quarta-feira, 2 de abril de 2008

Algumas palavrinhas sobre futebol e poesia para toda parte

Hoje assisti Fernebach da Turquia versus Chelsea de Londres, os Blues. E é ótimo perceber que o Cruzeiro de 2003 continua dando alegrias e esbanjando futebol. Pena mesmo é pensar que Dracena, Maldonado, Alex e Deivid, ou seja a espinha dorsal do Ferner poderia ter continuado por aqui sendo a espínha daquele maravilhoso time.
Dá-lhe ALEX 10, o maior jogador do Cruzeiro pós Dirceu Lopes e Tostão e devido ao tamanho atual da torcida, o mais amado de todos os jogadores da história do Cruzeiro.
ABAIXO EXATAMENTE A EMOÇÃO QUE SINTO CADA VEZ QUE ENTRO NO MINEIRÃO. NO BELO TEXTO DE BRUNO QUIRINO.


Emoção

Por BRUNO SILVA QUIRINO


Já ouvi e li muita gente comentando a emoção de ver um gol do seu time no estádio.

A festa da torcida, a corrida do jogador em direção à arquibancada, o festejar das bandeiras etc.



Como frequentador do Mineirão, não contesto o posto do gol como momento maior da emoção do torcedor.

Mas ouso alertar: quase tão impactante é um outro instante.



Refiro-me àqueles últimos segundos antes de ganhar as arquibancadas. Os derradeiros degraus...


É necessário retornar um pouco no tempo da narração para evidenciar o quão intenso é este instante, sob pena de ninguém compreender.


O primeiro disparar do coração ocorre, para quem vem do interior, quando se faz aquela curva do shopping, pegando a Avenida Catalão, reta final pra chegar na Pampulha.

Ali, você sente que está indo pro jogo.

Os carros em fila, torcedores buzinando, acenando, balançando bandeiras e gritando o nome do time. Enquanto isto ouve-se os comentários esportivos no rádio.


Daí pra frente você respira futebol.

Nada, no mundo, é mais importante que seu time.

Pelo menos durante aquele trajeto.

Você só quer chegar logo, estacionar o carro, caminhar até o portão de acesso. Você entra, passa pela revista da PM, sobe os primeiros lances de escada.



É aí que começa a coisa.


Você não pára de andar, mas o mundo pára.

Seus olhos estão vidrados ante a expectativa do que há porvir em tão pouco tempo.

Degrau por degrau, você já sabe o que o espera.

Ainda assim, mesmo sabendo que não há surpresa na imagem que verá, o coração não entende.

Para ele, é a primeira vez.


Primeiro você vê a torcida do lado de lá, fazendo festa.

O gramado vai surgindo aos poucos.

Se o jogo é noturno, tudo é mais bonito ainda.

O contraste da grama verde com o céu negro é de arrepiar.

Sobe mais um pouquinho e agora, sim, a visão é completa.

O retângulo está todo visível.

Você, estático, só sabe olhar para o verde, para o negro.

Acima, o círculo da cobertura do estádio realça o mar de estrelas.


É um longo, divino, inexplicável momento de contemplação antes de tomar seu lugar nas arquibancadas

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