- A Confederação Brasileira de Judô foi contemplada com R$ 2,5 milhões das loterias federais, via Comitê Olímpico. Outros R$ 1,5 milhão veio, também este ano, da patrocinadora oficial, a Infraero. Ou seja, são R$ 4 milhões. Pois bem notícia da F. de S. PAULO: “Os piores tempos do judô brasileiro até parecem estar de volta. Depois do fracasso no Mundial de Roterdã, em agosto, na Holanda, as sete atletas que vão disputar a Copa do Mundo da Inglaterra a partir de amanhã tiveram de pagar as suas próprias passagens aéreas para competir na Europa”.
-Já em um Jornal do Rio o multimedalhista olimpico e mundial Marcelo Ferreira dupla de Torben Grael dispara: “Já passou o tempo em que eu era garotão e qualquer viagem era curtição. Eu não entendo nem como pode ter tanta cobrança. Em vista do apoio que os velejadores recebem atualmente, a gente tem que aplaudir de pé o cara que chega em último em qualquer regata olímpica, porque esse cara não recebe apoio nenhum”. Com isso Marcelo despede da sua vida de atleta a não ser que as autoridades esportivas o trate com mais profissionalismo.
- E os caras ainda querem Olimpiadas no Rio. Devo ser muito idiota mesmo por não consegui participar de nehuma boquinha nesse país. Por isso é que tem razão meus colegas especializados em sociologia quando falam do tal de capital social. É isso nasci pobre, preto e sem sobrenome...fiquei fora das boquinhas. Lógico que é uma brincadeira, não o fato de ser pobre, preto e sem sobrenome pomposo e sim que fiquei fora das boquinhas. Fiquei e fico...aliás como tenho dito aos meus alunos este é o grande problema do Brasil. A ausência de uma consicência civica: no fundo, no fundo não existe diferença em furar a fila ou passar um amigo em sua frente em uma fila e o que acontece no senado. Não existe diferença entre jogar lixo no chão ou mesmo pedir aquele amigo ou parente que trabalha, por exemplo, na previdência para colocar o caso da mamãe na frente dos demais. Isto ou contratar parentes no senado e pagar suas contas particulares são erros da mesma natureza somente em grandezas diferentes. Dito de um modo mais vulgar: vivemos a epóca das espertezas e dos jeitnhos, no entanto, quando a esperteza é demais ganha do esperto. E onde todos querem levar a melhor todos se dão mal.
- Enquanto isso na outra boquinha a copa do mundo (já tratada aqui) só se falam em bilhões para cá e bilhões para lá. Interessante esses mesmos bilhões nunca aparecem para coisas menos importantes como eduação, saúde, reforma urbana, reforma agrária e outras coisas desimportantes....aliás já repararam também que o governo pode liberar bilhões e bilhões em renuncia fiscal para a grande industria mas não tem verbas para investir, por exemplo, em bolsas nos prograsmas de pós-graduação ou na regularização fundiária dos quilombolas. Mas voltemos ao nosso assunto, como lembra Emerson Gonçalves a respeito das obras no estadio do Morumbi: "Se o Engenhão foi orçado em 40 milhões, revisado para 80 e terminou custando - oficialmente - 400 milhões de reais, quanto custará a portentosa arena paulistana, cujo orçamento inicial já é apontado como sendo de 400 milhões de reais por alguns ingênuos e otimistas? Outros especialistas, menos ingênuos, mas também otimistas, apontam seu custo entre 600 e 700 milhões de reais. Nessa altura do campeonato, qualquer um com um mínimo de conhecimento sobre Pindorama e seus subterrâneos, sabe que esse custo ficará na casa do bilhão, mas não no singular e sim no plural: bilhões. Dinheiro que sairá das burras do Tesouro e para elas nunca retornará. (...) Para 2014, há cidades planejando estádios “FIFA” cuja capacidade “FIFA”será suficiente para abrigar o público de todos os jogos de seu campeonato estadual de um ano. Todos os jogos, de todos os clubes, durante um campeonato inteiro. Essa é uma boa tradução para elefante cinza-ruína. Ou branco, se assim preferirem." E olha que lá em Sampa o governador e o prefeito se recusam a assumir tais gastos. Aqui ao contrário o promoter e playboy que governa as Minas não somente contente em gastar seu bilhão no Mineirão irá também gastar algumas outras centenas de reais em reformas dos estádios do Indepedência em BH, da Arena de Sete Lagoas e já fala também no Ipatingão na cidade de mesmo nome. Aliás a respeito destas obras não repetiremos o que já foi dito em alguns posts atrás.
