socorro João XXIII. Cerca de 30 estudantes foram levados para fazer exame de corpo- delito.

Perguntamos: É esta Universidade que a sociedade precisa? Uma Universidade onde evita se o debate convocando a POLÍCIA? Armas, botas, camburões impedindo a arte , o saber. Lembra alguma coisa? Lembra algum estado de coisas? Mas não passou? Não! Hoje o filme não passou no IGC!!! Os militares voltaram a interferir na autonomia da Universidade.

A Reitoria da UFMG(devidamente amparada pela PM-MG) repete sua prática autoritária, ditatorial. Encontros estudantis não podem ser realizados na UFMG, pois estudantes de outras Universidades não podem alojar-se nos prédios de nossa Universidade. A reitoria pratica a "política do pires". Ou as administrações das unidades concordam com a Reitoria ou não têm recursos para os seus projetos. Com essa política a Reitoria tem conseguido um impressionante "consenso". Apenas duas diretorias "ousam" manifestar se contra ações propostas pela administração central. Na UFMG, vários estudantes estão sendo ameaçados de jubilamento por Lutarem por uma Pró - Reitoria de assistência estudantil. O DCE e alguns DA'S receberam "multas"
por causa de suas posições políticas.
No dia 28 de março comemoramos 40 anos da morte do estudante Edison Luís morto em manifestação contra a ditadura militar. A reitoria da UFMG comemora a data convocando os militares novamente a invadir o campus.

Não podemos e não vamos nos calar. Convocamos a Toda(o)s a comparecer amanhã, às 07:00hrs, na praça de serviços do campus Pampulha. Para organizarmos as manifestações que ocorrerão durante o dia. A Universidade não pode seguir como se nada tivesse acontecido.




DCE-UFMG/DA- ICB/DA-FISIO/ DA-T.O/DAMAR/ CONLUTE/
ESPAÇO-SAÚDE/
CIRANDA-LIBERDADE/
Estudantes agredidos durante debate na UFMG
Estado de Minas
Pelo menos uma estudante universitária ficou ferida e outro foi detido, na sexta-feira à noite, durante um debate no Instituto de Geociências, no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento, organizado por alunos da escola, discutia a legalização da maconha, com base na exibição de um filme sobre o assunto.

Pelas informações iniciais, policiais militares entraram no câmpus, cercaram o prédio, no qual estariam cerca de 200 alunos, alguns em aula, gerando clima de tensão. A estudante que teria sido atingida sofreu ferimento na cabeça e foi socorrida no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

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