- Para terminar estamos a acompanhar esse lenga lenga a respeito da indicação do Tofoli para o STF. Como sempre e propositalmente se discutem as premissas erradas para encobrir as verdadeiras questões. As premissas erradas levantadas pela mídia: sua baixa idade: 41 anos, o fato de nunca ter sido aprovado em concurso público e por fim e mais importante de ser ele um ex-militante do partido do presidente e advogado pessoal do partido e do presidente. Ora bolas como sempre, besteiras. Desde quando passar em concurso público é sinal de competência (bom que acompanha o Blog e nossa luta por ações afirmativas entende do que eu falo e quem não gosta de ações afirmativas imagina como acontecem os concursos nas esferas judiciais...), ora bolas qual foi ou qual é o Ministro do STF que não foi indicado por um presidente da República e lógico que com o aval deste. Faz parte do jogo. É para isso inclusive que elegemos governos para que eles deixem sua marca nas mais variadas esferas. Ademais se o Tofoli é ligado ao PT menos mal que no caso dele não seja algo obscuro a lá Gilmar Mendes... O que se devia estar discutindo de fato são os posicionamentos do Advogado Geral da União Tofoli. Estes sim são fatos que nos levariam a ter uma certa idéia a respeito das decisões do futuro Ministro Tofoli no STF. E ai sim devemos ficar todos assustados com tal indicação. De cabeça lembro algumas peripécias do Advogado Geral. Vamos a elas:
* Sustentou no STF a defesa de praticantes da tortura no periodo militar. Toffoli decepcionou em parecer que estendeu a Lei da Anistia, elaborada pelos militares, para abrigar, em ação meramente declaratória de responsabilidade, o coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, onde presos políticos eram torturados e alguns desapareciam para sempre.
* Sustentou no STF que o MPF não tem poder de investigação. Se tal tese sair vencedora, além de se proibir o brilhante e probo trabalho realizado pelo MPF corre se o risco potencial de se anular um número incomensurável de julgamentos, incluido ai todos os chamados crimes do colarinho branco. Vai ser a festa da tchurma do colarinho.
* Já emitiu opiniões pessoais danosas para os direitos de minoria. Inclusive na questão quilombola concedeu certa vez entrevista na qual didaticamente explicava como se poderia questionar os direitos destes povos tradicionais. Na verdade ele é a mimese deste PT de hoje em dia, essa coisa meio indescritivel.
Aliás a respeito da justiça brasileira e como já disse aqui é um manancial de incoerências para se discutir nas disciplinas que ministro no curso de Direito. Vejam mais essa: paira sobre o ministro Eros Grau a suspeita de uma ambição maior do que a riqueza de seu atual cargo, ele almeja a imortalidade, ser um membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).Em suas decisões, votos ou opiniões, Eros sempre preservou Sarney – o que em nada o compromete. No entanto, nas eleições de 2006, o grupo de Sarney entrou com recursos no TSE contra a diplomação do governador eleito Jackson Lago, acusado de abuso de poder político. Relator dos recursos, Eros foi favorável à cassação. Lago caiu e a candidata derrotada assumiu como governadora. Antes da votação, o grupo de Lago entrou com um embargo, não reconhecendo o poder do TSE de apreciar casos originários. Ficou mofando na gaveta de Eros. Agora, chegou a vez de o TSE apreciar denúncia de abuso de poder econômico por Roseana. Eros afastado do TSE, visto que já cumpriu sua obrigação com esse Tribunal na cota de ministro do STF resolve apreciar o recurso e em liminar suspende o poder do TSE de julgar casos antes que os mesmos sejam apreciados nos TRE'S agora beneficiando diretamente Roseana: impedindo que seja julgada e não estendendo esse benefício ao processo que lhe deu de bandeja o cargo de governadora.
Me lembra o caso do médico Roger Abdemalsh: ele recorreu ao STF assim que foi preso pedindo um habeas corpus, o STF na pessoa da Min.Ellen Gracie seguindo jurisprudência do próprio Supremo, ou seja, uma sumula vinculante, recusou a julgar a liminar do médico alegando que o STF não pode atropelar as instâncias inferiores. Ou seja, decidiu a ministra que somente após a decisão de um juiz de primeiro grau poderia o acusado recorrer ao segundo grau depois ao terceiro e por fim ao Tribunal Constitucional. Até ai nada demais, ao contrário cumpriu-se na decisão a jurisprudência do próprio STF. O que todos nós simples mortais não entendemos é porque esta mesma regra não vale para o Sr. Daniel Dantas e seu ministro favorito Gilmar Mendes. É por essas e por outras que a justiça com minuscula mesmo virou alvo de chacota e descrença.
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